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WASHINGTON – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que as novas leis norte-americanas que dão incentivos para a produção doméstica de chips de computador e peças de energia renovável nunca tiveram a intenção de excluir aliados europeus e podem ser ajustadas.

Falando com o presidente francês Emmanuel Macron em uma coletiva de imprensa conjunta na Casa Branca, Biden disse: “Há ajustes que podemos fazer que podem tornar fundamentalmente mais fácil para os países europeus participar e/ou ficar por conta própria.”

Biden não detalhou quais ajustes poderiam ser feitos e as opções legislativas podem ser escassas. Há pouco apetite no Capitólio para reabrir projetos de lei polêmicos e os republicanos, que provavelmente não tomarão medidas para agradar o presidente democrata, ganharam o controle da Câmara.

No entanto, a França está pressionando a Casa Branca a usar poderes executivos para afrouxar alguns dos incentivos da Lei de Redução da Inflação, disse uma fonte do governo francês à Reuters sob condição de anonimato. A lei climática que favorece a produção doméstica dos EUA pode restringir o comércio, dizem países europeus.

Biden disse que não pede desculpas por promover a fabricação norte-americana de bens essenciais, mas disse que uma grande legislação geralmente requer ajustes para lidar com consequências não intencionais.

“Vamos continuar a criar empregos industriais na América, mas não às custas da Europa”, disse Biden.

 

 

Por Jeff Mason, Rick Cowan, Patricia Zengerle, Michel Rose e Jarrett Renshaw / REUTERS

Valor é duas vezes maior que o volume de recursos que serão liberados pelo Pronampe até o fim do ano, aponta FecomercioSP
 

SÃO PAULO/SP - As empresas brasileiras pagaram R$ 103,1 bilhões em juros entre janeiro e junho deste ano. O índice é 12,6% maior em comparação ao mesmo período de 2020 – o que representa R$ 11,6 bilhões a mais. Os dados são de um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
 
O valor dos juros pago por pessoas jurídicas no período representa duas vezes o montante previsto para ser liberado pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) até o fim de 2022, estimado em R$ 50 bilhões.
 
Embora a taxa de juros cobrada no período tenha permanecido estável, o índice está relacionado ao efeito do ciclo de alta da Selic sobre algumas linhas de crédito. O próprio crescimento deste mercado resulta em aumento do valor de juros.
 
Além disso, a renegociação dos empréstimos com carência e incidência de juros sobre o saldo devedor, durante o período da pandemia, pode ter motivado o aumento de 4,2% em relação a 2021 no montante de juros pagos pelas empresas.
 

 
Queda na inadimplência
Por outro lado, a inadimplência entre as pessoas jurídicas caiu, aponta levantamento da FecomercioSP. Os valores nos atrasos superiores a 90 dias atingiram, em junho deste ano, R$ 22,1 bilhões – 7,2% a menos que os observados no primeiro semestre de 2020 (R$ 23,7 bilhões). Contudo, na comparação com 2021, quando o valor em atraso era de R$ 20,5 bilhões, o índice aumentou 8,2%.
 
É inegável que o crédito, nos últimos dois anos, foi fundamental para evitar a falência de muitas empresas, preservar empregos durante o período de pandemia – diante das restrições impostas a grande parte das atividades – e ditar o ritmo da retomada da economia.
 
Os programas de resgate e a renegociação dos empréstimos, contemplando carência e prazo maior de pagamento, possibilitaram que a inadimplência entre as pessoas jurídicas permanecesse sob controle e em patamar inferior aos seis primeiros meses de 2020.
 
Por fim, de acordo com o levantamento da FecomercioSP, os dados não deixam dúvida de que o crédito no Brasil impõe um custo elevado tanto para as famílias como para as empresas, pois retira da sociedade pouco mais de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) semestral, a título de pagamento de juros, representando uma parcela substancial de rendimentos. Consequentemente, inibe a capacidade de consumo e de investimento.
 
Nota metodológica
O estudo utiliza as informações disponibilizadas pelo Banco Central do Brasil (BCB) em suas notas sobre operações de crédito livre realizadas pelo sistema financeiro nacional, representando, portanto, apenas as operações formais de empréstimos e não contemplando as lastreadas em recursos direcionados. As estimativas são baseadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e Pesquisa do Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para permitir a comparabilidade entre os valores entre os semestres, os dados nominais foram atualizados com base no índice oficial de inflação, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também do IBGE, e trazidos a preços de junho de 2022.

BRASÍLIA/DF - O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 6,7 pontos de outubro para novembro. Assim, o indicador atingiu 91,5 pontos, em uma escala de zero a 200, seu menor nível desde fevereiro deste ano (91,1 pontos).

O ICE consolida os índices de confiança dos empresários de quatro setores da economia pesquisados pela FGV: indústria, construção, comércio e serviços.

Queda

O Índice de Situação Atual Empresarial, que mede a percepção do empresariado brasileiro em relação ao presente, caiu 4,1 pontos e atingiu 95,2 pontos. O Índice de Expectativas teve uma queda mais acentuada: oito pontos, chegando a 87,9.

Quatro setores produtivos tiveram queda do ICE em novembro. A mais intensa foi observada no comércio (-10,8 pontos). Em seguida, aparecem serviços (-5,4 pontos), construção (-5,3 pontos) e indústria (-3,6 pontos).

Com a queda mais acentuada, o comércio também tem o menor índice de confiança: 87,2 pontos. A construção tem o maior índice: 95,6 pontos.

 

 

Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil 

BRASÍLIA/DF - Os economistas esperam uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre de 2022. No entanto, o cenário mudou frente às possibilidades levantadas no início do ano sobre uma recessão técnica nos últimos trimestres, com diminuição nos preços de commodities que o país exporta, juros elevados e cenário externo desafiador. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) serão divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (1).

Os economistas consultados pelo Investing.com Brasil destacam que um dos impulsionadores para a mudança nessa visão foi o pacote de medidas fiscais pré-eleições do governo atual, com redução dos impostos sobre combustíveis, resultando em diminuição da inflação, além da elevação de valores para o Auxílio Brasil para R$600 e outros incrementos, como vale-gás e vale-caminhoneiro.

A média das estimativas de analistas compiladas pelo Investing.com Brasil é de uma alta no (PIB) em 0,7% no terceiro trimestre deste ano, levando o indicador anual a 3,7%. No segundo trimestre, a alta foi de 1,2%, com crescimento em doze meses de 3,2%.

A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) estima alta de 0,6% no trimestre. Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, escritório credenciado à XP afirma que o resultado deve ser sustentado, em grande parte, pelo setor de serviços. “Esse setor vem pavimentando o crescimento econômico brasileiro neste ano”. Além disso, a economista avalia que juros mais elevados resultam em aumento do endividamento e menor poder de compra de bens duráveis, o que impacta o consumo, mesmo com melhora nos indicadores de inflação, que ainda pressionam o orçamento em diversas frentes, entre elas na alimentação. “Temos uma desaceleração no ritmo de crescimento porque a taxa de juros limita a atividade econômica, principalmente para varejo e indústria”, completa.

Já o BTG (BVMF:BPAC11) projeta crescimento de 0,8%, com alta nos setores agrícola, industrial e de serviços. O banco espera que, do lado da demanda, todos os itens devam apresentar crescimento, o que reforçaria a resiliência dos investimentos.

Daniel Xavier, gerente do departamento econômico do Banco ABC Brasil (BVMF:ABCB4), projeta uma alta de 0,7% no trimestre. Na ótica da oferta, os principais setores econômicos devem apresentar expansão na margem, segundo o ABC, como agricultura puxando o indicador para cima, seguida pela indústria e serviços. Do lado da demanda, os principais agregados também devem crescer no trimestre, com destaque para os investimentos, o consumo das famílias, as exportações e os gastos do governo. “Em que se pese o atual quadro de juros altos, os dados de atividade no varejo e serviços vieram acima do esperado nos últimos meses e a produção agrícola segue robusta, com (milho e soja retomando, principalmente), o que justifica a perspectiva positiva para o crescimento do terceiro trimestre como um todo”, avalia. Por outro lado, os indicadores antecedentes de mercado de trabalho e confiança econômica mostraram uma moderação em outubro, e a projeção do banco é de estabilidade para o quarto trimestre deste ano.

André Roncaglia, professor de economia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), concorda que o ciclo de aperto monetário tende e desaquecer a economia. “Taxas de juros muito altas tendem a deprimir a atividade de investimentos, que vem cambaleando, mas o que tem chamado atenção é a queda da indústria, que já caiu por dois meses consecutivos, é um desempenho bem ruim quando comparado ao que se esperava. Além disso, a expectativa era de resultado melhor na nossa balança comercial e o saldo vem caindo com o tempo. Isso também está associado ao déficit comercial que temos na indústria”. Com maior dependência da venda de commodities, problemas na China com a política restrita contra a Covid e massa de rendimento pressionada, o ânimo com a política expansionista tende a se desacelerar. A confiança do consumidor e na indústria também vêm caindo, um sinalizador negativo para a atividade econômica, conforme o professor.

 

Crescimento mais baixo em 2023

O último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central do Brasil mostra que os economistas consultados pela autoridade monetária acreditam em um crescimento do PIB em 2,81% neste ano e de 0,70% no ano que vem.

O Banco ABC possui estimativa de 3,0% para o crescimento deste ano e de 0,8% para 2023, com desaceleração da economia doméstica e global. A expectativa é de um viés de alta vindo do agronegócio e viés de baixa do setor externo.

A XP Investimentos avalia que a atividade econômica brasileira deva apresentar um crescimento em ritmo mais modesto a partir de agora, em um cenário de juros elevados e maior percepção de risco. Em relatório, o economista Rodolfo Margato aponta como fatores que impulsionam o crescimento a melhoria nas condições do mercado de trabalho e o “forte desempenho em atividades menos sensíveis ao ciclo econômico”. Segundo ele, agricultura e pecuária devem apoiar o PIB.

A XP estima crescimento de 0,2% no quarto trimestre e 2,6% neste ano. Para 2023, a projeção é de 1%. A instituição financeira avalia que o crescimento econômico nos próximos anos depende, em grande medida, da postura da política fiscal. "Assim, as discussões envolvendo a expansão dos gastos públicos e mudanças no atual quadro fiscal serão acompanhados de perto “, completa o relatório.

Para Roncaglia, a incerteza das famílias sobre a situação econômica é um dos fatores que deve contribuir para uma desaceleração do ano que vem. “A queda na confiança da indústria já sinaliza que potencialmente os empregos de melhor qualidade no ano que vem devem ficar mais escassos”.  O aumento da inadimplência, um cenário de aumento de juros e desaceleração global figuram entre os desafios para 2023.

 

 

Jessica Bahia Melo / Investing.com

EUA - A gigante americana das redes sociais Meta, empresa matriz do Facebook, foi multada nesta segunda-feira (28) pelo regulador irlandês em nome da União Europeia em 265 milhões de euros (277 milhões de dólares) por não proteger adequadamente os dados de seus usuários.

"A Comissão de Proteção de Dados (CPD) anunciou hoje a conclusão de uma investigação sobre a Meta Platforms", subsidiária da gigante que "controla os dados da rede social Facebook, aplicando uma multa de 265 milhões de euros e uma série de medidas corretivas", disse a organização em nota.

A CPD anunciou em abril de 2021 a abertura de uma investigação contra o Facebook em nome da UE, após ser conhecido o hackeamento de mais de 530 milhões de dados de usuários em uma ação que remonta a 2019.

O Facebook tem sua sede europeia na República da Irlanda e por isso cabe ao regulador irlandês conduzir a investigação.

Esta se centrou nos aplicativos "Facebook Search, Facebook Messenger Contact Importer e Instagram Contact Importer (...) entre 25 de maio de 2018 e setembro de 2019" e tentava averiguar se a Meta protegeu suficientemente os dados dos seus usuários de acordo com os regulamentos da UE.

"A decisão" de multar a Meta e as respectivas subsidiárias foi adotada na sexta-feira após verificação de "violação da regulamentação europeia", detalhou a CPD.

O hackeamento detectado em 2019 usou um método conhecido como "scraping", que consiste na invasão de perfis do Facebook por meio de um software que imita a funcionalidade da rede que ajuda os membros a encontrar amigos e listas de contatos com facilidade.

"Proteger os dados pessoais é fundamental para administrar nossos negócios", reagiu um porta-voz da Meta nesta segunda-feira.

"É por isso que cooperamos totalmente com a Comissão de Proteção de Dados nesta importante questão" e "fizemos alterações em nossos sistemas", acrescentou.

 

 

AFP

BRASÍLIA/DF - A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,88% para 5,91% para este ano. A estimativa consta do Boletim Focus de hoje (28), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2023, a projeção da inflação ficou em 5,02%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,5% e 3%, respectivamente.

A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional, a meta é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2% e o superior de 5%.

Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2023 também está acima do teto previsto. Para 2023 e 2024, as metas fixadas são de 3,25% e 3%, respectivamente, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, para 2023 os limites são 1,75% e 4,75%.

Em outubro, a inflação subiu 0,59%, após três meses de deflação. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,7% no ano e 6,47% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, também teve aumento de 1,17% [https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-11/ipca-15-previa-da-inflacao-sobe-117-em-novembro].

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,5% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8,25% ao ano e 8% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também variou, de 2,8% para 2,81%. Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,7%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 2%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,27 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

Pagamento de encargo representa 12,6% da renda, aponta levantamento da FecomercioSP

 

SÃO PAULO/SP - As famílias brasileiras pagaram R$ 284,1 bilhões em juros, nos seis primeiros meses de 2022, montante que representa 12,69% da renda dos lares no período. Na comparação com 2020, o valor é 18% maior, enquanto no comparativo com 2021 a variação foi de 9,9%. Isso significa dizer que o volume de juros pago pelas famílias aumentou R$ 43,3 bilhões em dois anos. Os dados são de um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
 
O valor dos juros pagos por pessoas físicas no período corresponde a quase cinco vezes o valor estimado de R$ 60 bilhões que será injetado por meio do Auxílio Brasil (R$ 600 por indivíduo), entre agosto e dezembro deste ano. Consequentemente, os recursos que poderiam aumentar a massa de rendimentos das famílias e estimular a economia – ao serem destinados ao consumo e a outras despesas – serão comprometidos com o pagamento desses juros.
 
De acordo com o estudo, esses gastos representaram um dos maiores itens de despesa dos lares brasileiros, superou os valores destinados à educação, aos serviços de saúde e ao vestuário. Ficou abaixo apenas do custo dispendido pelos grupos com aluguel e alimentação.
 
Crédito
O crescimento dos pagamentos com juros está relacionado ao aumento da oferta de crédito no período. No primeiro semestre deste ano, o saldo das operações com recursos livres (que corresponde ao saldo das operações de empréstimo, financiamento, adiantamento e arrendamento) cresceu 11,6%, enquanto as concessões (valor das novas operações contratadas no período) avançaram 14% na comparação com o mesmo período de 2021.
 
Frente ao cenário de inflação elevada, o crédito foi importante para os lares manterem o padrão de consumo. Além disso, o consumo reprimido durante a pandemia cresceu com a volta à normalidade, sendo sustentado pelo crédito em conjunto com a recuperação do mercado de trabalho. A taxa de juros cobrada no primeiro semestre de 2022 foi de 18,8%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
 
Inadimplência
Por outro lado, as sucessivas elevações da taxa Selic, assim como a inflação em alta, provocaram um cenário de deterioração financeira. Entre janeiro e junho, a taxa de inadimplência entre as famílias brasileiras foi de 5,24% – índice que volta ao patamar recorde registrado em 2020 (5,3%).
 

 
O valor dos empréstimos atrasados há mais de 90 dias (que, tecnicamente, conceitua a inadimplência) apresentou alta de 45,1%, somando R$ 85,3 bilhões no primeiro semestre de 2022. Em 2021, eram R$ 58,8 bilhões em atraso.
 
Levantamento mais recente do Banco Central (Bacen) mostra uma situação preocupante quanto ao aumento da contratação de linhas emergenciais de crédito, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial – as duas modalidades mais caras do mercado.
 
A despeito desse cenário atribulado, a FecomercioSP acredita que a melhora dos níveis de renda observada nos últimos meses, graças à recuperação do mercado de trabalho e à redução na inflação (com deflação por três meses consecutivos), além da injeção dos recursos do Auxílio Brasil no segundo semestre, podem ajudar para que os níveis de inadimplência permaneçam sob controle.
 
Nota metodológica
O estudo utiliza as informações disponibilizadas pelo Banco Central do Brasil (BCB) em suas notas sobre operações de crédito livre realizadas pelo sistema financeiro nacional, representando, portanto, apenas as operações formais de empréstimos e não contemplando as lastreadas em recursos direcionados. As estimativas são baseadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e Pesquisa do Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para permitir a comparabilidade entre os valores entre os semestres, os dados nominais foram atualizados com base no índice oficial de inflação, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também do IBGE, e trazidos a preços de junho de 2022.

BRASÍLIA/DF - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na sexta (25) a manutenção da bandeira tarifária verde no mês de dezembro para as contas de luz dos consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Com isso, não haverá cobrança extra na conta de luz pelo oitavo mês seguido.

A justificativa da agência é que as condições de geração de energia no país estão boas. “Com a chegada do período chuvoso, melhoram os níveis dos reservatórios e as condições de geração das usinas hidrelétricas, as quais possuem um custo mais baixo. Dessa forma, não é necessário acionar empreendimentos com energia mais cara, como é o caso das usinas termelétricas”, afirmou a Aneel, em nota.

Bandeiras tarifárias

Criadas em 2015 pela Aneel, as bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as bandeiras indicam quanto está custando para o SIN gerar a energia usada nas casas, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.

Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre qualquer acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimos, que variam de R$ 2,989 (bandeira amarela) a R$ 9,795 (bandeira vermelha patamar 2) a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Quando a bandeira de escassez hídrica vigorou, de setembro de 2021 a 15 de abril deste ano, o consumidor pagava R$ 14,20 extras a cada 100 kWh.

O Sistema Interligado Nacional é dividido em quatro subsistemas: Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Praticamente todo o país é coberto pelo SIN. A exceção são algumas partes de estados da Região Norte e de Mato Grosso, além de todo o estado de Roraima. Atualmente, há 212 localidades isoladas do SIN, nas quais o consumo é baixo e representa menos de 1% da carga total do país. A demanda por energia nessas regiões é suprida, principalmente, por térmicas a óleo diesel.

 

 

Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil

BRASÍLIA/DF - Até a próxima quarta-feira (30), consumidores podem negociar dívidas em atraso com condições especiais por meio do Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira. A ação é uma iniciativa conjunta da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), do Banco Central (BC), da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e de Procons de todo o país.

De acordo com a Febraban, instituições participantes do mutirão oferecem, por exemplo, parcelamentos, descontos no valor da dívida e taxas de juros reduzidas para refinanciamento.

Podem ser negociadas dívidas no cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e nas demais modalidades de crédito que estejam em atraso e não possuam bens dados em garantia.

Como participar

Quem tem interesse em participar deve acessar a página do mutirão. Lá, e possível acessar o Registrato, sistema do Banco Central que leva à lista de dívidas em nome do consumidor.

As dívidas, segundo a Febraban, podem ser negociadas diretamente com o banco ou por meio do Portal ConsumidorGovBr. Os interessados devem apresentar uma proposta de negociação à instituição credora. O banco tem até 10 dias para analisar a solicitação e apresentar uma resposta.

Entre 2020 e 2022, por meio de iniciativas como esta, mais de 22 milhões de contratos em atraso foram repactuados, superando R$ 1,1 trilhão de saldo negociado. Na edição mais recente do mutirão, que durou 25 dias – de 7 a 31 de março –, 1,7 milhão de contratos foram renegociados.

 

 

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil

EQUADOR - O governo do Equador recusou-se a perdoar dívidas até 10.000 USD (9.700 euros) depois de o ministério governamental ter dito que não é viável perdoar dívidas superiores a 3.000 USD (2.900 euros).

Segundo o ministério governamental, o cancelamento de dívidas até 10.000 dólares - tal como solicitado pelas organizações camponesas que participaram nas manifestações de Julho passado - "poria em risco o Banecuador, o banco público do país", informou o "El Comercio".

O governo argumenta que o Banecuador já aplicou a remissão automática de dívidas até 3.000 dólares e que não existe actualmente viabilidade financeira para aumentar o mecanismo, dado que até agora foram investidos 60 milhões de dólares na medida.

O Banecuador argumentou que a nova remissão teria posto em risco a gestão dos recursos de mais de dois milhões de clientes, bem como os de 180.000 beneficiários.

No entanto, o governo lembrou aos devedores que têm à sua disposição facilidades com bancos públicos, incluindo a reestruturação e reescalonamento da dívida, bem como "créditos com condições preferenciais", de acordo com o jornal.

O ministro das finanças do Equador, Pablo Arosemena, reiterou que o perdão de dívidas até 10.000 dólares poria em risco a estabilidade institucional do Banecuador.

"Esta remissão foi concedida sem qualquer tipo de efeito, mas qualquer dólar acima desse valor representa um prejuízo para o Banecuador", disse o ministro, tal como relatado pelo 'Telégrafo'.

O chefe do Ministério da Economia detalhou que o banco teve perdas de 83 milhões de dólares (80 milhões de euros) até Setembro de 2022, e que se o cancelamento fosse aceite, a instituição financeira pública deixaria de cobrar 190 milhões a cerca de 25.000 clientes.

"Temos de ser prudentes e coerentes com uma gestão ordenada. Não podemos permitir que os bens de uma instituição que hoje serve para ajudar os empreendedores a avançar sejam postos em risco. Condescender é condenar os empresários ao risco de que ninguém lhes queira emprestar novamente", acrescentou Arosemena.

 

 

por Pedro Santos / NEWS 360https://www.news360.es/

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