SÃO PAULO/SP - O INSS libera hoje (03), o pagamento referente ao mês de dezembro, para quase 36 milhões de segurados do Instituto. Nesta data recebem os segurados que possuem cartão final 7.
Pagamentos do INSS
O calendário de pagamentos do INSS é dividido de duas formas diferentes, pois há dois cronogramas diferentes para os segurados que recebem até um salário, e para os que recebem acima de um salário mínimo. A ordem de pagamentos é definida conforme o último número do cartão do benefício, ao desconsiderar o dígito que é o número que fica logo após o traço.
De acordo com o INSS, no cronograma de pagamentos deste mês, tanto os aposentados e pensionistas com benefício mais antigo, quanto os recém aprovados no benefício; ou seja, que tiveram o benefício concedido recentemente também receberão neste mesmo calendário.
Como consultar os valores?
A consulta aos valores referentes aos pagamentos poderá ser realizada via internet, e de acordo com as regras, o pagamento será liberado primeiro para quem possui cartão com final 1, depois com final 2, e assim sucessivamente.
Os segurados do INSS recebem conforme a ordem dos anos anteriores, por meio do dígito final do número do cartão do benefício, sem considerar o dígito verificador (número que vem depois do traço).
Veja abaixo as datas de dezembro para quem recebe um salário mínimo
Nº 1 – 23/dez
Nº 2 – 26/dez
Nº 3 – 27/dez
Nº 4 – 28/dez
Nº 5 – 29/dez
Nº 6 – 02/jan
Nº 7 – 03/jan
Nº 8 – 04/jan
Nº 9 – 05/jan
Nº 0 – 06/jan
Veja as datas para quem recebe acima de um salário mínimo, que serão em 2023
Nº 1 – 02/jan
Nº 2 – 03/jan
Nº 3 – 04/jan
Nº 4 – 05/jan
Nº 5 – 06/jan
Nº 6 – 02/jan
Nº 7 – 03/jan
Nº 8 – 04/jan
Nº 9 – 05/jan
Nº 0 – 06/jan
Como consultar informações relativas ao INSS
Atendimento Eletrônico
Para verificação das informações por meio do Atendimento Eletrônico, o beneficiário deverá ter em mãos o número do seu benefício, CPF e data de nascimento para digitação durante o atendimento.
O Atendimento Eletrônico do INSS disponibiliza as seguintes informações:
Rosangela Quinelato / BLOGDOVESTIBULAR.com
CROÁCIA - A Croácia adotou o euro como moeda, neste domingo (1º), e se integrou ao espaço Schengen de livre-circulação, dois grandes passos para este pequeno país dos Bálcãs, que entrou na União Europeia (UE) há cerca de uma década.
À meia-noite de domingo (20h de sábado, 31, em Brasília), os croatas se despediram não apenas de 2022, mas também de sua moeda, a kuna.
O país se tornou, assim, o 20º país da zona do euro, dos 27 que formam a UE. Também passou a ser o 27º Estado a aderir ao espaço Schengen, uma ampla região com mais de 400 milhões de europeus que podem viajar livremente, sem controles nas fronteiras domésticas.
Este espaço é integrado principalmente por países da UE, além de Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.
A presidente da Comissão Europeia (braço executivo da UE), Ursula von der Leyen, chegou neste domingo ao país do Bálcãs para celebrar estes dois acontecimentos.
"Não há nenhum lugar na Europa onde o ideal (europeu) seja mais verdadeiro do que aqui na Croácia", tuitou Von der Leyen.
A presidente da Comissão se reuniu, primeiro, com o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, e com o presidente esloveno, Pirc Musar, em um posto fronteiriço entre a Croácia e a Eslovênia. De lá, seguiu para a capital croata, Zagreb.
"É um dia que será lembrado nos livros de história", destacou Von der Leyen em declarações no posto fronteiriço, enquanto Plenkovic disse se tratar de um "momento histórico".
A Croácia se tornou independente da Iugoslávia em 1991, após uma guerra em que morreram cerca de 20.000 pessoas e, desde julho de 2013, fazia parte da UE.
As entradas na zona do euro e no espaço Schengen representam "dois objetivos estratégicos para alcançar uma maior integração na UE", destacou o premier croata, na última quarta-feira (27).
Diante da atual crise energética, acentuada pela guerra na Ucrânia, a economia croata sofreu em novembro com uma inflação de 13,5%, superior à média de 10% na zona do euro.
Em uma mensagem de vídeo divulgada hoje, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse esperar que o euro traga "estabilidade e solidez monetária" ao país.
- Medo da inflação -
O presidente do Banco Central da Croácia, Boris Vujcic, sacou euros em um caixa eletrônico em Zagreb, em um gesto simbólico de boas-vindas à nova moeda.
O euro "trará, certamente, maior estabilidade e segurança econômica", disse Ana Sabic, uma diretora dessa instituição, à AFP.
A moeda única já está muito presente na Croácia, um país turístico, onde 80% dos depósitos bancários são nesta moeda, e a maioria dos clientes internacionais de suas empresas provém de países que usam a moeda única europeia.
A população em geral teme, no entanto, que a mudança da moeda aumente a inflação.
"Vamos sentir falta da nossa kuna, porque os preços vão subir disparar", lamentou o aposentado Drazen Golemac, de 63 anos, que mora em Zagreb, alguns dias antes da mudança de moeda.
Muitos celebram, no entanto, o fim dos controles fronteiriços com a entrada no espaço Schengen. Esta decisão também vai fortalecer o setor do turismo, em um país que recebeu, no último ano, um número de visitantes quatro vezes superior à sua população de quase 4 milhões de habitantes.
Vários ministros croatas se reuniram depois da meia-noite com outros líderes de países vizinhos, como Eslovênia e Hungria, para celebrar a incorporação ao espaço de livre-circulação.
"Esta noite celebramos o Ano Novo e uma nova Europa com a Croácia no Schengen", declarou o ministro croata do Interior, Davor Bozinovic, de um posto de fronteira esloveno.
Ao todo, 73 postos de fronteira pararam de fazer verificações a partir de hoje.
No caso dos aeroportos, o fim dos controles será em 26 de março, por motivos técnicos.
Zagreb vai monitorar, por sua vez, de forma restritiva, a chegada de migrantes clandestinos de países vizinhos não pertencentes à UE, como Bósnia, Montenegro e Sérvia.
A Croácia fica no meio da rota dos Bálcãs Ocidentais, usada por muitos migrantes, assim como por traficantes de armas, de drogas e de pessoas.
BRASÍLIA/DF - Sistema de transferências instantâneas em vigor desde novembro de 2020, o Pix entra em 2023 com novas regras. A partir de hoje (2), o limite individual por transação deixa de existir, o horário noturno passará a ser personalizado e os valores das modalidades Pix Saque e Pix Troco aumentarão.
As mudanças haviam sido anunciadas pelo Banco Central (BC) no início de dezembro. Segundo a autoridade monetária, as novas regras oferecerão mais segurança e flexibilidade ao mecanismo de pagamento, que bateu recorde de 104,1 milhões de transações por dia com o pagamento da segunda parcela do décimo terceiro, em 20 de dezembro.
Segundo o BC, a sugestão para abolir o limite por operação foi feita em setembro pelo Fórum Pix, grupo de trabalho coordenado pelo órgão e secretariado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que reúne as instituições participantes do Pix. Segundo o grupo, o valor máximo por transação era pouco efetivo porque o usuário pode fazer diversas operações pelo valor do limite, desde que respeite a quantia fixada para o período diurno ou noturno.
Fim do limite por transação
• A partir de hoje, o Pix deixa de ter um limite individual por transação, passando a valer apenas os limites diários por período (diurno ou noturno). Dessa forma, o cliente poderá transferir de uma vez todo o limite do período ou fazê-lo em diversas vezes. As regras para o cliente personalizar os limites do Pix não mudaram. As instituições financeiras terão de 24 a 48 horas para acatar a ampliação dos limites e deverão aceitar imediatamente os pedidos de redução.
Flexibilização do limite noturno
• Até agora, o período noturno, em que os limites de transferência são mais baixos, começavam às 20h e iam até as 6h do dia seguinte. Com a mudança, o correntista pode escolher se o período noturno começará às 22h, terminando às 6h.
Pix Saque e Troco
• Aumento dos valores disponíveis nas modalidades. Até agora, era possível sacar ou receber como troco R$ 500 via Pix durante o dia e R$ 100 à noite. As quantias passaram para R$ 3 mil no período diurno e R$ 1 mil no período noturno.
Transferências a empresas
• BC retirou limite para transferências a contas de pessoas jurídicas pelo Pix. Caberá a cada instituição financeira determinar o valor máximo.
Compras
• Os limites das operações Pix com finalidade de compra passarão a ser iguais aos da Transferência Eletrônica Disponível (TED). Antes, eram atrelados aos limites dos cartões de débito.
Aposentadorias e pensões
• Tesouro Nacional poderá pagar aposentadorias, pensões e salários ao funcionalismo por meio de conta-salário associada ao Pix. Até agora, o PagTesouro, sistema da Secretaria do Tesouro Nacional que permite pagamentos pelo Pix, estava disponível apenas para receber taxas e multas, substituindo a Guia de Recolhimento à União (GRU).
Correspondentes bancários
• O BC facilitará o recebimento de recursos por correspondentes bancários por meio do Pix. Cada correspondente bancário poderá ter uma conta em seu nome para movimentação de valores relativos à prestação de serviços, desde que usada apenas para receber recursos.
Todas essas regras valem a partir de hoje (2). Na instrução normativa editada em dezembro, o BC estabeleceu que, a partir de 3 de julho de 2023, as instituições financeiras estarão obrigadas a oferecer, no aplicativo associado ao Pix, uma funcionalidade para o cliente gerir os limites e personalizar o início do horário noturno. A maioria das instituições já oferece o recurso aos usuários, de forma facultativa.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
SÃO CARLOS/SP - A Mega da virada deixou seis São-carlenses felizes e vamos explicar o porquê.
A Mega da Virada deste ano teve 5 apostas que acertaram as seis dezenas. Os ganhadores vão dividir o prêmio de R$ 541.969.966,29, o maior da história das loterias da Caixa Econômica Federal. Cabe a cada um dos vencedores a bolada de R$ 108.393.993,26.
Foram sorteadas as seguintes dezenas: 04 - 05 - 10 - 34 - 58 – 59.
Porém teve também ganham prêmios quem acertou a quina (cinco acertos) e a quadra (quatro acertos). A quina registrou 2.485 ganhadores, deste montante 6 apostas são de São Carlos, que receberão, individualmente, a quantia de R$ 45.438,78. Já a quadra teve 183.921 apostas vencedoras. Os acertadores vão receber, cada um, o valor de R$ 877,04.
BRASÍLIA/DF - As contas públicas fecharam novembro com resultado negativo de R$ 20,089 bilhões, informou o Banco Central (BC), no relatório de estatísticas fiscais. Esse foi o maior déficit primário para o mês, desde novembro de 2016, quando foi registrado saldo negativo de R$ 39,141 bilhões.
Em novembro do ano passado, foi registrado superávit de R$ 15,034 bilhões.
No mês, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) registrou déficit de R$ 16,524 bilhões; os estados, de R$ 2,633 bilhões e os municípios, R$ 1,077 bilhão. As empresas estatais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobrás, registraram superávit de R$ 145 milhões.
O resultado primário é formado pelas receitas menos os gastos com juros, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. Assim, quando as despesas superam as receitas, há déficit primário.
Nos 12 meses encerrados em novembro, foi registrado superávit primário de R$ 137,930 bilhões, equivalente a 1,41% do Produto Interno Bruto (PIB - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país).
O pagamento de juros do setor público consolidado atingiram R$ 50,282 bilhões em novembro, frente a R$ 41,642 bilhões em igual mês de 2021.
Em 12 meses encerrados em novembro, os juros nominais alcançaram R$ 581,791 bilhões (5,95% do PIB).
O BC informou ainda que o resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais, foi deficitário em R$ 70,371 bilhões, no mês passado. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou R$ 443,861 bilhões (4,54% do PIB).
A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) fechou janeiro em R$ 5,578 trilhões, o que corresponde a 57% do PIB, estável em relação a outubro.
Já a dívida bruta do governo geral (DBGG) – que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 7,291 trilhões ou 74,5% do PIB, com redução de 0,6 ponto percentual em relação ao mês anterior.
SÃO PAULO/SP - Má gestão financeira e organizacional tem sido um problema constante dos governos argentinos ao longo dos últimos anos. Na Venezuela, a situação política de imposição, colocada por Nícolas Maduro, levou o país a uma instabilidade social e econômica e ambas atingiram patamares colapsáveis. A Argentina chegou ao maior nível de inflação dos últimos 30 anos, registrando 88% ao ano, no último mês de outubro; já a inflação na Venezuela disparou para o patamar de 300% ao ano.
A situação econômica dos países vizinhos tem alimentado medo e incertezas no mercado financeiro brasileiro. Essa “angústia” é resultado da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o país pela terceira vez a partir de 2023. O governo petista possui bases que se aproximam dos ideais governamentais das atuais gestões de Argentina e Venezuela, o que tem gerado dúvidas no panorama político econômico local.
No entanto, o Brasil possui diversos pontos divergentes em relação às políticas econômicas adotadas por esses países, até mesmo o modelo de gestão governamental segue uma linha diferente.
Para Paulo Cunha, especialista em mercado financeiro e CEO da iHUB Investimentos, a democracia brasileira cumpre um papel de equilibrar os idealismos: “Apesar de todas as críticas que podemos fazer da nossa jovem democracia, fato é que ela ainda assim possui um certo equilíbrio de forças e arcabouço institucional”, explica.
Além de uma democracia abrangente e equilibrada, fatores exclusivamente econômicos solidificam a diferenciação entre Brasil, Argentina e Venezuela. Cunha comenta que o Brasil possui três pontos divergentes e fundamentais para sustentar a tese de que o país não seguirá caminhos semelhantes aos seus vizinhos:
Brasil possui R$330 bilhões em reservas
Diferente das décadas de 80 e 90, quando o país era um devedor líquido, atualmente o Brasil é um credor líquido internacional, tendo mais reservas do que dívidas em dólares. Segundo informações do Tesouro Nacional, o país possui aproximadamente US$330 bilhões em reservas, contra US$30 bilhões em dívidas (majoritariamente dívidas internas - em reais - representando apenas 3% da dívida total do Brasil).
Em uma eventual disparada do dólar, esse “colchão” de proteção, criado através das reservas de moeda americana, se valoriza em reais, evitando que o movimento de aumento perdure de forma muito intensa e por um período prolongado.
Já nossos vizinhos sul-americanos, tanto a Argentina, quanto a Venezuela, são devedores líquidos, possuindo mais dívidas do que reservas internacionais. Quando existe alta do dólar na economia, a dívida aumenta, o risco se potencializa, acarretando em mais fuga de moeda e novamente em maior alta do dólar, causando uma espiral inflacionária e fuga de capital.
“As reservas internacionais robustas permitem que Banco Central do Brasil utilize-as para amortecer choques na moeda brasileira e proteger também o real de posições especulativas, podendo liberar ou enxugar a liquidez e normalizando o mercado de câmbio”, explica Cunha.
Balança comercial favorável
De janeiro a novembro de 2022, a economia brasileira exportou 298 bilhões de dólares e importou 243 bilhões, resultando em um saldo positivo de mais de 55 bilhões de dólares na balança comercial do país. Essa movimentação acarreta no aumento de reservas em dólares internacionais, e gera certa margem de segurança nas reservas locais.
O petróleo é responsável por um terço do PIB e por cerca de 80% das receitas de exportação da Venezuela, tornando o país extremamente dependente de preços favoráveis dessa matéria prima no mercado internacional.
Já o Brasil possui um grande leque de matérias primas, sendo a soja a principal, cuja representação é de “apenas” 14% do volume total; a lista segue por várias outras commodities como minério de ferro, petróleo bruto, açúcar e carne bovina. Um portfólio diversificado ajuda a economia local a não ficar exposta a uma crise ocasionada pela queda nos preços de uma determinada matéria-prima, assim como ocorre com a Venezuela.
Além disso, o Brasil está entre as 10 principais economias mundiais, tendo um imenso mercado interno com mais de 200 milhões de consumidores e detendo a principal metrópole e centro financeiro da América Latina, São Paulo.
O PIB brasileiro também mostra a força do consumo interno, principalmente no setor de serviços, que representa 60% do produto interno bruto. O dado evidencia uma certa renda do brasileiro para consumir, diferentemente da Argentina e Venezuela, em que a perda de renda nos últimos anos é consideravelmente alta.
Autonomia do Banco Central
Recentemente, o Banco Central brasileiro ganhou status de “independente”, isso significa que o seu presidente possui um mandato fixo de quatro anos, não converge com o mandato presidencial e o líder do executivo não pode demiti-lo durante o período. Essa estabilidade cria um certo conforto para que a instituição possa aplicar políticas de ajuste monetário, caso a inflação comece a dar sinais de aumento.
Na Turquia, em 2021, o presidente Erdogan demitiu o líder do Banco Central, Naci Agbal, dois dias após Naci ter aumentado a taxa de juros do país. A demissão não esperada custou ao país um derretimento de 15% da moeda, apenas no dia do evento.
“A independência do Banco Central gera segurança econômica e confiança de que nenhuma interferência política poderá intervir no desenvolvimento da instituição financeira, criando um respaldo técnico para o mercado financerio”, finaliza Paulo Cunha.
Sobre iHUB Investimentos
A iHUB Investimentos é uma empresa especializada em assessoria de investimentos credenciada pela XP Investimentos. Possui mais de 3,5 mil clientes, somando mais de R$1,5 bilhão em valores investidos sob custódia.
BRASÍLIA/DF - Mesmo com a possibilidade de gastar até R$ 168 bilhões fora do teto federal de gastos neste ano, a equipe econômica vai iniciar o novo governo com duas prioridades urgentes. O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, começará o ano analisando as contas públicas e elaborando um novo marco fiscal que substituirá as regras atuais.
Logo após a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da Emenda Constitucional da Transição, há dez dias, o ministro explicou que a nova equipe econômica fará uma reestimativa de receitas nas primeiras semanas de janeiro e que as projeções de déficit nas contas públicas que têm sido apresentadas “não vão prevalecer”.
A questão será saber se a reavaliação resultará na necessidade de aumento de tributos para fechar as contas, mas isso dependerá do que o pente-fino nas contas públicas vai apontar. No último dia 22, o ex-secretário de Orçamento Federal, Ariosto Culau, afirmou que o projeto do Orçamento de 2023, enviado ao Congresso Nacional em agosto do ano passado, tinha as receitas subestimadas em cerca de R$ 23 bilhões. Uma opção para o novo governo será a revisão de desonerações e benefícios fiscais a setores da economia, determinada por uma emenda constitucional de 2021, mas nunca executada.
Outro fator que pode reduzir as chances de aumento de tributos seria a revisão no cadastro do antigo Auxílio Brasil, que agora volta a se chamar Bolsa Família, para eliminar irregularidades. Em 16 de dezembro, um relatório do Tesouro Nacional apontou que existe um potencial de economizar até R$ 26 bilhões com uma reformulação no programa social que volte a pagar os benefícios conforme um valor mínimo per capita (a cada membro da família), em vez de pagar R$ 600 por família sem considerar o número de integrantes.
Além da varredura nas contas públicas, a nova equipe econômica passará os seis primeiros meses do governo debruçada sobre a elaboração do novo marco fiscal que substituirá o teto de gastos. Promulgada pelo Congresso no último dia 21, a Emenda Constitucional da Transição determina que o governo envie um projeto de lei complementar até agosto. No entanto, Haddad já afirmou que pretende enviar a proposta no primeiro semestre.
Nas entrevistas recentes, o novo ministro afirmou que ainda conversará com economistas para definir qual será a nova âncora fiscal. Haddad não entrou em detalhes, disse apenas as novas regras precisam garantir o equilíbrio das contas públicas, ser sustentáveis no médio e longo prazo e terem credibilidade semelhante à da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Ao retirar R$ 145 bilhões do Bolsa Família do teto de gastos e mais R$ 23 bilhões em investimentos caso haja excesso de arrecadação, a Emenda Constitucional da Transição reduziu as restrições que o novo governo teria ao recompor o Orçamento de 2023. A peça só foi aprovada no último dia 22, fim do ano legislativo do Congresso, com a restauração da verba para programas sociais, de saúde e de investimentos que tinham sofrido grandes reduções na proposta original.
Entre outros pontos, o texto garante a viabilidade de promessas feitas na campanha pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva como o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, em 2023, além do adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos. O salário mínimo em 2023 também vai ser um pouco maior a partir de 1º de janeiro, R$ 1.320. A proposta do governo Bolsonaro previa R$ 1.302.
Segundo o novo ministro da Fazenda, a Emenda Constitucional da Transição foi necessária para reconstruir o Orçamento de 2023 e impedir que serviços públicos e programas sociais fossem interrompidos em 2023. “O valor [da PEC] permite ao relator [do Orçamento] recompor rubricas de direito do povo”, afirmou Haddad pouco após a aprovação da emenda.
Outras prioridades para Haddad serão o envio de uma proposta de reforma tributária e a adoção do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Fechado em 2019, o acordo ainda não foi ratificado pela maioria dos países dos dois blocos.
Em relação à reforma tributária, o ministro afirmou que a proposta do governo será incorporada às duas propostas de emenda à Constituição (PEC) sobre o assunto em tramitação no Congresso. Haddad criou uma Secretaria Especial de Reforma Tributária, comandada pelo economista Bernard Appy, que exerceu a mesma função no Ministério da Fazenda entre 2007 e 2009, no segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
RIO DE JANEIRO/RJ - O preço médio da gasolina comum nos postos de combustíveis do Brasil começou o ano em R$ 6,63 e deve terminar 2022 em R$ 4,93, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural), uma variação de 25,6%.
O preço do combustível atingiu o pico no final do primeiro semestre, mais precisamente no fim de maio e em junho, quando a média nacional atingiu R$ 7,28.
O menor valor foi registrado em outubro, quando a média do litro custava R$ 4,89 no país, principalmente após a redução da alíquota do ICMS nos estados.
O economista Matheus Peçanha, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), diz que a volta dos tributos estaduais à alíquota padrão deve elevar o preço da gasolina ao patamar dos R$ 7,00 novamente já em janeiro de 2023, com o fim da isenção do ICMS, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, que completou dez meses e a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) reduzindo a produção.
Em alguns estados da federação, como no Rio de Janeiro, o preço máximo do litro da gasolina chegou a custar R$ 8,99 no posto mais caro. Na Bahia, a média bateu os R$ 8,03 em junho.
Peçanha explica que o aumento elevado do preço aconteceu principalmente por motivos externos, alheios ao controle nacional. “A trajetória foi muito relacionada a eventos globais, sobretudo a guerra da Rússia contra a Ucrânia, que fez elevar demais o preço do petróleo”, afirma o economista.
A guerra teve início em meados de fevereiro, quando Putin declarou a República Popular de Luhansk e a República Popular de Donetsk como independentes.
A invasão russa fez os preços dispararem e, com a prática do PPI (Paridade de Preço Internacional), o custo da gasolina no mercado interno acompanhou o aumento do preço do petróleo internacionalmente.
Em julho, a queda acentuada da gasolina aconteceu por medidas tributárias instituídas pelo governo federal.
A redução da alíquota do ICMS de 25% para 17% fez com que os preços caíssem para R$ 6,05 já em julho e continuassem caindo até outubro, quando atingiu a mínima de R$ 4,89, como se vê no gráfico abaixo.
Peçanha diz que, juntamente com a política tributária, “o arrefecimento do preço do petróleo no mercado global, sobretudo com o temor da recessão chinesa, principal responsável pela demanda do combustível” contribuiu para a queda acentuada no segundo semestre do ano.
Além disso, “a maioria dos mercados maduros, como Estados Unidos e Europa, também diminuiu a demanda, o que puxou o preço para baixo” e fez com que a Petrobrás reduzisse o preço dos derivados nas refinarias.
A tendência internacional de queda do petróleo, porém, ainda que o cenário seja sempre imprevisível, pode fazer com que o “primeiro semestre de 2023 feche com a gasolina próxima dos R$ 6,00”, conclui o especialista.
Vinicius Primazzi, do R7*
*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Lúcia Vinhas
INGLATERRA - O mundo deve enfrentar uma recessão em 2023 já que os custos mais altos dos empréstimos destinados a combater a inflação causam a contração de várias economias, de acordo com o Centro de Pesquisa Econômica e Empresarial, o CEBR.
A economia global ultrapassou US$ 100 trilhões pela primeira vez em 2022, mas irá estagnar em 2023, à medida que os formuladores de políticas continuarem sua luta contra a alta dos preços, disse a consultoria britânica em sua tabela anual da Liga Econômica Mundial.
“É provável que a economia mundial enfrente uma recessão no próximo ano como resultado dos aumentos nas taxas de juros em resposta à inflação mais alta”, disse Kay Daniel Neufeld, diretor e chefe de previsões do CEBR.
O relatório acrescentou que “a batalha contra a inflação ainda não está ganha. Esperamos que os banqueiros centrais mantenham suas armas em 2023, apesar dos custos econômicos. O custo de reduzir a inflação para níveis mais confortáveis é uma perspectiva de crescimento mais pobre para os próximos anos.”
Os resultados são mais pessimistas do que a última previsão do Fundo Monetário Internacional que alertou em outubro que mais de um terço da economia mundial vai se contrair e há 25% de chance de o PIB global crescer menos de 2% em 2023, o que seria definido como uma recessão global.
Mesmo assim, até 2037, o produto interno bruto mundial terá dobrado à medida que as economias em desenvolvimento alcançam as mais ricas. A mudança no equilíbrio de poder fará com que a região do Leste Asiático e Pacífico responda por mais de um terço da produção global até 2037, enquanto a participação da Europa encolherá para menos de um quinto.
O CEBR obtém seus dados básicos das Perspectivas Econômicas Mundiais do FMI e usa um modelo interno para prever o crescimento, a inflação e as taxas de câmbio.
A China agora não deve ultrapassar os Estados Unidos como a maior economia do mundo até 2036, no mínimo - seis anos depois do esperado.
O CEBR esperava originalmente a mudança em 2028, que adiou para 2030 na tabela de classificação do ano passado. Agora, acredita que o ponto de cruzamento não acontecerá até 2036 e pode ocorrer ainda mais tarde, se Pequim tentar assumir o controle de Taiwan e enfrentar sanções comerciais de retaliação.
“As consequências da guerra econômica entre a China e o Ocidente seriam várias vezes mais graves do que as que vimos após o ataque da Rússia à Ucrânia. Quase certamente haveria uma forte recessão mundial e um ressurgimento da inflação”, disse o CEBR.
“Mas o dano à China seria muitas vezes maior e isso poderia torpedear qualquer tentativa de liderar a economia mundial.”
O CEBR também prevê que:
* A Índia se tornará a terceira economia de US$ 10 trilhões em 2035 e a terceira maior do mundo em 2032
* O Reino Unido continuará sendo a sexta maior economia do mundo, e a França a sétima, nos próximos 15 anos, mas a Grã-Bretanha não deve mais superar o crescimento de seus pares europeus devido à “ausência de políticas orientadas ao crescimento e à falta de uma visão clara de seu papel fora da União Europeia”
* As economias emergentes com recursos naturais receberão um “impulso substancial”, já que os combustíveis fósseis desempenham um papel importante na mudança para energia renovável
* A economia global está muito longe do nível de PIB per capita de US$ 80.000 em que as emissões de carbono se dissociam do crescimento, o que significa que mais intervenções políticas são necessárias para atingir a meta de limitar o aquecimento global a apenas 1,5 grau acima dos níveis pré-industriais.
©2022 Bloomberg L.P. / por Philip Aldrick
Dados da Provu mostram ainda que mais da metade dos entrevistados já desenvolveram algum problema de saúde devido a estresse com o dinheiro
SÃO PAULO/SP - Se por um lado, a sabedoria popular diz que dinheiro não traz felicidade, por outro, ele é a causa de estresse e problemas de saúde na grande maioria dos brasileiros. É o que revela um levantamento online realizado com mais de dois mil e trezentas pessoas pela Provu, fintech de meios de pagamento e crédito pessoal. O estudo aponta que 93,8% dos respondentes já se sentiram estressados por conta de problemas financeiros e mais da metade dos entrevistados (59,8%) afirmam já ter tido algum problema de saúde devido a essa preocupação.
O estresse financeiro é causado por preocupações excessivas com dinheiro (ou com a falta dele). Em muitos casos, o problema não está somente na escassez de recursos, mas sim na falta de organização e planejamento financeiro, afetando pessoas com todo tipo de renda.
No levantamento da Provu, as dívidas aparecem como principal motivo desse estresse para 61% dos respondentes. As outras causas apontadas são despesas inesperadas (16,9%), desemprego (6,5%), ter sido vítima de um golpe financeiro (3,6%), ter uma pessoa próxima precisando de dinheiro (3%), não conseguir juntar dinheiro ou investir (2,9), receber menos do que acha justo (2,6%), investimento mal planejado (2,1%) e consumo em excesso (1%).
A pesquisa ainda mostra que 69,3% dos respondentes já solicitaram empréstimo a fim de resolver esse problema financeiro. Dentre eles, 50,9% procuraram instituições financeiras online, 45,7% buscaram os bancos onde já possuem contas, 26% pediram recursos para algum familiar ou amigo, e 17,7% recorreram a um banco em que não têm conta. Além disso, 69,2% acreditam ser organizados financeiramente e 30,8% afirmam que não.
Para 97% dos pesquisados, uma boa educação e organização financeira pode ajudar a evitar este tipo de estresse. Para Marcelo Ramalho, CEO da Provu, gerir as finanças pode parecer simples, mas requer disciplina, método e muita organização. “Embora venha evoluindo principalmente com conteúdos na internet, historicamente a população não tem um forte incentivo à educação financeira. No entanto, a pesquisa da Provu já mostra que os brasileiros têm consciência do quanto noções básicas sobre dinheiro são impactantes até mesmo na saúde mental. Reconhecer o problema e buscar informações são fundamentais para gerar mudanças de comportamento que trarão conquistas financeiras no futuro - e menos estresse com dinheiro”, diz Ramalho.
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