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SÃO PAULO/SP - As inscrições para a edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025 começarão no dia 17 de janeiro e poderão ser feitas exclusivamente pela internet, no endereço https://acessounico.mec.gov.br/sisu até as 23 horas e 59 minutos do dia 21 de janeiro.

De acordo com o edital publicado pelo Ministério da Educação, o processo seletivo será constituído de uma única etapa. Os candidatos poderão se inscrever em até duas opções de vagas. O resultado da chamada regular será divulgado dia 26 de janeiro, no Portal Único de Acesso.

Estão aptos a participar da seleção os estudantes que tenham completado o ensino médio, participado da edição de 2024 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não tenham zerado a prova de redação. Aqueles selecionados dentro do número de vagas disponíveis, na chamada regular ou por meio da lista de espera, deverão realizar a matrícula na universidade no período indicado no edital.

As vagas serão preenchidas pelas instituições segundo a ordem de classificação dos candidatos, de acordo com as notas obtidas no Enem. Não será permitido ao estudante selecionado optar pelo ingresso no primeiro ou no segundo semestre.

Cotas

Segundo informações do MEC, a classificação dos estudantes se dará, primeiramente, na modalidade ampla concorrência. A reserva de vagas ofertadas pela Lei de Cotas ocorrerá na sequência, com o "objetivo de beneficiar, sem distorções, os candidatos realmente demandantes de política compensatória para acesso ao ensino superior".

Confira o cronograma
 

Inscrições 17 a 21 de janeiro
Chamada regular 26 de janeiro
Matricula ou registro acadêmico junto à instituição 27 a 31 de janeiro
Manifestação de interesse na lista de espera 26 a 31 de janeiro

 

AGÊNCIA BRASIL 

SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Obras Públicas, segue trabalhando para que um novo Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) seja entregue no Residencial Ipê Mirim ainda no primeiro semestre de 2025. Trata-se do CEMEI Silvio Padovan, que está com as obras em andamento e poderá atender 188 alunos de 0 a 5 anos em período parcial ou 94 no período integral.

Conforme levantamento da Secretaria Municipal de Obras Públicas, cerca de 60% das obras já foram executadas pela empresa HS Lopes Construtora Ltda, vencedora do processo licitatório lançado pela Prefeitura e que teve como arremate o valor de R$ 2.717.594,85. Os recursos são do próprio orçamento do município.

O projeto prevê que o CEMEI tenha cinco salas – contando com o berçário – e uma sala multiuso, podendo receber uma expansão futura de até mais duas salas. O espaço é composto por uma área total de 1.575 m², sendo 860 m² de área construída.

A secretária municipal de Educação, Paula Knoff, ressalta que, com a obra, muitas crianças poderão estudar mais perto de casa. “Em nosso projeto pedagógico, este CEMEI será destinado para ensino integral e, portanto, atenderá até 94 crianças dos residenciais Ipê Mirim e Eduardo Abdelnur neste primeiro momento. Nesta região, também já temos o CEMEI Carminda Nogueira de Castro Ferreira e a Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Ulysses Ferreira Picolo. Nossa expectativa é de que, já no segundo semestre de 2025, o novo CEMEI receba as crianças”, salienta a secretária.

O secretário municipal de Obras Públicas, Leonardo Lázaro, detalha o andamento das obras. “Já foram concluídos os serviços de instalação da cobertura, a execução dos pisos das salas de aula e a instalação da infraestrutura de hidráulica e esgoto. Atualmente, estão sendo feitas as instalações elétricas e a previsão de conclusão da obra está entre os meses de março e abril de 2025”, disse Lázaro.

Projeto de pós-doutorado será realizado na Espanha, em parceria com laboratórios da Universidade

 

SÃO CARLOS/SP - A pesquisadora Patricia Manzine, do Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN), do Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi selecionada para receber bolsa de pós-doutorado do programa Marie Skłodowska-Curie Actions (MSCA), vinculado à Fundação Marie Curie. Durante um ano, Patricia vai desenvolver pesquisa sobre microRNAs atuantes na regulação de uma proteína associada à Doença de Alzheimer (DA), visando a detecção desses elementos via biossensores. O financiamento da pesquisa é de cerca de € 90 mil, integrando a bolsa e outros custos do projeto, e parte do estudo será realizada em parceria com o LABEN da UFSCar.

O MSCA é a principal iniciativa de financiamento de pesquisa na União Europeia nos níveis de doutorado e pós-doutorado. A bolsa é destinada a promover a excelência e a inovação científica, possibilitando que pesquisadores conduzam estudos de ponta e ampliem a mobilidade entre instituições de renome internacional. "A visibilidade e o prestígio associados a uma bolsa da Fundação Marie Curie podem impulsionar a carreira do pesquisador, facilitando futuras oportunidades e colaborações", destaca Patricia Manzine.

Pesquisa

O projeto, intitulado mirADAM, será conduzido na Universidade de Barcelona (Espanha), sob supervisão de Antoni Camins Espuny, em parceria com o LABEN, coordenado por Márcia Cominetti, docente no DGero. O projeto tem o intuito de explorar e validar microRNAs - pequenas moléculas de RNA - que podem desempenhar papel fundamental na regulação da ADAM10, proteína que o LABEN vem se dedicando a pesquisar desde 2010. "Esses microRNAs podem estar desregulados no sangue de pessoas com DA e, também, naquelas que possuem diabetes mellitus tipo 2. A pesquisa pretende avaliar o potencial de grupos específicos de microRNAs como biomarcadores auxiliares no diagnóstico e prognóstico do Alzheimer, visando a aplicação dessas descobertas em biossensores eletroquímicos", explica a pesquisadora.

O uso de biossensores é uma inovação essencial para a detecção precoce de doenças neurodegenerativas e tem sido foco do trabalho de grupo de pesquisa liderado pelo professor Ronaldo Censi Faria, do Departamento de Química da UFSCar, dedicado ao desenvolvimento dessas ferramentas avançadas de diagnóstico. "Desde 2017, colaboramos com o grupo na busca de moléculas com potencial diagnóstico para demências, o que já gerou uma patente brasileira na área", pontua a pesquisadora do LABEN.

Ela explica que a tecnologia dos biossensores permite, com uma pequena amostra de sangue, que os microRNAs sejam capturados e mensurados com o auxílio de partículas magnéticas e sensores descartáveis, utilizando materiais de baixo custo, muitos deles originados no mercado nacional. "Isso resulta em um exame acessível, estimado entre R$3 e R$10 por amostra, pouco invasivo e viável para análises de rotina", compartilha. 

A expectativa do estudo é "que os microRNAs que atuem na regulação gênica da ADAM10 possam estar alterados em pessoas com doença de Alzheimer e que também possam ser detectados via biossensores, de modo a auxiliar e facilitar o diagnóstico e o prognóstico desta demência". Atualmente, o diagnóstico da DA exige exames clínicos especializados e caros, como tomografias e ressonâncias magnéticas, que detectam a doença apenas em estágios intermediários e avançados. "O biossensor não visa substituir esses métodos, mas complementar o diagnóstico ao fornecer uma ferramenta de análise mais acessível e prática. Em um horizonte de médio a longo prazo, a intenção é investigar os microRNAs em pessoas com alterações cognitivas leves, mas sem diagnóstico de demência, com o objetivo de desenvolver estratégias que permitam intervenções precoces e potencialmente capazes de desacelerar a progressão do Alzheimer", aponta Manzine sobre o futuro do atual estudo.

Patricia Manzine aponta que a oportunidade da bolsa concedida pela Fundação Marie Curie vai permitir a utilização de amostras provindas de um centro de pesquisa de alta qualificação para o diagnóstico de demências. "Além disso, poderemos desenvolver o projeto com colaborações internacionais em centros de excelência", complementa a pesquisadora.

Para Marcia Cominetti, a conquista da bolsa marca a dedicação de Patricia Manzine ao longo de 14 anos na área e reforça o papel da ciência brasileira da UFSCar no cenário internacional, promovendo colaborações essenciais para avanços na saúde pública. "Ao desenvolver ferramentas de diagnóstico acessíveis e eficazes, o projeto contribui para a criação de soluções que poderão transformar o atendimento e a qualidade de vida das populações que vivem com doenças neurodegenerativas, oferecendo novas perspectivas para a saúde pública e para a ciência mundial", celebra a coordenadora do LABEN.

Estudo busca voluntários para testes e acompanhamento gratuitos

 

SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa de pós-doutorado, desenvolvida na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tem como objetivo validar um instrumento de qualidade de vida, avaliar a capacidade funcional e a participação de atividades diárias de pessoas que têm doença intersticial pulmonar (fibrose pulmonar). O estudo convida voluntários com a doença para participarem de testes e acompanhamento gratuitos.

A pesquisa é conduzida pela pós-doutoranda Vanessa Pereira de Lima, sob coordenação de Valéria Amorim Pires di Lorenzo, professora do Departamento de Fisioterapia da UFSCar. O projeto tem a participação de outro pesquisadores da pós-graduação em Fisioterapia da Instituição, da Unidade Saúde Escola (USE) da UFSCar, além da parceria com a Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), de Diamantina (MG).

Vanessa Lima explica que fibrose pulmonar é uma doença caracterizada pelo enrijecimento do tecido pulmonar, que leva a sintomas como falta de ar, tosse seca, diminuição da capacidade de executar atividades do dia a dia, dentre outros. "Pode não ter causa definida, mas pode ser associada à síndrome pós Covid-19, doenças reumatológicas, além de também estar relacionada a pessoas que trabalham em fábricas de cerâmicas, carvoarias, mineração, devido à inalação de fumaças tóxicas", complementa.

Os objetivos da pesquisa consistem em validar um instrumento de qualidade de vida na população portadora da doença; avaliar a capacidade funcional das pessoas - força muscular, capacidade de exercício e função pulmonar -; e avaliar a participação do indivíduo em suas atividades diárias. "Além disso, os participantes responderão um questionário e passarão pelas mesmas avaliações após seis meses, para acompanharmos a evolução da doença", detalha Lima.
De acordo com a pesquisadora, a relevância do estudo está na validação do questionário como instrumento de avaliação e no acompanhamento da evolução do paciente.

"Nossa expectativa é que o questionário seja válido nesta população e que o seguimento destes indivíduos possa nos auxiliar no manejo destes pacientes na reabilitação pulmonar, conhecendo sua evolução ao longo do tempo e as suas limitações", destaca a pós-doutoranda.

Para desenvolver a pesquisa, estão sendo convidados voluntários, homens ou mulheres, a partir de 18 anos, com diagnóstico de fibrose pulmonar. Os participantes serão avaliados presencialmente na UFSCar e, ao final, receberão um relatório das avaliações e o resultado da espirometria (exame que analisa o fluxo de ar na inspiração e na expiração). As pessoas interessadas em participar da pesquisa devem entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo Whatsapp (16) 99993-5859. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 82419524.2.1001.5108).

Iniciativa integra ações de divulgação científica de rede de pesquisa para combate às plantas daninhas, composta por cinco universidades federais

 

SÃO CARLOS/SP - Com o objetivo de incentivar a curiosidade e o pensamento crítico nas crianças, o projeto de extensão "Pequenos Cientistas", do Colégio de Aplicação (CAU) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), promove atividades práticas e lúdicas com foco na educação científica.

Uma das ações realizadas com turmas do Ensino Fundamental foi a compostagem, um processo natural de decomposição de resíduos orgânicos - como restos de comida e folhas -, que se transformam em um material rico em nutrientes, utilizado como fertilizante. A prática foi desenvolvida nos espaços da Universidade e permitiu às crianças explorarem o ciclo de decomposição e os benefícios ambientais do reaproveitamento desses resíduos.

"Nosso objetivo é mostrar aos pequenos e às pequenas que a Ciência está presente em tudo ao seu redor. Atividades como a compostagem são formas de despertar a consciência ambiental e estimular o interesse por práticas sustentáveis desde cedo", explica Elisângela Ferreira Sentanin, docente do Ensino Básico, Técnico, Tecnológico (EBTT) do CAU.

A iniciativa vai além do aprendizado em sala de aula, pois também busca envolver as famílias e demonstrar como a Ciência pode transformar a realidade das pessoas. A prática educativa reforça o compromisso da Universidade em promover o diálogo entre o meio acadêmico e a comunidade.

A compostagem integra as ações de divulgação científica de um projeto conectado a uma rede nacional de pesquisa sobre plantas daninhas, coordenada por Márcio Weber Paixão, docente no Departamento de Química (DQ) da UFSCar. Essa rede reúne cinco universidades federais - além da UFSCar, as universidades federais de Santa Catarina (UFSC), Federal Fluminense (UFF), do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Goiás (UFG) - para o desenvolvimento de novos produtos e processos de controle fitossanitário, com foco em biodefensivos.

Os biodefensivos são alternativas sustentáveis aos herbicidas comerciais, que, muitas vezes, apresentam alto impacto ambiental e na saúde humana. "A ideia é desenvolver compostos inovadores que utilizam resíduos renováveis, como biomassa de madeira e cana-de-açúcar, para combater plantas daninhas de maneira eficiente e ecológica. O objetivo é criar produtos seletivos, que protejam as culturas agrícolas sem prejudicar o meio ambiente", destaca Paixão.

Ao contribuir para práticas agrícolas mais sustentáveis, o projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente ao ODS 2, que busca a erradicação da fome e o avanço de uma agricultura sustentável.

Mais informações sobre o projeto em rede estão disponíveis no Portal da UFSCar, em bit.ly/ufscar-daninhas.

Confira a reportagem em vídeo sobre o "Pequenos Cientistas" no canal do YouTube da UFSCar (youtube.com/watch?v=m8niCj1ekOs).

SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), vai realizar o Projeto Férias 2025 entre os dias 29 de janeiro e 6 de fevereiro, com atividades em diversos Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIs) e Escolas Municipais de Ensino Básico (EMEBs). As inscrições começam nesta terça-feira (17/12) e têm como público-alvo as crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental (0 a 12 anos), bem como os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Realizado anualmente, o Projeto Férias oferece recreação com dinâmicas que pensem a ludicidade em seus aspectos principais, como o desenvolvimento de oficinas culturais, brincadeiras, rodas de conversa, exploração dos princípios da base nacional curricular e os direitos de aprendizagem da criança, entre outras atividades.

Todos os alunos matriculados na Rede Municipal de Ensino em 2024 podem participar, sendo que as inscrições são gratuitas e devem ser feitas online – basta optar por uma das unidades escolares disponíveis e aguardar a confirmação via e-mail –. O número de vagas pode variar de acordo com a capacidade da unidade escolar e, para o preenchimento das vagas, será respeitada a ordem de inscrição.

A secretária municipal de Educação, Paula Knoff, explica os benefícios do Projeto Férias tanto para as crianças quanto para os próprios responsáveis. “São diversas atividades de recreação programadas pelos gestores educacionais para atender os alunos e que pensam na valorização da educação e em oferecer acesso a ambientes diferenciados ao familiar, com desenvolvimento da ludicidade e socialização das crianças que vão aproveitar as férias no ensino público gratuitamente. Vamos oferecer atividades educativas, saudáveis para melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento da criança”, salienta a secretária.

A SME orienta que os pais ou responsáveis dos alunos de 0 a 3 anos poderão optar pelas atividades em período integral (7h40 às 16h20) ou parcial (7h40 às 12h – manhã ou 13h às 17h20 – tarde). Já para os alunos de 4 a 6 anos, as opções são exclusivas para período parcial (7h40 às 12h – manhã ou 13h às 17h20 – tarde), enquanto os estudantes do Ensino Fundamental serão atendidos das 13h às 17h20 e, para jovens e adultos, o atendimento ocorrerá das 18h45 às 22h (de segunda a quinta-feira) e das 18h45 às 21h45 (sexta-feira).

O Projeto Férias terá também o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, que vai oferecer alimentação aos alunos, conforme já ocorre regularmente em todo o ano letivo.

Para a Educação Infantil, o Projeto Férias será realizado nos CEMEIs Aracy Pereira Lopes, Bento Prado de Almeida Ferraz Junior, Bruno Panhoca, Carmelita Rocha Ramalho, Carminda Nogueira de Castro Ferreira, Cônego Manuel Tobias, Dionísio da Silva, José de Brito Castro, Maria Consuelo Brandão Tolentino, Maria Lúcia Marrara, Maria Luiza Perez, Olívia Carvalho, Paulo Freire, Regina Melchiades, Ruth Bloen Souto, Vicente Rocha Keppe e Walter Blanco.

Para os alunos do Ensino Fundamental, as atividades acontecem nas EMEBs Angelina Dagnone de Melo, Carmine Botta, Dalila Galli, Afonso Fiocca Vitali e Prof. Ulysses Ferreira Picolo e no CEMEAR.  Já para jovens e adultos, o atendimento ocorrerá no CEMEI Vicente Rocha Keppe.

As inscrições online devem ser feitas no período de 17 de dezembro a 10 de janeiro pelos links abaixo:

INSCRIÇÕES PARA CEMEI: https://forms.gle/sNfNEPWLcBfk2ZT9A
INSCRIÇÕES PARA EMEB: https://forms.gle/HYYGFpmb4pvC6yx99
INSCRIÇÕES PARA EJA: https://forms.gle/v4QqfQ9KxAb5dwRj7

Estudo inédito utiliza moléculas orgânicas derivadas de açúcares como ingredientes ativos para defensivos agrícolas mais sustentáveis

 

SÃO CARLOS/SP - Está sendo desenvolvido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em conjunto com outras instituições, um trabalho voltado para a busca por novos insumos de combate ao cancro cítrico. A doença, que atinge as lavouras de citros - como limão e laranja - é combatida há décadas pela pulverização de cobre, metal tóxico e deletério para o meio ambiente. 

A pesquisa foi iniciada por volta de 2009, sob coordenação da professora Maria Teresa Marques Novo Mansur, do Departamento de Genética e Evolução (DGE) da UFSCar, pela busca, por meio de análise proteômica [de proteínas] combinada à análise genética, de proteínas-alvo na bactéria que estivessem envolvidas com sua capacidade de causar a doença. Um dos alvos encontrados na superfície celular foi a proteína denominada XanB. O grupo demonstrou mais recentemente que moléculas orgânicas derivadas de carboidratos, inibidoras da proteína-alvo XanB, eram eficientes no controle da doença e poderiam ser ingredientes ativos para novos defensivos agrícolas.

O trabalho de Novo-Mansur - que é líder do grupo de pesquisa do Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular Aplicada (LBBMA) da UFSCar (www.lbbma.ufscar.br/pt-br) - é desenvolvido com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e colaboração do grupo do professor Carlos Henrique Tomich de Paula da Silva, da Universidade de São Paulo (USP), que realizou o planejamento das moléculas inibidoras por abordagem computacional, e do grupo do pesquisador Franklin Behlau, do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) de Araraquara, que colaborou nos testes in vivo

O que é o cancro cítrico
O cancro cítrico é uma doença causada pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri, que afeta diversas espécies de citros; é caracterizada pelo aparecimento de lesões corticosas, que são erupções de aspecto áspero e elevado nas folhas, frutos e ramos das plantas. Essas lesões podem ser circundadas por halos amarelos, resultantes do decréscimo de clorofilas nas áreas infectadas, e os tecidos afetados podem expelir bactérias que se espalham facilmente pelo vento e pela chuva. As plantas contaminadas podem sofrer queda prematura de folhas e frutos, o que reduz a qualidade dos frutos e a produtividade, afetando o potencial econômico da citricultura.

De acordo com a pesquisadora da UFSCar, o prejuízo causado pelo cancro cítrico para a agricultura é amenizado por medidas de manejo e, principalmente, por meio da pulverização de soluções de cobre nos pomares infectados. "No entanto, esse controle gera custo superior a R$ 200 milhões por safra, além de causar impacto ambiental devido à toxicidade do metal. Além disso, já foram identificadas linhagens bacterianas resistentes ao cobre, o que diminui a eficiência desse controle", explica o André Vessoni Alexandrino, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da UFSCar que foi orientado da professora Novo-Mansur na UFSCar nesse projeto.  

Outras medidas de controle, segundo a pesquisadora, incluem a erradicação de plantas contaminadas e o uso de quebra-ventos para reduzir a disseminação da doença. Dada a ineficácia dessas medidas para a cura definitiva e os impactos ambientais, pesquisadores e agricultores buscam novas alternativas, como o desenvolvimento de cultivares mais resistentes, agentes que possam agir como controle biológico e compostos que possam controlar a doença de forma mais sustentável​. 

Avanços das pesquisas
"O principal diferencial da nossa pesquisa é que utilizamos uma abordagem inédita para a busca de uma alternativa de controle do cancro cítrico, a qual nos possibilitou chegar a moléculas que interferem de modo bastante específico na interação do patógeno com a planta e são de baixa ou nenhuma toxicidade ao ser humano, em contraposição ao cobre utilizado atualmente nas lavouras", destaca a professora da UFSCar. "Temos a expectativa de que essas moléculas, que são derivadas de carboidratos, possam se constituir em uma alternativa ecologicamente atrativa, sendo biodegradáveis e não interferindo com a microbiota do solo, causando assim menor impacto ambiental, e sejam também economicamente viáveis para utilização comercial no campo. A abordagem multidisciplinar utilizada, com metodologias complementares advindas de colaboradores de diferentes áreas do conhecimento, voltada para um objetivo comum, nos possibilitou não estacionar na ciência básica, que por si só já tem seu valor, mas ir além, gerar inovação tecnológica por meio de produtos de interesse para o agronegócio", avalia.

Os novos compostos estão sendo testados em maior escala no campo por parte de uma empresa start-up, que licenciou a patente do trabalho, depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O trabalho contou, na USP, com a contribuição de Mariana Pegrucci Barcelos, doutoranda orientada pelo professor Tomich, que realizou também com ele mestrado pelo projeto. Na UFSCar, além de André Alexandrino, houve também a participação de Beatriz Brambila, que recentemente defendeu o mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Genética Evolutiva e Biologia Molecular (PPGGEv-UFSCar), sob orientação da professora Novo-Mansur. Inibidores planejados pelo grupo do professor Tomich contra outra proteína-alvo da bactéria, também descoberta no grupo da UFSCar, estão sendo testados pela doutoranda Ana Carolina Franco Severo Martelli, sob orientação da professora Novo-Mansur pelo PPGGEv-UFSCar, e também estão apresentando resultados promissores, de acordo com a docente da Universidade.

Mais informações
O estudo da professora Maria Teresa M. Novo Mansur contou com o apoio da Fapesp, no período de 2009 a 2016, por meio de Projeto Jovem Pesquisador (processo 07/50910-2), e atualmente conta com o apoio de Projeto de Auxílio à Pesquisa, também da Fapesp (processo 2020/05529-3), ambos sob sua coordenação. O professor Carlos H. Tomich da Silva também conta com o apoio de Projeto de Auxílio à Pesquisa da Fapesp (processo 2023/01921-4), do qual é coordenador. O artigo que descreve a nova alternativa foi publicado na Revista Microbiology Spectrum, em https://journals.asm.org/doi/10.1128/spectrum.03673-23. O assunto também foi tema da Revista Pesquisa Fapesp em outubro de 2024 (https://revistapesquisa.fapesp.br/novos-compostos-serao-testados-contra-cancro-citrico/). Mais esclarecimentos sobre o estudo podem ser solicitados diretamente com a professora Maria Teresa M. Novo Mansur através do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Primeiro encontro, com cerca de 40 pesquisadores, teve sede na UFSCar

 

SÃO CARLOS/SP - Nos dias 5 e 6 de dezembro, foi realizado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) o I Encontro Anual INCT-PROBIAM Pharmaceuticals Amazonia 2024. O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) tem sede na Universidade Federal do Pará (UFPA) e conta com diversas instituições públicas nacionais parceiras, entre elas, a UFSCar. 

"São vários pesquisadores que estão se unindo aqui na UFSCAR, no primeiro encontro do INCT- Probiam Amazonia 2024, cujo objetivo é a prospecção de biocompostos da Amazônia e avaliação de doenças infecciosas, com o intuito de obter o desenvolvimento de produtos farmacêuticos", declarou a professora da UFPA, Marta Chagas Monteiro, Coordenadora do INCT-PROBIAM.

De acordo com ela, os pesquisadores abordaram, durante o evento, temas resultantes das pesquisas desenvolvidas no próprio INCT-PROBIAM. "Nós tivemos a aprovação do Projeto INCT em dezembro de 2023 e, neste ano, realizamos todos os testes in vitro com 71 produtos naturais provenientes da Amazônia, que foram distribuídos para os vários grupos de pesquisa no Brasil - cada grupo com a sua expertise em determinadas áreas de doenças infecciosas e parasitárias", destaca.  

Entre esses grupos está o Laboratório de Inflamação e Doenças Infecciosas (Lidi) da UFSCar, liderado pela professora Fernanda de Freitas Anibal, do Departamento de Morfologia e Patologia (DMP). 

"O INCT-PROBIAM - que é o INCT que busca prospectar produtos da Amazônia - faz muita correlação com o que nós viemos trabalhando durante esses últimos 15 anos na UFSCar. Então, sempre foi uma vontade do nosso grupo de pesquisa trabalhar com produtos naturais. Nós trabalhamos com algumas plantas da África, da Ásia e foi uma oportunidade", conta a docente Fernanda Anibal. "A professora Marta, que é a nossa coordenadora desse INCT, nos convidou há cerca de um ano e meio e o nosso grupo de pesquisa, hoje, tem a temática numa doença que é de impacto social no Brasil - a esquistossomose -, e nós não temos muitos pesquisadores trabalhando nisso". Segunda ela, o evento foi estratégico para a UFSCar pois "é também uma forma das pessoas conhecerem a nossa Universidade e visar possibilidades de novos parceiros e de novos colaboradores para que esse instituto cresça e permaneça dentro da ciência brasileira".

A professora da UFSCar presidiu a comissão organizadora do evento, que reuniu cerca de 40 pesquisadores estratégicos de vários estados brasileiros e do exterior - incluindo pesquisadores do Pará, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Paraná e da Harvard Medical School.

Mais pesquisas
A professora Marta Monteiro destacou que "os pesquisadores têm feito avaliação antileishmania, antitripanosoma, antitricomonas com os produtos naturais da Amazônia. Então, são vários parasitos e doenças que estão sendo investigados para uma nova terapia. E esses resultados serão, agora, neste evento, apresentados à comunidade cientifica. Para isso, o evento conta com consultores nacionais e também internacionais que irão avaliar esse resultado, e nós poderemos discutir qual o futuro do INCT. Então a ideia do encontro é planejar como será o ano de 2025, quais serão nossas próximas etapas, o que nós poderíamos adaptar, modificar no projeto INCT-PROBIAM".  

Segundo ela, o objetivo para 2025 é de que o grupo já obtenha os produtos. "Nós vamos apresentar alguns produtos que já vêm sendo desenvolvidos pela equipe da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), como nanoemulsões e hidrogéis, porque o nosso intuito é desenvolver produtos farmacêuticos para serem comercializados e para serem apresentados ao SUS, com uma perspectiva mais nacional e também mundial", avalia a coordenadora do INCT-PROBIAM.

Solenidade de abertura
Durante a solenidade de abertura, o professor Pedro Sergio Fadini, pró-reitor de pesquisa da UFSCar - que, na ocasião, representou a professora Ana Beatriz de Oliveira, Reitoria da Universidade - destacou a importância de um evento que trabalha "pensando em sustentabilidade, em melhoria na qualidade de vida humana, em preservação da vida aquática, da fauna e da flora. É muito importante e muito bom ver um número tão grande de pessoas se dedicando intensamente a isso".  

A solenidade, que ocorreu às 8h30 no auditório do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET) da UFSCar, ainda teve a presença da professora Isabela Aparecida de Oliveira Lussi, Diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da UFSCar, e do professor da UFPA, Pedro Romão, vice-coordenador do INCT-PROBIAM.

Confira os palestrantes e instituições que participaram do I Encontro Anual INCT-Probiam Pharmaceuticals Amazonia 2024 em https://bit.ly/3ZkzRiY

O que são INCTs?
O Programa Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCTs) se caracteriza por grandes projetos de pesquisa de longo prazo em redes nacionais e ou internacionais de cooperação científica, envolvendo pesquisadores e bolsistas das mais diversas áreas, para o desenvolvimento de projetos de alto impacto científico e de formação de recursos humanos. 

Cada um dos INCT atualmente em execução atuam em um tema de diferentes áreas do conhecimento, seja de Ciências Humanas, Biológicas, Exatas e Agrárias, envolvendo cerca de milhares de pesquisadores e bolsistas em temáticas complexas, estruturados em subprojetos, muitos dos quais descentralizados nos diferentes laboratórios e centros que integram a rede de pesquisa. 

Saiba mais sobre o INCT-PROBIAM no Instagram (@inctprobiam).

Artigo destaca como hábitos e oportunidades influenciam a saúde

 

SÃO CARLOS/SP - Como hábitos e oportunidades influenciam a saúde ao longo da vida? Um estilo de vida saudável pode trazer benefícios importantes na velhice, mas será que depende apenas de escolhas individuais ou, também, de oportunidades?

Este foi o tema do artigo mensal da coluna EnvelheCiência, de autoria de Grace Angélica de Oliveira Gomes, docente no Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A iniciativa, idealizada por Marcia Regina Cominetti, também docente no DGero, é uma parceria com o Instituto da Cultura Científica (ICC) da Instituição.

O intuito é divulgar informações - baseadas em evidências científicas - sobre o processo de envelhecimento, tornando assim o conhecimento e as descobertas importantes da área disponíveis para um público mais amplo.

Na publicação deste mês - "Estilo de vida saudável para pessoas idosas: oportunidade ou escolha?" -, Gomes reflete sobre como escolhas e contextos sociais afetam a saúde das pessoas idosas e destaca caminhos para um envelhecimento mais equilibrado e saudável.

O artigo está disponível para leitura no site do ICC, em https://bit.ly/envelheciencia-vida-saudavel.

Mais informações sobre o projeto EnvelheCiência estão disponíveis em https://www.icc.ufscar.br/pt-br/projetos/sementes-da-cultura-cientifica/coluna-envelheciencia.

Obra, escrita por pesquisadores da UFSCar, está disponível no formato e-book

 

SÃO CARLOS/SP - Os veículos elétricos surgiram como uma alternativa promissora para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e enfrentar os desafios climáticos em razão de terem motores alimentados por baterias ou células a combustível. A crescente procura por esses veículos nos últimos anos tem impulsionado a demanda por baterias de íons lítio, presentes no mercado desde os anos 90 e reconhecidas por apresentarem elevados valores de densidade energética e volumétrica, bem como longos ciclos de vida.
Esse assunto é o tema do e-book "Eletromobilidade: Estado Atual dos Veículos Elétricos e das Baterias de Íons Lítio", dos autores Nathan S. Moreira, graduado em Química pela UFSCar e atualmente mestrando em Química pela mesma Universidade; e Nerilso Bocchi e Romeu C. Rocha-Filho, ambos docentes do Departamento de Química (DQ) da UFSCar.

O e-book foi concebido a partir da monografia de Moreira, desenvolvida sob orientação de Bocchi. "Com o interesse despertado pelo tema durante a elaboração do trabalho, decidimos ampliar e transformar a monografia neste e-book, contando com a contribuição do professor Romeu", explicou Moreira. 

A obra oferece uma revisão bibliográfica concisa, clara e acessível sobre baterias de íons de lítio, abordando os principais materiais de eletrodo positivo, materiais de eletrodo negativo e eletrólitos. Além disso, os aspectos gerais das baterias utilizadas em veículos elétricos, os sistemas de carregamento e gerenciamento, bem como os dados recentes sobre a evolução dos veículos elétricos no Brasil e no mundo, também são explorados. 

"A publicação explora o papel central dos veículos elétricos e das baterias de íons lítio na transição energética global, abordando as tecnologias e sistemas envolvidos. Além disso, discute custos, vantagens, desvantagens, limitações e as perspectivas para a implementação e expansão desses veículos no futuro", afirmou o autor.

Entre os principais resultados apresentados na obra estão os principais materiais utilizados nos eletrodos positivos, negativos e eletrólitos das baterias de íons lítio; dados atualizados sobre veículos elétricos no Brasil e no mundo, incluindo vendas anuais, número de modelos disponíveis, evolução da demanda por baterias de íons lítio e participação dos principais países na mineração de elementos-chave; comparações entre os custos de rodagem e os custos a longo prazo de veículos elétricos e veículos a combustão; informações sobre os sistemas de carregamento e gerenciamento de baterias; e visão geral das baterias mais utilizadas, como as de chumbo-ácido e de íons lítio, destacando suas aplicações e características.

O e-book, dirigido aos interessados em veículos elétricos e todos aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre esses veículos, pode ser lido no smartphone, tablet ou computador, usando o aplicativo Kindle. Mais informações podem ser consultadas neste link (https://linktr.ee/eletromobilidade) e o e-book está disponível na Amazon (bit.ly/3ZzJeg0).

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