Temáticas tratam sobre essa nova era, vida e morte de espécies, consequências para o meio ambiente, dentre outras reflexões
SÃO CARLOS/SP - Você sabe o que significa Antropoceno? Já refletiu sobre as possíveis consequências das ações humanas no planeta? Essas e outras questões serão debatidas durante as mesas "De que falamos quando falamos de Antropoceno" e "Biodiversidade, morte e vida das espécies", que integram a programação do evento "Diálogos Avançados 2024", promovido pela parceria entre o Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Polo São Carlos do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP). Essas atividades acontecem no dia 16 de outubro, a partir das 14 horas, no Auditório do IEAE, na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. O evento é gratuito e as inscrições estão abertas a todo o público pelo site dialogos-avancados.org.
A mesa "De que falamos quando falamos de Antropoceno" será conduzida pelos professores José Eli da Veiga, professor sênior do IEA-USP, e Vera Alves Cepêda, docente do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, e abordará interpretações e debates em torno do conceito de Antropoceno, que tem se tornado central nas discussões sobre a influência humana no planeta. Em linhas gerais, o termo é usado por alguns cientistas para descrever o período mais recente na história do Planeta, designando uma nova época geológica caracterizada pelo impacto do homem na Terra. No entanto, há definições mais aprofundadas e nem todas as áreas do conhecimento concordam com a adoção do termo.
José Eli da Veiga explica que a pressão dos humanos sobre o conjunto dos ecossistemas da Terra aumentou com tremenda rapidez nos últimos 80 anos e o resultado mais óbvio é o aquecimento global, embora esteja bem longe de ser único. Esse acontecimento foi chamado pelos historiadores ambientais de "A Grande Aceleração". "Pesquisadores do nexo entre geosfera e biosfera pensam que ela deva ser entendida como o início de uma nova época da 'Escala do Tempo Geológico': depois da dezena de milênios de Holoceno, estaria sendo inaugurado o Antropoceno. A proposta foi muito bem acolhida pelos colegas das Humanidades, mas não pela comunidade dos geólogos", pontua o professor sênior do IEA-USP. Vera Cepêda indica que o Antropoceno é um termo "recente e decorre da crescente conscientização que foi se formando no último meio século quanto aos impactos da ação humana sobre a natureza e o risco de implosão das condições de sustentabilidade do planeta e da permanência da humanidade nele". A docente da UFSCar expressa que o Antropoceno é um termo ainda pouco conhecido, mas cresce rapidamente como tema imprescindível na agenda social.
A segunda mesa, "Biodiversidade, morte e vida das espécies", terá início às 16h15 e será apresentada por Hugo Sarmento, docente e pesquisador do Departamento de Hidrobiologia da UFSCar, e por Stelio Marras, professor e pesquisador em Antropologia do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP. Para Sarmento, o principal impacto da ação humana na biodiversidade está no uso do solo e a consequente destruição de habitats, mas ele elenca também as mudanças climáticas, a poluição, a extração de recursos naturais de forma não sustentável e a introdução de espécies exóticas invasoras. "As consequências para nós, humanos, são o comprometimento de determinados serviços ecossistêmicos, como a polinização, controle de pragas, purificação da água e regulação climática. A perda desses serviços pode comprometer a agricultura, abastecimento de água e saúde humana, mas também a segurança alimentar e, em última análise, afetar a estabilidade econômica e social", destaca.
Stelio Marras alerta para a importância de discernir os diferentes humanos. "Não são todos os humanos cujas atividades impactam negativamente a biodiversidade. É preciso, por exemplo, reconhecermos os serviços ecossistêmicos de povos da floresta na preservação de paisagens e biomas", destaca, complementando a necessidade das ciências naturais e humanas se figurarem no composto socioambiental que reoriente as ações e análises.
Diálogos Avançados
Esta primeira edição do evento ocorrerá entre os dias 15 e 17 de outubro, na UFSCar e na USP. Ao longo do três dias, os participantes explorarão temas como mudanças climáticas, perda de biodiversidade, crise dos recursos naturais e as desigualdades socioeconômicas exacerbadas pelo impacto humano. A atividade se configura como um espaço de troca de conhecimentos e experiências, promovendo a integração entre pesquisadores, estudantes e a sociedade em geral. O evento pretende ampliar a compreensão sobre como as ciências podem responder às crises contemporâneas, oferecendo uma plataforma para a construção coletiva de estratégias que possam guiar a humanidade em tempos de mudanças profundas.
A programação completa e o acesso às inscrições gratuitas estão no site https://dialogos-avancados.org
IV Seminário de Informação, Inovação e Sociedade é híbrido e gratuito
SÃO CARLOS/SP - Com o tema "Informação para a sociobiodiversidade: engajando pessoas, comunidades, culturas, economia e sustentabilidade", acontece de 22 a 25 de outubro o IV Seminário de Informação, Inovação e Sociedade (SIIS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O objetivo é divulgar e propor ações de pesquisa, articuladas diretamente com ações que reforcem e evidenciem a Informação como um elemento essencial para o fortalecimento do engajamento entre pessoas, comunidades, culturas, economia e sustentabilidade. Temas como a comunicação científica, gestão social estratégica, mudanças climáticas, saberes tradicionais e conhecimento científico estão na programação, que pode ser acessada no site do evento, em www.telescopium.ufscar.br/
O Seminário, gratuito e híbrido, contará com atividades presenciais, no Campus São Carlos da UFSCar, e também remotas, através do canal do PPGCI no YouTube (https://bit.ly/youtubePPGCI).
As inscrições na modalidade ouvinte podem ser feitas através do site, na opção "cadastro". Mais informações estão disponíveis em www.telescopium.ufscar.br/
O SIIS é um evento bianual, organizado e promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) e conta com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (PPGCTS), ambos da UFSCar.
Estudo convida voluntários, com e sem diagnóstico da doença, e seus cuidadores, para avaliação gratuita
SÃO CARLOS/SP - O Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está convidando pessoas - com mais de 60 anos, com ou sem queixas ou diagnóstico de Alzheimer - a participarem como voluntárias em estudo que integra esforços voltados ao diagnóstico precoce da doença e, assim, possibilidade de intervenções para retardar sua evolução. Especificamente, o estudo atual tem o objetivo de validar um biomarcador sanguíneo para detecção de Alzheimer e, para isso, precisa de pessoas voluntárias, com ou sem Alzheimer, que participarão de avaliação de Saúde gratuita, com coleta de sangue e exames cognitivos e funcionais. A equipe também analisa a sobrecarga sobre quem cuida de pessoas com Alzheimer e, assim, também convida cuidadores de pessoas que têm a doença à participação como voluntários na pesquisa.
As pesquisas são coordenadas por Marcia Cominetti, professora no Departamento de Gerontologia da UFSCar, e conta com a participação de outros docentes, estudantes e pesquisadores de pós-doutorado. O estudo atual é continuidade dos trabalhos para validação de um sensor eletroquímico para diagnóstico do Alzheimer, desenvolvido em parceria com Ronaldo Censi Faria, docente no Departamento de Química da UFSCar.
Cominetti conta que os procedimentos atuais para detecção de Alzheimer incluem exames de imagem (ressonância magnética) e outros que avaliam o líquido cefalorraquidiano (liquor). A proposta da pesquisa atual é validar um biomarcador sanguíneo que precisa apenas de uma coleta de sangue do paciente, sendo menos invasivo e de menor custo.Um dos biomarcadores de sangue que podem indicar a presença de Alzheimer é a proteína ADAM10, analisada na pesquisa da UFSCar. Marcia Cominetti expõe que "esses biomarcadores podem estar alterados em pessoas que ainda não têm sintomas da doença, já que ela inicia no cérebro até 20 anos antes dos sintomas clínicos", reforçando a importância do diagnóstico precoce e o quanto isso é fundamental para intervenções que possam retardar a progressão da doença.
Além disso, um segmento da pesquisa quer avaliar como é a sobrecarga do cuidador da pessoa que tem demência. Por esse motivo, a equipe também está recrutando cuidadores. Todos os participantes passarão por avaliação de saúde composta por coleta de sangue para análise bioquímica e avaliações cognitivas e funcionais. Para maior conforto das pessoas participantes, as coletas de sangue serão realizadas em domicílio por equipe especializada. As demais avaliações serão realizadas por profissionais capacitados, no LABEN, que fica no Departamento de Gerontologia, na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar.
Para desenvolver o estudo de validação de biomarcadores, a equipe está recrutando homens e mulheres, a partir dos 60 anos, que sejam saudáveis (sem queixa relacionada à memória) ou que tenham as queixas ou um diagnóstico de demência da doença de Alzheimer. Além disso, como registrado, são convidados à participação cuidadores de pessoas com demência. As pessoas interessadas devem entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone/WhatsApp (16) 99183-2461.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 64200522.5.0000.5504).
Alzheimer
O Alzheimer é o tipo de demência mais comum, correspondendo a cerca de 70% dos casos de demência e afeta, principalmente, pessoas idosas, causando perda progressiva da memória, além de dificuldades na realização de atividades diárias. Alguns sintomas podem sinalizar um declínio da cognição e indicam a necessidade de avaliação especializada. Dentre eles, estão: repetir várias vezes o mesmo assunto ou história; esquecer com frequência de eventos recentes, compromissos ou atividades diárias; ter dificuldades em encontrar palavras para expressar pensamentos ou seguir uma conversa; mudanças de humor repentinas ou intensas; perda do interesse em atividades que antes eram prazerosas; se perder durante caminhadas em lugares já conhecidos; e dificuldade de planejar e organizar tarefas que antes eram simples.
BRASÍLIA/DF - Professores e orientadores educacionais avaliam como positiva a possibilidade de o Ministério da Educação atuar para banir o uso de celular nas escolas públicas e privadas do país. Prevista para ser apresentada em outubro, essa e outras propostas podem ser adotadas com o objetivo de conter os prejuízos do uso excessivo de telas na infância e na adolescência.
Recentemente, o ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu essa ideia durante uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Na oportunidade, ele citou algumas pesquisas indicando que o uso dessas tecnologias, além de comprometer aprendizado e desempenho dos alunos, impactaria também a saúde mental de professores.
Orientadora educacional da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Marina Rampazzo explica que profissionais que trabalham com educação têm discutido muito esse assunto. “Nas conversas que temos com especialistas de diversas áreas vemos vários prejuízos causados pelo excesso do uso de telas, especialmente em crianças e adolescentes”, disse a pedagoga e psicóloga à Agência Brasil.
Ela lembra que este já era um problema percebido antes da pandemia, mas que, na sequência, se intensificou muito. Segundo ela, para dar conta de todas demandas acumuladas, muitos pais e mães delegaram os cuidados de seus filhos às telas.
“A pandemia deu um poder a mais para a tela. O problema já existia, mas havia um controle maior sobre tempo, espaço, conteúdo. Na medida em que entramos em uma pandemia e todos ficaram trancados dentro de casa, famílias se viram sem outras ferramentas para o jovem dentro de casa”, disse.
Ela acrescenta que não será fácil reverter esse quadro, mas que a escola terá papel decisivo nesse desafio. “Em primeiro lugar, pelo papel social que a escola representa, pensando educação como algo integral que vai além de repassar conteúdos, atuando também no campo cognitivo, desenvolvendo todos aspectos da vida”, explicou.
De acordo com Marina, essa discussão perpassa a escola porque a socialização é a forma mais eficiente para tirar o estudante da tela. “É na escola que ele passa boa parte do seu tempo. Se fora da escola eles ficam o tempo todo no celular, dentro da escola é a oportunidade para eles se relacionarem com outras pessoas, com livros de verdade e com atividades diversas de cultura, lazer e esporte”, argumentou.
Segundo a orientadora educacional Margareth Nogueira, do colégio privado Arvense, o uso excessivo de telas tem ampliado a antissociabilidade e o bullying nas escolas. “Entre os 10 e os 12 anos é muito importante que os estudantes usem o diálogo em seus três níveis de complexidade, que é o pensar, o refletir e o de consistência, com razões e contraposições a um tema”, explicou.
“Se ele não consegue entrar nesse nível, com argumentos, contra-argumentos e consensos, não há diálogo. O que vemos é que ouvir o outro tem sido, para eles, algo cada vez mais complexo. É muito importante que eles desenvolvam trocas, que se olhem olho no olho. Eles precisam de diálogo, interatividade e de troca de opiniões”, acrescentou.
Segundo ela, os celulares têm prejudicado também a visão dos estudantes. “Eles estão usando óculos cada vez mais cedo por conta do uso excessivo dessas telas”.
Outra preocupação dos educadores é com a relação viciante proporcionada pelos celulares em crianças e adolescentes.
“Muitos têm manifestado verdadeiras crises de abstinência quando afastados de seus celulares. Eles ficam mais agressivos, impacientes e intolerantes. É cada vez mais comum casos de meninos quebrando a casa inteira quando proibidos de usar o dispositivo”, relatou Marina Rampazzo.
Margareth Nogueira percebe também que, devido a esse “vício tecnológico”, os alunos têm chegado em sala mais agitados, impacientes e agressivos. “A competitividade entre eles também está mais alta, reflexo dos estímulos causados por jogos. A alimentação, a rotina e o sono estão cada vez mais prejudicados. Isso reflete diretamente no funcionamento cerebral”, disse.
“A verdade é que eles não têm maturidade nem resposta cerebral para usar o celular de forma sistemática. E, para piorar, nem sempre é possível que os adultos supervisionem de forma adequada o uso desses aparelhos”, complementou.
Caso se confirmem as medidas anunciadas pelo ministro, é importante que as escolas garantam uma estrutura suficiente que deem acesso aos materiais da internet considerados interessantes para uso em sala de aula. “Esse acesso deve ser por meio de ferramentas da escola, como computadores, por exemplo. Não pelos celulares dos estudantes. Todos sabemos como é difícil ter controle sobre a forma como eles usarão esses dispositivos”, argumentou Margareth.
Paralelamente, é importante que, em casa, outros estímulos independentes de telas sejam proporcionados pelas famílias “Áreas como arte, cultura, esporte e lazer podem ajudar, nesse sentido. Especialmente quando voltados à socialização”, acrescentou Marina.
PEDRO PEDUZZI - REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL
De acordo com literatura, mulheres têm até seis vezes mais chances de lesionar ligamentos do joelho se comparada a homens atletas
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa de mestrado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), pretende investigar se a força dos músculos isquiotibiais, quadríceps e glúteo médio de mulheres atletas pode ser fator preditivo da força que faz o joelho ir para dentro durante práticas esportivas que exijam mudança de direção (side-step cutting). A expectativa é que os resultados possam contribuir para intervenções que evitem lesões e qualifiquem a reabilitação dessas atletas. A pesquisa convida voluntárias para avaliações e testes gratuitos.
O estudo é conduzido pelo mestrando Viniciuis Bianquini, sob orientação de Fábio Serrão, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar. Os músculos isquiotibiais ficam na região posterior (atrás) da coxa, o quadríceps se encontra na região anterior (frente) da coxa e o glúteo médio está na região do quadril. O objetivo do estudo é compreender se a força desses músculos em mulheres atletas é fator preditivo da magnitude do momento externo abdutor do joelho (força que faz o joelho ir para dentro) durante uma tarefa que envolve uma corrida com mudança de direção, chamada side-step cutting. Esse tipo de tarefa ocorre principalmente com atletas que praticam esportes como futsal, handebol, basquete, flag, rugby, dentre outros. "Entender se existe uma relação entre as variáveis estudadas durante a tarefa de mudança de direção pode contribuir para um programa de prevenção de lesão e até mesmo abre portas para futuros estudos que envolvam os programas de reabilitação e prevenção de lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) em mulheres atletas", explica Bianquini.
O mestrando relata que na literatura já há evidências que indicam a predisposição maior das mulheres para esse tipo de lesão. "Mulheres atletas que participam de esportes que envolvem saltos e mudanças de direção possuem 4 a 6 vezes mais chances de lesionar o LCA quando comparadas aos homens atletas", pontua. Diante disso, a expectativa da pesquisa é que "as variáveis analisadas possuam correlação com a magnitude do momento externo abdutor do joelho, pressupondo que uma maior força muscular predispõe uma menor magnitude, logo um menor fator de risco para lesão de LCA, e assim, o contrário também é válido", expõe o pesquisador.
Para realizar a pesquisa, são convidadas mulheres atletas, entre 18 e 35 anos, que pratiquem esportes que exijam mudança de direção. As participantes passarão por testes e avaliações durante única visita ao DFisio. As interessadas devem preencher este formulário eletrônico (https://bit.ly/3ZAtQQZ) ou fazer contato pelo WhatsApp (16) 9775-2103. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE:78050824.6.0000.5504).
Atividade é gratuita e promovida pelo Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos da UFSCar
SÃO CARLOS/SP - No próximo dia 24 de setembro, o Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza a quarta conferência do ciclo "Universidade para o futuro". O evento é aberto a todo o público e abordará a temática "O futuro da universidade: políticas e pesquisas na formação de professores". A atividade é gratuita e tem início às 14h30, no auditório do edifício Sérgio Mascarenhas, na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. O evento também será transmitido pelo canal da UFSCar no YouTube (youtube.com/@UFSCarOficial).
O tema será apresentado por Maria da Graça Nicoletti Mizukami, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e professora aposentada do Departamento de Metodologia de Ensino da UFSCar, e por Patrícia Albieri Almeida, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas. A curadoria desta quarta edição do ciclo é das professoras Rosa Maria Moraes Anunciato, do Departamento de Teoria e Práticas Pedagógicas (DTPP), e Aline Reali, docente sênior do DTPP e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar.
De acordo com Anunciato, a importância da temática do evento está relacionada com a responsabilidade da universidade, especialmente de uma instituição pública, com a formação de professores para os diversos níveis da educação brasileira. "Esta é uma tarefa estratégica para a construção de uma sociedade democrática e justa. Além disso, a UFSCar é uma referência na pesquisa em formação de professores", destaca a curadora.
Aline Reali aponta que a discussão sobre as relações entre a pesquisa realizada nas universidades sobre a docência, sobre aprender a ensinar, atuar profissionalmente como um professor e as políticas públicas de formação de professores mostra-se fundamental numa sociedade complexa. "Isso possibilita a compreensão de processos de aprendizagem da docência, do papel das variáveis de contexto, dos limites e potencialidades de diferentes modelos de formação docente, entre outros aspectos.
Favorece o delineamento de programas formativos que respondam às necessidades educacionais contemporâneas e dos próprios professores", reflete Reali. "Para a universidade, as análises sobre a elaboração de políticas educacionais dirigidas para a formação de professores, sua implementação e desdobramentos compõem um campo para investigações em que, ao buscar responder aos desafios estabelecidos, amplia a sua inserção na sociedade a partir do incremento de seu acervo de conhecimentos científicos, que podem ser incorporados em suas ações dirigidas para a formação docente", complementa.
Universidade para o futuro
O ciclo teve início no ano passado e a iniciativa pretende refletir sobre como a universidade - no Brasil e no mundo - precisa se repensar a partir das várias crises que a sociedade enfrenta, como política, sanitária, de desinformação, além da emergência climática. Para Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, diretor do IEAE e professor do Departamento de Física (DF) da UFSCar, "a universidade é uma instituição que não mudou muito nos últimos séculos, e é preciso que se olhe de um novo ponto de vista, para que também a sociedade a veja de forma diferente, para que perceba sua relevância, busque o espaço acadêmico para compartilhar e buscar soluções para os seus problemas, confie no potencial do conhecimento especializado, dentre outras interações possíveis", expõe.
Obra, escrita por egressa do mestrado em Antropologia Social da UFSCar, foi lançada na Bienal de SP
SÃO CARLOS/SP - Sarah Moreno, egressa do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) e integrante do grupo de pesquisa Humanimalia - Antropologia das Relações Humano-Animais, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), lançou, no último dia 8 de setembro, na Bienal do Livro, em São Paulo, seu livro "A incômoda presença dos pombos no porto de Santos". O livro é resultado da pesquisa de mestrado desenvolvida pela autora no PPGAS/UFSCar no período de 2016 a 2019.
"O tema do estudo foi a relação entre pessoas e pombos na área da Antropologia das relações entre humanos e animais. A pesquisa foi realizada no porto de Santos, já que a alta movimentação de grãos ali fez com que a população de pombos aumentasse e gerasse incômodo às pessoas", explica Sarah Moreno; acompanhando o programa de controle dessas aves no porto, ela conseguiu "compreender diversas outras presenças incômodas nesse ambiente, como as instituições de fiscalização, a soja e o próprio porto em certo sentido".
"Pombos são animais que geralmente passam despercebidos pelas pessoas, ou apenas são percebidos quando incomodam", destaca a pesquisadora. "Nesse sentido, fazer uma pesquisa sobre esses animais foi um tanto desafiador, afinal, quem se interessa por pombos? Ao mesmo tempo foi uma experiência interessante, já que todo o mundo tinha algo a dizer sobre essas aves. Por fim, foi possível realizar um trabalho que mostrasse a realidade dos pombos - e outras presenças - no porto de forma bastante detalhada, além de explorar os pombos para além de somente um incômodo, mostrando todas suas possibilidades, inclusive em intervenções artísticas, até refletir sobre as disputas territoriais e arquiteturas hostis nas cidades".
Nesse contexto, a pesquisa se propôs a compreender o que é, e o que pode um pombo tanto na condição de um "animal-agente", quanto de um "animal-signo", explica a autora, "isto é, enquanto um ser ativo que age no mundo conjuntamente com tantos outros seres, e enquanto um símbolo, uma representação boa para se pensar as sociedades humanas".
Com o título "Presenças incômodas no porto de Santos: uma etnografia das relações entre humanos, pombos, grãos e outros sujeitos", a dissertação teve orientação do professor Felipe Vander Velden, do Departamento de Ciências Sociais (DCSo), e contou com apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Lançamento no Biena
O lançamento do livro "A incômoda presença dos pombos no porto de Santos" aconteceu no último dia 8 de setembro, às 11 horas, no estande da Editora Urutau, na 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. "Participar da Bienal como autora foi uma grande experiência! É o maior evento do gênero da América Latina, reunindo milhares de pessoas. Essa foi a primeira participação da Editora Urutau no evento e tive o grande prazer de estar com eles, conhecer outros autores, e de poder levar os pombos e a Antropologia nessa empreitada!", conta Sarah Moreno.
"Apesar de o foco da Bienal não ser tanto o diálogo e as trocas mais intimistas, foi muito interessante poder, em primeiro lugar, observar as reações das pessoas que passavam pelo estande da Urutau e viam os títulos. Houve quem dissesse ‘coitado dos pombos!’. Mas também foi muito gratificante ver que minha pesquisa despertava o interesse das pessoas e ter a oportunidade de comunicar um pouco de minha experiência e ter meu trabalho reconhecido".
O livro, disponível em formato físico, pode ser adquirido pelo site da Editora Urutau (https://editoraurutau.com/
Sobre a autora
Sarah Moreno é doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com período sanduíche na Universitat de Barcelona (UB), na Espanha. Possui mestrado em Antropologia Social e graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Investiga as relações entre humanos e animais em contextos rurais e urbanos com especial interesse nos animais que podem ser considerados pragas e gerar incômodos aos humanos - como pombos e javalis. É pesquisadora do grupo de pesquisa Humanimalia da UFSCar (https://www.
Projeto de Iniciação Científica da UFSCar convida voluntárias para avaliação e orientação gratuitas
SÃO CARLOS/SP - Um projeto de Iniciação Científica, desenvolvida no Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tem por objetivo compreender o perfil de dor de mulheres com dismenorreia primária (cólica menstrual) em diferentes momentos do ciclo menstrual. O estudo convida voluntárias para avaliação e orientação gratuitas, que acontecerão no Laboratório de Pesquisa em Saúde da Mulher (Lamu) da Universidade. O estudo é realizado pela graduanda Marthynara Barbosa da Silva, sob orientação de Mariana Arias Avila, docente do DFisio.
A dismenorreia, popularmente conhecida como cólica menstrual, é considerada primária quando não está associada a uma doença ginecológica. Passa a ser considerada secundária quando há doenças relacionadas, como endometriose, adenomiose e síndrome dos ovários policísticos, por exemplo. "Acredita-se que a dismenorreia primária pode tornar a mulher mais sensível à dor durante a sua ocorrência, não somente na região do baixo ventre, como também em áreas diferentes. No entanto, sabe-se que existem muitas mulheres que, por causa da dismenorreia primária, ficam com maior sensibilidade à dor mesmo fora do período menstrual", explica pesquisadora, citando um estudo realizado pelo grupo de pesquisa da UFSCar que evidenciou que a cólica presente desde a adolescência aumenta a chance da mulher ter sensibilização central, um fenômeno que leva a essa maior sensibilidade a diversos estímulos, e também à dor. "Portanto, conhecer o perfil de dor de mulheres durante a cólica, e fora desse período, pode nos ajudar a entender melhor como a cólica pode ser tratada, inclusive pela Fisioterapia", complementa Marthynara Silva.
A expectativa da pesquisa é encontrar uma relação entre a intensidade da cólica menstrual e a presença de sensibilização central, que pode ocasionar o aumento da percepção da dor nas mulheres. De acordo com a graduanda, os resultados da pesquisa serão importantes para nortear a prática clínica dos profissionais que atuam com saúde da mulher, inclusive fisioterapeutas, bem como estimular a busca de estratégias de controle e manejo da dor menstrual tanto para as mulheres que têm a sensibilização central quanto para as que não têm.
Para realizar o estudo estão convidadas mulheres, de 18 a 45 anos, que tenham cólica menstrual (dismenorreia primária) para passarem por avaliação durante duas visitas ao Lamu e para receberem orientação sobre essa condição. As interessadas devem preencher este formulário eletrônico (https://bit.ly/3B0u5La). Outras informações sobre o estudo podem ser solicitadas à pesquisadora pelo telefone (16)99614-7176 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Evento gratuito abordará implicações sociais, ambientais e éticas desta nova era
SÃO CARLOS/SP - Entre os dias 15 e 17 de outubro acontece a primeira edição do evento "Diálogos Avançados", que inaugura a parceria entre o Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Polo São Carlos do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP). A atividade será realizada anualmente no mês de outubro, organizada a partir de temas estratégicos e transversais, colocando em diálogo pesquisadores das duas instituições e o público. Nesta primeira edição, o evento discute "As Ciências diante do Antropoceno", em atividades que acontecem nos campi da USP e da UFSCar na cidade de São Carlos (SP).
De acordo com Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, diretor do IEAE-UFSCar, "o tema escolhido vem ao encontro das grandes necessidades do mundo atual. A universidade, como lugar do pensamento e da reflexão, deve ter este tema entre os pontos principais de sua pauta, pois requer expertise de profissionais de diferentes áreas do conhecimento. A ideia dos Diálogos Avançados é não só refletir, mas encontrar diretrizes e caminhos para esse grande desafio da humanidade", afirma Oliveira.
David Sperling, vice-coordenador do Polo São Carlos do IEA-USP, aponta que os "Diálogos Avançados" visam tratar, de forma conjunta e de maneira interdisciplinar, temas emergentes em um mundo cada vez mais complexo e que requer novas abordagens das ciências. "Para inaugurar os Diálogos pensamos ser fundamental atentarmos para o contexto do novo regime climático e o papel dos humanos na crise ambiental planetária, que requer enfrentamentos em diversas escalas, inclusive a local", pontuou, destacando também a importância da parceria entre os dois Institutos: "Temos certeza que esta sinergia entre os institutos trará muitos frutos para a produção de conhecimento, assim como para a cidade, pois um de nossos focos serão as políticas públicas", complementou.
Ao longo dos três dias, os participantes explorarão temas como mudanças climáticas, perda de biodiversidade, crise dos recursos naturais e as desigualdades socioeconômicas exacerbadas pelo impacto humano. Além de diagnosticar os problemas, a proposta é também refletir sobre perspectivas que possam contribuir para um futuro mais sustentável e equitativo. A intersecção entre ciência, tecnologia e sociedade será um eixo central das discussões, enfatizando a necessidade de colaboração entre os saberes para enfrentar os desafios globais do Antropoceno - termo utilizado para descrever o período mais recente da história do Planeta, caracterizado pelo impacto do homem na Terra.
Os "Diálogos Avançados 2024" se configuram como um espaço de troca de conhecimentos e experiências, promovendo a integração entre pesquisadores, estudantes e a sociedade em geral. O evento pretende ampliar a compreensão sobre como as ciências podem responder às crises contemporâneas, oferecendo uma plataforma para a construção coletiva de estratégias que possam guiar a humanidade em tempos de mudanças profundas.
Programação
O evento tem início no dia 15 de outubro, às 18h, com a mesa de abertura que terá a presença de Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, diretor do IEAE-UFSCar, Roseli de Deus Lopes, diretora do IEA-USP, Elisabete Moreira Assaf e David Sperling, coordenadora e vice-coordenador do Polo São Carlos do IEA-USP. Na sequência, o convidado Casé Angatu fará a palestra de abertura. Angatu é indígena, historiador e doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Ele também é professor na Universidade Estadual de Santa Cruz e na Universidade Federal do Sul da Bahia, ambas na Bahia. A abertura do evento acontece no Anfiteatro Jorge Caron, da USP São Carlos (Área 1).
No dia 16 de outubro, das 14h às 15h45, o tema "De que falamos quando falamos de Antropoceno" será debatido por José Eli da Veiga, professor do IEA-USP, e por Vera Alves Cepêda, professora do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar. Na sequência, das 16h15 às 18h, a temática "Biodiversidades: morte e vida das espécies", será conduzida por Stelio Marras, professor de Antropologia do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP, e por Hugo Sarmento, professor do Departamento de Hidrobiologia da UFSCar. As atividades desta tarde acontecem no auditório do edifício Sérgio Mascarenhas, sede do IEAE-UFSCar, área Norte do Campus São Carlos.
As atividades do último dia do evento acontecem a partir das 14h, no Anfiteatro Jorge Caron, da USP São Carlos (Área 1). O primeiro tema será "Vida e Energia", apresentado por Sonia Maria Barros de Oliveira, professora do Instituto de Geociências da USP, e por Ernesto Pereira, professor do Departamento de Química da UFSCar. Na sequência, a "Urbanização planetária: ecologias e desigualdades" será o tema da última mesa, conduzida pelos professores Marcel Fantin, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP, e Maria Aparecida de Moraes Silva, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar.
O evento é gratuito e aberto ao público em geral. As informações completas e link para inscrição estão em http://dialogos-avancados.org.
Pesquisas premiadas são das áreas de Química, Terapia Ocupacional e Engenharia
SÃO CARLOS/SP - A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou os resultados preliminares do Prêmio Capes de Tese 2024, com as melhores teses defendidas em 2023. A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) foi agraciada com duas premiações e uma menção honrosa.
Na área de Química, o prêmio foi para o trabalho intitulado "Desenvolvimento de um magnetoimunoensaio microfluído com detecção eletroquímica para diagnóstico de hanseníase", de Sthéfane Valle de Almeida, pelo Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ), com orientação de Ronaldo Censi Faria, docente no Departamento de Química (DQ), e coorientação de Juliana Ferreira de Moura, docente no Departamento de Patologia Básica da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O estudo desenvolveu um método para detecção de anticorpos relacionados à hanseníase, visando facilitar a identificação de casos positivos. A pesquisa também conseguiu diferenciar os pacientes com hanseníase multibacilar (que apresentam maior carga de bacilos e mais sintomas) daqueles com hanseníase paucibacilar (menos bacilos e menos sintomas). Isso permite não só a detecção da doença, mas também sua classificação, algo importante para a orientação do tratamento.
Almeida destaca o fato de o trabalho abordar uma doença negligenciada. "Embora seja antiga, a hanseníase ainda é um problema de saúde pública, especialmente no Brasil, que ocupa o segundo lugar mundial com maior número de novos casos. Esse reconhecimento reforça a importância de aprofundar os estudos sobre a doença", avalia a pesquisadora.
Segundo o orientador, Faria, a perspectiva é avançar nos testes para disponibilizar o método no Sistema Único de Saúde (SUS), em parceria com o Ministério da Saúde.
Mais informações sobre o estudo podem ser conferidas em matéria no Portal da UFSCar (www.ufscar.br/noticia?codigo=
Na área de Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, foi premiada a tese "Manifesto Negro: experiências negras da formação à prática em terapia ocupacional", de Alekin Ambrosio, pelo Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional (PPGTO), sob orientação de Carla Regina Silva, docente no Departamento de Terapia Ocupacional (DTO). O estudo investigou o impacto do racismo na formação de terapeutas ocupacionais negras e negros.
"A pesquisa teve uma composição metodológica que possibilitou confirmar a importância das ações afirmativas para o ingresso de pessoas negras no Ensino Superior, e também apresentar um cenário muito ruim de permanência e violência racial que ainda precisa ser enfrentado nos contextos universitários, em múltiplas camadas: institucional, relacional, interpessoal", sintetiza Ambrosio. Também desenvolveu o conceito de "racismo rizomático", ferramenta proposta para analisar a composição daquilo que se entende como racismo estrutural, racismo institucional, racismo interpessoal e racismo cotidiano, de forma interligada e indissociável.
Para a orientadora, Carla Silva, a tese soma qualidades essenciais em um trabalho acadêmico: "rigor metodológico, referencial conceitual qualificado e bem articulado e respostas às demandas urgentes da sociedade, apresentando caminhos de combate à luta antirracista".
Por fim, a menção honrosa foi concedida à tese "Design de ligas multicomponentes do sistema Ti-V-Nb-M (M = Cr, Co E Ni) para armazenagem de hidrogênio", da área de Engenharias II, e autoria de Bruno Hessel Silva. Desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEM), teve orientação de Guilherme Zepon, docente no Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa). O estudo foca no desenvolvimento de materiais capazes de armazenar hidrogênio de forma segura, algo essencial para torná-lo mais atrativo em aplicações no setor de energia.
"Alguns metais e ligas conseguem armazenar hidrogênio em pequenos volumes, o que gera um grande interesse no desenvolvimento desses materiais. Entretanto, otimizar a composição química (quantidade de cada elemento metálico na liga) é uma tarefa complexa para ligas que contém vários elementos metálicos (ligas multicomponentes)", explica Hessel Silva.
Na tese, foram exploradas ferramentas e modelos computacionais para prever as características dessas ligas e calcular em quais condições de pressão e temperatura elas armazenariam hidrogênio de forma mais eficiente. "Isso nos permitiu diminuir tempo, energia, matéria-prima e outros recursos necessários para sintetizar ligas com boa performance em diferentes tipos de aplicações", detalha.
O orientador, Zepon, destaca que o projeto traz avanços significativos no desenvolvimento de soluções tecnológicas para o armazenamento e transporte de hidrogênio de baixa emissão de carbono, contribuindo para o enfrentamento de problemas atuais, como as mudanças climáticas.
Reconhecimento
Pedro Fadini, Pró-Reitor de Pesquisa da UFSCar, ressalta a importância desse reconhecimento para a Universidade. "Receber o Prêmio Capes de Tese é motivo de orgulho e evidencia a contribuição da Universidade para o avanço da Ciência e para a melhoria da qualidade de vida da população. As teses laureadas reforçam a qualidade de nossas pesquisas em campos essenciais como Saúde, Tecnologia e Inclusão Social".
Em relação às áreas da UFSCar agraciadas pelo Prêmio, Rodrigo Constante Martins, Pró-Reitor de Pós-Graduação da Instituição, atribui ao fato de os programas manterem a excelência ao longo dos anos. "O PPGCEM, pioneiro no Brasil, acaba de completar 45 anos; o PPGTO foi um dos primeiros da área no País; e o PPGQ, com seus 44 anos, se mantém entre os principais centros de pesquisa em Química. Essas premiações demonstram a força da nossa pós-graduação e o impacto dos programas inovadores que desenvolvemos ao longo dos anos."
Os orientadores enfatizam fatores que perpassam as distinções: além da dedicação e formação sólida dos estudantes, a infraestrutura e o bom desempenho dos programas de pós-graduação da UFSCar e a troca de conhecimentos com pesquisadores de diferentes áreas e países.
"O DEMa possui um parque de equipamentos de nível internacional, o que nos permite realizar pesquisa de ponta. Isso é resultado do trabalho árduo das pessoas que compõem o Departamento e o Programa que, ao longo de sua história, contribuíram para montar a infraestrutura disponível hoje", exemplifica Zepon.
"Este prêmio é inédito para o PPGQ e mostra a importância de estudos interdisciplinares, que demandam esforços maiores. No caso da nossa pesquisa sobre o diagnóstico da hanseníase, integramos áreas como Química, Saúde, Biologia e Farmácia, essenciais para o avanço do conhecimento", conclui Faria.
Por fim, Carla Regina Silva avalia que a distinção reforça a confiança na trajetória de qualidade do PPGTO. "Sendo um dos primeiros programas da área a serem criados no Brasil e na América Latina, nos consolidamos como referência nacional e internacional. Isso amplia não apenas nossa visibilidade, mas também a relevância e o impacto das pesquisas desenvolvidas aqui", destaca.
A lista completa com os resultados preliminares do Prêmio Capes de Tese 2024 pode ser conferida em https://bit.ly/3XkOLFe.
Sobre o Prêmio Capes de Tese
Criado em 2005 e entregue pela primeira vez em 2006, o Prêmio Capes de Tese reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros de acordo com os seguintes critérios: originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato.
Os autores das teses selecionadas receberão bolsa de até um ano para estágio pós-doutoral em instituição nacional, certificado e medalha. Os orientadores ganharão um prêmio no valor de até R$ 3 mil, além de certificado, oferecido também aos coorientadores e aos programas de pós-graduação nos quais os trabalhos foram defendidos.
A solenidade de entrega ocorrerá em dezembro. Mais informações estão disponíveis no site da iniciativa (https://www.gov.br/capes/pt-
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