Estudo busca voluntários para testes e acompanhamento gratuitos
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa de pós-doutorado, desenvolvida na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tem como objetivo validar um instrumento de qualidade de vida, avaliar a capacidade funcional e a participação de atividades diárias de pessoas que têm doença intersticial pulmonar (fibrose pulmonar). O estudo convida voluntários com a doença para participarem de testes e acompanhamento gratuitos.
A pesquisa é conduzida pela pós-doutoranda Vanessa Pereira de Lima, sob coordenação de Valéria Amorim Pires di Lorenzo, professora do Departamento de Fisioterapia da UFSCar. O projeto tem a participação de outro pesquisadores da pós-graduação em Fisioterapia da Instituição, da Unidade Saúde Escola (USE) da UFSCar, além da parceria com a Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), de Diamantina (MG).
Vanessa Lima explica que fibrose pulmonar é uma doença caracterizada pelo enrijecimento do tecido pulmonar, que leva a sintomas como falta de ar, tosse seca, diminuição da capacidade de executar atividades do dia a dia, dentre outros. "Pode não ter causa definida, mas pode ser associada à síndrome pós Covid-19, doenças reumatológicas, além de também estar relacionada a pessoas que trabalham em fábricas de cerâmicas, carvoarias, mineração, devido à inalação de fumaças tóxicas", complementa.
Os objetivos da pesquisa consistem em validar um instrumento de qualidade de vida na população portadora da doença; avaliar a capacidade funcional das pessoas - força muscular, capacidade de exercício e função pulmonar -; e avaliar a participação do indivíduo em suas atividades diárias. "Além disso, os participantes responderão um questionário e passarão pelas mesmas avaliações após seis meses, para acompanharmos a evolução da doença", detalha Lima.
De acordo com a pesquisadora, a relevância do estudo está na validação do questionário como instrumento de avaliação e no acompanhamento da evolução do paciente.
"Nossa expectativa é que o questionário seja válido nesta população e que o seguimento destes indivíduos possa nos auxiliar no manejo destes pacientes na reabilitação pulmonar, conhecendo sua evolução ao longo do tempo e as suas limitações", destaca a pós-doutoranda.
Para desenvolver a pesquisa, estão sendo convidados voluntários, homens ou mulheres, a partir de 18 anos, com diagnóstico de fibrose pulmonar. Os participantes serão avaliados presencialmente na UFSCar e, ao final, receberão um relatório das avaliações e o resultado da espirometria (exame que analisa o fluxo de ar na inspiração e na expiração). As pessoas interessadas em participar da pesquisa devem entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo Whatsapp (16) 99993-5859. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 82419524.2.1001.5108).
Iniciativa integra ações de divulgação científica de rede de pesquisa para combate às plantas daninhas, composta por cinco universidades federais
SÃO CARLOS/SP - Com o objetivo de incentivar a curiosidade e o pensamento crítico nas crianças, o projeto de extensão "Pequenos Cientistas", do Colégio de Aplicação (CAU) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), promove atividades práticas e lúdicas com foco na educação científica.
Uma das ações realizadas com turmas do Ensino Fundamental foi a compostagem, um processo natural de decomposição de resíduos orgânicos - como restos de comida e folhas -, que se transformam em um material rico em nutrientes, utilizado como fertilizante. A prática foi desenvolvida nos espaços da Universidade e permitiu às crianças explorarem o ciclo de decomposição e os benefícios ambientais do reaproveitamento desses resíduos.
"Nosso objetivo é mostrar aos pequenos e às pequenas que a Ciência está presente em tudo ao seu redor. Atividades como a compostagem são formas de despertar a consciência ambiental e estimular o interesse por práticas sustentáveis desde cedo", explica Elisângela Ferreira Sentanin, docente do Ensino Básico, Técnico, Tecnológico (EBTT) do CAU.
A iniciativa vai além do aprendizado em sala de aula, pois também busca envolver as famílias e demonstrar como a Ciência pode transformar a realidade das pessoas. A prática educativa reforça o compromisso da Universidade em promover o diálogo entre o meio acadêmico e a comunidade.
A compostagem integra as ações de divulgação científica de um projeto conectado a uma rede nacional de pesquisa sobre plantas daninhas, coordenada por Márcio Weber Paixão, docente no Departamento de Química (DQ) da UFSCar. Essa rede reúne cinco universidades federais - além da UFSCar, as universidades federais de Santa Catarina (UFSC), Federal Fluminense (UFF), do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Goiás (UFG) - para o desenvolvimento de novos produtos e processos de controle fitossanitário, com foco em biodefensivos.
Os biodefensivos são alternativas sustentáveis aos herbicidas comerciais, que, muitas vezes, apresentam alto impacto ambiental e na saúde humana. "A ideia é desenvolver compostos inovadores que utilizam resíduos renováveis, como biomassa de madeira e cana-de-açúcar, para combater plantas daninhas de maneira eficiente e ecológica. O objetivo é criar produtos seletivos, que protejam as culturas agrícolas sem prejudicar o meio ambiente", destaca Paixão.
Ao contribuir para práticas agrícolas mais sustentáveis, o projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente ao ODS 2, que busca a erradicação da fome e o avanço de uma agricultura sustentável.
Mais informações sobre o projeto em rede estão disponíveis no Portal da UFSCar, em bit.ly/ufscar-daninhas.
Confira a reportagem em vídeo sobre o "Pequenos Cientistas" no canal do YouTube da UFSCar (youtube.com/watch?v=
Estudo inédito utiliza moléculas orgânicas derivadas de açúcares como ingredientes ativos para defensivos agrícolas mais sustentáveis
SÃO CARLOS/SP - Está sendo desenvolvido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em conjunto com outras instituições, um trabalho voltado para a busca por novos insumos de combate ao cancro cítrico. A doença, que atinge as lavouras de citros - como limão e laranja - é combatida há décadas pela pulverização de cobre, metal tóxico e deletério para o meio ambiente.
A pesquisa foi iniciada por volta de 2009, sob coordenação da professora Maria Teresa Marques Novo Mansur, do Departamento de Genética e Evolução (DGE) da UFSCar, pela busca, por meio de análise proteômica [de proteínas] combinada à análise genética, de proteínas-alvo na bactéria que estivessem envolvidas com sua capacidade de causar a doença. Um dos alvos encontrados na superfície celular foi a proteína denominada XanB. O grupo demonstrou mais recentemente que moléculas orgânicas derivadas de carboidratos, inibidoras da proteína-alvo XanB, eram eficientes no controle da doença e poderiam ser ingredientes ativos para novos defensivos agrícolas.
O trabalho de Novo-Mansur - que é líder do grupo de pesquisa do Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular Aplicada (LBBMA) da UFSCar (www.lbbma.ufscar.br/pt-br) - é desenvolvido com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e colaboração do grupo do professor Carlos Henrique Tomich de Paula da Silva, da Universidade de São Paulo (USP), que realizou o planejamento das moléculas inibidoras por abordagem computacional, e do grupo do pesquisador Franklin Behlau, do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) de Araraquara, que colaborou nos testes in vivo.
O que é o cancro cítrico
O cancro cítrico é uma doença causada pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri, que afeta diversas espécies de citros; é caracterizada pelo aparecimento de lesões corticosas, que são erupções de aspecto áspero e elevado nas folhas, frutos e ramos das plantas. Essas lesões podem ser circundadas por halos amarelos, resultantes do decréscimo de clorofilas nas áreas infectadas, e os tecidos afetados podem expelir bactérias que se espalham facilmente pelo vento e pela chuva. As plantas contaminadas podem sofrer queda prematura de folhas e frutos, o que reduz a qualidade dos frutos e a produtividade, afetando o potencial econômico da citricultura.
De acordo com a pesquisadora da UFSCar, o prejuízo causado pelo cancro cítrico para a agricultura é amenizado por medidas de manejo e, principalmente, por meio da pulverização de soluções de cobre nos pomares infectados. "No entanto, esse controle gera custo superior a R$ 200 milhões por safra, além de causar impacto ambiental devido à toxicidade do metal. Além disso, já foram identificadas linhagens bacterianas resistentes ao cobre, o que diminui a eficiência desse controle", explica o André Vessoni Alexandrino, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da UFSCar que foi orientado da professora Novo-Mansur na UFSCar nesse projeto.
Outras medidas de controle, segundo a pesquisadora, incluem a erradicação de plantas contaminadas e o uso de quebra-ventos para reduzir a disseminação da doença. Dada a ineficácia dessas medidas para a cura definitiva e os impactos ambientais, pesquisadores e agricultores buscam novas alternativas, como o desenvolvimento de cultivares mais resistentes, agentes que possam agir como controle biológico e compostos que possam controlar a doença de forma mais sustentável.
Avanços das pesquisas
"O principal diferencial da nossa pesquisa é que utilizamos uma abordagem inédita para a busca de uma alternativa de controle do cancro cítrico, a qual nos possibilitou chegar a moléculas que interferem de modo bastante específico na interação do patógeno com a planta e são de baixa ou nenhuma toxicidade ao ser humano, em contraposição ao cobre utilizado atualmente nas lavouras", destaca a professora da UFSCar. "Temos a expectativa de que essas moléculas, que são derivadas de carboidratos, possam se constituir em uma alternativa ecologicamente atrativa, sendo biodegradáveis e não interferindo com a microbiota do solo, causando assim menor impacto ambiental, e sejam também economicamente viáveis para utilização comercial no campo. A abordagem multidisciplinar utilizada, com metodologias complementares advindas de colaboradores de diferentes áreas do conhecimento, voltada para um objetivo comum, nos possibilitou não estacionar na ciência básica, que por si só já tem seu valor, mas ir além, gerar inovação tecnológica por meio de produtos de interesse para o agronegócio", avalia.
Os novos compostos estão sendo testados em maior escala no campo por parte de uma empresa start-up, que licenciou a patente do trabalho, depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O trabalho contou, na USP, com a contribuição de Mariana Pegrucci Barcelos, doutoranda orientada pelo professor Tomich, que realizou também com ele mestrado pelo projeto. Na UFSCar, além de André Alexandrino, houve também a participação de Beatriz Brambila, que recentemente defendeu o mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Genética Evolutiva e Biologia Molecular (PPGGEv-UFSCar), sob orientação da professora Novo-Mansur. Inibidores planejados pelo grupo do professor Tomich contra outra proteína-alvo da bactéria, também descoberta no grupo da UFSCar, estão sendo testados pela doutoranda Ana Carolina Franco Severo Martelli, sob orientação da professora Novo-Mansur pelo PPGGEv-UFSCar, e também estão apresentando resultados promissores, de acordo com a docente da Universidade.
Mais informações
O estudo da professora Maria Teresa M. Novo Mansur contou com o apoio da Fapesp, no período de 2009 a 2016, por meio de Projeto Jovem Pesquisador (processo 07/50910-2), e atualmente conta com o apoio de Projeto de Auxílio à Pesquisa, também da Fapesp (processo 2020/05529-3), ambos sob sua coordenação. O professor Carlos H. Tomich da Silva também conta com o apoio de Projeto de Auxílio à Pesquisa da Fapesp (processo 2023/01921-4), do qual é coordenador. O artigo que descreve a nova alternativa foi publicado na Revista Microbiology Spectrum, em https://journals.asm.org/doi/
Artigo destaca como hábitos e oportunidades influenciam a saúde
SÃO CARLOS/SP - Como hábitos e oportunidades influenciam a saúde ao longo da vida? Um estilo de vida saudável pode trazer benefícios importantes na velhice, mas será que depende apenas de escolhas individuais ou, também, de oportunidades?
Este foi o tema do artigo mensal da coluna EnvelheCiência, de autoria de Grace Angélica de Oliveira Gomes, docente no Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A iniciativa, idealizada por Marcia Regina Cominetti, também docente no DGero, é uma parceria com o Instituto da Cultura Científica (ICC) da Instituição.
O intuito é divulgar informações - baseadas em evidências científicas - sobre o processo de envelhecimento, tornando assim o conhecimento e as descobertas importantes da área disponíveis para um público mais amplo.
Na publicação deste mês - "Estilo de vida saudável para pessoas idosas: oportunidade ou escolha?" -, Gomes reflete sobre como escolhas e contextos sociais afetam a saúde das pessoas idosas e destaca caminhos para um envelhecimento mais equilibrado e saudável.
O artigo está disponível para leitura no site do ICC, em https://bit.ly/envelheciencia-
Mais informações sobre o projeto EnvelheCiência estão disponíveis em https://www.icc.ufscar.br/pt-
Obra, escrita por pesquisadores da UFSCar, está disponível no formato e-book
SÃO CARLOS/SP - Os veículos elétricos surgiram como uma alternativa promissora para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e enfrentar os desafios climáticos em razão de terem motores alimentados por baterias ou células a combustível. A crescente procura por esses veículos nos últimos anos tem impulsionado a demanda por baterias de íons lítio, presentes no mercado desde os anos 90 e reconhecidas por apresentarem elevados valores de densidade energética e volumétrica, bem como longos ciclos de vida.
Esse assunto é o tema do e-book "Eletromobilidade: Estado Atual dos Veículos Elétricos e das Baterias de Íons Lítio", dos autores Nathan S. Moreira, graduado em Química pela UFSCar e atualmente mestrando em Química pela mesma Universidade; e Nerilso Bocchi e Romeu C. Rocha-Filho, ambos docentes do Departamento de Química (DQ) da UFSCar.
O e-book foi concebido a partir da monografia de Moreira, desenvolvida sob orientação de Bocchi. "Com o interesse despertado pelo tema durante a elaboração do trabalho, decidimos ampliar e transformar a monografia neste e-book, contando com a contribuição do professor Romeu", explicou Moreira.
A obra oferece uma revisão bibliográfica concisa, clara e acessível sobre baterias de íons de lítio, abordando os principais materiais de eletrodo positivo, materiais de eletrodo negativo e eletrólitos. Além disso, os aspectos gerais das baterias utilizadas em veículos elétricos, os sistemas de carregamento e gerenciamento, bem como os dados recentes sobre a evolução dos veículos elétricos no Brasil e no mundo, também são explorados.
"A publicação explora o papel central dos veículos elétricos e das baterias de íons lítio na transição energética global, abordando as tecnologias e sistemas envolvidos. Além disso, discute custos, vantagens, desvantagens, limitações e as perspectivas para a implementação e expansão desses veículos no futuro", afirmou o autor.
Entre os principais resultados apresentados na obra estão os principais materiais utilizados nos eletrodos positivos, negativos e eletrólitos das baterias de íons lítio; dados atualizados sobre veículos elétricos no Brasil e no mundo, incluindo vendas anuais, número de modelos disponíveis, evolução da demanda por baterias de íons lítio e participação dos principais países na mineração de elementos-chave; comparações entre os custos de rodagem e os custos a longo prazo de veículos elétricos e veículos a combustão; informações sobre os sistemas de carregamento e gerenciamento de baterias; e visão geral das baterias mais utilizadas, como as de chumbo-ácido e de íons lítio, destacando suas aplicações e características.
O e-book, dirigido aos interessados em veículos elétricos e todos aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre esses veículos, pode ser lido no smartphone, tablet ou computador, usando o aplicativo Kindle. Mais informações podem ser consultadas neste link (https://linktr.ee/
HUDPEDCARE é liderado por docente da Instituição e envolve universidades da África, América Latina e Europa
SÃO CARLOS/SP - Identificar e implementar ações transformadoras de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em universidades africanas e latino-americanas para facilitar a integração, a criação de conhecimento e a cooperação acadêmico-científica sobre Humanização dos Cuidados com a Dor Pediátrica (HPPC). Este é o objetivo principal do "HUDPEDCARE - O ensino superior como motor da humanização dos cuidados em dor pediátrica", projeto internacional financiado pela União Europeia (UE), por meio do programa Erasmus+. A iniciativa é liderada pela professora Esther Ferreira, do Departamento de Medicina (DMed) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que está em pós-doutorado na Espanha.
O projeto envolve 15 universidades de oito países - Brasil, Peru, Moçambique, Cabo Verde, Espanha, Portugal, Polônia e Turquia. Dentre os objetivos específicos, Ferreira cita o desenvolvimento de soluções tecnológicas para conectividade, trabalho colaborativo e aprendizagem conjunta, geração de conhecimento aplicado sobre HPPC entre universidades da Europa, África e América Latina utilizando novos recursos tecnológicos, estabelecimento de sete Centros de Aprendizagem Tecnológica em HPPC (PedTECH) e aplicação de competências adquiridas em HPPC para desenvolver novos conteúdos e divulgá-los em níveis acadêmicos e não acadêmicos.
"Além disso, reconhecendo os cuidados pediátricos como uma prioridade na África e na América Latina e com o objetivo de melhorar a colaboração entre as universidades, são necessários contatos para projetos conjuntos de inovação no ensino e redes temáticas de educadores no campo da HPPC", complementa a docente da UFSCar.
De acordo com Esther Ferreira, os resultados esperados do projeto abrangem o fortalecimento da colaboração entre parceiros, o desenvolvimento de uma plataforma especializada para transferência de conhecimento em HPPC, capacitação sobre o tema de interesse significativo para a África e América Latina, além da criação dos centros de formação tecnológica. "Todos estes resultados são baseados nas soluções tecnológicas implementadas neste projeto", explica Esther.
Em relação ao tema do projeto - Humanização dos Cuidados com a Dor Pediátrica - a professora da UFSCar aponta que as universidades participantes reconhecem a necessidade de modernizar os processos de formação acadêmica e profissional, necessitando de um uso extensivo de TICs e de uma estrutura curricular flexível que incorpore disciplinas contemporâneas como a HPPC. "Precisamos tanto fomentar a temática, para que os profissionais já formados possam entender e aprimorar seus conhecimentos, porque muitos nunca tiveram contato com dor pediátrica em sua graduação, assim como inserir espaços durante a própria graduação para as diversas áreas da saúde. Não importa qual área o aluno irá seguir após formado, a observação e o cuidado com a dor está presente em toda a assistência em pediatria, seja na emergência, no posto de saúde, na maternidade e nos demais locais, o que impacta diretamente na qualidade de vida das crianças e das suas famílias", expõe Ferreira.
A participação na chamada do Programa Erasmus+ veio a convite do grupo que está realizando o pós-doutorado da professora Esther Ferreira, uma vez que ela estava trabalhando com dor pediátrica, temática relevante e que necessita de um olhar especial. "Escrevemos um projeto amplo e que pudesse se adequar às necessidades de diversas culturas e países. A partir desse primeiro núcleo, as outras universidades foram convidadas também, o que transformou o projeto em algo robusto, tanto que fomos um dos poucos grupos que conseguiram esse fomento na União Europeia", explica. O HUPEDCARE recebeu um total de 800 mil euros, que serão divididos entre as 15 universidades, conforme suas participações e tarefas.
"Acredito ser algo inovador, não apenas pela temática da dor pediátrica, mas também por unir a tecnologia à medicina, vinculando tantos países diferentes em prol de um único objetivo, o de educar em dor infantil, o que impacta diretamente na melhoria da qualidade de vida das crianças mundialmente", conclui a professora da UFSCar
O projeto terá duração de três anos e as informações completas estão no site, já traduzido para o Português pela UFSCar, acessível em https://project.hupedcare.com/
Objetivo é ampliar a capacidade de atendimento da instituição inaugurando leitos e novos serviços
SÃO CARLOS/SP - A partir do próximo dia 18 de dezembro o Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar), instituição vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), iniciará uma série de obras que contarão com o investimento de R$ 23.880.000,00 oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) do Governo Federal.
Com o recurso, serão inauguradas as áreas das unidades de Clínica Cirúrgica e Clínica Médica, salas de apoio da torre norte no bloco C (1º e 2º andar), Hospital Dia do bloco C, hemodinâmica, duas salas cirúrgicas, UTI coronariana e hemodiálise do bloco B.
De acordo com a Gerente Administrativa do HU-UFSCar, Solange Alves de Melo, com as obras do PAC 3, serão entregues 4.259,40 m², que possibilitarão o aumento de atendimento mensal para 180 internações ao mês em hospital dia, 184 internações ao mês em enfermarias e 51 internações ao mês em terapia intensiva.
"O HU-UFSCar irá ampliar de forma significativa sua capacidade de atendimento à população de São Carlos e possibilitará, também, a realização de procedimentos complexos, como neurocirurgia e cirurgia cardíaca. Além disso, serão inaugurados novos serviços", afirma a gestora. A previsão do término das obras é para maio de 2026.
HU alerta para golpes que são sendo aplicados junto a familiares de pacientes internados
SÃO CARLOS/SP - O Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) informa que uma pessoa está se passando por profissional de Saúde para cobrar de familiares de pacientes internados por serviços prestados no Hospital. O HU reforça que é uma instituição que opera 100% via Sistema Único de Saúde (SUS) e todos os serviços são inteiramente gratuitos. Nenhum profissional está autorizado a solicitar pagamentos ou qualquer forma de contribuição financeira.
O Hospital orienta que qualquer pessoa que receber esse contato indevido não deve realizar nenhum pagamento e pode informar imediatamente a situação à Ouvidoria do HU, pelo telefone (16)3509-2565 ou pela plataforma https://falabr.cgu.gov.br/web/
Iniciativa promove clubes de leitura em duas penitenciárias femininas do Estado de São Paulo
SÃO CARLOS/SP - Na última terça-feira, 3 de dezembro, representantes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Fundação Prof. Dr. Manuel Pedro Pimentel (Funap), que administra as práticas sociais e educativas nas unidades prisionais do Estado de São Paulo, se reuniram para celebrar um termo de cooperação entre as instituições, assinado pela Reitora Ana Beatriz de Oliveira e pelo Diretor Executivo da Funap, Cel. Mauro Lopes dos Santos, em outubro de 2024. Esse termo garante a execução do Projeto de Extensão Repaginando, que promove clubes de leitura em duas penitenciárias femininas do Estado de São Paulo.
A celebração, realizada na Reitoria da UFSCar, reuniu a Vice-Reitora da UFSCar, professora Maria de Jesus Dutra dos Reis, a Coordenadora do Projeto Repaginando, professora Silvia Nassif Del Lama, a Pró-Reitora Adjunta de Assuntos Comunitários e Estudantis, Gisele Zutin, o Diretor Executivo da Funap, Cel. Mauro Lopes do Santos, o Coordenador de Unidades Prisionais da Região Noroeste do Estado, Jean Ulisses Campos Carlucci, a Diretora do Centro de Ressocialização Feminino de Araraquara, Edna Sizuka Takahama, as voluntárias do Projeto Repaginando e representantes da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP/SP) e da Fundação Prof. Dr. Manuel Pedro Pimentel.
Na ocasião, além de reforçar a importância da educação para a população carcerária, os representantes da Universidade, da Fundação e da SAP tiveram contato com a história do Projeto Repaginando, com os relatos das voluntárias sobre a atuação nos presídios e dialogaram sobre outras possibilidades de parceria entre UFSCar e Funap. "Estamos no início de uma jornada que podemos ampliar em diferentes direções. A UFSCar é uma estrutura pública de educação e formação comprometida com a responsabilidade social. Por isso, o Projeto Repaginando nos é tão caro, pois parte de um princípio importante que é a transformação da sociedade pela educação.
Esse princípio está dentro de nossa missão educacional", destaca a Vice-Reitora.
Atualmente, cerca de 203 mil pessoas estão encarceradas no Estado de São Paulo, em 182 unidades prisionais. Essas unidades são administradas pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP), que tem o apoio da Funap para desenvolver ações socioeducativas. A realização desse tipo de ação é sempre pactuada por um termo de cooperação entre a Funap e outras instituições. No caso da UFSCar, a assinatura do termo foi intermediada pela professora Silvia Nassif, do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) e Coordenadora do Projeto Repaginando.
Projeto Repaginando
O Projeto de Extensão Repaginando, ligado ao DTPP, é executado em duas unidades prisionais: no Centro de Ressocialização Feminino de Araraquara e na Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu. Totalmente operacionalizado por mulheres da comunidade UFSCar e da sociedade civil, o projeto tem como objetivo implantar e desenvolver clubes de leitura com as detentas.
Para as 15 voluntárias do projeto, além da literatura ser um direito de todo ser humano, ela é um instrumento de transformação que permite que as mulheres reduzam suas penas. "Se uma reclusa ler um livro e comprovar, por um relatório de leitura em que ela escreve uma resenha, validado por uma parecerista, ela terá uma redução de 4 dias em sua pena. Nosso trabalho é possibilitar o acesso dessas reclusas à literatura e também a remição de suas penas", explica Nassif.
Em fevereiro de 2025, o Projeto Repaginando fará uma exposição na Biblioteca Comunitária (BCo) da UFSCar, que reunirá alguns textos produzidos pelas reclusas nas rodas de literatura. A inauguração da mostra ocorrerá em 3 de fevereiro. Para o futuro, o Projeto Repaginando se voltará para consolidar o trabalho na Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu, que ainda está começando, além de realizar oficinas de escrita com as reclusas e buscar financiamento para suas atividades.
Obra de professor da UFSCar, com acesso gratuito, mostra por que todos devem conhecer a Constituição de 1988
SÃO CARLOS/SP - No momento em que a Constituição Federal cumpre seus 35 anos, o professor Vinício Carrilho Martinez, do Departamento de Educação (DEd) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (PPGCTS), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), lança o livro "Educação constitucional: Educação pela Constituição de 1988", disponível para download gratuito em https://bit.ly/
A obra, publicada pela Editora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPA), apresenta a reflexão ao longo dos anos do autor, "um produto maduro, que foi estimulado, sem dúvida, como reação aos inúmeros ataques desferidos contra o texto constitucional desde o dia seguinte à sua promulgação", destaca o professor da UFSCar.
E por que todos devem conhecer a Constituição de 1988? "Por um sentido amplo, somos obrigados a conhecer e respeitar a Constituição de 1988, primeiro porque é uma lei. Não é possível alegar ignorância acerca da Constituição para não cumpri-la", explica o docente. "Depois, somos obrigados a esse cumprimento porque é a Lei das leis: é a Constituição que rege todas as normativas da nossa vida. Por fim, é essencial conhecê-la porque ali estão os limites do poder, bem como os nossos direitos fundamentais".
A obra
O livro, com 293 páginas, é dividido em duas partes: a primeira apresenta elementos de destaque positivo, institucionais e educacionais, como são realçados na Constituição Federal de 1988 (CF88). "Temos ainda uma breve análise sobre a aplicação da CF88 a partir de um livro didático, com comentários em cada slide que recolhemos; e ainda uma proposta pessoal sobre os aspectos que julgamos essenciais a fim de fortalecermos a educação pública, os direitos fundamentais, o apreço à democracia e à República, além de outras discussões", descreve o autor.
"A segunda parte", completa Martinez, "nos coloca basicamente diante do momento atual, de acirramento do negacionismo, da própria deturpação constitucional, do crescimento da extrema direita e do que chamamos de Fascismo Nacional: racismo, misoginia, negação da ciência, culto aos mitos decaídos do capitalismo".
Sobre o autor
O autor conta que sempre foi atento à Constituição Federal de 1988, desde a graduação em Direito, no final da década de 1990. "Sempre procurei publicar artigos referenciados, inclusive numa coluna semanal que mantive por uma década, num jornal diário e impresso (Jornal da Manhã, em Marília). Na UFSCar, fizemos um enorme curso de extensão em 2018, nos 30 anos da CF88. Porém, com a pandemia de 2020, pelas necessidades, criamos um canal no YouTube (https://www.youtube.com/c/
O livro pode ser acessado gratuitamente a partir do link https://bit.ly/
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