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Diferencial do estudo está na combinação de terapia com luz e gel de curcumina

 

SÃO CARLOS/SP - A acne é caracterizada como uma condição da pele em que ocorre a inflamação ou infecção das glândulas secretoras de óleo (glândulas sebáceas), provocando cravos, espinhas, cistos, caroços e cicatrizes. O problema atinge, em sua maioria, adolescentes, por questões hormonais, mas também pode afetar adultos. Normalmente, o tratamento inclui uso de medicamentos orais e tópicos que podem causar efeitos colaterais. Com a intenção de avaliar a eficácia de um tratamento menos invasivo para pessoas, entre 25 e 35 anos, uma pesquisa de mestrado em Biotecnologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) vai aplicar o uso de luz azul, combinado com gel de curcumina que possui efeito antimicrobiano. Os resultados podem contribuir significativamente para o avanço no tratamento da acne, oferecendo uma alternativa promissora e menos invasiva.

O projeto é realizado pela mestranda Gabriely Simão, sob orientação de  Clovis Wesley Oliveira de Souza, docente do Departamento de Morfologia e Patologia da UFSCar e pesquisador colaborador no Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), do Instituto de Física da USP de São Carlos, e pela professora Rosane de Fátima Zanirato Lizarelli, do Núcleo Integrado de Laser em Odontologia (NILO) de Ribeirão Preto (SP). De acordo com a pesquisadora, a terapia com luz, especificamente a luz azul, tem demonstrado potencial no tratamento da acne por suas propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias. "Ao explorar essa abordagem, o estudo busca oferecer uma alternativa eficaz e menos invasiva em comparação com os tratamentos tradicionais, podendo reduzir a dependência de medicamentos tópicos e orais e minimizar efeitos colaterais", destaca Simão.

Atualmente, os tratamentos mais indicados incluem medicamentos tópicos (como peróxido de benzoíla, retinoides e antibióticos) e orais (como antibióticos e isotretinoína), dependendo da gravidade da acne. Além disso, relata Simão, tratamentos hormonais e intervenções com laser também são utilizados em alguns casos. "A eficácia e o custo do tratamento com luz podem variar. A terapia com luz azul pode oferecer uma opção menos invasiva e com menos efeitos colaterais em comparação com medicamentos tópicos e orais. No entanto, a eficácia comparativa e o custo-benefício específico precisam ser avaliados mais detalhadamente no contexto do estudo", explica a mestranda no que refere às expectativas do trabalho.

Pesquisa

Para desenvolver o projeto, estão sendo recrutadas pessoas voluntárias, com idades entre 25 e 35 anos, que tenham acne dos tipos 1 (acne leve, caracterizada por cravos e poucas espinhas inflamadas) ou 2 (acne moderada, com uma quantidade maior de cravos e espinhas inflamadas, podendo haver algumas lesões nodulares). Os participantes não podem estar fazendo uso de hormônios ou de medicamentos para acne. As pessoas serão submetidas a tratamentos com luz azul e gel de curcumina ou grupos controle, com avaliações periódicas por meio de registros fotográficos, sistemas de imagem de fluorescência óptica, medidas de hidratação e oleosidade por impedância, por questionários e avaliação clínica. Os atendimentos ocorrerão na Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa de São Carlos.

Interessados devem preencher este formulário (https://bit.ly/4dhG5G8) ou entrar em contato com a pesquisadora pelo whatsapp (16) 99756-1166. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética da Santa Casa de São Carlos (CAAE: 77840924.1.0000.8148).

SÃO CARLOS/SP - O Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar), é um dos 44 hospitais universitários federais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que participará dessa força tarefa e, no feriado de 12 de outubro, iniciou o mutirão com a oferta de ultrassonografia, doppler vascular e eletrocardiograma.

A ação contou com médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, tecnólogo e técnicos de radiologia, além de recursos materiais e tecnológicos do hospital, além disso contou com a participação de estudantes da UFSCar.

A iniciativa do HU-UFSCar visa diminuir a fila de espera de pacientes usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade e na região.

“Este mês estamos ofertando 78 exames a mais, são agendas que não estavam programadas nos dias 12, 15, 22 e 29 de outubro”, pontua Evanuzia Dantas, chefe da Unidade de Diagnóstico por Imagem e Diagnósticos Especializados (UDIDE).

Ainda segundo Evanuzia, teremos força tarefa com a oferta de mais 418 exames nos feriados de 2, 4, 15 e 20 de novembro com exames de ultrassom, doppler vascular, eletrocardiograma, colonoscopia, tomografia, raio-x e espirometria.

Além dos exames, haverá mutirão de cirurgias nos feriados do período com previsão também de aumento semanal no número de procedimentos além dos já agendados.

“Serão cerca de 655 exames e 82 cirurgias a mais do que já é ofertado aos usuários do SUS pelo HU-UFSCar. Esse número representa um aumento de 25% de exames diagnósticos e de 149% de cirurgias, considerando o que temos contratualizado por mês com a Secretaria Municipal de Saúde”, reforça Valéria Gabassa, Gerente de Atenção à Saúde e uma das organizadoras da ação no HU-UFSCar.

A meta da ação na Rede Ebserh é um aumento aproximado de 20% da produção SUS dos hospitais universitários federais durante as nove semanas de mutirão que finalizará no dia 14 de dezembro, que está sendo chamado de “Dia E”, de Ebserh. No encerramento da campanha todas as unidades hospitalares e sede da Ebserh farão um balanço da ação e do impacto para o SUS em todo Brasil.

“Essa ampliação é possível por meio de um empenho da Rede Ebserh para a otimização de processos e recursos, possibilitando assim a maior oferta de atendimentos. Demos tempo para que cada unidade pudesse fazer sua organização e estamos monitorando semanalmente a meta por cada hospital, bem como na rede em sua totalidade, para a garantia do êxito do projeto”, explicou o coordenador de Gestão da Atenção Hospitalar da Ebserh, Rodrigo Oliveira.

O HU-UFSCar já pactuou as ações com a Secretaria Municipal de Saúde para atendimento aos exames e cirurgias que serão ofertados. O projeto “Ebserh em ação” vai reunir os 44 hospitais federais distribuídos em todo o país.

SÃO CARLOS/SP - A UFSCar foi contemplada com 34 novos Núcleos de Iniciação à Docência (NID) e 955 bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com vigência entre 2024 e 2026. Desde 2009, por meio do PIBID, a UFSCar estabelece parceria colaborativa com escolas de Educação Básica, em um trabalho de corresponsabilidade entre a Universidade e as redes de ensino, para a formação de novos professores.

"A imersão dos licenciandos no cotidiano das escolas, sob orientação de docentes da Universidade e de professores da Educação Básica, ocorre em um trabalho colaborativo de articulação entre teorias e práticas, com ênfase no desenvolvimento de pesquisas e práticas docentes contextualizadas que buscam problematizar aspectos culturais, metodológicos, políticos, éticos e sociais relacionados a saberes e conteúdos disciplinares e interdisciplinares", descreve Isadora Gregolin, professora do Departamento de Metodologia de Ensino (DME) e Coordenadora Institucional do PIBID-UFSCar. De acordo com ela, os estudantes de licenciatura participam de discussões teóricas, de pesquisas e do planejamento, implementação e avaliação de atividades didáticas, de forma contextualizada e articulada com a formação continuada dos professores envolvidos.

A UFSCar submeteu propostas para concorrer a todos os editais que a Capes lançou do PIBID desde 2009, sempre obtendo a aprovação de seus projetos. Nos últimos editais, todos os cursos de licenciatura dos campi de Araras, São Carlos e Sorocaba foram contemplados com bolsas de iniciação à docência e, para o edital vigente de 2024 a 2026, houve um aumento significativo no número de licenciandos bolsistas. A Universidade passou de aproximadamente 600 bolsas (2022-2024) para 955 bolsistas do PIBID (816 bolsas para estudantes; 102 bolsas para supervisores-professores de escolas públicas e 37 bolsas para coordenadores da UFSCar).

Gregolin conta que a concepção e escrita do atual projeto institucional do PIBID-UFSCar envolveu um grupo interdisciplinar de 50 docentes de cursos de licenciatura da Universidade, "o que certamente contribuiu para a elaboração de uma proposta robusta e bastante alinhada com concepções contemporâneas sobre a formação de professores", afirma ela. A maioria do grupo de docentes possui experiências anteriores na coordenação de área do PIBID ou do Programa Residência Pedagógica (extinto em 2024 pela Capes), o que também possibilitou incorporar discussões resultantes de projetos anteriormente implementados.

O atual projeto intitula-se "Parceria colaborativa na formação de professores/as para inclusão, equidade e diversidade: pesquisas e práticas docentes contextualizadas" e busca reafirmar o compromisso ético e social da docência para a garantia de inclusão, equidade e diversidade na educação. "Nesse sentido, o projeto da UFSCar desenvolverá ações formativas que valorizem as escolas como espaços de formação de professores e produção de conhecimentos, na perspectiva da indissociabilidade entre teorias e práticas, para a formação de profissionais éticos, críticos e comprometidos com a aprendizagem de estudantes", aponta a Coordenadora.

"O PIBID-UFSCar seguirá fortalecendo os cursos de Licenciatura, aproximando ainda mais a universidade e as escolas, em parcerias que são estratégicas para o sucesso das instituições e das pessoas que as constroem diariamente através de seu trabalho e seus estudos", conclui Daniel Leiva, Pró-Reitor de Graduação da UFSCar.

Entrega aconteceu durante o Brazilian Meeting on Organic Synthesis (BMOS), realizado no final de setembro

 

SÃO CARLOS/SP - A professora Arlene G. Corrêa, do Departamento de Química (DQ) da UFSCar, recebeu o prêmio do Brazilian Meeting on Organic Synthesis (BMOS) por sua contribuição na área de Síntese Orgânica e no próprio BMOS. A entrega ocorreu durante o 19th BMOS, realizado entre 23 e 27 de setembro, em Bento Gonçalves (RS).

O prêmio BMOS é concedido a pesquisadores que tiveram uma contribuição significativa para o desenvolvimento da química orgânica sintética no Brasil. A escolha é feita por uma comissão, composta pelos últimos secretários gerais das três últimas edições do BMOS, tendo como critério a carreira científica do pesquisador ou da pesquisadora.

"Para mim foi uma grande honra receber essa premiação, pois é o reconhecimento do trabalho de toda a minha vida profissional. Para a UFSCar, comprova a importância e relevância das pesquisas que são realizadas no Departamento de Química (DQ), visando o desenvolvimento científico e tecnológico do país", afirmou a pesquisadora.

Arlene possui graduação, mestrado e doutorado em Química, todos pela UFSCar. Fez doutorado-sanduiche na Université Joseph Fourier de Grenoble, França; e pós-doutorado na Stanford University, CA-EUA. Atualmente, é professora titular do Departamento de Química. Tem experiência na área de Síntese Orgânica, atuando principalmente nos seguintes temas: síntese de produtos naturais bioativos, química combinatória, química verde e ecologia química. É filiada à Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e American Chemical Society (ACS) e é fellow da Royal Society of Chemistry (RSC). Coordena o Centre of Excellence for Research in Sustainable Chemistry (CERSusChem) e o Sub-Projeto Materiais em Processos e Produtos Sustentáveis da Unidade Embrapii-UFSCar de Materiais Avançados.

Artigo traz definição de queda, fatores de risco, por que falamos tanto dela em pessoas idosas e ações para preveni-la

 

SÃO CARLOS/SP - As quedas em pessoas idosas são um problema sério, que afeta a saúde e a qualidade de vida desta população. Os números são alarmantes: cerca de 30 a 40% das pessoas idosas sofrem ao menos uma queda por ano. Além disso, indivíduos que sofreram uma queda apresentam de 60 a 70% risco de cair novamente. Mas quais são os fatores de risco e como prevenir esses eventos tão comuns?

Este foi o tema do artigo mensal da coluna "EnvelheCiência", de autoria de Juliana Hotta Ansai, docente no Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A iniciativa, idealizada por Marcia Regina Cominetti, também docente no DGero, é uma parceria com o Instituto da Cultura Científica (ICC) da Instituição.

O intuito é divulgar informações - baseadas em evidências científicas - sobre o processo de envelhecimento, tornando assim o conhecimento e as descobertas importantes da área disponíveis para um público mais amplo.

Na publicação de outubro - "Quais as consequências das quedas para as pessoas idosas?", Ansai esclarece a definição de queda e possíveis ações para preveni-la - algo considerado, inclusive, um assunto de saúde pública, alertando para a importância da implementação de políticas em prol do bem-estar e da redução de fatores de risco.

O artigo está disponível para leitura no site do ICC (bit.ly/envelheciencia-quedas).

Mais informações sobre o projeto EnvelheCiência estão disponíveis em https://www.icc.ufscar.br/pt-br/projetos/sementes-da-cultura-cientifica/coluna-envelheciencia.

Debate recebeu pesquisadores, estudantes e professores para falar sobre a formação docente na universidade para o futuro

 

SÃO CARLOS/SP - Recentemente, o Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realizou a 4ª conferência do ciclo "Universidade para o futuro" com o tema "O futuro da universidade: políticas e pesquisas na formação de professores". O evento recebeu pesquisadores, docentes, estudantes e representantes de diferentes setores da UFSCar para o debate sobre a importância do papel do professor para a sociedade, os desafios na formação docente, além de um resgaste histórico de pesquisas realizadas dentro desse contexto. 

O tema foi apresentado por Maria da Graça Nicoletti Mizukami, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e professora aposentada do Departamento de Metodologia de Ensino da UFSCar, e por Patrícia Albieri Almeida, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas. A curadoria desta quarta edição do ciclo foi das professoras Rosa Maria Moraes Anunciato, do Departamento de Teoria e Práticas Pedagógicas (DTPP), e Aline Reali, docente sênior do DTPP e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar.

Para Patricia Almeida "falar de formação docente é um problema social diante dos problemas que temos na educação. O professor é parte fundamental nesse processo, assim como sua formação. Isso é de responsabilidade da universidade". Ela reflete que a formação de professores sofre impactos com a descontinuidade de políticas públicas, contradição e algumas limitações, como a falta de recursos e a sequência constante de reformas propostas por cada representante político, gerando, ao mesmo tempo, avanços e retrocessos, tensões e desafios. "As universidades têm papel importante para que as políticas públicas de formação docente sejam fruto de debates,reflexões e pautas de discussão e posicionamento crítico", reforça a pesquisadora da Fundação Carlos Chagas.

Com 50 anos de pesquisa sobre o fazer docente e o desenvolvimento profissional da categoria, Maria da Graça Mizukami aponta que a "a docência é uma profissão, assim com as demais, e envolve vários aspectos que abarcam o conhecimento técnico apropriado nas universidades e o conhecimento produzido pelo próprio professor, conforme suas vivências, experiências e processos individuais de construção do conhecimento", relata a visitante. No campo da pesquisa em docência, Mizukami considera que há uma série de avanços do ponto de vista metodológico, incluindo pesquisa-intervenção e planejamento aberto de estudos. "A pesquisa individual está muito comprometida, principalmente pelo caráter interdisciplinar. Em relação aos dados, a tecnologia trouxe vantagens como, por exemplo, a linha do tempo do aluno e do professor a partir dos sistemas de Educação a Distância (EaD)", avalia Mizukami, que participou do projeto do IEAE-UFSCar, em 2015, na elaboração das ideias iniciais do Instituto.

Em relação à EaD, Patricia Almeida destaca que dados do Censo da Educação Superior de 2021 indicam um aumento de 123% nas matrículas na modalidade a distância e a queda de 30% nas matrículas nos cursos de licenciatura presenciais. "Ainda não se sabe muito sobre a formação a distância e há uma mudança no perfil das pessoas que buscam os cursos de licenciatura, comprovado pelos dados do Censo: maioria está na escola pública; primeira geração da família a ter acesso ao Ensino Superior; 51% são pessoas negras; e 61,2% têm renda familiar de até três salários mínimos", apresenta a palestrante. "O problema é que essas pessoas não tiveram uma educação básica de qualidade e vão para a formação superior a distância, ainda com lacunas. E elas, provavelmente, vão ingressar na educação pública. Nesse ponto, se reforça o contexto da universidade que recebe o aluno com lacunas no ensino básico. É preciso refletir sobre isso", complementa Almeida.

No entanto, a representante da Fundação Carlos Chagas reconhece que as redes públicas também têm condições, por vezes, precárias, mas defende que "tem muita coisa boa acontecendo nas licenciaturas pelo país. Há boas experiências formativas acontecendo no Brasil e precisamos reconhecer que os professores das universidades públicas, formando professores, têm se esforçado nesse cenário", conclui.

Adilson de Oliveira, diretor do IEAE-UFSCar destacou a importância do evento para criar novos conhecimentos e avançar na visão sobre a formação docente e reforçou o espaço que o Instituto oferece para pesquisadores, professores e estudantes interessados em compor um Grupo de Trabalho Temático dedicado ao tema.Maria de Jesus Dutra dos Reis, vice-reitora da UFSCar, também participou do evento e valorizou o papel do professor e a importância do evento. "[Professores] são importantes para ensinar e refletir a educação, são pessoas que ensinam pessoas e as tornam críticas diante da sociedade. Discutir essas temáticas nos apoiam a elaborar políticas e reflexões sobre a universidade", refletiu.

A conferência foi transmitida ao vivo e a íntegra está disponível no canal UFSCar Oficial no YouTube (https://bit.ly/3BANFOp/).

Parceria entre UFSCar, Unicamp e startup vai mapear a microbiota axilar e propor uso de produto natural

 

SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa realizada pela parceria entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Unicamp e a startup "Chic é ter saúde", desenvolve uma pesquisa na área de Biotecnologia para tratar a bromidrose, condição caracterizada pelo mau odor axilar. O projeto propõe o mapeamento da microbiota axilar e uso de produto natural para combater o problema, visto que os métodos atuais para tratar a bromidrose utilizam produtos agressivos à pele e que nem sempre resolvem o problema. O grupo convida voluntários para análise e testes gratuitos.

A pesquisa tem participação dos professores da UFSCar Maristela Adler, do Departamento de Medicina, e Anderson Ferreira da Cunha, do Departamento de Genética e Evolução, e está sendo realizada por Carla Peres de Paula, mestre e doutora em Biotecnologia pela UFSCar e pesquisadora da startup "Chic é ter saúde". O projeto tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp), por meio do programa de Pesquisa Inovativas em Pequenas Empresas (PIPE).

A bromidrose é uma condição que afeta, ao menos, 3% dos brasileiros e se configura como uma sudorese corporal acompanhada de suor desagradável, que, embora não seja grave, causa desagrado e prejuízo à qualidade de vida dos indivíduos. As causas da bromidrose são várias e podem ser de origem genética, maus hábitos de higiene, alimentação ou outras condições de saúde adjacentes. O diagnóstico dessa condição é difícil e, de acordo com os pesquisadores, a incidência do problema pode ser subestimada.

O objetivo geral da pesquisa é o desenvolvimento e teste de um produto natural para o tratamento de bromidrose e um serviço diagnóstico para essa condição a partir da análise da microbiota axilar. "A principal diferença entre o tratamento proposto e o atual é que ele atuaria para rebalancear a microbiota de forma natural e não abrasiva para a pele, diferente dos tratamentos atuais que são mais agressivos, e que podem gerar alergias e sensibilidades", explica Carla de Paula.

O estudo fará o mapeamento da microbiota axilar para elaborar um laudo que será a base para o diagnóstico molecular de bromidrose, e servirá como ferramenta chave para aconselhamento e tratamento personalizado e mais assertivo do consumidor brasileiro. Paralelamente, o estudo fará um teste de produto probiótico cuja finalidade é reestabelecer a microbiota da axila a partir de um método de tratamento/controle, baseado em um produto natural, que não prejudica a pele e não é invasivo. A expectativa é que o estudo possa contribuir para a elaboração de "um novo produto, mais natural, que auxilie pessoas do Brasil e do mundo afetadas pela bromidrose, e que não obtiveram melhora com os tratamentos atualmente disponíveis", expõe a pesquisadora.

Voluntários

Para realizar a pesquisa, são convidados 40 voluntários, entre 20 e 40 anos de idade - sendo 20 saudáveis e 20 com bromidrose - para participar do estudo. Os participantes devem preencher este formulário online (https://bit.ly/4ex2sIj) e as pessoas que se enquadrarem nos parâmetros necessários passarão em consulta na USE, com a professora Maristela Adler, que é dermatologista. A partir disso, os participantes farão a coleta do material axilar e utilizarão o produto probiótico durante 1 mês. A segunda etapa da pesquisa consiste em uma nova consulta e coleta, após um mês, para fins de comparação.

As pessoas interessadas em participar do estudo devem preencher o formulário até o dia 10 de novembro. Mais informações pelo telefone/whatsapp (16) 99383-4661. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da (UFSCar (CAAE: 28266620.8.0000.5504).

Pesquisadores da UFSCar e da USP apresentam diferentes aspectos sobre os temas em atividade aberta ao público

 

SÃO CARLOS/SP - Para encerrar a primeira edição do evento "Diálogos Avançados", com o tema "s Ciências diante do Antropoceno", duas mesas debatem a relação entre as formas de vida e as diversas fontes de energia e as profundas transformações ambientais e sociais geradas pela expansão urbana em escala global. As atividades serão no dia 17/10, com início às 14 horas, no Anfiteatro Jorge Caron, no Campus 1 da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, e são abertas a todo o público. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site dialogos-avancados.org. Haverá transmissão pelos canais UFSCar Oficial e Polo São Carlos do IEA-USP no YouTube.

Sonia Maria Barros de Oliveira, docente do Instituto de Geociências da USP, e Ernesto Pereira, professor do Departamento de Química da UFSCar, apresentam a mesa "Vida e energia", às 14 horas. A ideia é refletir sobre como a exploração e o consumo de energia, desde os combustíveis fósseis até às energias renováveis, impactam diretamente os ecossistemas e a vida em todas as suas formas. Sonia de Oliveira expõe que o uso de materiais e de energia pela humanidade tem crescido continuamente, mas o ritmo desse aumento, principalmente nos últimos 50 anos, tem sido menor do que o ritmo do crescimento econômico. "Isso é resultado de um aumento de eficiência no uso dos recursos, o que configura um ‘desacoplamento relativo’ entre a extração de energia/materiais e a geração de riqueza. Esses ganhos de eficiência, no entanto, não se traduzem em redução no uso dos recursos, cuja expansão tem como efeito o comprometimento de serviços ecossistêmicos essenciais como a estabilidade climática, a disponibilidade de água e ar limpos e  preservação da biodiversidade", destaca.

Nesse contexto, Ernesto Pereira, da UFSCar, avalia que é preciso "melhorar significativamente as tecnologias para diminuir os desperdícios, mudar a tecnologia onde houver muitos resíduos gerados (gases de efeito estufa e materiais radioativos) e minimizar o impacto ambiental. É possível melhorar os processos, especialmente se os modelos de produção e modelos de negócio forem substituídos por modelos que contemplem a eficiência, a baixa emissão de resíduos com o propósito maior de melhorar a vida das pessoas".

A mesa "Urbanização planetária: ecologias e desigualdades" será conduzida por Marcel Fantin, docente do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP, e por Maria Aparecida de Moraes Silva, professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar. A atividade será às 16h15 e discutirá as profundas transformações ambientais e sociais geradas pela expansão urbana, especialmente no contexto do Antropoceno. Marcel Fantin, da USP, aponta que o crescimento exponencial das cidades e a urbanização global têm exercido uma pressão significativa sobre ecossistemas naturais e as consequências para o planeta incluem o aumento da temperatura global, fenômenos climáticos extremos, e a crescente vulnerabilidade das populações mais pobres, que tendem a ser as mais afetadas pela degradação ambiental. No entanto, o docente acredita que é possível manter a urbanização e o desenvolvimento de forma a respeitar o equilíbrio entre cidades e ecologias, mas alerta que isso exige uma mudança significativa nas políticas urbanas e no planejamento territorial. "Para alcançar uma convivência harmoniosa entre cidades e ecologias, é essencial adotar práticas urbanas mais inclusivas, que priorizem a preservação ambiental, a redução das desigualdades e a participação ativa da sociedade na tomada de decisões", define.

Do ponto de vista das mudanças sociais geradas pela expansão urbana, Maria Moraes, professora da UFSCar, reforça que essas transformações são responsáveis pela expulsão e expropriação de milhões de pessoas, cuja rota é, em geral, as cidades. "Assim, não é possível analisar os espaços urbano e rural como elementos separados, porém, entrelaçados", afirma. Além disso, a docente considera importante "entender os processos sociais que causam a continuidade da extração e fratura dos recursos naturais em favor de grupos econômicos nacionais e internacionais, com a participação do Estado por meio de arranjos sociopolíticos, jurídicos e econômicos".

Diálogos Avançados

Esta primeira edição do evento ocorrerá entre os dias 15 e 17 de outubro, na UFSCar e na USP. Ao longo do três dias, os participantes explorarão temas como mudanças climáticas, perda de biodiversidade, crise dos recursos naturais e as desigualdades socioeconômicas exacerbadas pelo impacto humano. A atividade se configura como um espaço de troca de conhecimentos e experiências, promovendo a integração entre pesquisadores, estudantes e a sociedade em geral. O evento pretende ampliar a compreensão sobre como as ciências podem responder às crises contemporâneas, oferecendo uma plataforma para a construção coletiva de estratégias que possam guiar a humanidade em tempos de mudanças profundas. A programação completa e o acesso às inscrições gratuitas estão no site https://dialogos-avancados.org.

Conteúdo é produzido em parceria entre grupo de pesquisa na área e o Instituto da Cultura Científica da Universidade

 

SÃO CARLOS/SP - Neste mês de outubro, o Instituto da Cultura Científica (ICC) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lança a série "Daninhas", com o objetivo de informar à sociedade sobre o cenário das plantas daninhas no Brasil, no sentido de trazer alternativas sustentáveis ao seu combate.

A iniciativa é realizada em parceria com projeto de pesquisa em rede realizado por cinco universidades federais - de São Carlos (UFSCar), Santa Catarina (UFSC), Fluminense (UFF), do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Goiás (UFG) -, que prevê o desenvolvimento de novos produtos e processos para o controle fitossanitário, com ênfase em biodefensivos.

Plantas daninhas constituem um desafio na agricultura brasileira, acarretando perdas importantes na produção agrícola. Ao nascerem em locais indesejados, as daninhas competem com as culturas por água, gases, nutrientes, luz e espaço e podem atuar como hospedeiras para pragas e doenças. Também liberam substâncias tóxicas no solo, inibindo o crescimento saudável das outras plantas. Muitas espécies desenvolvem resistência aos herbicidas comerciais, tornando o controle ainda mais difícil. Nessa direção, o projeto traz ações no combate às daninhas de forma eficiente e sustentável.

A série, pensada para as redes sociais, traz cartões informativos que situam o problema das daninhas no Brasil; exploram possíveis práticas de manejo, dentre elas o uso de herbicidas; apresentam a busca por alternativas naturais e, mais especificamente, informações sobre o projeto em rede das universidades federais.

"O intuito é disseminar informações científicas em uma linguagem acessível aos mais diversos públicos, fomentando o engajamento e a participação das pessoas, na busca por soluções sustentáveis e que causem menos prejuízos à saúde humana e ao meio ambiente", pontua Márcio Weber Paixão, coordenador do projeto de pesquisa e docente no Departamento de Química (DQ) da UFSCar, instituição-sede da iniciativa.

"No ICC, as parcerias que vamos estabelecendo com os projetos de pesquisa têm permitido experimentações buscando diferentes pontos de contato entre o conhecimento produzido e demandas e interesses sociais diversos. Neste caso, ao mesmo tempo que compartilhamos informação de qualidade sobre uma questão relevante tanto para a produção agrícola, quanto para a área ambiental e a saúde humana, buscamos ampliar o alcance de possíveis resultados do projeto de pesquisa a partir do qual a ação acontece", conta Mariana Pezzo, Diretora do ICC.

A série pode ser acompanhada semanalmente às quartas-feiras, pelas redes sociais da UFSCar  - Instagram (@ufscaroficial), Facebook (facebook.com/ufscaroficial) e LinkedIn (linkedin.com/school/ufscaroficial) - e do ICC (Instagram - @cienciaufscar). A produção é da equipe do Instituto, com conteúdo de Adriana Arruda, jornalista; artes de Henrique Campos, graduado em Imagem e Som; e direção de Mariana Pezzo.

O projeto de pesquisa em rede conta com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através da Chamada Pública MCTI/CNPq/CT-AGRO Nº 32/2022, e tem duração prevista de três anos. Mais informações podem ser conferidas em matéria no Portal da UFSCar (https://bit.ly/ufscar-daninhas).

Pesquisa é pioneira na avaliação dos testes sensório-motores em uma grande amostra e vai ofertar tratamento gratuito

 

SÃO CARLOS/SP - Um estudo de mestrado, realizado no Laboratório de Pesquisa sobre Movimento e Dor (LabMovDor) do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está convidando participantes para pesquisa cujo objetivo é verificar a confiabilidade de testes que avaliam a disfunção sensório-motora em indivíduos com dor lombar crônica e assintomáticos. Os voluntários passarão por testes e receberão orientações de exercícios para tratamento da dor lombar.

A pesquisa é realizada pela mestranda Ana Carolina de Jacomo Claudio, sob orientação da Thais Chaves, docente do DFisio, e tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). De acordo com a pesquisadora, as pessoas com dor lombar crônica (há mais de três meses) podem apresentar alterações de como percebem ou sentem sua coluna. A pesquisadora explica que o cérebro atua recebendo informações sensoriais do ambiente o tempo todo, por exemplo, informações visuais. Essas informações são processadas e integradas pelo cérebro para gerar os movimentos que realizamos no dia a dia. Ou seja, os movimentos, que também são controlados pelos centros de controle motor (cérebro), são influenciados pela maneira como o cérebro processa e interpreta essa informação do ambiente. A disfunção sensório-motora pode ocorrer quando há um processamento ou interpretação distorcida das informações sensoriais que chegam ao cérebro e isso pode acarretar alterações importantes na maneira como nos movimentamos. Na dor lombar crônica, é possível que essa alteração no processamento/integração das informações sensoriais esteja contribuindo para dificultar a recuperação do paciente. Daí, a importância do estudo, pois podemos entender melhor porque a dor lombar não melhora em alguns pacientes", expõe Ana Carolina Claudio.

A mestranda da UFSCar relata que a literatura atual não contém estudos que afirmem a validade dos testes sensório-motores, "pois os estudos que foram realizados apresentam uma baixa qualidade metodológica e um tamanho amostral pequeno. Esse estudo que estamos desenvolvendo é o primeiro a ser realizado com uma grande amostra, para a dor lombar crônica em comparação com pessoas sem dor", reforça Ana Carolina. Ela defende a importância da pesquisa já que esses testes possibilitarão a avaliação sensório-motora para, em seguida, traçar possíveis condutas de tratamento. "De modo geral, é importante desenvolver essa pesquisa sobre confiabilidade e medida de erro dos testes pra ver se realmente eles são confiáveis, pois se apresentarem bom desempenho, são opções que poderão ser utilizadas na prática clínica, que não geram custos elevados, como outros tipos de exame como ressonância magnética", pontua.

As pessoas voluntárias passarão por diferentes testes sensório-motores e a expectativa é que o estudo possa contribuir na área de estudo de dor lombar, com instrumentos válidos para avaliação de possíveis disfunções sensório-motoras. Podem integrar o estudo participantes com idades entre 18 a 60 anos, que tenham, ou não dor na lombar, há pelo menos três meses. Os testes serão realizados em duas visitas ao Laboratório do DFisio, que fica na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar.

Interessados devem entrar em contato pelo telefone (14) 99649-8726 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., até o final do mês de outubro. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 73402523.7.0000.5504).

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