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RÚSSIA - A justiça militar russa abriu o primeiro processo criminal contra um reservista que se recusou a lutar na Ucrânia, revelou hoje o advogado de Direitos Humanos Pável Chíkov.

"Não vou a nenhuma Ucrânia, nem pretendo atirar em nenhum ucraniano", respondeu o réu ao comandante que o interrogava, segundo explicou o ativista na rede social Telegram.

Trata-se de um cidadão da região siberiana de Yakutia e os acontecimentos deram-se num quartel em Ulan-Ude, capital da região de Buryatia, na Rússia.

Posteriormente, e de acordo ainda com o seu depoimento citado pela agência Efe, os oficiais da unidade militar ameaçaram-no com represálias e com a abertura de um processo, o que o levou a que fugisse.

O fugitivo, um sargento, foi mobilizado em 23 de setembro e retirado da sua unidade militar cinco dias depois.

O reservista, que foi convocado no âmbito da mobilização parcial decretada pelo presidente, Vladimir Putin, pode ser condenado a vários anos de prisão.

Centenas de milhares de russos em idade militar deixaram a Rússia nas últimas semanas com medo de serem enviados para as linhas de frente na Ucrânia.

Além disso, muitos dos mobilizados e voluntários denunciaram a falta de equipamentos, as más condições da sua manutenção, bem como a falta de treino militar.

 

 

 

Lusa

Notícias ao Minuto

UCRÂNIA - O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu na terça-feira (25) ajuda financeira à comunidade internacional para cobrir um futuro déficit orçamentário de 38 bilhões de dólares causado pela invasão russa, enquanto os combates continuavam no sul e no leste do país, especialmente em Bakhmut.

Em discurso gravado em vídeo, Zelensky pediu aos participantes de uma conferência sobre a reconstrução da Ucrânia em Berlim que tomassem "uma decisão para eliminar o rombo no déficit orçamentário ucraniano" até 2023. "É uma quantia muito importante, de 38 bilhões de dólares, são os salários dos professores, dos médicos, benefícios sociais, aposentadorias."

O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, disse que a reconstrução da Ucrânia será um "trabalho de gerações" que deveria começar imediatamente. "O que está em jogo é nada menos do que a criação de um novo Plano Marshall para o século XXI", afirmou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que também compareceu à reunião, chamou de "desconcertante" o alcance da destruição. "O Banco Mundial estima que o custo dos danos será de 350 bilhões de euros, e isso é mais do que um país ou uma união pode fornecer por conta própria. Precisamos de todos."

 

- Presidente alemão em Kiev -

A conferência em Berlim começou assim que o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, chegou a Kiev para a sua primeira visita à Ucrânia. Ele disse que estava "ansioso pelo encontro" com Zelensky e "com o povo do norte do país", para onde se dirigiu a fim de "ter uma ideia da vida em meio à guerra", segundo o texto enviado por seu porta-voz, Cerstin Gammelin.

A visita de Steinmeier, inicialmente planejada para uma semana atrás, foi cancelada por motivos de segurança. Desde 10 de outubro, a capital ucraniana tem sido alvo de mísseis e drones russos de fabricação iraniana, que visam principalmente a infraestruturas de energia e já causaram uma dezena de mortes.

A série de atentados levou a operadora nacional Ukrenerho a impor "restrições ao consumo de energia em todas as regiões".

 

- Civis mortos em Bakhmut -

No terreno, após oito meses de conflito, os combates continuam intensos, principalmente em Bakhmut, na província de Donetsk, leste da Ucrânia, que o Exército russo tenta conquistar. Sete civis morreram e três ficaram feridos na cidade ontem, publicou o governador provincial, Pavlo Kyrylenko, no Telegram. Também foram encontrados três corpos de civis em duas localidades da província, informou.

Na terça-feira, em um bairro residencial de Bakhmut, havia manchas de sangue no chão, após o que os moradores descreveram como um ataque letal ocorrido no dia anterior.

"Aqui encontrei um corpo sem cabeça. Estou em choque", contou Serhiy, 58 anos, que preferiu não informar seu sobrenome. "Era um homem. Ele estava apenas andando na rua", acrescentou.

Pela manhã, muita fumaça emanava da cidade. "Houve avanços à noite, mas não podemos dar detalhes no momento, a situação é complicada", contou à AFP um soldado ucraniano envolvido na defesa do município.

No sul da Ucrânia, autoridades pró-Rússia na cidade de Melitopol, controlada pelas forças de Moscou, anunciaram que um carro-bomba explodiu perto de escritórios de veículos de comunicação locais, ferindo seis pessoas. Kiev não confirmou nem negou a responsabilidade de suas forças na explosão.

Na província de Kherson, sul da Ucrânia, diante do avanço das forças de Kiev, os civis continuavam sendo retirados nesta terça-feira, segundo autoridades pró-Rússia. "Até 24 de outubro, 22.367 habitantes haviam sido transferidos para a margem esquerda do rio Dnieper", informou a administração de ocupação, acrescentando que prevê que "cerca de 50.000 pessoas" deixarão a região "em um futuro próximo".

 

 

AFP

RÚSSIA - A Rússia continua usando veículos aéreos não tripulados iranianos contra alvos em todo o território ucraniano, disse o Ministério da Defesa britânico nesta segunda-feira, 24.

A Rússia provavelmente está usando drones iranianos Shahed-136 para se infiltrar nas defesas aéreas ucranianas e como substituto para armas de precisão de longo alcance fabricadas na Rússia que estão se tornando cada vez mais escassas, afirmou o ministério em sua atualização no Twitter.

Os esforços ucranianos para conter os drones têm sido bem-sucedidos, disse o ministério.

 

 

Reportagem de Rittik Biswas / REUTERS

UCRÂNIA - As autoridades pró-Rússia da região de Kherson, sul da Ucrânia, afirmaram nesta sexta-feira (21) que as forças ucranianas mataram quatro pessoas em bombardeios contra a ponte Antonivskiy, sobre o rio Dnipro, utilizada nas operações de retirada da população.

"Quatro pessoas morreram", afirmou o dirigente pró-Rússia Kirill Stremousov no Telegram.

"A cidade de Kherson, como uma fortaleza, está preparando sua defesa", acrescentou.

Uma porta-voz militar ucraniana, Nataliya Gumenyuk, negou que as tropas do país mataram quatro civis.

"Não atacamos infraestrutura crítica. Não atacamos localidades pacíficas ou a população local", disse.

As tropas pró-Moscou pediram aos civis que seguissem para a margem esquerda do rio Dnipro diante do avanço da contraofensiva da Ucrânia, que chamou a operação de "deportação" de seus cidadãos.

A administração pró-Rússia de Kherson afirmou durante a madrugada de sexta-feira que as forças ucranianas dispararam "12 foguetes HIMARS durante a passagem de civis pelas proximidades da ponte Antonivsky".

Um canal estatal de televisão russo exibiu imagens de um veículo danificado e do tráfego aguardando para atravessar a ponte.

Na quinta-feira, Stremousov disse que quase 15.000 pessoas passaram pela ponte nas operações de retirada organizadas pelas forças apoiadas por Moscou.

Ele insistiu que a Rússia não entregará Kherson, a primeira grande cidade ucraniana a cair, em março, durante a ofensiva russa iniciada em fevereiro.

"Kherson resisitirá até o último (homem). Acreditem, ninguém está pensando em entregar a cidade", disse.

 

 

AFP

RÚSSIA - As autoridades autonomeadas apoiadas por Moscovo, na região de Kherson, território ucraniano ocupado ilegalmente, começaram, na quarta-feira, a mover civis para o território russo, citando receios de uma contraofensiva ucraniana.

O chefe da administração de ocupação local, Vladimir Saldo, instalado na Rússia, falou dos planos de transportar até 60 mil pessoas através do rio Dnieper para a Rússia nos próximos seis dias – a uma cadência de 10 mil pessoas por dia. "Não vamos entregar a cidade", disse numa entrevista na televisão nacional, citado pelo Guardian.

As autoridades ucranianas descreveram os anúncios da Rússia como "um show de propaganda" e disseram às pessoas para não atenderem aos pedidos de evacuação. Vários relataram ter recebido mensagens de texto em massa a avisar que a cidade seria bombardeada e a informar que os autocarros sairiam do porto a partir das 7h da quinta-feira, conta o mesmo jornal.

Uma correspondente do Washington Post partilhou o vídeo do momento em que várias pessoas se juntam perto do porto para serem transportados.

Kherson é uma das quatro regiões recentemente anexadas pela Federação Russa – as outras são Donetsk, Lugansk e Zaporíjia –, na sequência da realização de pretensos referendos, considerados ilegais e fraudulentos pelo governo ucraniano e por praticamente toda a comunidade internacional.

 

 

NOTÍCIAS AO MINUTO

KIEV  – O novo comandante das forças russas na Ucrânia fez um raro reconhecimento das pressões sofridas pelas ofensivas ucranianas para retomar áreas do sul e do leste que Moscou afirma ter anexado há apenas algumas semanas.

E em outro sinal de preocupação da Rússia com a situação no campo de batalha, oito meses após a invasão, o chefe da região estratégica de Kherson, no sul, instalado pelo Kremlin, anunciou nesta terça-feira um “deslocamento organizado e gradual” de civis de quatro cidades no rio Dnipro.

As forças russas em Kherson foram repelidas em 20-30 km nas últimas semanas e correm o risco de ficarem travadas contra a margem ocidental do rio Dnipro que corta a Ucrânia.

“A situação na área da ‘operação militar especial’ pode ser descrita como tensa”, disse Sergei Surovikin, general da força aérea russa nomeado este mês para assumir o comando, ao canal de notícias estatal Rossiya 24.

Sobre Kherson, Surovikin declarou: “A situação nesta área é difícil. O inimigo está atacando deliberadamente a infraestrutura e os edifícios residenciais em Kherson”.

Tanto a Ucrânia quanto a Rússia negam atacar civis, embora Kiev tenha acusado as forças de Moscou de crimes de guerra.

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o que chama de “operação militar especial” em 24 de fevereiro porque disse que queria garantir a segurança russa e proteger os falantes de russo na Ucrânia.

A Ucrânia e seus aliados acusam Moscou de uma guerra não provocada para tomar território.

As posições das tropas russas em Kupiansk e Lyman, no leste da Ucrânia, e na área entre Mykolaiv e Kryvyi Rih, na província de Kherson, foram citadas por Surovikin como sob ataque contínuo.

Ele pareceu admitir que há o perigo de as forças ucranianas avançarem em direção à cidade de Kherson, que fica perto da foz do Dnipro na margem oeste, e é difícil para a Rússia reabastecer a partir do leste porque a ponte principal sobre o Dnipro foi seriamente danificada por bombardeio ucraniano.

A Rússia capturou a cidade em grande parte sem oposição nos primeiros dias da invasão, e continua sendo a única grande cidade ucraniana que as forças de Moscou tomaram intacta.

Kherson é uma das quatro províncias ucranianas parcialmente ocupadas que a Rússia afirma ter anexado, e sem dúvida a mais estrategicamente importante. Controla a única rota terrestre para a península da Crimeia que a Rússia apreendeu em 2014 e a foz do Dnipro.

 

 

Tom Balmforth / Reuters

UCRÂNIA - A ofensiva russa sobre a capital e outras cidades da Ucrânia, nesta segunda-feira (17), não "vai destruir os ucranianos", afirmou o presidente Volodymyr Zelensky, após uma série de ataques a Kiev nesta manhã, que deixaram, até agora, um morto e pelo menos três feridos.

"O inimigo ainda pode atacar nossas cidades, mas não conseguirá nos destruir", disse o presidente ucraniano nas redes sociais. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que duas pessoas ainda estavam "debaixo dos escombros" de um dos imóveis atingido no centro da cidade, onde foram ouvidas fortes explosões às 6h35,6h45 e 6h58 no horário local.

"A capital foi atacada por drones kamikazes", confirmou, no Telegram, o chefe do gabinete da presidência ucraniana, Andrii lermak. A ofensiva visou o bairro residencial de Chevchtchenko, no centro, e "infraestruturas cruciais" em três regiões do país. Vários locais estão sem eletricidade.

As sirenes de alerta soaram pouco antes da primeira explosão e o prefeito pediu à população que se protegesse em abrigos subterrâneos. Segundo Andrii Iermak, os ataques russos foram um "ato de desespero".

O prefeito de Kiev pediu apoio imediato à defesa antiaérea ucraniana e "mais armas para proteger o céu e destruir o inimigo", sem confirmar se as armas russas foram interceptadas. Após as explosões, um imóvel vazio pegou fogo e vários outros edifícios sofreram estragos, declarou.

 

Segunda semana de ataques

Na segunda-feira (10) passada, uma série de bombardeios russos já havia atingido Kiev e outras cidades da Ucrânia, deixando pelo menos 19 mortos e 105 feridos e gerando indignação internacional. A ofensiva ocorre em represália a uma enorme explosão que destruiu parcialmente a ponte da Crimeia, que liga o território russo à península, anexada em 2014 por Moscou. O governo ucraniano não desmentiu e nem confirmou o ataque.

Segundo a presidência ucraniana, os drones cedidos pelo Irã à Rússia foram usados nos bombardeios da semana passada. Em resposta, os aliados ocidentais prometeram o envio de um número maior de sistemas de defesa antiaereo.

Na sexta-feira (14), em Astana, no Cazaquistão, o presidente russo, Vladimir Putin se disse "satisfeito" com os ataques massivos, julgando que novos bombardeios não eram necessários "por hora". A Rússia está perdendo terreno nos combates na Ucrânia e recua desde o mês de setembro no norte, no leste e no sul. Por isso, Putin pediu, no final de setembro, a mobilização de milhares de reservistas civis para atuar nos combates.

 

Fronteira volta a ser bombardeada

A região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, voltou a ser bombardeada neste domingo (16), em ataques que, segundo seu governador, Vyacheslav Gladkov, deixaram quatro feridos. Dois deles tiveram de ser hospitalizados. Além disso, o governador indicou que houve "danos em mais de 20 casas" na região e que um idoso sofreu uma "concussão".

Cerca de 16 explosões foram registradas em Belgorod, segundo o Comitê de Investigação da Rússia, que investiga crimes graves. A cidade, com cerca de 330 mil habitantes, fica a cerca de 40 quilômetros da fronteira com a Ucrânia. A Rússia denunciou na semana passada um "aumento considerável" nos bombardeios ucranianos em várias de suas regiões fronteiriças.

Na sexta-feira, um ataque atingiu uma subestação elétrica em Belgorod, causando falta de energia. No sábado (15), dois homens armados abriram fogo em um campo de treinamento militar nesta mesma região, matando onze pessoas que se voluntariavam para lutar na Ucrânia, um incidente descrito como um ato "terrorista" pelo Ministério da Defesa russo.

 

 

(Com informações da AFP)

RFI

UCRÂNIA - A Ucrânia está a construir fortificações na fronteira com a Bielorrússia para reforçar a sua defesa, após o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, terem anunciado o envio conjunto de militares para a região.

"Continuamos a aumentar as nossas capacidades para afastar um possível ataque do inimigo do lado bielorrusso. Juntamente com as Forças Armadas, a Polícia Nacional e a Guarda Nacional, estamos a realizar ações para melhorar a eficácia perante uma possível ameaça", disse o vice-chefe do Serviço de Fronteiras do Estado da Ucrânia, major-general Sergii Serdiuk.

O vice-ministro do Interior da Ucrânia, Ihor Bondarenko, inspecionou a zona de fronteira com a Bielorrússia onde as fortificações estão a ser construídas com o objetivo de "fortalecer os locais de implantação" das tropas ucranianas.

"O Ministério do Interior determina e realiza constantemente a tarefa de esclarecer rapidamente as necessidades das divisões relevantes do Ministério do Interior para resolvê-las imediatamente", disse Bondarenko, citado em comunicado.

Aleksandr Lukashenko indicou hoje que o envio de tropas conjuntas com a Rússia foi uma medida tomada "devido ao agravamento da situação na fronteira ocidental entre ambos os países".

 

 

Lusa

Notícias ao Minuto

RÚSSIA - O presidente russo, Vladimir Putin, culpou neste domingo (09/10) os serviços secretos ucranianos pelas explosões que destruíram parte da ponte de Kerch no sábado, única ligação entre a Rússia e a península ucraniana da Crimeia, anexada ilegalmente por Moscou em 2014.

"Os autores, executantes e patrocinadores são os serviços secretos ucranianos", disse Putin, em uma reunião com o presidente do Comitê de Investigação da Rússia, Alexandr Bastrikin, segundo um vídeo distribuído pelo Kremlin.

"Não há dúvida de que isto é um atentado terrorista com o objetivo de destruir uma infraestrutura civil criticamente importante da Federação Rússia", completou o presidente russo.

Segundo Bastrikin, cidadãos russos e países estrangeiros teriam ajudado a preparar o ataque, que matou três pessoas.

O Kremlin anunciou que Putin se reunirá com o Conselho de Segurança Nacional da Rússia nesta segunda-feira para discutir a reação ao ataque. Neste domingo, mergulhadores russos foram destacados para examinar os danos causados pelas explosões.

No sábado, segundo autoridades russas, um caminhão explodiu e incendiou sete tanques de um trem de carga que transportava combustível. Até agora, a Rússia tinha evitado acusar a Ucrânia. O tráfego de veículos e o ferroviário foram restabelecidos na ponte horas depois das explosões, que derrubaram no mar, em dois locais, parte da pista para automóveis.

Kiev não reivindicou a autoria, mas fez repetidas alusões ao desejo de destruir a ponte. Além disso, postagens de autoridades ucranianas nas redes sociais comemoraram a explosão e até ironizaram Moscou.

A Rússia construiu a ponte de Kerch para ligar a então recém-anexada Península da Crimeia à região russa de Krasnodar Krai, no norte do Cáucaso. A ponte foi inaugurada em 2018 e, na época, custou 3,6 bilhões de dólares. Com uma extensão de 19 quilômetros, o ambicioso projeto, feito para ajudar a reforçar a infraestrutura da Crimeia e fortalecer sua conexão com a Rússia, é a ponte mais longa da Europa.

De importância estratégica vital para a invasão de Moscou na Ucrânia, a estrutura é a única ligação terrestre com a península anexada ilegalmente pelos russos em 2014 e vem sendo usada principalmente como rota de abastecimento para as tropas russas em solo ucraniano.

As explosões levaram Putin a assinar um decreto autorizando o reforço das medidas de segurança para a ponte, dando poderes ao serviço secreto russo (FSB) para coordenar a proteção.

O decreto também reforçou a segurança em torno de outras infraestruturas críticas, como as linhas de fornecimento de eletricidade e gás natural para a Crimeia.

Ataques de mísseis em Zaporíjia

Também neste domingo, ao menos 12 pessoas morreram após um bombardeio na cidade ucraniana de Zaporíjia, e 49 pessoas foram hospitalizados, incluindo seis crianças, disseram autoridades ucranianas.

Um prédio de nove andares foi parcialmente destruído pelo ataque, cinco outros edifícios residenciais foram totalmente destruídos e muitos outros foram danificados por 12 ataques com mísseis russos, segundo Oleksandr Starukh, governador da região de Zaporíjia.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, confirmou o número das baixas e prometeu que aqueles que ordenaram e emitiram os ataques "impiedosos" serão responsabilizados.

 

 

le (Lusa, EFE, DPA, Reuters, AFP)

DW.COM

RÚSSIA - As forças russas reivindicaram na sexta-feira (7) suas primeiras conquistas no leste da Ucrânia após uma série de derrotas em várias frentes, mas Kiev parecia manter suas posições e pediu aos soldados russos que se rendam.

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, em uma demonstração de confiança após uma série de sucessos alcançados durante sua contraofensiva, prometeu garantir "a vida, a segurança e a justiça" dos militares russos que optarem por se render.

"Eles ainda podem salvar a Rússia da tragédia e o exército russo da humilhação", ou então "permanecerem na memória como ladrões, estupradores e assassinos", lançou, depois que várias derrotas no front pressionaram o presidente russo, Vladimir Putin, a mobilizar centenas de milhares de reservistas.

Por sua vez, Moscou anunciou que conquistou três cidades no leste da Ucrânia depois de ter perdido milhares de quilômetros quadrados em várias frentes nas últimas semanas.

Separatistas pró-russos que lutam ao lado das forças de Moscou na Ucrânia disseram ter tomado as cidades de Otradivka, Vesela Dolina e Zaitseve.

O Ministério da Defesa russo já havia anunciado a captura de Zaitseve no dia anterior, em seu relatório diário.

Os três municípios estão localizados ao sul da cidade de Bakhmut, controlada pelas forças ucranianas e que o exército russo tenta conquistar há meses, sem sucesso.

 

- "Combates nas ruas" -

Nesta sexta-feira, em Bakhmut, jornalistas da AFP ouviram disparos de artilharia pesada e múltiplos lançadores de foguetes no centro da cidade, que tinha cerca de 70 mil habitantes antes da guerra.

Rajadas de metralhadoras também eram ouvidas de tempos em tempos. Um voluntário civil do grupo humanitário Vostok SOS, Eduard Skorik, 29 anos, disse à AFP que "combates de rua" ocorreram perto de sua casa.

Ao sul da cidade, indo em direção às cidades capturadas pelos russos, podia-se ver uma fumaça preta causada por projéteis.

As forças ucranianas também relataram vitórias territoriais nesta sexta-feira, como a cidade de Grekivka, na região de Luhansk (leste), segundo o governador Sergei Gaidai.

Na região ocupada de Kherson, no sul, pelo menos cinco civis morreram e outros cinco ficaram feridos em um bombardeio ucraniano que atingiu um ônibus que atravessava uma ponte com civis a caminho do trabalho, disse o oficial pró-russo Kirill Stremousov.

As forças ucranianas atacaram as pontes naquela região várias vezes para impedir o abastecimento logístico das forças russas.

A Presidência ucraniana também relatou um novo bombardeio russo na região de Zaporizhzhia (sul), pelo segundo dia consecutivo, que causou um ferido.

"Infraestruturas foram destruídas em dois distritos. O ocupante usou drones pela primeira vez", disse a fonte.

No dia anterior, 11 pessoas morreram em bombardeios russos em Zaporizhzhia, de acordo com os serviços de resgate ucranianos.

 

- Risco de "Armagedom" nuclear -

O chefe dos separatistas pró-russos na região de Donetsk (leste), Denis Pushilin, disse que a situação "mais difícil" acontecia perto de Lyman, um importante centro ferroviário, onde as tropas russas escaparam por pouco de serem cercadas por forças ucranianas.

Segundo ele, o exército russo está consolidando uma nova linha de defesa perto de Kreminna, mais ao leste, que as forças ucranianas "testam dia e noite".

"Acho que temos a chance de reunir forças e começar a libertar territórios com novas reservas", acrescentou, anunciando o envio de reforços.

A Rússia reivindicou na semana passada a anexação de quatro regiões que controla pelo menos parcialmente na Ucrânia, após "referendos" denunciados pela ONU, o governo ucraniano e seus aliados ocidentais.

Quanto à ameaça nuclear, não para de crescer.

Após as ameaças de Vladimir Putin de recorrer a armas nucleares para defender territórios que o Kremlin considera russos, seu homólogo ucraniano Volodimir Zelensky mencionou na quinta-feira ataques "preventivos" contra a Rússia.

A Presidência ucraniana rapidamente recuou e afirmou que Zelensky estava se referindo a "sanções" preventivas e não a bombardeios, mas autoridades russas expressaram sua indignação.

O Kremlin denunciou um "chamado para iniciar uma nova guerra mundial" e o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, considerou que essas declarações justificavam a invasão russa.

O presidente dos EUA, Joe Biden, alertou para o risco de um "Armagedom" nuclear pela primeira vez desde a Guerra Fria.

 

 

AFP

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