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UCRÂNIA - Frente à ameaça de uma nova ocupação russa de Kupiansk, no leste da Ucrânia, Galena decidiu ir embora: colocou tudo que tinha em duas grandes sacolas de plástico e esperou o ônibus para encontrar sua filha em Kharkiv, no nordeste do país.

"São três horas de ônibus. Quero ir para lá para ficar a salvo", disse à AFP essa mulher de 62 anos, em um ponto de ônibus em frente a uma igreja.

"Vivi aqui durante a ocupação russa e tenho medo de outro ataque", acrescentou.

Kupiansk, que antes da guerra tinha cerca de 30 mil habitantes, foi ocupada pelos russos nos primeiros dias da invasão, há um ano. Os ucranianos retomaram à localidade em setembro, após uma contraofensiva relâmpago.

Vários dias depois, porém, as tropas de Moscou, reforçadas com a mobilização de centenas de milhares de reservistas, voltaram ao ataque naquele setor, despertando o medo em seus habitantes.

Com o Exército russo a apenas 15 quilômetros a nordeste, as forças ucranianas estão em alerta.

Os tanques rugem pela cidade com um estrondo metálico, enquanto os soldados erguem postos de controle e revistam os passageiros de cada veículo que se aproxima.

Há bandeiras ucranianas penduradas nos faróis ao longo do eixo principal da cidade. Por toda parte, há sinais de combates passados: prédios destruídos, ou com marcas de balas, restos carbonizados de veículos caídos aqui e ali.

"Todo o mundo está falando de um novo ataque russo", disse Olga, de 62 anos, ao descrever os ataques russos que atingem a cidade com frequência.

“Houve bombardeios na frente da minha casa que quebraram as janelas. Há explosões todos os dias, dá muito medo”, afirmou.

Olga continua na aldeia, porque seu filho Andrei, de 37 anos, tem deficiência e precisa de cuidados especiais.

 

- "Não é vida" -

Além da violência e do medo de um retorno dos ocupantes russos, os habitantes que permanecem em Kupiansk devem lidar com problemas cotidianos.

Os terminais de pagamento digital não funcionam nas lojas, o que obriga os moradores a sacarem dinheiro nos caixas eletrônicos. Como apenas dois deles estão funcionando na cidade, longas filas se formam.

Oleksandre Timochenko, de 47 anos, relembra a ocupação russa: "Havia postos de controle por toda parte, não deixavam você sair".

Ele explicou que há tensões entre os habitantes que não querem o retorno dos russos e os que não seriam contra. Em Kupiansk, "muitas pessoas apoiam a Rússia", afirmou.

Apesar de tudo, ele diz estar confiante na capacidade das forças ucranianas de repelirem qualquer ataque russo à cidade.

"Falei com os soldados e eles dizem que não estão preocupados. A situação está sob controle", disse.

"Há bombardeios de vez em quando, mas estão bem", acrescentou, com otimismo.

Ainda assim, Victoria Garnaia, de 45 anos, não quer correr riscos. Ela deixou Kupiansk para se instalar em Kharkiv com seu filho de 13 anos. Voltou apenas porque sua mãe havia morrido dois dias antes.

Lutando contra as lágrimas, ela conta que seu marido e seu pai ainda moram em Kupiansk, mas já fizeram as malas e estão prontos para deixar a cidade, se os russos se aproximarem.

"Isso não é vida", lamenta.

"Quando você constrói uma casa, você junta muitas coisas e depois sai com apenas algumas sacolas", desabafa.

 

 

AFP

RÚSSIA - “Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial”. Com estas palavras, o presidente russo, Vladimir Putin, inicia, em 24 de fevereiro de 2022, a invasão da vizinha, Ucrânia, desencadeando o pior conflito no continente europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

Em um contexto de tensões crescentes com o Ocidente, o presidente russo lança as hostilidades pouco antes das 06h locais (00h de Brasília), com um anúncio surpresa pela televisão.

O objetivo é a “desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, afirma, em um tom duro, o chefe do Kremlin, reiterando as acusações infundadas de um “genocídio” orquestrado pela Ucrânia no leste russófono do país e denunciando uma política “agressiva” da Otan.

Dois dias antes, Putin havia declarado a “independência” de territórios separatistas ucranianos no Donbass, que Kiev combate com armas desde 2014.

O presidente russo ameaça o Ocidente com “consequências nunca vistas” em caso de interferência.

 

– “Invasão de grande amplitude” –

Fortes explosões são ouvidas nos céus da ex-república soviética. Os ataques têm como alvo a capital, Kiev, Kramatorsk (quartel-general do exército ucraniano no leste) e Kharkiv, a segunda maior cidade do país, situada perto da fronteira russa. Também em Odessa, na costa do Mar Morto, e Mariupol, o principal porto.

De uma ponta a outra do país ouvem-se sirenes de alertas aéreos.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, denuncia o início de uma “invasão de grande amplitude”.

Desde o amanhecer, os ucranianos se aglomeram no metrô de Kiev, transformado em abrigo. “Acordei com o barulho das bombas. Arrumei umas sacolas e parti”, contou à AFP Maria Kashkoska, de 29 anos, encolhida, em estado de choque.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, promete “vencer”, proclama a lei marcial e pede, em um vídeo no Facebook, que seus 40 milhões de concidadãos “não entrem em pânico”.

 

– Às portas de Kiev –

Na primeira hora da manhã, blindados russos entram em solo ucraniano pelo norte – vindos de Belarus, aliada de Moscou -, sul e leste.

Com uma “superioridade aérea total” sobre a Ucrânia – limitada em recursos antiaéreos apesar da crescente ajuda militar do Ocidente -, o exército russo avança rumo a Kiev, onde se impõe um toque de recolher.

A Rússia quer “decapitar o governo ucraniano” e instalar dirigentes favoráveis a Moscou, segundo análise de fontes militares ocidentais.

Forças russas transportadas de helicóptero atacam o aeroporto militar de Gostomel, às portas da capital ucraniana.

Com o passar das horas, tropas procedentes da península ucraniana da Crimeia – anexada em 2014 por Putin – avançam no sul e tomam o controle de Genishesky, na região de Kherson.

No nordeste, ocorrem violentos combates em Kharkiv, aonde chegam paraquedistas russos.

“Não achei que isto fosse acontecer enquanto estivesse viva”, disse à AFP Olena Kurilo, de 52 anos, o rosto coberto por vendas, devido aos ferimentos sofridos em um ataque. “Farei tudo pela Ucrânia, tanto quanto puder”, assegurou esta professora de Chuhuiv, perto de Kharkiv.

 

– Putin, “pária” internacional –

Críticas chovem nos países ocidentais.

O presidente americano, Joe Biden, anuncia um arsenal de sanções econômicas e financeiras com o objetivo de transformar o líder do Kremlin em “um pária no cenário internacional”.

Os Estados Unidos, diz Biden em tono solene, vão defender “a menor polegada de território da Otan”, mas não vão enviar tropas à Ucrânia, que não é membro da Aliança Atlântica. O Pentágono anuncia o envio de 7.000 soldados adicionais à Alemanha, elevando a 90.000 o número de militares americanos na Europa.

As Forças Armadas dos países da Otan são colocadas em prontidão.

Dirigentes da União Europeia (UE) adotam sanções financeiras “maciças” contra a Rússia.

A China, rara voz dissonante e que mantém vínculos estreitos com Moscou, diz “entender as preocupações” da Rússia.

 

– Zelensky, o comandante-em-chefe –

À noite, a Ucrânia denuncia que a usina nuclear de Chernobyl, perto de Belarus, cenário do pior acidente nuclear da história, em 1986, caiu nas mãos dos invasores.

A Rússia afirma ter destruído mais de 70 instalações militares, entre elas 11 aeródromos. A Ucrânia diz ter derrubado cinco aviões russos e um helicóptero.

Ao final deste primeiro dia de guerra, Volodimir Zelensky lamenta a morte de “137 heróis” ucranianos e decreta mobilização militar.

O presidente apresenta seu país como o “escudo da Europa” frente à Rússia e aponta para a falta de ajuda de seus aliados ocidentais. “Quem está pronto para lutar conosco? Não vejo ninguém”, diz, lamentando a recusa da Otan de enviar tropas à Ucrânia.

Assumindo o papel de comandante-em-chefe, usando roupas militares, o ex-comediante de 44 anos jura que permanecerá na capital com seu governo e inicia, assim, um poderoso movimento de resistência militar.

 

– Pânico nos mercados –

As bolsas europeias caem até 5% e os preços das commodities disparam. Os investidores se preocupam com possíveis interrupções no fornecimento de gás e petróleo, dos quais a Rússia é um os principais produtores.

Os temores com as exportações russas e ucranianas fazem os preços do trigo dispararem em um nível inédito.

 

– Fluxo de refugiados –

A ofensiva russa força cerca de 100.000 ucranianos a deixarem suas casas. Vários milhares correm para as fronteiras da UE, especialmente com Polônia, Hungria e Romênia.

O conflito provoca o êxodo mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial.

 

 

 

O post Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia de Vladimir Putin invade a Ucrânia apareceu primeiro em ISTOÉ Independente.

UCRÂNIA - "Fique perto da parede. Mova-se rápido. Fila única. Apenas alguns de cada vez."

As curtas instruções vêm da escolta do exército ucraniano, que está nos levando a uma base militar em Bakhmut, uma cidade que já foi famosa por vinhos espumantes e hoje é marcada pela batalha.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chamou a cidade no leste do país de "nossa fortaleza". As forças russas passaram os últimos seis meses tentando capturar Bakhmut. Agora, eles intensificaram o ataque — acredita a Ucrânia — para derrubá-la antes do aniversário de um ano da invasão.

Seguimos as ordens, disparando por uma rua coberta de gelo e entulho, com um céu azul claro acima — um cenário ideal para drones russos.

Logo depois de atravessarmos a rua, dois projéteis russos caem atrás de nós. Nos viramos para ver fumaça preta subindo e continuamos a correr.

O bombardeio foi aleatório ou direcionado a nós? Não podemos ter certeza, mas tudo que se move em Bakhmut é um alvo, seja soldado ou civil.

Durante horas, não há trégua no bombardeio. Um caça ruge acima de nossas cabeças. As tropas russas mais próximas estão a apenas dois quilômetros de distância.

Há combates de rua em algumas áreas, mas as forças ucranianas ainda controlam a cidade — apesar das temperaturas abaixo de zero e da diminuição dos estoques de munição.

"Temos escassez de munição de todos os tipos, especialmente de artilharia", diz o capitão Mykhailo, da 93ª Brigada Mecanizada, cujo codinome é 'poliglota'.

"Também precisamos de dispositivos de comunicação criptografados de nossos aliados ocidentais e alguns veículos blindados para mover as tropas. Mas ainda assim conseguimos nos manter. Uma das principais lições desta guerra é como lutar com recursos limitados."

Dá para ter uma ideia dos problemas de munição quando as tropas ucranianas atacam uma posição russa com morteiros de 60 mm. A primeira rodada de bombas voa do tubo com um estrondo. A segunda rodada não ejeta.

Há um silvo de fumaça e um grito de "falha de tiro", fazendo com que a unidade de morteiros procure cobertura. Os soldados nos dizem que a munição vem de um estoque antigo, enviada do exterior.

A batalha por Bakhmut é uma guerra dentro da guerra. Algumas das lutas mais ferozes da invasão ocorreramaqui. E agora as forças russas estão ganhando terreno, metro a metro, corpo a corpo. Várias ondas de mercenários do notório grupo Wagner foram enviados para a batalha neste lugar. Há relatos de campos cheios de cadáveres russos.

Moscou agora tem controle efetivo das duas estradas principais que levam à cidade, e deixam livre apenas uma rota secundária — uma estreita linha de abastecimento.

“Eles tentam tomar a cidade desde julho”, diz Iryna, assessora de imprensa da 93ª Brigada. "Pouco a pouco, os russos estão ganhando. Eles têm mais recursos, portanto, se jogarem o jogo longo, vão ganhar. Mas não posso dizer quanto tempo vai demorar."

"Talvez eles fiquem sem recursos. Eu realmente espero que sim", completa Iryna.

 

Passamos de posições de tiro cuidadosamente escondidas para bunkers cheios de geradores e aquecidos por fogões. As tropas tomam cuidado para esconder qualquer fumaça que possa revelar a localização da base — isso faz parte da administração da guerra. Entre aqueles que encontramos, há uma determinação calma por lutar.

"Eles estão tentando nos cercar para que deixemos a cidade, mas isso não está funcionando", diz Ihor, um dos comandantes.

"A cidade está sob controle. O transporte se move, apesar dos constantes ataques de artilharia. Temos, claro, perdas do nosso lado, mas estamos aguentando. Nós só temos uma opção: continuar rumo à vitória."

Existe outra alternativa: retirar-se de Bakhmut antes que seja tarde demais. Mas entre os defensores do terreno parece haver pouca vontade de fazer isso. "Se tivermos tal ordem de nosso quartel general, tudo bem. Ordem é ordem", diz o capitão Myhailo.

"Mas qual o sentido de segurar todos esses meses se você precisa se retirar desta cidade? Não, nós não queremos fazer isso."

Ele lembra aqueles que deram suas vidas por Bakhmut, os quais classifica como "homens bons e corajosos que simplesmente amam este país".

E se os defensores de Bakhmut se retirassem, isso abriria um caminho para a Rússia avançar para cidades maiores no leste da Ucrânia, como Kramatorsk e Slovyansk.

Moscou intensificou os ataques em outras áreas da linha de frente na região de Donbass, pelo leste e pelo sul. Autoridades ucranianas dizem que uma nova ofensiva russa já está em andamento.

O governo russo corre contra o relógio, pois faz a contagem regressiva para o aniversário de um ano da invasão, em 24 de fevereiro. "Eles são loucos por datas e os chamados 'dias da vitória'", diz Mykhailo.

Mas a batalha por Bakhmut pode desgastar os russos, de acordo com Viktor, um comandante ucraniano alto e magro que coletou e mantém revistas russas em uma prateleira de seu bunker.

"Eles não defendem, apenas atacam. E até tomam alguns metros, mas estamos tentando garantir que avancem o mínimo possível sobre nossas terras. Estamos segurando o inimigo aqui e desgastando-o."

Ainda há alguma vida em Bakhmut, se você souber onde encontrá-la.

Uma explosão de calor e luz surge quando você passa pela porta do "centro de invencibilidade", ao passar por caixas de alimentos doados. Trata-se de um clube de boxe que virou um complexo de suporte à vida, onde a população local pode recarregar a energia dos celulares e de si mesma, com comida quente e companheirismo.

Quando visitamos o local, ele estava lotado, com mulheres idosas agrupadas em torno de um fogão e dois meninos sentados no ringue de boxe, grudados na tela da TV enquanto brincavam com um jogo de guerra.

Cerca de 5 mil civis permanecem em Bakhmut sem água encanada ou energia — muitos são idosos e pobres.

"Alguns são pró-Moscou. Eles estão esperando pelos russos", murmura um ucraniano de forma sombria.

Todos aqui travam suas próprias batalhas, diz Tetiana, uma psicóloga de 23 anos que está no centro comunitário para cuidar de seus irmãos mais novos. Ela ainda está em Bakhmut porque a avó de 86 anos não consegue se mover e depende dela.

"A maioria das pessoas lida com isso orando a Deus", diz Tetiana.

"A fé ajuda. Alguns esquecem que são pessoas, enquanto outros outros mostram agressividade e começam a se comportar pior do que animais."

De volta para fora, a batalha por Bakhmut continua, com mais um bombardeio enquanto partimos.

 

 

BBC NEWS

RÚSSIA - A Rússia lançou uma onda de ataques à infraestrutura ucraniana nas cidades de Kharkiv e Zaporizhzhia na manhã desta sexta-feira, quando autoridades ucranianas disseram que uma ofensiva russa há muito esperada estava em andamento no leste.

Pelo menos 17 mísseis atingiram a cidade de Zaporizhzhia, no sudeste do país, em uma hora, afirmou o prefeito interino Anatolii Kurtiev. A operadora de rede estatal disse que instalações de alta tensão em todo o país foram atingidas e o fornecimento de eletricidade foi interrompido.

A Rússia tem atacado repetidamente a infraestrutura civil longe das linhas de frente nos últimos quatro meses, deixando milhões de ucranianos nas principais cidades sem energia, aquecimento ou água por dias no meio do inverno.

As sirenes de ataque aéreo soaram em todo o país durante a hora do rush da manhã e as autoridades locais pediram aos civis que prestassem atenção e se abrigassem.

A administração da cidade de Kiev disse que as defesas aéreas estavam funcionando enquanto explosões eram ouvidas na capital.

O governador regional de Kharkiv, Oleh Synehubov, relatou cerca de 10 explosões e disse que a energia foi cortada em algumas áreas.

Infraestrutura vital também foi atingida em Khmelnitskyi, no oeste, e na região de Dnipropetrovsk, no centro da Ucrânia, disseram autoridades regionais.

O porta-voz da Força Aérea Yuriy Ihnat afirmou à televisão ucraniana que as defesas aéreas ucranianas derrubaram cinco dos sete drones e cinco dos seis mísseis Kaliber.

No entanto, a Força Aérea também disse que a Rússia lançou 35 mísseis S-300, que as defesas aéreas da Ucrânia não conseguem abater, nas regiões de Kharkiv e Zaporizhizhia.

A Ucrânia tem se preparado para uma nova ofensiva russa na crença de que, após meses de reveses, o presidente Vladimir Putin quer obter sucesso no campo de batalha antes do aniversário da invasão que ele lançou em 24 de fevereiro do ano passado.

O foco principal da Rússia tem sido a cidade de Bakhmut na província de Donetsk, no leste, uma região cuja captura é uma das prioridades declaradas de Moscou desde o início da guerra.

Depois de meses de batalhas de artilharia estáticas que se tornaram conhecidas por ambos os lados como "moedor de carne", as forças russas, incluindo o exército mercenário da empresa Wagner, que recrutou dezenas de milhares de condenados com a promessa de indultos, finalmente começaram a cercar a cidade.

O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que as forças da Wagner parecem ter avançado de dois a três quilômetros ao norte de Bakhmut desde terça-feira -- um avanço notavelmente rápido em uma batalha em que as linhas de frente mal se moviam há meses.

 

 

 Por Olena Harmash / REUTERS

UCRÂNIA - As forças armadas ucranianas afirmaram na terça-feira ter morto mais de mil militares russos em combates no último dia, embora Moscovo ainda não tenha comentado o número de baixas.

O Estado-maior do exército ucraniano disse na sua conta do Facebook que 1.030 soldados russos foram mortos nas últimas 24 horas, levando o número total de soldados "liquidados" desde o início da invasão a mais de 133.000.

Observou também que desde o início das hostilidades, 3.245 tanques, 2.232 sistemas de artilharia, 227 sistemas de defesa aérea, 294 aviões, 284 helicópteros e 1.958 drones foram destruídos.

Salientou que 796 mísseis de cruzeiro disparados pelas forças russas, 18 navios, 5.107 veículos e tanques de combustível e 208 peças de "equipamento especial" também tinham sido destruídos. "Os dados estão a ser atualizados", disse ele.

A Rússia não fornece dados sobre as baixas no conflito desde Setembro, quando o Ministro da Defesa russo Sergei Shoigu confirmou a morte de 5.937 militares. O portal de notícias russo Mediazona coloca o número total de mortos em 12.538, o que considera "corroborado" pelos dados disponíveis publicamente.

 

 

Fonte: (EUROPA PRESS)

por Pedro Santos / NEWS 360

UCRÂNIA - A Ucrânia espera uma possível grande ofensiva russa neste mês, mas Kiev tem reservas para conter as forças de Moscou, embora os últimos suprimentos militares ocidentais não cheguem a tempo, disse o ministro da Defesa da Ucrânia no domingo.

A Rússia poderia lançar o novo ataque por razões "simbólicas" em torno do primeiro aniversário de sua invasão, mas seus recursos não estão prontos do ponto de vista militar, disse o ministro Oleksii Reznikov em entrevista coletiva.

"Apesar de tudo, esperamos uma possível ofensiva russa em fevereiro. Isso é apenas do ponto de vista do simbolismo; não é lógico do ponto de vista militar. Porque nem todos os seus recursos estão prontos. Mas eles deverão fazer isso de qualquer maneira." ele disse.

As forças russas têm feito avanços incrementais no leste, enquanto Moscou tenta capturar a cidade de Bakhmut, em apuros, e reviver sua vacilante invasão após uma série de contratempos no campo de batalha no segundo semestre do ano passado.

Reznikov disse que a ofensiva provavelmente será lançada no leste --onde a Rússia está tentando capturar toda a região fortemente industrializada de Donbass-- ou no sul, onde quer ampliar seu corredor terrestre até a península ocupada da Crimeia.

Ele estimou que a Rússia tinha 12.000 soldados nas bases militares bielorrussas, um número que não seria suficiente para lançar um ataque significativo vindo de Belarus ao norte da Ucrânia, reabrindo uma nova frente.

Os Estados Unidos e outros governos ocidentais prometeram bilhões de dólares em nova assistência militar, incluindo tanques e veículos de combate de infantaria, para ajudar a Ucrânia a resistir a um novo ataque, bem como para ajudar Kiev a lançar uma contra-ofensiva.

"Nem todo o armamento ocidental chegará a tempo. Mas estamos prontos. Criamos nossos recursos e reservas, que podemos utilizar e com os quais podemos conter o ataque", disse Reznikov.

 

 

Reportagem de Pavel Polityuk e Felix Hoske / REUTERS

RÚSSIA - O governador da região de Belgorod da Rússia, Vyacheslav Gladkov, disse no sábado, 04, que o alerta amarelo para o terrorismo será prolongado indefinidamente depois de ter relatado um bombardeamento ucraniano na noite passada sobre a indústria local que não deixou vítimas.

"As Forças Armadas ucranianas atacaram uma instalação industrial civil na cidade de Borisovka. O incêndio foi localizado e está agora a ser contido", disse Gladkov numa mensagem publicada no seu canal de Telegramas e relatada pela Interfax.

Dada a situação, Gladkov considerou que a "necessidade de manter o nível amarelo para a ameaça terrorista é absolutamente óbvia", pelo que decidiu prolongar o alarme de alto nível em vigor até agora sem uma data específica.

Belgorod, um alvo regular de ataques ucranianos dada a proximidade da região russa da frente oriental da Ucrânia, foi acrescentado ao alerta amarelo indefinido declarado na sexta-feira pelas autoridades pró-russas da Crimeia em várias partes da península, especialmente nas áreas fronteiriças e nas proximidades da ponte do Estreito de Kerch.

"A fim de garantir a segurança e a proteção antiterrorista na área, bem como aos seus cidadãos, é necessário manter o alerta amarelo para o terrorismo. A medida entrará em vigor este domingo às 20:00 e permanecerá em vigor até ser tomada a decisão de a suspender", disse o governador, Sergei Aksionov, de acordo com a agência noticiosa TASS.

 

 

 

Fonte: (EUROPA PRESS)

por Pedro Santos / NEWS 360

UCRÂNIA - A Ucrânia alegou na sexta-feira ter "liquidado" cerca de 130.000 militares russos desde o início da invasão, que começou a 24 de Fevereiro de 2022 por ordem do Presidente russo Vladimir Putin, e disse que no último dia cerca de 850 soldados russos foram mortos em combate.

O Estado-maior do exército ucraniano afirmou numa mensagem publicada na sua conta oficial no Facebook que 129,870 soldados russos foram "liquidados" desde o início da guerra, enquanto 3,215 tanques, 2,215 sistemas de artilharia e 222 sistemas de defesa antiaérea russos foram destruídos.

Ele disse que 294 aviões, 284 helicópteros, 1.952 drones, 796 mísseis de cruzeiro, 18 navios, 5.068 veículos e tanques de combustível e 202 peças de "equipamento especial" também tinham sido destruídos. "Os dados estão a ser atualizados. Atinja o ocupante. Vamos ganhar juntos. A nossa força está na verdade", disse ele.

A Rússia não fornece dados sobre as baixas no conflito desde Setembro, quando o Ministro da Defesa russo Sergei Shoigu confirmou a morte de 5.937 militares. O portal de notícias russo Mediazona coloca o número total de mortos em 12.538, o que considera "corroborado" pelos dados disponíveis publicamente.

Oleksandr Shtupun, porta-voz do Estado-Maior do exército ucraniano, salientou que a Rússia "não abandona as suas intenções de destruir infraestruturas críticas" e denunciou que "continua a atacar objetos civis e casas de civis". "O adversário, que sofre perdas pesadas, não para as suas operações ofensivas nos eixos Liman, Bajmut, Avdiivka e Novopavlisk", disse ele.

 

 

 

Fonte: (EUROPA PRESS)

por Pedro Santos / NEWS 360

UCRÂNIA - Equipes de resgate estavam ativas na manhã desta quinta-feira (2) para tentar encontrar sobreviventes nos escombros de um prédio de apartamentos em Kramatorsk, no leste da Ucrânia, destruído por um ataque russo que deixou pelo menos dois mortos. Kiev diz esperar uma grande ofensiva de Moscou para o primeiro aniversário da invasão do país, em 24 de fevereiro.

O ataque contra oito prédios no centro de Kramatorsk ocorreu por volta das 21h45 (pelo horário local, 16h45 em Brasília), na quarta-feira (1°). Um dos edifícios desabou completamente, disse a polícia de Donetsk em sua conta no Facebook. Cerca de 100 policiais foram mobilizados nas buscas por sobreviventes.

O governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, disse que o ataque deixou duas pessoas mortas e 21 feridas, oito das quais foram hospitalizadas e duas estão em estado crítico. Kyrylenko revisou para baixo um número inicial de vítimas, que registrava três mortes. Duas pessoas ainda estavam presas na madrugada de quinta-feira nos escombros do prédio, disse ele.

 

Batalha de Stalingrado

A Rússia comemora nesta quinta-feira o 80º aniversário da vitória soviética na Batalha de Stalingrado, um ponto de virada na Segunda Guerra Mundial e um símbolo de patriotismo. Esta celebração assume uma importância simbólica crescente à medida que se aproxima o primeiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.

As comemorações acontecem em meio a combates intensos entre forças russas e soldados ucranianos na ex-república soviética, cenário há quase um ano de uma guerra lançada, segundo o Kremlin, para "desmilitarizar" e "desnazificar" este país vizinho.

O presidente russo Vladimir Putin viajará a Volgogrado, ex-Satlingrado, para participar das comemorações, informou o Kremlin.

Considerada uma das mais sangrentas da história, com cerca de 2 milhões de mortos, somando as vítimas de ambos os lados, a Batalha de Stalingrado (1942-1943) mudou o rumo do conflito na União Soviética, desmoralizada até então por diversas derrotas avassaladoras.

A batalha ainda é glorificada pela Rússia, que reivindica o legado da União Soviética, como o evento que salvou a Europa do nazismo.

Em Volgogrado, cidade de 1 milhão de habitantes às margens do Volga, o governo decretou feriado nesta quarta e quinta-feira.

Na quarta-feira, véspera do 80º aniversário da vitória em Stalingrado, um busto de Stalin foi inaugurado na cidade, ao lado de dois líderes militares famosos por seu papel na batalha, Georgy Zhukov e Alexander Vasilyevsky.

As autoridades russas têm uma posição ambivalente em relação a Stalin desde a queda da URSS: denunciado oficialmente pelo Terror de Estado que orquestrou na década de 1930 e até sua morte em 1953, o ex-ditador e revolucionário comunista foi enterrado em frente ao Kremlin, na Praça Vermelha.

Apesar de controverso, seu nome ainda é reverenciado por muitos russos que destacam seu papel na derrota da Alemanha nazista contra a URSS. Com a homenagem, Putin continua usando o legado de Stalin como propaganda política para fortalecer seu governo e sustentar a narrativa de invasão da Ucrânia.

 

Nova ofensiva

As forças russas obtiveram recentemente seu primeiro sucesso em meses ao tomar Soledar, uma cidade no leste da Ucrânia. Muitos observadores acreditam que Moscou está preparando uma nova grande ofensiva por volta de 24 de fevereiro.

"Nós também precisamos estar prontos o mais rápido possível, e é por isso que precisamos de armas, para conter o inimigo", insistiu o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiï Reznikov, em entrevista na noite de quarta-feira no canal francês BFMTV.

 

Data simbólica

"Não subestimamos nosso inimigo. Vemos que ele está se preparando muito seriamente para a ofensiva", continuou Reznikov. “Achamos que, como eles vivem no simbolismo, tentarão algo por volta de 24 de fevereiro”, continuou. O ministro acredita que os russos "podem tentar uma ofensiva em dois eixos: no Dombass e no sul".

Depois de uma série de reveses humilhantes no outono do Hemisfério Norte, a Rússia mobilizou centenas de milhares de reservistas. Associado ao grupo paramilitar Wagner, o exército russo também intensificou os combates, em particular para tomar Bakhmut, uma cidade do Leste que vem atacando desde o verão.

Mais ao sul, a Rússia também empreendeu uma ofensiva em Vugledar. "Quanto mais o tempo passa, mais a situação piora", disse Oleksandre, 45, soldado ucraniano em seu posto de combate instalado a 5 km desta cidade.

Diante da ameaça, a Ucrânia está empenhada em uma corrida contra o tempo para obter armamentos mais poderosos. Em particular, deseja mísseis de alta precisão com alcance de mais de 100 km para destruir as linhas de abastecimento russas, a fim de superar seu déficit de mão de obra e armamento.

Até agora, o Ocidente se recusou a entregar esses sistemas e aeronaves de combate, temendo uma escalada da Rússia. O presidente dos EUA, Joe Biden, no entanto, disse na terça-feira (31) que discutiria o assunto com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Uma empresa de defesa dos EUA disse na quarta-feira que deseja fornecer dois drones de combate sofisticados para a Ucrânia por apenas US$ 1 simbólico. A proposta é sujeita à aprovação do governo dos EUA. Já o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, declarou estar disposto a enviar aviões de combate do tipo F-16, caso haja um consenso sobre o assunto na Otan.

Após longa procrastinação, europeus e americanos já deram sinal verde para entregas de tanques pesados ​​modernos, mesmo que seu número ainda esteja abaixo do que a Ucrânia reivindica.

 

Total apoio da UE

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu à Ucrânia o total apoio da União Europeia (UE). Ela chegou a Kiev nesta quinta-feira (2), acompanhada por comissários europeus, para participar de uma reunião na véspera da cúpula UE-Ucrânia.

“É bom estar de volta a Kiev, minha quarta vez desde a invasão russa e desta vez com minha equipe de comissários”, escreveu ela no Twitter. "Estamos aqui juntos para mostrar que a UE está firme com a Ucrânia", acrescentou.

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, acusou nesta quinta-feira o Ocidente de apoiar a Ucrânia para pôr fim à "questão russa", acusando nominalmente a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Von der Leyen "disse que o resultado da guerra deve ser a derrota da Rússia, e uma derrota da qual ela levará décadas para se recuperar", disse Sergei Lavrov em entrevista à televisão russa.

“Isso não é racismo, nazismo e uma tentativa de resolver a questão russa?”, disse ele, frisando que nessas observações ecoam “a solução final da questão judaica”, o Holocausto orquestrado pelos nazistas.

Lavrov insistiu que considera as declarações dos apoiadores ocidentais da Ucrânia "como uma tentativa de resolver definitivamente 'a questão russa'".

 

 

(Com informações da AFP)

RFI

UCRÂNIA - O governo da Rússia afirmou nesta quarta-feira (1º) que a possível entrega de mísseis de longo alcance à Ucrânia por parte dos Estados Unidos "não mudará" nada e afirmou que Moscou prosseguirá com a ofensiva.

O fornecimento de mísseis com alcance de 150 km provocaria "um aumento das tensões, uma escalada" (do conflito)", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

"Significaria esforços adicionais para nós, mas não mudará o curso dos acontecimentos, a operação militar especial continuará", acrescentou.

Há vários meses, a Ucrânia pede centenas de tanques pesados modernos, mísseis de longo alcance de mais de 100 km e aviões para executar contraofensivas com a capacidade de reconquistar os territórios ucranianos ocupados pela Rússia.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na terça-feira que conversaria com o colega ucraniano, Volodimir Zelensky, sobre as necessidades de armas de Kiev.

A Ucrânia afirma que precisa de mísseis de alta precisão com mais de 100 quilômetros de alcance para destruir as linhas de abastecimento e os depósitos de munições da Rússia, a única maneira para Kiev superar o déficit de tropas e armamento.

Até o momento, os aliados ocidentais se recusaram a ceder estes sistemas devido ao temor de provocar uma nova escalada da ofensiva russa.

Ao mesmo tempo, depois de uma hesitação de várias semanas, europeus e americanos aprovaram as entregas de tanques pesados modernos, mas o número continua abaixo do que Kiev deseja.

A Rússia insiste que as entregas de armamentos à Ucrânia demonstram um "envolvimento direto" do Ocidente no conflito.

 

 

AFP

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