CHINA - Quase quatro milhões de habitantes da província ao redor da capital Pequim iniciaram um confinamento nesta terça-feira (30), em uma tentativa das autoridades de frear qualquer avanço da covid-19 antes de uma grande reunião política do Partido Comunista da China.
Os moradores das cidades de Chengde e Xinle, na província de Hebei, devem permanecer em suas residências até o fim de semana para evitar um surto da doença.
E mais de 13 milhões de habitantes do município de Tianjin, ao norte e que tem divisa com Pequim, serão submetidos a exame de PCR após a detecção de mais de 80 casos de covid-19 em dois dias.
A China é a única das principais economias do mundo que mantém uma estratégia de contenção da covid que inclui confinamentos severos e quarentenas.
As autoridades decretam confinamentos localizados, determinam a obrigatoriedade de exames de PCR a cada 48 ou 72 horas e quarentenas para pessoas que se deslocam dentro da província.
Esta política tem graves consequências para a economia e não deve ser flexibilizada antes do 20º Congresso do Partido Comunista da China, que deve acontecer nos próximos três meses.
No evento, o presidente chinês Xi Jinping deve obter uma confirmação para o terceiro mandato como secretário-geral do partido, exceto em caso de uma mudança muito improvável.
A política de saúde no país - que Xi defende de maneira veemente - adquiriu um caráter extremamente político e qualquer oposição frontal às medidas anticovid pode ser considerada um questionamento ao regime comunista.
CHINA - A ilha de Hainan, no sul da China, planeja proibir a venda de veículos movidos a combustíveis fósseis até 2030, com o objetivo de se tornar a primeira província do país a fazê-lo, segundo as autoridades provinciais.
Em um comunicado, o governo provincial prometeu estar “na vanguarda do país” e se tornar um “aluno de destaque no trabalho de neutralização de carbono, de modo a demonstrar um belo cartão de visita ao fazer intercâmbios sobre mudanças climáticas internacionalmente”.
“Até 2030, haverá uma proibição completa da venda de veículos a gasolina em toda a ilha”, afirmou.
Todos os veículos públicos recém-comprados ou substituídos funcionarão com energia limpa até 2025, acrescentou o comunicado.
A declaração apresentou o plano de neutralidade de carbono da ilha tropical, que inclui medidas como reduzir o uso de carvão e desenvolver mais infraestrutura de energia renovável, incluindo energia eólica, das ondas, solar, geotérmica e nuclear.
Até 2025, Hainan pretende fornecer 55% de sua capacidade total de energia a partir de combustíveis não fósseis, aumentando para 75% até 2030, disse. A província, a menor da China, abriga mais de 10 milhões de pessoas.
Governos de todo o mundo introduziram medidas e metas semelhantes nos últimos anos, à medida que a crise climática se intensifica. A Grã- Bretanha, por exemplo, também estabeleceu 2030 como prazo para proibir novos carros a gasolina e diesel, com as vendas de alguns novos híbridos continuando até 2035.
A União Europeia (UE) anunciou planos no início deste ano para permitir que apenas veículos novos com emissão zero sejam registrados a partir de 2035, embora as propostas precisem de aprovação dos legisladores do Parlamento da UE e do Conselho da UE antes de entrarem em vigor.
Na quinta-feira, os reguladores da Califórnia devem emitir regras proibindo a venda de novos carros a gasolina até 2035.
“O setor de transporte é o principal contribuinte das emissões de gases de efeito estufa”, disse Margo Oge, presidente do Conselho Internacional de Transporte Limpo, à CNN. A eletrificação do setor de transporte “salvará muitas vidas”, acrescentou.
O enigma do carbono na China
A China impulsionou a venda de veículos elétricos nos últimos anos, e o governo chinês disse no início deste ano que pretendia estabelecer infraestrutura de carregamento suficiente para suportar mais de 20 milhões de carros.
Em setembro de 2020, o líder chinês Xi Jinping declarou que o país se tornaria neutro em carbono até 2060.
Embora seu governo tenha tomado medidas drásticas no início de 2021, como o fechamento de centenas de minas de carvão, uma crise de energia viu apagões domésticos generalizados e fábricas forçadas a cortar a produção, interrompendo as cadeias de suprimentos – levando a China a aumentar a produção de carvão novamente. Em dezembro do ano passado, a produção de carvão atingiu uma alta mensal histórica de 385 milhões de toneladas.
Xi até suavizou seu tom sobre as emissões de carbono, sugerindo que os líderes chineses entendam os desafios de suas metas.
“O pico de carbono e a neutralidade do carbono não podem ser alcançados da noite para o dia”, disse Xi em janeiro em um discurso online no Fórum Econômico Mundial. “Através de passos sólidos e constantes, a China buscará uma redução gradual da energia tradicional no curso de encontrar uma substituição confiável em novas energias.”
No entanto, mesmo que o governo nacional vacile em suas políticas de emissão de carbono, os efeitos das mudanças climáticas tornaram-se impossíveis de ignorar enquanto a China luta contra chuvas recordes e ondas de calor implacáveis neste verão.
A estação chuvosa quebrou recordes em partes do país, com graves inundações e deslizamentos de terra em grande parte do sul da China, matando dezenas e deslocando milhões.
Enquanto isso, uma onda de calor em curso envolveu o norte da China em junho, antes de se espalhar para engolir metade do país. Na província de Sichuan, no sul, famosa por seus ricos recursos hídricos, a seca e a onda de calor forçaram fábricas a fechar e estações de metrô a apagar as luzes em uma tentativa de economizar energia.
O rio Yangtze do país secou em partes, impactando seis províncias ao longo da hidrovia vital e ameaçando o abastecimento de água para dezenas de milhares de pessoas.
Para aliviar a crise de energia, a China aumentou novamente a produção de carvão e as importações para gerar eletricidade – tornando o país ainda mais dependente do carvão. Em 3 de agosto, o consumo diário de carvão térmico atingiu um recorde de 8,5 milhões de toneladas.
CHINA - O Banco Central da China reduziu nesta segunda-feira (22) uma taxa de juros sobre empréstimos para estimular a economia, afetada pela rígida política anticovid e uma queda no mercado imobiliário.
A segunda maior economia do planeta registrou um avanço nos números depois que flexibilizou as restrições pela pandemia em junho, mas a opinião dos consumidores e das empresas permanece abaixo do habitual.
A taxa básica de juros para empréstimos a um ano, referência para empréstimos a empresas, foi reduzida de 3,7% para 3,65%, informou o Banco Popular da China (PBOC) em um comunicado.
Ao mesmo tempo, a taxa básica para empréstimos a cinco anos, usada para definir hipotecas, foi reduzida de 4,45% para 4,3%.
Os analistas anteciparam os cortes na taxa básica de juros, mas alertaram que a medida pode ser insuficiente para a recuperação do setor imobiliário, que segundo vários cálculos representa 25% do PIB chinês.
"O corte da taxa a cinco anos sugere que o PBOC está preocupado com os problemas do mercado imobiliário", destacou a Capital Economics em um comunicado.
"Os compradores de imóveis com hipotecas, no entanto, terão que esperar até o início do próximo ano para que a mudança os beneficie", acrescenta a nota.
O mercado imobiliário da China foi abalado por compradores frustrados em dezenas de cidades que boicotaram os pagamentos de hipotecas, enquanto as empresas do setor, sem recursos, tentavam completar as unidades já vendidas.
"A maioria das hipotecas está vinculada a esta taxa básica (a cinco anos). Este corte obviamente reduzirá a carga dos mutuários", disse Iris Pang, economista-chefe para a China do ING.
O crescimento econômico chinês foi de 0,4% em ritmo anual no segundo trimestre, o menor desde o início da pandemia em 2020.
CHINA - A China impôs sanções, na terça-feira (16) , incluindo a proibição de entrada, contra sete autoridades e parlamentares taiwaneses acusados de serem "obstinados" pela independência, provocando a condenação da ilha democraticamente governada.
As sanções ocorrem depois que a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos (EUA), Nancy Pelosi, visitou Taiwan este mês. A viagem foi considerada pela China um sinal errado para o que vê como forças pró-independência.
A China considera Taiwan seu próprio território e não um país separado. O governo de Taiwan contesta a afirmação chinesa.
O escritório da China para assuntos de Taiwan informou que entre as autoridades que receberam sanções estão a embaixadora de fato de Taiwan nos EUA, Hsiao Bi-khim, o secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional de Taiwan, Wellington Koo, e políticos do Partido Democrático Progressista.
Um porta-voz do escritório de assuntos de Taiwan afirmou que eles não poderão visitar China, Hong Kong e Macau. Empresas e investidores relacionados a eles também não teriam permissão para lucrar na China.
CHINA - A gigante chinesa de telecomunicações Huawei registrou uma queda anual de 6,2% na receita no primeiro semestre de 2022, segundo dados do grupo divulgados nesta sexta-feira (12).
A empresa, que enfrenta sanções dos EUA, faturou 301,6 bilhões de yuans (US$ 44,8 bilhões) entre janeiro e junho, acima dos 320,4 bilhões de yuans do ano anterior.
A pandemia de covid-19 e a situação global afetaram "fortemente" as atividades do grupo, admitiu o presidente em exercício da Huawei, Ken Hu.
"Enquanto nosso negócio de dispositivos foi duramente atingido, nosso negócio de infraestrutura de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) manteve um crescimento constante", acrescentou o executivo, no entanto.
A margem de lucro chegou a 5%, segundo comunicado da empresa, que não apresentou resultados financeiros do período. Um ano antes, esse coeficiente que mede a rentabilidade era de 9,8%.
O grupo, com sede em Shenzhen, no sul da China, está no centro de uma intensa rivalidade tecnológica entre a China e os Estados Unidos.
Washington acusa regularmente a Huawei de representar um perigo para a segurança nacional devido às suas possíveis ligações com os serviços de inteligência chineses, algo que a empresa nega.
Em 2018, o governo Trump colocou a Huawei na lista de sanções, proibindo empresas americanas de vender-lhe tecnologia sensível, incluindo microprocessadores. A atual administração Biden não mudou essa política.
EUA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou na terça-feira (09) uma lei para impulsionar o desenvolvimento e a produção de semicondutores no país, em meio a temores de que a China se torne a potência dominante neste setor.
A Lei Chips e Ciência, que libera US$ 52 bilhões em subsídios, ajudará os Estados Unidos a vencer "a competição econômica do século XXI", garantiu Biden.
Além do investimento nesses componentes cruciais para a eletrônica moderna, o texto prevê dezenas de bilhões de dólares para pesquisa e desenvolvimento.
A lei, que o Congresso aprovou no fim de julho, representa uma vitória para Biden após uma longa disputa e é uma boa notícia para o seu partido com vistas às eleições de meio de mandato.
"Amplifica nossos esforços para fabricar semicondutores aqui nos Estados Unidos", disse Biden, que elogiou os empresários, aos quais se referiu como "a razão pela qual sou otimista sobre o futuro de nosso país".
A demanda mundial de semicondutores disparou durante a pandemia e provocou uma escassez mundial que se agravou com o fechamento de fábricas chinesas por surtos de covid-19.
Os Estados Unidos sofreram particularmente com essa escassez, pois reduziram drasticamente sua participação na produção mundial nos últimos anos, dando uma margem de vantagem para a Ásia, especialmente a China, atual potência dominante do setor.
A falta de semicondutores prejudicou consideravelmente a produção de automóveis no ano passado, o que resultou em um aumento de preços na indústria automotiva.
- Micron quer investir US$ 40 bi -
Por sua vez, a empresa americana de semicondutores Micron anunciou planos de investir 40 bilhões de dólares na produção nacional de chips até o final desta década, aproveitando os subsídios e créditos da nova lei.
O presidente e CEO da Micron, Sanjay Mehrotra, classificou a iniciativa de "um passo importante para consolidar a liderança de semicondutores americanos nas próximas décadas".
"A Micron anuncia hoje que, graças a esta lei, investirá 40 bilhões de dólares em 10 anos", afirmou Biden em seu discurso durante o ato de assinatura da nova lei nos jardins da Casa Branca.
A companhia estima que a produção começará na segunda metade da década e prevê que o enorme investimento "garantirá a segurança nacional dos Estados Unidos e a recuperação da cadeia de suprimentos à medida que a demanda por memórias crescer".
A Micron disse que espera criar mais de 40.000 novos empregos nos EUA e projeta que a produção doméstica de memória aumente de "menos de 2% para mais de 10% do mercado global na próxima década", segundo Mehrotra.
Na atualidade, os semicondutores são essenciais para a produção e operação de smartphones, veículos, redes 5G e até sistemas de defesa.
CHINA - As Forças Armadas da China anunciaram na segunda-feira (8) novos exercícios militares nos mares e no espaço aéreo ao redor de Taiwan, suscitando preocupação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, um dia após o término programado de seus maiores exercícios para protestar contra a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taipé, na semana passada.
O Comando do Teatro Oriental da China disse que realizará exercícios conjuntos com foco em operações antissubmarino e de ataque marítimo - confirmando os temores de alguns analistas de segurança e diplomatas de que Pequim continuará a manter pressão sobre as defesas de Taiwan.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan condenou a medida, dizendo que a China estava criando crises deliberadamente, e exigiu que Pequim interrompa suas ações militares e "se afaste do limite".
"Diante da intimidação militar criada pela China, Taiwan não terá medo nem recuará, e defenderá com mais firmeza sua soberania, segurança nacional e modo de vida livre e democrático", disse o ministério em comunicado.
Biden, em seus primeiros comentários públicos sobre o assunto desde a visita de Pelosi, disse que não estava preocupado com Taiwan, mas com as ações da China na região.
"Estou preocupado que eles estejam se movendo tanto quanto estão", afirmou Biden a repórteres em Delaware. "Mas eu não acho que eles vão fazer nada mais do que estão fazendo."
A secretária de imprensa da Casa Branca Karine Jean-Pierre mais tarde condenou os exercícios da China.
"Nós os condenamos desde que começaram a escalar", disse Jean-Pierre. "Eles são provocativos, irresponsáveis e aumentam o risco de erro de cálculo. E é a isso que ele [o presidente] estava se referindo."
A visita de Pelosi a Taiwan na semana passada enfureceu a China, que considera a ilha autogovernada como seu território e respondeu com lançamentos de teste de mísseis balísticos na região pela primeira vez, além de abandonar algumas linhas de diálogo com Washington.
A cooperação contra o tráfico ilícito de fentanil estava entre os canais que Pequim suspendeu, uma medida que o chefe da política de controle de drogas dos EUA, Rahul Gupta, chamou na segunda-feira de "inaceitável".
A duração e a localização precisa dos exercícios mais recentes ainda não são conhecidas, mas Taiwan já diminuiu as restrições de voo perto das seis áreas de exercícios chineses anteriores ao redor da ilha.
CHINA - A Apple deve começar a produção simultânea de ao menos um dos modelos do próximo iPhone na China e na Índia, feito inédito na história da empresa. A informação vem do analista Ming-Chi Kuo, conhecido por ter informações dos bastidores da linha de produção da gigante da tecnologia.
Segundo Kuo, a medida tem como objetivo minimizar eventuais impactos geopolíticos que possam afetar a cadeia de suprimentos mundial, como semicondutores e outras peças vindas do país asiático. A decisão ocorre após a escalada do tom diplomático entre China, Taiwan e Estados Unidos.
Atualmente, a produção do iPhone ocorre principalmente na fábrica da Foxconn na China, país que lidera a exportação de smartphones da Apple. Depois de alguns trimestres, países como Índia e Brasil, onde a Foxconn possui instalações, entram na montagem.
“No curso prazo, a capacidade de entregas do iPhone pela Índia ainda devem ter uma lacuna considerável em relação à China, mas é um marco importante para a Apple”, escreveu Kuo no Twitter na sexta-feira, 5. “Isso sugere que a Apple está tentando reduzir impactos geopolíticos na oferta e vê o mercado indiano como o próximo acelerador de crescimento.”
EUA - O líder chinês, Xi Jinping, disse ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quinta-feira (28), que os Estados Unidos devem respeitar o princípio de "uma China" em relação a Taiwan e garantir que suas ações sejam consistentes com suas palavras, relatou a mídia estatal chinesa.
"Aqueles que brincam com fogo podem se queimar", disse o presidente chinês a Biden durante um telefonema. "Espero que o lado dos EUA possa ver isso claramente."
A China se opõe firmemente à independência de Taiwan e à interferência de forças externas, disse Xi.
MONTEVIDÉU - O diretor-geral para América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores da China, Cai Wei, afirmou, na segunda-feira (25), em Montevidéu, que Pequim está aberta à "cooperação" com "o Mercosul em seu conjunto", enquanto negocia um tratado de livre-comércio (TLC) com o Uruguai.
"A parte chinesa está aberta à cooperação tanto com o Mercosul em conjunto como com o país-membro particular [o Uruguai]", assinalou o chefe de uma delegação oficial chinesa que se reuniu com integrantes do governo do presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, incluindo o chanceler, Francisco Bustillo, e a ministra da Economia, Azucena Arbeleche.
"A China é uma firme defensora do livre-comércio" e está "disposta a negociar e a firmar TLCs com todos os países interessados", assinalou o funcionário chinês, segundo a tradução oficial de sua declaração à imprensa publicada em vídeo no site da Presidência uruguaia.
O Uruguai iniciou tratativas para um tratado de livre-comércio com a China depois que ambos os países realizaram um estudo de viabilidade de um acordo com essas características, que gerou polêmica no Mercosul, o bloco econômico sul-americano que também reúne Argentina, Brasil e Paraguai.
O Mercosul não permite que um de seus membros negocie acordos comerciais sem a anuência dos demais, mas o Uruguai, que há quase duas décadas pede uma flexibilização dessa decisão adotada pelo grupo, resolveu tratar individualmente com a China.
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