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RÚSSIA - Um navio da Marinha russa afugentou um submarino dos Estados Unidos em águas russas no Pacífico depois que o submarino ignorou uma ordem russa de emergir, disse a agência de notícias Interfax citando o Ministério da Defesa neste sábado (12).

O ministério russo chamou o adido de Defesa dos EUA depois de reclamar que o submarino havia entrado em suas águas, informou a agência de notícias RIA. As tensões entre Moscou e Washington já estão altas devido a uma escalada militar russa perto da Ucrânia.

O submarino foi visto perto das Ilhas Curilas no início do sábado, enquanto a Rússia estava realizando exercícios navais com sua frota do Pacífico e recebeu ordens para emergir imediatamente, segundo o ministério russo.

Ele disse que a ordem foi ignorada pela tripulação do submarino dos EUA, levando a tripulação da fragata russa Marechal Shaposhnikov a usar "meios correspondentes" não especificados para fazer a embarcação partir.

"O submarino dos EUA deixou as águas territoriais russas em velocidade máxima", disse o Ministério da Defesa.

EUA - O governo dos Estados Unidos lançou nesta semana plano de quase US$ 5 bilhões para construção de milhares de estações de recarga de bateria de veículos elétricos nos próximos cinco anos.

O Congresso norte-americano aprovou em novembro o financiamento aos Estados como parte de um projeto de infraestrutura de US$ 1 trilhão. O governo federal disponibilizará US$ 615 milhões em 2022, mas os Estados devem primeiro apresentar planos e obter aprovação de Washington para a verba.

Até 2030, o presidente dos EUA, Joe Biden, quer que 50% de todos os novos veículos vendidos no país sejam elétricos ou híbridos plug-in. O governo também quer a instalação de 500.000 novas estações de carregamento de veículos elétricos.

SÃO PAULO/SP - Em meio ao aumento de tensões com o temor de uma invasão da Ucrânia por parte da Rússia, como acusam governos de potências ocidentais, o Kremlin voltou sua artilharia verbal na sexta-feira (11) contra o Reino Unido, que tem se alinhado aos Estados Unidos nesta crise.

O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, disse nesta sexta em reunião com seu homólogo britânico, Ben Wallace, que as relações entre Moscou e Londres estão em seu ponto mais baixo, segundo as agências de notícias do país. "Infelizmente, o nível da nossa cooperação está perto de zero e prestes a cruzar o meridiano zero e se tornar negativo, o que não é desejável", afirmou.

Moscou já vinha zombando abertamente da ministra das Relações Exteriores britânica, Liz Truss, que cometeu uma gafe geográfica ao dizer que apoiaria "aliados do Báltico através do Mar Negro" --mar que fica a mais de mil quilômetros dos países bálticos.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos questionaram a movimentação do lado francês para apaziguar a crise. No começo da semana, o presidente da França, Emmanuel Macron, foi a Moscou se reunir com Vladimir Putin e anunciou que ouviu do russo a promessa de que não escalaria o conflito --na terça, o francês também se reuniu com Volodimir Zelenski, em Kiev, para negociar com o lado ucraniano.

Autoridades americanas expressaram em público dúvidas quanto aos resultados da viagem, em um momento em que a Rússia tem mais de 100 mil soldados, armas e outros equipamentos dispostos em diferentes pontos da fronteira com o país vizinho. "Certamente, se houvesse um progresso diplomático, agradeceríamos, mas acreditamos quando vemos com nossos próprios olhos na fronteira", disse na terça-feira (8) a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.

No dia seguinte à viagem de Macron, para minimizar qualquer promessa que Moscou poderia ter feito à França, o Pentágono disse que a Rússia continuava reforçando suas forças na fronteira.

Na quinta-feira, Moscou mobilizou seus tanques pela Belarus para realizar exercícios com fogo real, o que provocou advertência da Otan. Também enviou seis navios de guerra através do Bósforo para manobras navais planejadas no Mar Negro e no vizinho Mar de Azov.

A subsecretária de Estado, Wendy Sherman, disse em entrevista ao canal americano MSNBC na quinta-feira (10) que as manobras militares realizadas em Belarus por forças desse país e russas equivalem, "do nosso ponto de vista, a uma escalada, não uma desescalada" --como disse o presidente francês.

Macron se reúne na tarde desta sexta por telefone com os líderes dos Estados Unidos, Joe Biden, do Reino Unido, Boris Johnson, e da Alemanha, Olaf Scholz. A conversa inclui ainda o presidente polonês Andrzej Duda, o chefe de governo italiano, Mario Draghi, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. Na mesa também estarão o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Washington voltou a dizer, nesta sexta, que uma invasão pode acontecer a qualquer momento, talvez antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, que terminam em 20 de fevereiro, e que a Rússia está concentrando ainda mais tropas perto da Ucrânia.

Imagens de satélite publicadas por uma empresa privada dos EUA mostraram novas unidades militares russas em vários locais próximos à fronteira da Ucrânia.

Biden voltou a pedir que os americanos que estão na Ucrânia deixem o país e, sob o trauma da desastrada retirada do Afeganistão, disse que não vai enviar tropas para resgatar cidadãos em caso de um ataque russo. "As coisas podem enlouquecer rapidamente", disse o presidente à rede americana NBC News.

EUA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ontem (10) aos cidadãos americanos que deixem imediatamente a Ucrânia, diante da ameaça de uma invasão russa. O país iniciou manobras militares conjuntas com o vizinho Belarus, apesar dos esforços diplomáticos dos europeus para diminuir a tensão entre os dois países.

"Os cidadãos americanos devem sair agora. As coisas podem acelerar rapidamente", declarou Biden durante uma entrevista para a rede NBC News, alertando sobre a força do exército russo, que tem mais de 100.000 soldados posicionados na fronteira ucraniana.

Biden descartou novamente o envio de soldados à Ucrânia, nem que seja para ajudar a evacuar os cidadãos americanos em caso de invasão. Isso seria "uma guerra mundial. Quando os americanos e os russos começam a atirar uns nos outros, entramos em um contexto bem diferente daquele que estamos vivendo agora", afirmou Biden.

A entrevista foi ao ar após o início de importantes manobras conjuntas entre os exércitos russo e bielorrusso na fronteira com a Ucrânia, diminuindo as esperanças de um apaziguamento das tensões após semanas de intensos esforços diplomáticos na Europa.

Os exercícios, concentrados principalmente na região bielorrussa de Brest, na fronteira com a Ucrânia, envolvem o envio de mísseis e armamento pesado e, segundo os Estados Unidos, de 30.000 soldados russos adicionais.

A Otan garantiu que o envio de mísseis, armamento pesado e soldados armados para Belarus, situado no norte da Ucrânia, era "perigoso para a segurança da Europa", que vive seu momento de maior tensão desde a Guerra Fria. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Moscou de exercer uma "pressão psicológica" sobre a ex-república soviética.

 

Manobras defensivas, segundo Moscou

Os líderes europeus estavam envolvidos nas últimas semanas em um "balé" diplomático na tentativa de evitar um conflito armado, incluindo visitas a Moscou do presidente da França, Emmanuel Macron, e do chanceler alemão, Olaf Scholz.

O mandatário alemão se reuniu com líderes dos países bálticos nesta quinta-feira (10) e alertou a Rússia para "não subestimar a união e a determinação do país como membro da União Europeia e aliando da Otan".

O chefe do Estado-Maior dos EUA, general Mark Milley, disse que queria evitar "incidentes desagradáveis" no início das manobras militares, e conversou por telefone com o colega bielorrusso, general Victor Goulevitch.

O ministro da Defesa russo insistiu que os exercícios focariam em "suprimir e afastar agressões externas" e o Kremlin prometeu que as tropas serão repatriadas no fim das manobras, que terminam em 20 de fevereiro. A Rússia também enviou seis navios de guerra através do Bósforo para a realização de exercícios navais no mar Negro e no mar de Azov.

EUA - Os Estados Unidos estão "preocupados" com a "influência antidemocrática" da Rússia na fronteira entre Colômbia e Venezuela, onde a violência envolvendo grupos armados colombianos é frequente, afirmou a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, Victoria Nuland, em visita a Bogotá.

"Por que a Rússia está mais ativa nas fronteiras da Colômbia? Só podemos pensar que estão tentando ampliar sua influência antidemocrática", disse Nuland em entrevista à emissora Blu Radio.

A funcionária também advertiu sobre o risco "potencial" de Moscou "estar abastecendo atores malignos [...] que não apenas estão ativos na Venezuela, mas que podem estar tentando minar a soberania" da Colômbia.

Nesse sentido, Nuland reforçou sua inquietação frente à situação na zona limítrofe. "Estamos particularmente preocupados com a crescente influência russa ao longo da linha fronteiriça".

Na terça-feira, Nuland e o presidente colombiano, Iván Duque, se comprometeram a enfrentar juntos os "atores externos" que tenham a intenção de intervir nas eleições presidenciais na Colômbia, que acontecem no meio do ano.

Bogotá acusa o governo de Nicolás Maduro de abrigar grupos armados colombianos que se aproveitam das receitas do narcotráfico e realizam atentados contra as forças do Estado na fronteira porosa de 2.200 quilômetros. Caracas, por outro lado, nega essas acusações.

As declarações de Nuland coincidem com os desencontros recentes entre Moscou e Bogotá, um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos na América Latina.

O mais recente aconteceu na semana passada, quando o ministro da Defesa colombiano, Diego Molano, acusou a Rússia de "ingerência externa" por sua cooperação com as tropas da Venezuela na fronteira.

A embaixada russa rejeitou essas afirmações, que tachou de "irresponsáveis". Depois disso, Molano garantiu que sua fala tinha sido tirada de contexto.

Na segunda-feira, a chanceler colombiana, Marta Lucía Ramírez, e o representante do Kremlin em Bogotá, Nikolay Tavdumadze, apararam as arestas e a Rússia se comprometeu a evitar o desvio das funções de sua cooperação militar com Caracas.

Em maio de 2021, em meio a um inédito movimento de protesto contra o governo, a Colômbia culpou a Rússia de estar vinculada a ciberataques contra páginas oficiais do país sul-americano. A embaixada russa, por outro lado, negou as acusações.

 

 

AFP

WASHINGTON - As exportações de bens dos Estados Unidos para a China caíram em dezembro, consolidando um aumento de 45 bilhões de dólares no déficit comercial dos EUA com o país asiático em 2021 e um saldo negativo de dois anos nos compromissos de compra de Pequim sob a "Fase 1" do acordo comercial negociado pelo ex-presidente Donald Trump.

O escritório de estatísticas norte-americano informou nesta terça-feira que o déficit comercial de bens dos Estados Unidos com a China aumentou 14,5%, a 355,3 bilhões de dólares, o maior desde o recorde de 2018 de 418,2 bilhões de dólares. O rombo de 2020 havia sido de 310,3 bilhões de dólares, mínima em dez anos.

As importações pelos EUA da China em 2021 aumentaram em 71,6 bilhões de dólares em relação a 2020, ou 16,4%, para 506,4 bilhões de dólares, maior patamar desde 2018. As exportações para a China cresceram 26,6 bilhões de dólares, ou 21,3%, para um recorde de 151,1 bilhões de dólares.

O déficit comercial global dos EUA em 2021 aumentou 27%, para um recorde de 859,1 bilhões de dólares.

Mas o aumento nas exportações dos EUA para a China em 2021 não foi suficiente para fazer cumprir as metas da China de elevar as compras de mercadorias sob a "Fase 1" do acordo comercial assinado em janeiro de 2020, que visava interromper a escalada de uma guerra tarifária sobre produtos chineses lançada por Trump em 2018.

No acordo, Pequim concordou em aumentar, num período de dois anos, as compras de produtos agrícolas e manufaturados dos EUA, energia e serviços em 200 bilhões de dólares acima dos níveis de 2017, entre outros compromissos de acesso ao mercado. Os compromissos de compras expiraram no fim de 2021.

A vice-representante de Comércio dos EUA, Sarah Bianchi, disse na semana passada que estava "muito claro que os chineses não cumpriram seu compromisso na Fase 1" e que o governo Biden estava trabalhando com autoridades do país asiático para resolver o assunto.

Autoridades dos EUA também disseram à Reuters na segunda-feira que estavam perdendo a paciência com o fracasso da China em reverter o não cumprimento de seus compromissos de compra.

Até novembro, a China atingiu apenas cerca de 60% de sua meta de aquisição de mercadorias, de acordo com dados comerciais compilados por Chad Bown, membro sênior do Peterson Institute for International Economics. O declínio nas exportações dos EUA para a China em dezembro mostra que a China não avançou no cumprimento da meta no último mês de 2021.

 

 

Por David Lawder / REUTERS

ALEMANHA - O chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu a um grupo de senadores norte-americanos que o polêmico gasoduto Nord Stream 2 não seguirá em frente se a Rússia invadir a Ucrânia, afirmou o líder dos republicanos, Mitch McConnell, na terça-feira (8).

O líder da minoria no Senado disse a repórteres que ele e um grupo de colegas foram tranquilizados em um jantar com Scholtz, que estava fazendo sua primeira viagem a Washington desde que assumiu como chanceler alemão, substituindo Angela Merkel.

"A boa notícia é que Scholz confirmou o que o presidente (Joe) Biden disse ontem: se a invasão acontecer, o Nord Stream 2 não seguirá em frente".

Na segunda-feira, Scholtz foi muito menos claro sobre o quão longe estava disposto a ir para punir a Rússia, que por ordem do presidente Vladimir Putin enviou para a fronteira com a Ucrânia mais de 100.000 soldados.

O chanceler indicou em uma entrevista coletiva conjunta com Biden que a dupla estava "absolutamente unida" nas sanções contra a Rússia, acrescentando que "daremos os mesmos passos e eles serão muito, muito duros com a Rússia".

Mas quando perguntado diretamente sobre o Nord Stream 2, Scholz repetidamente evitou mencionar o gasoduto pelo nome ou confirmar diretamente que apoiaria o descarte da infraestrutura.

Biden, por sua vez, assumiu o compromisso inequívoco de paralisar o gasoduto se Moscou iniciasse uma invasão da Ucrânia pró-ocidental.

A Alemanha seguiu em frente com seus planos para o Nord Stream 2, apesar das críticas dos Estados Unidos e do Leste Europeu. A estrutura foi concluída no ano passado, mas ainda precisa de aprovação dos reguladores.

O gasoduto, destinado a dobrar o fornecimento de gás natural da Rússia para a Alemanha, tornou-se uma moeda de troca para o Ocidente em sua tentativa de impedir Moscou de invadir a Ucrânia.

 

 

AFP

EUA - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos investirá US$ 1 bilhão em projetos que promovem práticas agrícolas, pecuárias e florestais que reduzem as emissões de gases de efeito estufa ou capturam e armazenam carbono, disse à Reuters o secretário do USDA, Tom Vilsack.

O programa utilizará fundos da Commodity Credit Corporation do USDA, que fornecem até US$ 30 bilhões anualmente do Tesouro dos EUA para ajudar a estabilizar os preços dos produtos agrícolas e apoiar a renda agrícola.

O investimento é a mais recente iniciativa do governo Biden destinada a combater as mudanças climáticas, com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa do setor agrícola pela metade até 2030 e colocar os Estados Unidos no caminho de emissões líquidas zero até 2050.

Projetos qualificados podem incluir iniciativas que reduzam ou capturem as emissões de metano em fazendas leiteiras ou programas que expandam o uso de práticas agrícolas que absorvem mais carbono da atmosfera e armazenam no solo.

A expansão dessas práticas pode aumentar o valor dos produtos agrícolas dos EUA, à medida que as empresas de alimentos e os exportadores pressionam cada vez mais para descarbonizar suas cadeias de suprimentos, disse Vilsack.

“Achamos que há uma oportunidade emergente aqui, já que os consumidores exigem alimentos produzidos de forma mais sustentável aqui nos Estados Unidos e certamente no mercado de exportação”, disse ele à Reuters em entrevista.

“Este programa… pode essencialmente reduzir o risco para os agricultores para que possam aprender como fazê-lo e ver os resultados positivos”, disse Vilsack.

O financiamento será concedido a entidades públicas e privadas qualificadas, incluindo governos estaduais e locais, organizações sem fins lucrativos, pequenas empresas, governos, entre outras.

Os pedidos de subsídios de US$ 5 milhões a US$ 100 milhões devem ser entregues até 8 de abril, enquanto os que buscam subsídios menores devem entregar até 27 de maio.

 

 

REUTERS

FORBES

POLÔNIA - O primeiro grupo de soldados dos Estados Unidos para reforçar o contingente da Otan no Leste Europeu chegou no sábado (05/02) à Polônia, informou o major do exército polonês Przemyslaw Lipczynski.

Ele também disse que a maior parte dos 1.700 soldados americanos que serão enviados ao país chegará "em breve". Na sexta-feira, também desembarcaram na Alemanha os primeiros militares americanos enviados como reforços.

O envio dos soldados ocorre em meio a temores de que a Rússia possa invadir a Ucrânia, já que estacionaram mais de 100.000 militares próximo à fronteira com o país sem uma justificativa clara.

A Rússia nega planos de invadir a Ucrânia, mas diz que pode tomar medidas militares não especificadas se suas exigências não forem atendidas. Entre outras coisas, o Kremlin quer que a Otan se comprometa a nunca admitir a Ucrânia como membro. A Aliança Atlântica disse que não aceitará.

 

Reforço no flanco leste da Otan

Os EUA já têm cerca de 4.500 soldados na Polônia. Na semana passada, Washington disse que enviaria mais 3.000 soldados para a Europa Central e Oriental para defender os membros da Otan contra qualquer "agressão".

Isso inclui 2.000 soldados sendo transferidos dos EUA para a Polônia e a Alemanha. Outros 1.000 soldados americanos já na Alemanha serão remanejados para a Romênia.

"A situação atual torna necessário que reforcemos a postura de dissuasão e defesa no flanco leste da Otan", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

Os EUA e a Otan já deixaram claro que não enviarão contingente diretamente para Ucrânia, mas para países aliados da Aliança Atlântica.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, advertiu que o envio das tropas americanas tornaria mais difícil um compromisso entre os lados.

Espera-se que os ministros da Defesa da Otan discutam mais reforços em sua próxima reunião, nos dias 16 e 17 de fevereiro.

 

Scholz viaja para os EUA

O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, deve discutir a questão da Ucrânia em sua primeira reunião com o presidente dos EUA, Joe Biden, na segunda-feira.

A recusa de Berlim em enviar armas para a Ucrânia, as mensagens muitas vezes confusas sobre possíveis sanções e, acima de tudo, a resistência em abandonar o projeto do gasoduto Nord Stream 2 para fornecer gás russo à Alemanha irritaram Washington. Scholz também deve visitar Moscou no final deste mês.

 

Caças russos em Belarus

Poucos dias antes do início de uma manobra militar russa em Belarus, caças Sukhoi Su-25SM foram trazidos a mais de 7.000 quilômetros da região de Primorye, no Mar do Japão, para aeródromos militares na área de Brest, perto da fronteira polonesa, informou o Ministério da Defesa russo.

No contexto do conflito na Ucrânia, os líderes militares de Belarus e Rússia enfatizaram repetidamente que o envio de tropas é puramente para fins de treinamento, não representa ameaça e está de acordo com o direito internacional. Moscou e Minsk rejeitaram as acusações do Ocidente de que o exercício militar está em preparação para uma invasão à vizinha Ucrânia. A manobra está prevista para ocorrer de 10 a 20 de fevereiro.

Em vista das preocupações com uma possível invasão russa, militares ucranianos iniciaram um treinando em guerra na zona radioativa ao redor da antiga usina nuclear de Chernobyl.

O ministro do Interior, Denys Monastyrskyj, disse que foi o primeiro exercício em grande escala na zona de exclusão. Imagens mostram os militares treinando com morteiros e o avançando com veículos blindados na cidade evacuada de Pripyat. O resgatar de feridos e o desarmamento de minas também foi praticado.

 

Caças dinamarqueses chegam na Lituânia

Não apenas os EUA enviaram reforços à região. Quatro caças F-16 da Força Aérea Dinamarquesa já chegaram à Lituânia para fortalecer a vigilância aérea da Otan sobre os Estados Bálticos. Juntamente com quatro aeronaves polonesas, eles devem controlar os céus sobre a União Europeia (UE) e a Estônia, Letônia e Lituânia, estados membros da Otan, a partir do aeroporto militar de Siauliai.

Os três países bálticos que fazem fronteira com a Rússia não têm seus próprios aviões de combate. Por isso, aliados têm assegurado o espaço aéreo do Báltico em rotação regular desde 2004.

A Dinamarca também enviará uma fragata para o Mar Báltico. De acordo com o exército estoniano, seis caças F-15C Eagle pousaram na base militar de Ämari na quarta-feira para fins de treinamento. O principal objetivo do esquadrão é apoiar a Força Aérea Belga no patrulhamento do espaço aéreo do Báltico.

 

 

le (AFP, DPA, Reuters)

 dw.com

EUA - Há uma simples pergunta pairando sobre a iniciativa mais cara do governo americano para aliviar o impacto da pandemia, o Paycheck Protection Program (PPP). Ele funcionou?

Novas pesquisas, baseadas em milhões de registros de salários e folhas de pagamento, sugerem uma resposta nada simples: sim, mas a um custo extraordinariamente alto.

Uma nova análise descobriu que apenas cerca de um quarto do dinheiro gasto pelo programa foi usado para pagar salários de pessoas que, caso contrário, teriam perdido o emprego. Em parte, porque o governo flexibilizou as regras de como as empresas poderiam usar o dinheiro à medida que a pandemia se arrastava.

E como muitas empresas continuaram a sobreviver bem o suficiente sem precisar do auxílio, outra avaliação constatou que, por causa das regras mais flexíveis, o programa acabou subsidiando mais os empresários do que seus funcionários.

“Empregos e as empresas são duas coisas diferentes”, disse David Autor, professor de economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) que liderou a equipe de 10 pesquisadores responsável pela análise do programa. “Tentamos descobrir: ‘Para onde foi o dinheiro?’ – e acontece que ele não foi em sua maior parte para os trabalhadores que teriam perdido o emprego. Mas para os donos dos negócios, seus acionistas e seus credores.”

As dúvidas em relação ao sucesso do programa ganharam peso à medida que a variante Ômicron prejudica a recuperação econômica do país, intensificando os pedidos de setores atingidos, como restaurantes, por uma nova rodada de ajuda federal.

O Congresso apressou-se para a criar o PPP nos primeiros dias da pandemia, tentando impedir que pequenas empresas em dificuldades reduzissem o quadro de funcionários e aumentassem a taxa de desemprego. O programa oferecia empréstimos com juros baixos de até US$ 10 milhões aos empresários para cobrir cerca de dois meses de salários e algumas despesas adicionais. Os empréstimos não precisariam ser pagos desde que o dinheiro fosse usado com as despesas permitidas.

Quase todas as empresas nos Estados Unidos com 500 ou menos funcionários (e algumas com mais que isso) estavam aptas a solicitá-lo: escritórios de advocacia, empresas de construção e redes de restaurantes, assim como motoristas de Uber, profissionais freelancers, bares, butiques, mercadinhos e salões de beleza, que são os principais estabelecimentos comerciais.

 

Os primeiros efeitos

As primeiras análises do programa – que costumavam focar nas pequenas empresas com mais funcionários – não eram favoráveis e apontavam que ele havia tido pouco efeito para preservar os empregos. Mas Michael Dalton, economista e pesquisador da Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos EUA, que se baseou nos extensos registros de salários pagos acumulados pelo governo e aos quais outros pesquisadores não tiveram acesso, disse que o programa teve um desempenho melhor do que ele esperava.

Um mês após terem as solicitações aprovadas, as empresas que receberam empréstimos tinham um número médio de funcionários 8% maior do que as empresas semelhantes que não o fizeram. Depois de sete meses, o número de funcionários delas ainda era 4% maior, mantendo uma vantagem mesmo quando as contratações em todo o país começavam a se recuperar.

E alguns negócios que teriam sido obrigados a fechar as portas continuaram funcionando. As empresas que receberam um empréstimo do programa tiveram 5,8% menos probabilidade de serem fechadas um mês após o recebimento do dinheiro e 3,5% menos probabilidade de serem fechadas depois de sete meses, segundo Dalton.

Os efeitos foram mais fortes para as empresas menores e para aquelas localizadas em áreas com taxas de pobreza mais altas. “Há impactos de longo prazo no fechamento de negócios, nas comunidades locais e nas economias locais nessas áreas”, disse Dalton.

Entre os empresários beneficiados, está Dawn Kelly, dona da Nourish Spot, uma lanchonete no bairro do Queens, em Nova York. Ela recorreu ao programa e diz não saber se o negócio teria sobrevivido sem o empréstimo de US$ 11.220 do programa e outras ajudas.

Dawn inaugurou a lanchonete há cinco anos em uma área que ela chama de “pântano de comida”, um bairro urbano onde as lojas com produtos frescos são escassas. Durante os primeiros dois anos, ela foi praticamente a única funcionária da lanchonete, trabalhando até 11 horas por dia, seis dias por semana, e tendo dificuldades para conseguir lucro. Mas as vendas melhoraram, ela chamou estagiários de programas de emprego para jovens e contratou os que tiveram melhor desempenho para vagas de meio período.

“Tive que lutar contra mim mesma para solicitar o empréstimo do PPP, porque tinha medo de empréstimos, principalmente durante a pandemia”, disse Dawn, que abriu a lanchonete depois de ser demitida de seu emprego há 30 anos na área de comunicação corporativa.

 

Gasto ineficiente

O empréstimo para a Nourish Spot funcionou assim como os legisladores planejaram no início do programa: uma quantia mais ou menos modesta para sustentar os trabalhadores por tempo suficiente para que o negócio se recuperasse sozinho.

Mas, no geral, o PPP foi extremamente ineficiente. Para cada US$ 1 destinado a pagar salários de pessoas que poderiam perder seus empregos, ele distribuiu outros US$ 3,13 que foram usados para outros fins, descobriu Dalton. A análise do grupo de David Autor, divulgada no mês passado pelo Departamento Nacional de Pesquisa Econômica, estabeleceu o custo de salvar um emprego por um ano em US$ 169.300 – um valor bem acima da remuneração média de US$ 58.200 para esses empregos, de acordo com os cálculos do grupo.

Então, para onde foi o restante do dinheiro? Para o bolso daqueles que já tinham dinheiro suficiente.

Setenta e dois por cento do dinheiro distribuído pelo programa de auxílio do governo acabou nas mãos daqueles cuja renda familiar corresponde à parcela da população dos 20% mais ricos dos EUA, descobriu o grupo de Autor. Isso ocorre porque os critérios em constante mudança do programa valorizavam menos o pagamento do salário aos trabalhadores.

 

Flexibilização

Quando o Congresso criou o programa em março de 2020, os seus formuladores pensaram que cobrir as folhas de pagamento das empresas por oito semanas seria suficiente para ajudá-las a passar pelo pior momento da crise causada pela covid-19.

A suposição mostrou-se equivocada. Conforme a pandemia se arrastava e os problemas das empresas ficavam maiores, os parlamentares flexibilizaram as regras do programa e o transformaram em uma iniciativa mais generalizada de apoio às pequenas empresas.

Mais especificamente, eles acabaram com a exigência de que os tomadores de empréstimos que gostariam de não precisar devolver os valores emprestados mantivessem o mesmo número de funcionários antes do início da pandemia. E reduziram a porcentagem do empréstimo que os mutuários que pediam a isenção deveriam gastar com salários, de 75% para 60%.

Isso permitiu que os empresários gastassem mais desse dinheiro com aluguel, serviços e outras despesas. (Alguns desses pagamentos, por sua vez, ajudaram outros setores: uma análise de 2021 descobriu que o dinheiro do programa reduziu a inadimplência de hipotecas de imóveis comerciais.)

Dos quase US$ 510 bilhões que o programa emprestou em 2020, um máximo de US$ 175 bilhões – cerca de 34% – foi usado para pagar o salário de trabalhadores que teriam perdido seus empregos sem o empréstimo, descobriu a equipe de Autor. O dinheiro que não necessariamente preservava os empregos, na prática, funcionava como um bônus para os empresários – de modo geral, um grupo rico.

“Esse programa foi altamente regressivo”, disse Autor, usando o termo econômico para políticas que favorecem os mais ricos.

Os deputados de ambos os partidos Republicano e Democrata apoiaram o programa – criado durante o governo Trump e que distribuiu uma rodada adicional de auxílio depois da posse do presidente Joe Biden –, em parte porque todos os distritos do Congresso estão repletos de empreendedores como Dawn.

O programa deixou de estar disponível e foi encerrado em maio, e Biden e o Congresso têm mostrado pouco interesse em ressuscitá-lo. Mas alguns proprietários de pequenas empresas – principalmente no setor de restaurantes – estão esperando por uma ajuda adicional, já que a variante Ômicron intensificou as pressões provocadas pela alta inflação e pela escassez de mão de obra.

Em uma pesquisa recente com empresários que participaram de um programa de treinamento do Goldman Sachs, 71% disseram que a Ômicron prejudicou seriamente suas vendas. Mais de um terço disse que precisou fechar temporariamente ou reduzir o horário de funcionamento devido ao aumento do número de casos de covid-19.

Dawn está preparada para aguentar o tranco em meio às incertezas. Quando o programa do governo ofereceu uma segunda rodada de empréstimos no ano passado, ela não se candidatou dessa vez. “Eu não precisava mais”, disse ela. “Estamos indo bem.” /TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

 

 

Stacy Cowley / ESTADÃO

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