WASHINGTON - O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na quarta-feira que pretende investir 2 bilhões de dólares da Lei de Redução da Inflação do ano passado para acelerar a fabricação doméstica de veículos elétricos (EVs, na sigla em inglês) e ressuscitar fábricas em dificuldades.
Acelerar concessões e outros subsídios para financiar a conversão de fábricas de automóveis existentes para construir veículos elétricos pode ajudar a Casa Branca a conter as críticas das montadoras e do sindicato United Auto Workers (UAW) sobre as regras ambientais propostas destinadas a ajudar a inaugurar a era EV.
O programa de subsídios de conversão para produção doméstica de EVs fornecerá subsídios de custos compartilhados para a fabricação de veículos híbridos eficientes, híbridos elétricos plug-in, veículos totalmente elétricos e com célula de combustível.
O Departamento de Tecnologias de Veículos, do Departamento de Energia dos EUA, disse que o programa priorizará projetos que reformam ou reequipam fábricas que pararam recentemente de operar ou que devem fechar em breve.
O objetivo é preservar os empregos existentes, incluindo empregos sindicais e salários, e "oportunidades de trabalho em comunidades que têm alimentado nossa economia automotiva há décadas", anunciou o departamento.
A fabricante de caminhões elétricos Lordstown Motors, com sede no Estado norte-americano de Ohio, entrou com pedido de recuperação judicial na terça-feira, o mais recente de uma série de startups que abriram o capital durante o "boom" das empresas de aquisição de propósito específico (SPACs) na era da pandemia. As SPACs são empresas de capital aberto criadas com o objetivo de adquirir empresas privadas.
O governo Biden, como parte de sua meta de descarbonizar a economia até 2050, está pressionando a indústria automobilística dos EUA a acelerar a transição para os veículos elétricos. A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) propôs em abril regras que poderiam resultar em até dois terços do mercado de veículos novos mudando para EVs até 2032.
Por Timothy Gardner e Joe White / REUTERS
TEXAS - Quatro mexicanos foram presos ontem, no estado americano do Texas, por suspeita de participação na morte de 53 imigrantes que viajavam amontoados em um caminhão no ano passado, anunciou na terça-feira (27) o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Os imigrantes, procedentes de México, Guatemala, Honduras e El Salvador, morreram de hipertermia e desidratação aguda, por falta de ventilação. Outros 11 sobreviveram.
Segundo documentos judiciais, entre dezembro de 2021 e junho de 2022 os quatro detidos participaram de uma organização de tráfico de pessoas que introduzia imigrantes nos Estados Unidos ilegalmente, informou hoje o Departamento de Justiça.
Os presos são Riley Covarrubias Ponce, conhecido como Rrili, ou Rilay, 30 anos; Felipe Orduña Torres, conhecido como Cholo, Chuequito, ou Negro, 28 anos; Luis Alberto Rivera Leal, o "Cowboy", 37; e Armando Gonzáles Ortega, apelidado de El Don, ou Don Gon, 53. A organização contava com tratores e caminhões, alguns dos quais ficavam em um estacionamento privado de San Antonio, Texas, informou o departamento.
Quando os membros da organização abriram a porta traseira do caminhão, após uma viagem de quase três horas até San Antonio, 48 dos imigrantes, incluindo uma gestante, estavam mortos. Dezesseis deles foram levados para hospitais. Destes, cinco não resistiram.
Segundo a acusação, nos dias que antecederam o 27 de junho de 2022, Covarrubias Ponce, Orduña Torres e outros trocaram nomes de imigrantes que entrariam no país. Logo após a descoberta macabra, autoridades prenderam o motorista do caminhão, Homero Zamorano, e Christian Martínez.
Os detidos podem ser condenados à prisão perpétua. "Os traficantes de seres humanos que colocam em risco a vida de pessoas por desejo de lucrar e infringem nossas leis não podem se esconder por muito tempo. Iremos encontrá-los e levá-los à Justiça", assinalou o procurador-geral, Merrick Garland.
“Eles farão qualquer coisa para obter benefícios e o Departamento de Segurança Interna (DHS) continuará fazendo todo o possível para detê-los”, disse o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.
EUA - A tecnologia de carregamento de veículos elétricos da Tesla está sendo acelerada para se tornar um padrão dos Estados Unidos, disse o grupo de engenheiros da indústria automotiva que revisa os padrões na terça-feira.
A tecnologia de carregamento da Tesla vem ganhando força há semanas. A Volvo se juntou na terça-feira à General Motors, à Ford e à Rivian ao adotar o design de carregamento da Tesla, evitando iniciativas anteriores do governo Biden para tornar o Sistema de Carregamento Combinado (CCS) o padrão de carregamento dominante nos Estados Unidos.
A Tesla chama sua tecnologia de "Padrão norte-americano de Carregamento (NACS, na sigla em inglês)", mas ela ainda não foi aprovada como padrão nos EUA.
As ações da Tesla subiram 2,3% na terça-feira.
“O novo padrão de conector SAE NACS será desenvolvido em um prazo acelerado e é uma das várias iniciativas importantes para fortalecer a infraestrutura de carregamento de veículos elétricos da América do Norte”, disse a SAE International, uma organização de desenvolvimento de padrões para engenheiros, em comunicado nesta terça-feira.
Os Estados Unidos estão a caminho de instalar uma rede de 1,2 milhão de carregadores públicos de veículos elétricos, incluindo 1 milhão de carregadores de Nível 2, até 2030, de acordo com um estudo do Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL), um centro de pesquisa financiado pelo governo federal. O estudo não forneceu nenhuma análise de NACS e outros tipos de conectores.
Essa projeção supera a meta do governo Biden de implantar 500.000 carregadores públicos até 2030.
A construção da rede de recarga pública exigirá entre 33 e 55 bilhões de dólares em investimento cumulativo de capital público e privado, de acordo com o estudo do NREL.
Reportagem de Hyunjoo Jin em San Francisco e Trevor Hunnicutt / REUTERS
EUA - Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 36 mil toneladas de milho da safra 2022/23 na semana encerrada em 15 de junho, informou nesta sexta-feira, 23, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O volume representa queda de 87% ante a semana anterior e de 74% ante a média das quatro semanas anteriores.
Na semana, os principais compradores foram China (69,1 mil t), México (63,3 mil t), Japão (36,5 mil t), El Salvador (10 mil t) e Israel (9 mil t), que compensaram os cancelamentos feitos por destinos não revelados (132,3 mil t), Honduras (17,5 mil t), Canadá (8,5 mil t) e Guiana (7,3 mil t).
Para o ano-safra 2023/24 foram vendidas 47,1 mil toneladas para Honduras (33,2 mil t), Canadá (8,2 mil t) e México (5,7 mil t).
A soma das duas safras, de 83,1 mil toneladas, ficou dentro da previsão de analistas, que esperavam vendas de até 800 mil toneladas.
Os embarques do período totalizaram 668,3 toneladas, queda de 44% ante a semana anterior e de 50% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram México (283,5 mil t), China (179,1 mil t), Japão (150,9 mil t), Panamá (29,9 mil t) e República Dominicana (10 mil t).
EUA - Os republicanos no Congresso dos Estados Unidos deram o primeiro passo para abrir uma possível investigação que leve a um processo de impeachment contra o presidente Joe Biden, uma demanda da ala trumpista.
Os legisladores responsabilizam o líder democrata pela "invasão" na fronteira entre Estados Unidos e México por causa de sua política migratória.
A Constituição americana estabelece que o Congresso pode acusar o presidente de "traição, corrupção ou outros delitos e faltas graves".
Biden "colocou em perigo a segurança dos Estados Unidos e a saúde do povo americano", argumenta nos artigos de acusação a congressista republicana do Colorado Lauren Boebert, que considera que isso é razão suficiente para destitui-lo.
No entanto, um processo formal de impeachment é pouco provável neste momento por falta de apoio político.
Parte da oposição republicana se recusa a entrar nesse terreno, pois teme que o procedimento se transforme em um exercício puramente partidário.
Ao invés de votarem diretamente sobre a abertura de um processo de impeachment, os republicanos na Câmara preferiram ter nesta quinta-feira uma votação preliminar no comitê, o que frustrou a iniciativa da ala trumpista.
Os democratas são contrários à investigação que pode levar à abertura de um processo de impeachment.
Nunca na história dos Estados Unidos um presidente foi destituído. Três passaram por processos de impeachment: Andrew Johnson em 1868, Bill Clinton em 1998 e Donald Trump em 2019 e 2021. Porém, no final, todos acabaram absolvidos.
Para evitar um procedimento similar no Congresso, Richard Nixon preferiu renunciar em 1974, depois que veio à tona o escândalo de Watergate.
BUENOS AIRES - A Argentina enviou ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, uma carta assinada por seis países da região para solicitar sua ajuda na negociação que o governo nacional realiza com o Fundo Monetário Internacional (FMI) por um empréstimo de 44 bilhões de dólares, informou o Ministério das Relações Exteriores na última quinta-feira.
A Argentina e o organismo negociam uma flexibilização do acordo assinado no ano passado diante da impossibilidade de o país cumprir as metas estabelecidas devido ao impacto econômico da guerra na Ucrânia e a uma seca histórica que afetou suas exportações.
"A inflexibilidade do FMI em rever os parâmetros do acordo no contexto da seca descrita corre o risco de transformar um problema de liquidez em um de solvência", diz a carta assinada pelos presidentes de Brasil, México, Bolívia, Chile, Colômbia e Paraguai.
Os dirigentes pediram a Biden "que apoie a Argentina nas negociações que está a levar a cabo com o referido organismo", gesto pelo qual o presidente da Argentina, Alberto Fernández, agradeceu na sua conta no Twitter.
Reportagem de Eliana Raszewski / REUTERS
PEQUIM - A China reagiu na quarta-feira depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se referiu ao presidente chinês, Xi Jinping, como um "ditador", dizendo que os comentários eram absurdos e uma provocação, em uma briga imprevista imediatamente após os esforços de ambos os lados para reduzir as tensões.
Os comentários de Biden ocorreram apenas um dia depois que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visitou Pequim para estabilizar as relações bilaterais que a China diz estarem em seu ponto mais baixo desde que os laços formais foram estabelecidos.
Participando de uma arrecadação de fundos na Califórnia, Biden disse que Xi ficou muito constrangido quando um suposto balão espião chinês foi abatido no espaço aéreo dos EUA neste ano, fazendo um comentário pessoal sobre o líder chinês depois que Blinken afirmou na segunda-feira que o "capítulo" deveria ser encerrado.
"A razão pela qual Xi Jinping ficou muito chateado quando derrubei aquele balão com duas caixas cheias de equipamento de espionagem é que ele não sabia que estava lá", disse Biden.
"Isso é um grande embaraço para os ditadores. Quando eles não sabem o que aconteceu. Isso não deveria estar indo para onde estava. Foi desviado do curso", acrescentou Biden.
Xi se tornou o líder mais poderoso da China desde Mao Zedong, depois de garantir um terceiro mandato como presidente em março e ser ratificado líder do Partido Comunista em outubro.
Biden também disse que a China "tem dificuldades econômicas reais".
Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que os comentários de Biden foram "extremamente absurdos" e "irresponsáveis".
Expressando forte insatisfação da China, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Mao Ning disse que os comentários de Biden violaram seriamente os fatos, o protocolo diplomático e a dignidade política da China.
"São uma provocação política aberta", disse ela em entrevista coletiva.
Questionada sobre o quanto Xi estava ciente dos movimentos do balão, Mao reiterou a explicação anterior da China de que a passagem do balão pelo espaço aéreo dos EUA não foi intencional e causada por circunstâncias fora de seu controle.
"BOCA GRANDE"
"A boca grande de Biden é um canhão solto", disse Wu Xinbo, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Fudan, em Xangai.
"A confiança mútua é o que a China tem enfatizado, então os comentários de Biden são muito destrutivos e prejudiciais", declarou Wu, acrescentando que os comentários podem não desfazer totalmente o que Blinken conseguiu em sua visita à China.
Blinken e Xi concordaram em sua reunião na segunda-feira em estabilizar a intensa rivalidade entre Washington e Pequim para que não se transforme em conflito.
Embora nenhum avanço tenha sido feito durante a primeira visita à China de um secretário de Estado dos EUA em cinco anos, ambos os lados concordaram em continuar o envolvimento diplomático com mais visitas de autoridades norte-americanas nas próximas semanas e meses.
Biden disse na terça-feira que o enviado climático dos EUA, John Kerry, pode ir à China em breve.
Por Trevor Hunnicutt e Ryan Woo / REUTERS
WASHINGTON - Um grupo bipartidário de parlamentares dos Estados Unidos pedirá aos chefes das montadoras Ford e GM para reduzir a dependência de autopeças da China, principalmente baterias de veículos elétricos, disseram fontes à Reuters na segunda-feira.
Quatro parlamentares que fazem parte do Comitê Seleto da Câmara dos Deputados dos EUA sobre a China viajarão para Detroit na terça-feira para se encontrar com Jim Farley, da Ford, e Mary Barra, da GM, segundo as fontes.
Os republicanos Mike Gallagher e John Moolenaar e os democratas Raja Krishnamoorthi e Haley Stevens também planejam se reunir com executivos de fornecedores automotivos, incluindo BorgWarner, Continental, Bosch, Tenneco e a startup de baterias Our Next Energia (ONE).
O foco nas peças automotivas chinesas ocorre logo após uma rara visita a Pequim do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e horas de reuniões não resultarem em grandes avanços.
A Ford disse nesta segunda-feira que "compartilha os objetivos do comitê de fortalecer a competitividade norte-americana e estabelecer cadeias de suprimentos de veículos elétricos nos EUA, e em nossa reunião de amanhã planejamos compartilhar como exatamente estamos fazendo isso."
A GM se recusou a comentar a reunião.
A Bloomberg News noticiou primeiro as reuniões programadas.
Kanishka Singh / REUTERS
EUA - O dólar alternava estabilidade e leve queda frente ao real nesta segunda-feira, em semana que será marcada pela decisão de política monetária do Banco Central do Brasil e por depoimentos do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.
Às 9:23 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,25%, a 4,8095 reais na venda.
Na B3, às 9:23 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,2%, a 4,8195 reais.
O Banco Central do Brasil provavelmente deixará a taxa Selic inalterada quando encerrar sua reunião de política monetária nesta semana, mas economistas acreditam que a autarquia está próxima de iniciar um ciclo de afrouxamento, provavelmente já no terceiro trimestre.
Isso porque dados divulgados desde o último encontro do BC mostraram sinais convincentes de arrefecimento dos preços, com o IPCA de maio desacelerando bem mais do que o esperado, enquanto as expectativas de inflação no boletim semanal Focus têm moderado.
Juros mais baixos normalmente colocariam pressão negativa sobre real ao reduzir a rentabilidade do mercado de renda fixa brasileiro, mas estrategistas do Goldman Sachs disseram em relatório recente que, "dado o ponto de partida elevado para as taxas reais e o progresso contínuo (na redução) da inflação, esperamos que os diferenciais de juros reais continuem favoráveis ao câmbio mesmo quando a normalização da política monetária começar, e acreditamos que os fluxos de renda fixa continuam sendo um importante vento favorável para o real".
"Embora uma pequena retração após um forte rali (do real) seja certamente possível, achamos que o dólar spot ainda tem espaço para uma tendência de baixa", completou o banco no documento.
Na última sessão, na sexta-feira, a divisa norte-americana à vista fechou em alta de 0,39%, a 4,8214 reais na venda, após ter acumulado queda de 5,32% nas dez sessões anteriores. É normal, após movimentos acentuados do dólar, haver momentos de correção no sentido oposto, conforme operadores realizam lucros.
Enquanto isso, no exterior, o dólar registrava leves ganhos contra uma cesta de pares fortes em dia de feriado nos Estados Unidos, com o foco na trajetória de política monetária do Federal Reserve. Na semana passada, o banco central norte-americano manteve sua taxa básica de juros, mas sinalizou a possibilidade de mais duas altas nos custos dos empréstimos neste ano.
"Todas as expectativas de cortes (de juros nos EUA) foram empurradas para 2024" após o encontro do Fed, destacou Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
O chair da instituição, Jerome Powell, prestará depoimento ao Congresso dos EUA na quarta e na quinta desta semana, e será acompanhado de perto pelos mercados financeiros, que buscam pistas sobre os próximos passos do Fed.
Por Luana Maria Benedito / REUTERS
CHINA - O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, iniciou no domingo (18) uma viagem de dois dias à China para aliviar as tensões bilaterais entre os dois países. Essa é a primeira visita de um chefe da diplomacia dos EUA ao território chinês em quase cinco anos.
Blinken se reuniu com o ministro chinês das Relações Exteriores, Qin Gang, em um palácio nos antigos Jardins Diaoyutai de Pequim. Os dois passaram por um tapete vermelho e apertaram as mãos diante das bandeiras de seus respectivos países, sem fazer comentários.
A visita de Blinken estava originalmente marcada para fevereiro. Mas a viagem foi cancelada depois que Washington disse ter detectado um balão chinês suspeito de espionagem sobre solo americano, aumentado as tensões entre os dois países.
Nenhuma das duas potências espera grandes avanços em questões espinhosas, mas o objetivo é entrar em um degelo diplomático e manter o diálogo para administrar a relação bilateral "de forma responsável", segundo o Departamento de Estado.
Antes de partir, Blinken mostrou-se otimista, afirmando que o objetivo da viagem é "abrir linhas diretas de comunicação para que os nossos dois países possam gerir a relação de forma responsável, o que inclui enfrentar alguns desafios e equívocos e evitar erros de cálculo".
“A prioridade é reforçar a comunicação entre essas duas potências geopolíticas”, aponta o professor de economia e relações internacionais da escola de gestão francesa HEC, Jérémy Ghez. “Isso quer dizer que as duas grandes potências internacionais continuam querendo dialogar. O que é extremamente importante, pois a história nos mostrou que quando há tensões geopolíticas entre duas potências que não se falam, o risco de incompreensão e de erros de interpretação é enorme, e pode ter consequências dramáticas”, detalha o especialista, em entrevista à RFI.
Novo encontro entre Biden e Xi em breve?
O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que espera se reunir com o líder chinês, Xi Jinping, após a extensa reunião que tiveram em Bali em novembro, à margem da cúpula do G20. "Espero que, nos próximos meses, eu me encontre novamente com Xi e possamos conversar sobre as diferenças legítimas que temos, mas também sobre como existem áreas em que podemos nos entender", acrescentou o chefe da Casa Branca.
Os dois líderes podem se encontrar na próxima cúpula do G20, em setembro, em Nova Délhi. Xi também foi convidado a viajar a San Francisco em novembro para o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).
Entre os principais pontos de discórdia entre os dois países estão o comércio e a questão da ilha democrática autônoma de Taiwan, que Pequim considera parte de seu território.
A China realizou no ano passado grandes manobras em torno de Taiwan, que foram consideradas um ensaio para uma invasão, depois que a então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi até a ilha, em agosto. A visita da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos também levou Pequim a realizar três dias de exercícios militares em abril.
"Desistam de lidar com a China numa posição de força", pede Pequim
Antes da visita de Blinken, o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, disse que os Estados Unidos deveriam "respeitar as principais preocupações da China" e colaborar com Pequim. "Os Estados Unidos devem desistir da ilusão de lidar com a China 'numa posição de força'. A China e os Estados Unidos devem desenvolver suas relações com base no respeito mútuo e na igualdade, respeitando suas diferenças", insistiu.
Blinken é o funcionário de mais alto escalão dos EUA a visitar a China desde que seu antecessor, Mike Pompeo, que mais tarde liderou a política de confronto do ex-presidente Donald Trump com Pequim, o fez em outubro de 2018. O governo Biden manteve a linha dura e foi ainda mais longe do que o governo anterior em algumas questões, por exemplo, a imposição de controles de exportação para limitar a compra e fabricação na China de chips de ponta.
Mas em outras áreas, como a luta contra as mudanças climáticas, Biden tem procurado cooperar com a China.
(Com AFP)
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.