BRASÍLIA/DF - O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 6,7 pontos de outubro para novembro. Assim, o indicador atingiu 91,5 pontos, em uma escala de zero a 200, seu menor nível desde fevereiro deste ano (91,1 pontos).
O ICE consolida os índices de confiança dos empresários de quatro setores da economia pesquisados pela FGV: indústria, construção, comércio e serviços.
O Índice de Situação Atual Empresarial, que mede a percepção do empresariado brasileiro em relação ao presente, caiu 4,1 pontos e atingiu 95,2 pontos. O Índice de Expectativas teve uma queda mais acentuada: oito pontos, chegando a 87,9.
Quatro setores produtivos tiveram queda do ICE em novembro. A mais intensa foi observada no comércio (-10,8 pontos). Em seguida, aparecem serviços (-5,4 pontos), construção (-5,3 pontos) e indústria (-3,6 pontos).
Com a queda mais acentuada, o comércio também tem o menor índice de confiança: 87,2 pontos. A construção tem o maior índice: 95,6 pontos.
BRASÍLIA/DF - Os economistas esperam uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre de 2022. No entanto, o cenário mudou frente às possibilidades levantadas no início do ano sobre uma recessão técnica nos últimos trimestres, com diminuição nos preços de commodities que o país exporta, juros elevados e cenário externo desafiador. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) serão divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (1).
Os economistas consultados pelo Investing.com Brasil destacam que um dos impulsionadores para a mudança nessa visão foi o pacote de medidas fiscais pré-eleições do governo atual, com redução dos impostos sobre combustíveis, resultando em diminuição da inflação, além da elevação de valores para o Auxílio Brasil para R$600 e outros incrementos, como vale-gás e vale-caminhoneiro.
A média das estimativas de analistas compiladas pelo Investing.com Brasil é de uma alta no (PIB) em 0,7% no terceiro trimestre deste ano, levando o indicador anual a 3,7%. No segundo trimestre, a alta foi de 1,2%, com crescimento em doze meses de 3,2%.
A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) estima alta de 0,6% no trimestre. Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, escritório credenciado à XP afirma que o resultado deve ser sustentado, em grande parte, pelo setor de serviços. “Esse setor vem pavimentando o crescimento econômico brasileiro neste ano”. Além disso, a economista avalia que juros mais elevados resultam em aumento do endividamento e menor poder de compra de bens duráveis, o que impacta o consumo, mesmo com melhora nos indicadores de inflação, que ainda pressionam o orçamento em diversas frentes, entre elas na alimentação. “Temos uma desaceleração no ritmo de crescimento porque a taxa de juros limita a atividade econômica, principalmente para varejo e indústria”, completa.
Já o BTG (BVMF:BPAC11) projeta crescimento de 0,8%, com alta nos setores agrícola, industrial e de serviços. O banco espera que, do lado da demanda, todos os itens devam apresentar crescimento, o que reforçaria a resiliência dos investimentos.
Daniel Xavier, gerente do departamento econômico do Banco ABC Brasil (BVMF:ABCB4), projeta uma alta de 0,7% no trimestre. Na ótica da oferta, os principais setores econômicos devem apresentar expansão na margem, segundo o ABC, como agricultura puxando o indicador para cima, seguida pela indústria e serviços. Do lado da demanda, os principais agregados também devem crescer no trimestre, com destaque para os investimentos, o consumo das famílias, as exportações e os gastos do governo. “Em que se pese o atual quadro de juros altos, os dados de atividade no varejo e serviços vieram acima do esperado nos últimos meses e a produção agrícola segue robusta, com (milho e soja retomando, principalmente), o que justifica a perspectiva positiva para o crescimento do terceiro trimestre como um todo”, avalia. Por outro lado, os indicadores antecedentes de mercado de trabalho e confiança econômica mostraram uma moderação em outubro, e a projeção do banco é de estabilidade para o quarto trimestre deste ano.
André Roncaglia, professor de economia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), concorda que o ciclo de aperto monetário tende e desaquecer a economia. “Taxas de juros muito altas tendem a deprimir a atividade de investimentos, que vem cambaleando, mas o que tem chamado atenção é a queda da indústria, que já caiu por dois meses consecutivos, é um desempenho bem ruim quando comparado ao que se esperava. Além disso, a expectativa era de resultado melhor na nossa balança comercial e o saldo vem caindo com o tempo. Isso também está associado ao déficit comercial que temos na indústria”. Com maior dependência da venda de commodities, problemas na China com a política restrita contra a Covid e massa de rendimento pressionada, o ânimo com a política expansionista tende a se desacelerar. A confiança do consumidor e na indústria também vêm caindo, um sinalizador negativo para a atividade econômica, conforme o professor.
Crescimento mais baixo em 2023
O último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central do Brasil mostra que os economistas consultados pela autoridade monetária acreditam em um crescimento do PIB em 2,81% neste ano e de 0,70% no ano que vem.
O Banco ABC possui estimativa de 3,0% para o crescimento deste ano e de 0,8% para 2023, com desaceleração da economia doméstica e global. A expectativa é de um viés de alta vindo do agronegócio e viés de baixa do setor externo.
A XP Investimentos avalia que a atividade econômica brasileira deva apresentar um crescimento em ritmo mais modesto a partir de agora, em um cenário de juros elevados e maior percepção de risco. Em relatório, o economista Rodolfo Margato aponta como fatores que impulsionam o crescimento a melhoria nas condições do mercado de trabalho e o “forte desempenho em atividades menos sensíveis ao ciclo econômico”. Segundo ele, agricultura e pecuária devem apoiar o PIB.
A XP estima crescimento de 0,2% no quarto trimestre e 2,6% neste ano. Para 2023, a projeção é de 1%. A instituição financeira avalia que o crescimento econômico nos próximos anos depende, em grande medida, da postura da política fiscal. "Assim, as discussões envolvendo a expansão dos gastos públicos e mudanças no atual quadro fiscal serão acompanhados de perto “, completa o relatório.
Para Roncaglia, a incerteza das famílias sobre a situação econômica é um dos fatores que deve contribuir para uma desaceleração do ano que vem. “A queda na confiança da indústria já sinaliza que potencialmente os empregos de melhor qualidade no ano que vem devem ficar mais escassos”. O aumento da inadimplência, um cenário de aumento de juros e desaceleração global figuram entre os desafios para 2023.
Jessica Bahia Melo / Investing.com
ALEMANHA - "Precisamos de vocês", afirmou o ministro alemão da Economia, Robert Habeck, em mensagem de vídeo em inglês para os trabalhadores estrangeiros em todo o mundo. "A Alemanha é um país de migração diversificado", insistiu a ministra do Interior, Nancy Faeser, em artigo publicado no jornal Tagesspiegel, na segunda-feira (28/11).
A Alemanha lida com uma escassez aguda de mão de obra especializada – especialmente na área de tecnologia, mas também em catering, logística, educação e enfermagem – problema que, segundo algumas associações industriais, está constribuindo para desacelerar a economia. "Para muitas empresas, a busca por mão de obra especializada já é uma questão existencial", alertou recentemente o ministro alemão do Trabalho, Hubertus Heil, em uma conferência de trabalhadores especializados.
O governo do chanceler federal, Olaf Scholz, formado pelos partidos Social-Democrata (SPD), Verde e Liberal Democrático (FDP), encaminhou uma série de medidas para modernizar as leis alemãs de imigração.
As ideias incluem planos para diminuir os entraves burocráticos no sistema de asilo, facilitar a obtenção de residência permanente para os migrantes com o chamado "status tolerado" e oferecer a nacionalidade alemã para pessoas que vivem na Alemanha por tempo prolongado.
Objeções e alertas
Os partidos de oposição colocaram objeções aos planos do governo. Friedrich Merz, líder da conservadora União Democrata-Cristã (CDU), alertou que o governo estaria facilitando a "migração aos sistemas de bem-estar social".
De maneira um tanto estranha, alguns do governista FDP também criticaram a estratégia do governo. O secretário-geral do partido, Bijan Djir-Sarai, afirmou ao jornal Rheinische Post que ainda é cedo demais para mudar as leis alemãs de cidadania.
"Não houve progresso algum no combate ou oposição à imigração ilegal", avalia Djir-Sarai, acrescentando que a cidadania "não deve estar no início do processo de integração".
Abaixo, um resumo das principais mudanças:
Dupla cidadania
A lei de cidadania alemã deverá ser reformada para permitir a dupla cidadania a cidadãos de fora da União Europeia (UE) e da Suíça, e permitir que os estrangeiros na Alemanha possam ter direito à cidadania alemã após viverem por cinco anos no país, ao invés de oito, como na lei atual, contanto que preencham certos critérios.
A permissão de dupla cidadania é voltada para ajudar a integrar a grande população de pessoas de origem turca, muitas das quais dizem que desistir de sua nacionalidade original é o maior obstáculo para adquirir a cidadania alemã.
Devido à falta de legislação clara, a dupla nacionalidade já se tornou, na realidade, algo mais do que uma exceção. De acordo com o Ministério do Interior da Alemanha, em 2021 a chamada taxa naturalizações multinacionais de foi de 69%.
"Muitos países ao redor do mundo concedem a dupla cidadania, mas nós na Alemanha somente a permitimos em determinados casos", afirmou o vice-líder do SPD no Bundestag (Parlamento), Dirk Wiese. "Estas não serão negociações políticas fáceis", disse o social-democrata. "Já tivemos no passado campanhas contra a dupla cidadania por parte de conservadores de extrema-direita."
Direitos de residência aos "tolerados"
No final do ano passado, em torno de 240 mil pessoas viviam na Alemanha no chamado status de "tolerado". Isso significa que seus pedidos de asilo foram rejeitados, mas suas deportações acabaram sendo suspensas – por exemplo, em razão de ameaças em seus países de origem, doenças graves ou falta de documentos de viagem.
Muitas pessoas vivem por longos períodos na Alemanha nesse limbo. Alguns têm filhos criados no país e encontraram trabalho em setores onde são necessários, especialmente na área de enfermagem.
O governo planeja oferecer a qualquer pessoa que esteja no status de "tolerado" há cinco anos, a partir de 1º janeiro de 2022, uma "oportunidade de residência" de um ano. Eles podem usar esse período para preencher os critérios necessários para o pedido de residência permanente.
Em torno de 136 mil pessoas estariam aptas a receber esse benefício. A residência permite que as pessoas tenham mais liberdade de movimento na Alemanha e elimina a ameaça constante de deportação, além de tornar mais fácil a busca por trabalho.
Cursos de integração para todos
Todos os requerentes de asilo, deverão receber acesso a cursos de integração e de idiomas desde o início de sua permanência no país, independentemente de sua perspectiva de permanecer ou não em solo alemão. O governo afirma que isso deverá promover a participação e a coesão social.
Deportações
O outro lado da moeda: a repatriação de pessoas que não conseguem permanecer no país deverá ser reforçada de maneira mais consistente do que antes, segundo o ministério alemão do Interior, principalmente para os que cometerem crimes e os considerados perigosos. Nesses casos, a deportação e as detenções visando o repatriamento serão facilitadas.
Reuniões familiares
Para deixar mais atraente a Alemanha para os trabalhadores da mão de obra especializada de fora dos países da UE, o governo planeja tornar mais fácil que eles possam trazer suas famílias. Os parentes mais próximos não terão mais de comprovar conhecimento do idioma alemão para poderem entrar no país.
Migração de trabalhadores qualificados
Um segundo esboço da lei de imigração deverá lidar especificamente com a mão de obra qualificada, ao apresentar os seguintes pontos:
O Escritório Federal do Trabalho calcula que a Alemanha necessita de 400 mil trabalhadores estrangeiros todos os anos. A maioria vem de dentro da UE, mas estes não são suficientes para aliviar a escassez – até porque a maioria das maiores nações europeias enfrenta desafios demográficos semelhantes.
A lei de imigração de trabalhadores qualificados existe desde 2020, mas o influxo de pessoas de fora da UE ao país é limitado e encolheu ainda mais durante a pandemia.
Em 2019, somente 39 mil originários de países de fora da UE chegaram na Alemanha para trabalhar, o que representa somente 0,1% do total de trabalhadores no país. Em 2020, esse número caiu para pouco mais de 29 mil. Os empresários se queixam de entraves burocráticos exacerbados pela aversão das autoridades a ferramentas baseadas na internet.
"Blue Card" da UE para acadêmicos
Os chamados blue cards (cartões azuis) da UE que facilitam a permanência de trabalhadores altamente qualificados no país – semelhante ao green card americano – foi introduzido na Alemanha há dez anos.
Esse benefício permite aos profissionais altamente qualificados o direito de entrar na Alemanha para trabalhar sem a checagem prioritária para averiguar se cidadãos alemães ou da UE estariam disponíveis para essas mesmas vagas, e sem a exigência de conhecimento do idioma alemão.
Nas condições atuais, a eles deve ser garantido um rendimento anual mínimo de 56,4 mil euros (R$ 308 mil), para evitar o chamado dumping salarial. O governo quer reduzir esse mínimo salarial anual, algo que já vale para as ocupações onde há maior carência de pessoal: medicina, TI e engenharia. No futuro, os mínimos salariais mais baixos também passaram a ser exigidos para pessoas em início de carreira.
O novo "cartão de oportunidades"
O chamado "cartão de oportunidades", com base em um sistema de pontuação, permitirá que pessoas cheguem ao país para começar a procurar um emprego ou treinamento. Os critérios incluem idade, qualificações, conhecimentos do idioma e experiência profissional.
Holger Bonin, diretor de pesquisas do Instituto de Economia do Trabalho (IZA, na sigla em alemão), critica a estratégia. "O cartão de oportunidades cria novos obstáculos", afirmou à DW. "Antes de uma pessoa assinar um contrato de trabalho, eles precisam apresentar provas que são desnecessárias em outros países."
Qualificados com treinamento vocacional
O governo também quer ampliar os benefícios do blue card às profissões não acadêmicas, como cozinheiros, especialistas em construção, técnicos em energia e motoristas de caminhão.
Atualmente, além do próprio blue card, há uma permissão de residência para trabalhadores qualificados com formação profissional reconhecida pela Alemanha. No futuro, esses trabalhadores poderao buscar empregos qualificados em outras áreas. Dessa forma, um engenheiro mecânico poderia trabalhar no setor de logística, por exemplo.
Estudantes e estagiários
O governo também quer que mais pessoas venham à Alemanha para estudar ou fazer treinamentos para então trabalharem no país. Por esse motivo, a checagem de prioridade deverá ser abandonada para os programas de aprendizagem, e os estudantes poderão trabalhar durante seus estudos.
Estudantes de países de fora da UE com conhecimento suficiente do idioma poderão realizar estágios de até seis semanas sem a aprovação da Agência Federal do Trabalho.
Regras para os Bálcãs Ocidentais
As regras para a região dos Bálcãs Ocidentais permite atualmente que cidadãos de Albânia, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, República da Macedônia do Norte, Montenegro e Sérvia trabalhem na Alemanha se receberem uma oferta de emprego de uma empresa alemã.
Antes da aprovação, é realizada uma verificação de prioridade para determinar se os trabalhadores da Alemanha ou da UE poderiam ocupar essas vagas.
Essas regras eram anteriormente válidas até o final de 2023, mas no futuro devem ser aplicadas indefinidamente. Até agora, havia um limite de 25 mil pessoas por ano, mas o governo planeja aumentar significativamente essa cota e já considera expandir o benefício para outros países. A associação de trabalhadores BDA pediu que esse limite seja abolido por completo.
Qualificações estrangeiras e experiência
O reconhecimento de qualificações estrangeiras vem sendo um ponto de atrito burocrático. O governo quer facilitar esse processo, por exemplo, ao permitir que documentos sejam enviados em inglês ou outros idiomas, ao invés de exigir tradução juramentada.
Mas, o governo agora planeja permitir a imigração para algumas profissões mesmo sem o reconhecimento alemão dos diplomas.
O pré-requisito seria no mínimo dois anos de experiência profissional e um diploma reconhecido no país de origem. O empregador ficaria encarregado de verificar o conhecimento do idioma. Isso, no entanto, não se aplicaria a profissões regulamentadas, como as dos setores de medicina e enfermagem.
O mínimo salarial deve ser reduzido para os especialistas de TI. Os empregadores poderão decidir eles mesmos as exigências de conhecimento da língua. Os serviços de aconselhamento para todos deverão melhorar a "proteção contra a exploração do trabalho".
Autor: Andrea Grunau / DW
SÃO PAULO/SP - O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), conhecido como a inflação do aluguel, caiu 0,56% em novembro, após queda de 0,97% no mês anterior, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas).
Com este resultado, o índice acumula alta de 4,98% no ano e de 5,90% em 12 meses. Em novembro de 2021, o índice variou 0,02% e acumulava alta de 17,89% em 12 meses.
"O IGP-M registrou queda menos intensa nesta apuração. As contribuições para a aceleração da taxa do índice partiram de seus três índices componentes", afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) caiu 0,94% em novembro, após queda de 1,44% em outubro, enquanto o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,64% este mês, após alta de 0,50% no mês anterior.
No IPC, cinco das oito classes de despesa que compõe o índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (-0,96% para 0,79%), com destaque para o item gasolina, cuja taxa passou de -3,74% em outubro para 1,58% em novembro.
Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (0,57% para 0,83%), Comunicação (-1,03% para -0,32%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,80% para 1,00%) e Vestuário (0,67% para 0,83%).
Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (3,15% para 0,60%), Habitação (0,63% para 0,37%) e Despesas Diversas (0,22% para 0,14%) registraram decréscimo em suas taxas de variação.
Por fim, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) acelerou o avanço a 0,14% no período, de 0,04% antes, sob pressão da alta de 0,53% no custo da mão de obra, de 0,31% em outubro.
O que é o IGP-MO indicador foi criado no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.
O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços - Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.
O IGP-M é utilizado na fórmula de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.
EUA - A gigante americana das redes sociais Meta, empresa matriz do Facebook, foi multada nesta segunda-feira (28) pelo regulador irlandês em nome da União Europeia em 265 milhões de euros (277 milhões de dólares) por não proteger adequadamente os dados de seus usuários.
"A Comissão de Proteção de Dados (CPD) anunciou hoje a conclusão de uma investigação sobre a Meta Platforms", subsidiária da gigante que "controla os dados da rede social Facebook, aplicando uma multa de 265 milhões de euros e uma série de medidas corretivas", disse a organização em nota.
A CPD anunciou em abril de 2021 a abertura de uma investigação contra o Facebook em nome da UE, após ser conhecido o hackeamento de mais de 530 milhões de dados de usuários em uma ação que remonta a 2019.
O Facebook tem sua sede europeia na República da Irlanda e por isso cabe ao regulador irlandês conduzir a investigação.
Esta se centrou nos aplicativos "Facebook Search, Facebook Messenger Contact Importer e Instagram Contact Importer (...) entre 25 de maio de 2018 e setembro de 2019" e tentava averiguar se a Meta protegeu suficientemente os dados dos seus usuários de acordo com os regulamentos da UE.
"A decisão" de multar a Meta e as respectivas subsidiárias foi adotada na sexta-feira após verificação de "violação da regulamentação europeia", detalhou a CPD.
O hackeamento detectado em 2019 usou um método conhecido como "scraping", que consiste na invasão de perfis do Facebook por meio de um software que imita a funcionalidade da rede que ajuda os membros a encontrar amigos e listas de contatos com facilidade.
"Proteger os dados pessoais é fundamental para administrar nossos negócios", reagiu um porta-voz da Meta nesta segunda-feira.
"É por isso que cooperamos totalmente com a Comissão de Proteção de Dados nesta importante questão" e "fizemos alterações em nossos sistemas", acrescentou.
BRASÍLIA/DF - A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,88% para 5,91% para este ano. A estimativa consta do Boletim Focus de hoje (28), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2023, a projeção da inflação ficou em 5,02%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,5% e 3%, respectivamente.
A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional, a meta é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2% e o superior de 5%.
Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2023 também está acima do teto previsto. Para 2023 e 2024, as metas fixadas são de 3,25% e 3%, respectivamente, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, para 2023 os limites são 1,75% e 4,75%.
Em outubro, a inflação subiu 0,59%, após três meses de deflação. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,7% no ano e 6,47% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, também teve aumento de 1,17% [https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-11/ipca-15-previa-da-inflacao-sobe-117-em-novembro].
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,5% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8,25% ao ano e 8% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também variou, de 2,8% para 2,81%. Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,7%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 2%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,27 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.
CHINA - As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta segunda-feira, 28, pressionadas pela aversão ao risco nos mercados por conta dos protestos na China contrários à rígida política de tolerância zero contra a covid-19, adotada pelo governo do presidente Xi Jinping. O episódio adiciona uma nova camada de incerteza quanto à economia do gigante asiático, que recentemente flertou com o relaxamento de restrições.
O índice Xangai Composto fechou em queda de 0,75%, a 3.078,55 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto cedeu 0,51%, a 1.974,07 pontos. Já em Hong Kong, o Hang Seng teve baixa maior, de 1,57%, a 17.297,94 pontos, pressionado em especial por ações do setor imobiliário como a da Country Garden Holdings (-10,82%), que liderou as perdas. Papéis do setor de tecnologia, como JD.com (-4,33%), Alibaba (1,23%) e Baidu (-2,60%), também se destacaram negativamente.
Os protestos na China foram desencadeados por um incêndio com mortes em um apartamento na cidade de Urumqi, na região autônoma de Xinjiang, noroeste da China. Para os mercados, o episódio eleva os questionamentos acerca do futuro econômico do gigante asiático, cuja demanda interna têm sofrido por conta dos lockdowns. Para o Danske Bank, Pequim não deve recuar de sua estratégia antes de ter um programa de vacinação pronto, mas os protestos, caso cresçam, podem acelerar uma mudança para uma postura mais branda.
Em resposta aos protestos, autoridades chinesas relaxaram restrições nesta segunda em algumas regiões do país, mas reafirmaram o seu compromisso com a política de “covid-zero”. Especialistas ligados ao enfrentamento contra a doença nos EUA criticaram a postura de Pequim, considerando-a pouco transparente.
“Tentar prever com qualquer grau de certeza a reabertura, sem base ou histórico para seguir, parece um jogo perigoso no contexto dos protestos inquietantes e do desafio colossal que os líderes da China agora têm em suas mãos”, disse Stephen Innes, da SPI Asset Management, em um comentário.
Em outros mercados, o índice Nikkei, de Tóquio, recuou 0,42%, a 28.162,83 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi teve baixa de 1,21%, a 2.408,27 pontos. Já o taiwanês Taiex marcou perdas de 1,50%, a 14.556,87 pontos, e o australiano S&P/ASX 200 cedeu 0,42%, a 7.229,10 pontos. Com informações de Associated Press.
Pagamento de encargo representa 12,6% da renda, aponta levantamento da FecomercioSP
SÃO PAULO/SP - As famílias brasileiras pagaram R$ 284,1 bilhões em juros, nos seis primeiros meses de 2022, montante que representa 12,69% da renda dos lares no período. Na comparação com 2020, o valor é 18% maior, enquanto no comparativo com 2021 a variação foi de 9,9%. Isso significa dizer que o volume de juros pago pelas famílias aumentou R$ 43,3 bilhões em dois anos. Os dados são de um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O valor dos juros pagos por pessoas físicas no período corresponde a quase cinco vezes o valor estimado de R$ 60 bilhões que será injetado por meio do Auxílio Brasil (R$ 600 por indivíduo), entre agosto e dezembro deste ano. Consequentemente, os recursos que poderiam aumentar a massa de rendimentos das famílias e estimular a economia – ao serem destinados ao consumo e a outras despesas – serão comprometidos com o pagamento desses juros.
De acordo com o estudo, esses gastos representaram um dos maiores itens de despesa dos lares brasileiros, superou os valores destinados à educação, aos serviços de saúde e ao vestuário. Ficou abaixo apenas do custo dispendido pelos grupos com aluguel e alimentação.
Crédito
O crescimento dos pagamentos com juros está relacionado ao aumento da oferta de crédito no período. No primeiro semestre deste ano, o saldo das operações com recursos livres (que corresponde ao saldo das operações de empréstimo, financiamento, adiantamento e arrendamento) cresceu 11,6%, enquanto as concessões (valor das novas operações contratadas no período) avançaram 14% na comparação com o mesmo período de 2021.
Frente ao cenário de inflação elevada, o crédito foi importante para os lares manterem o padrão de consumo. Além disso, o consumo reprimido durante a pandemia cresceu com a volta à normalidade, sendo sustentado pelo crédito em conjunto com a recuperação do mercado de trabalho. A taxa de juros cobrada no primeiro semestre de 2022 foi de 18,8%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Inadimplência
Por outro lado, as sucessivas elevações da taxa Selic, assim como a inflação em alta, provocaram um cenário de deterioração financeira. Entre janeiro e junho, a taxa de inadimplência entre as famílias brasileiras foi de 5,24% – índice que volta ao patamar recorde registrado em 2020 (5,3%).
O valor dos empréstimos atrasados há mais de 90 dias (que, tecnicamente, conceitua a inadimplência) apresentou alta de 45,1%, somando R$ 85,3 bilhões no primeiro semestre de 2022. Em 2021, eram R$ 58,8 bilhões em atraso.
Levantamento mais recente do Banco Central (Bacen) mostra uma situação preocupante quanto ao aumento da contratação de linhas emergenciais de crédito, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial – as duas modalidades mais caras do mercado.
A despeito desse cenário atribulado, a FecomercioSP acredita que a melhora dos níveis de renda observada nos últimos meses, graças à recuperação do mercado de trabalho e à redução na inflação (com deflação por três meses consecutivos), além da injeção dos recursos do Auxílio Brasil no segundo semestre, podem ajudar para que os níveis de inadimplência permaneçam sob controle.
Nota metodológica
O estudo utiliza as informações disponibilizadas pelo Banco Central do Brasil (BCB) em suas notas sobre operações de crédito livre realizadas pelo sistema financeiro nacional, representando, portanto, apenas as operações formais de empréstimos e não contemplando as lastreadas em recursos direcionados. As estimativas são baseadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e Pesquisa do Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para permitir a comparabilidade entre os valores entre os semestres, os dados nominais foram atualizados com base no índice oficial de inflação, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também do IBGE, e trazidos a preços de junho de 2022.
WASHINGTON – As vendas de novas moradias para uma única família nos Estados Unidos aumentaram inesperadamente em outubro, dando de ombros para o aumento das taxas de hipoteca e dos preços das casas.
As vendas de casas novas subiram 7,5% no mês passado, para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 632.000 unidades, informou o Departamento de Comércio nesta quarta-feira.
O ritmo de vendas de setembro foi revisado para 588.000 unidades, das 603.000 unidades relatadas anteriormente.
Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas de casas novas, que respondem por cerca de 10% das vendas de moradias nos Estados Unidos, cairiam para uma taxa de 570.000 unidades.
As vendas de casas novas são voláteis numa comparação mês a mês. Elas caíram 5,8% na comparação anual em outubro.
O mercado imobiliário foi afetado pelo ciclo mais agressivo de aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve desde a década de 1980, com o objetivo de conter a inflação alta ao diminuir a demanda na economia.
A taxa fixa de hipoteca de 30 anos ultrapassou 7% em outubro pela primeira vez desde 2002, mostraram dados da agência de financiamento hipotecário Freddie Mac. A média da taxa foi de 6,61% na última semana.
Reportagem de Lucia Mutikani / REUTERS
BRASÍLIA/DF - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na sexta (25) a manutenção da bandeira tarifária verde no mês de dezembro para as contas de luz dos consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Com isso, não haverá cobrança extra na conta de luz pelo oitavo mês seguido.
A justificativa da agência é que as condições de geração de energia no país estão boas. “Com a chegada do período chuvoso, melhoram os níveis dos reservatórios e as condições de geração das usinas hidrelétricas, as quais possuem um custo mais baixo. Dessa forma, não é necessário acionar empreendimentos com energia mais cara, como é o caso das usinas termelétricas”, afirmou a Aneel, em nota.
Criadas em 2015 pela Aneel, as bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as bandeiras indicam quanto está custando para o SIN gerar a energia usada nas casas, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.
Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre qualquer acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimos, que variam de R$ 2,989 (bandeira amarela) a R$ 9,795 (bandeira vermelha patamar 2) a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Quando a bandeira de escassez hídrica vigorou, de setembro de 2021 a 15 de abril deste ano, o consumidor pagava R$ 14,20 extras a cada 100 kWh.
O Sistema Interligado Nacional é dividido em quatro subsistemas: Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Praticamente todo o país é coberto pelo SIN. A exceção são algumas partes de estados da Região Norte e de Mato Grosso, além de todo o estado de Roraima. Atualmente, há 212 localidades isoladas do SIN, nas quais o consumo é baixo e representa menos de 1% da carga total do país. A demanda por energia nessas regiões é suprida, principalmente, por térmicas a óleo diesel.
Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil
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