SÃO PAULO/SP - O governo de São Paulo estuda contratar policiais militares que estão na reserva para atuar de forma permanente nos colégios do Estado. A medida foi divulgada pelo próprio governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na noite de segunda, 27, horas depois da professora Elisabeth Terneiro ser esfaqueada por um estudante de 13 anos na Escola Estadual Escola Estadual Thomazia Montoro, zona oeste da capital paulista, e morrer dentro da sala de aula.
“Estamos estudando formas de viabilizar a contratação de policiais da reserva para que eles fiquem de forma permanente nas escolas e ajudem a tornar o ambiente mais seguro”, afirmou o governador no Twitter. Outras quatro pessoas também ficaram feridas no ataque, incluindo três professoras e um aluno. O menor que promoveu os ataques foi apreendido.
Segundo Tarcísio, os comandantes da Polícia Militar já se reuniram com os diretores dos colégios nesta segunda-feira para encontrar formas de combater a violência nas unidades de ensino.
No anúncio, o governador também reforçou as informações sobre a ampliação de 500 para 5 mil profissionais que deverão atuar no programa Conviva e a oferta de até 150 mil horas de apoio psicológico presencial nas escolas para estudantes, professores e demais funcionários, conforme havia sido anunciado horas antes pelos secretário de Educação, Renato Feder, e pelo o secretário de segurança, Guilherme Derrite, em entrevista coletiva à imprensa.
Tarcísio confirmou também que as aulas na Thomazia Montoro vão ficar suspensas por uma semana e que o prédio, neste período, será revitalizado.
Tarcísio de Freitas se encontra na Europa, onde busca fechar acordos de investimentos para o Estado. Nesta segunda, por conta de uma crise renal, ele foi internado em um hospital de Londres e passará a noite no local para a realização de exames complementares. A agenda do governador também prevê idas para a Espanha e para a França ainda nesta semana.
A melhor forma de honrar a memória da professora Elisabeth é trabalhando em ações que garantam que algo assim nunca mais aconteça. Vamos nos debruçar em soluções para ampliar o acolhimento psicológico e medidas de prevenção à violência no ambiente escolar em todo Estado.
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) March 27, 2023
Entenda o ataque na escola
O ataque cometido por um adolescente com um faca aconteceu por volta das 7h20 da manhã na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista. O garoto esfaqueou pelo menos quatro professoras e um aluno, segundo o governo de São Paulo.
O agressor do 8º ano do ensino fundamental, de 13 anos, foi apreendido e levado para uma delegacia. Segundo informações apuradas pelo Estadão na escola, o alvo principal do autor do ataque era um estudante com quem teria brigado na semana passada, mas esse colega não estava no local nesta segunda.
Imagens de câmera de segurança instalada em sala de aula mostram o momento em que o adolescente foi imobilizado e desarmado por uma professora de Educação Física.
Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, havia sido encaminhada em estado grave para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP). Por volta das 10h30, a morte foi confirmada.
Professora de Ciência, ela foi uma das que agiram para separar os estudantes durante um conflito anterior. Elisabeth trabalhava havia pouco tempo no colégio e estava fazendo a chamada quando foi atingida pelos golpes.
SÃO PAULO/SP - Um adolescente esfaqueou três professores e dois alunos em uma escola estadual na cidade de São Paulo na manhã desta segunda-feira (27), de acordo com a Polícia Militar. Uma professora morreu, de acordo com autoridades.
A agressão aconteceu na escola estadual Thomazia Montoro, na rua Adolfo Melo Júnior, na Vila Sônia, zona oeste da capital.
O suspeito é aluno do 8º ano do ensino fundamental e foi apreendido pela polícia. Ele não teve a idade revelada. Alunos e pais estão na frente da escola, muitos chorando.
Um aluno da escola disse à reportagem que testemunhou na semana passada uma briga entre o suspeito e outro estudante, que tiveram que ser separados por um professor. Ele disse também que saiu correndo da escola quando viu o ataque e acabou torcendo o pé.
A mãe dele disse que episódios de violência são comuns na escola.
Ainda não se sabe o motivo do ataque, nem o estado de saúde dos feridos.
O Corpo de Bombeiros está no local prestando atendimento às vítimas. O helicóptero Águia da PM está de prontidão no local caso seja necessário. Ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também atende a ocorrência.
As vítimas foram socorridas para hospitais da região.
Ainda de acordo com a PM, as informações sobre a ocorrência ainda estão sendo apuradas.
OUTROS CASOS
Outros casos de violência dentro do ambiente escolar marcaram o país nos últimos anos.
Em 13 de março de 2019, dois ex-alunos invadiram a escola Raul Brasil, em Suzano, e dispararam em direção a um grupo de alunos e da coordenadora pedagógica, Marilena Ferreira Umezu, uma das vítimas.
Policiais chegaram à escola quando os dois atiradores ainda faziam os disparos na direção dos estudantes, que deixavam o prédio desesperados.
Em setembro de 2019, um estudante de 14 anos esfaqueou um professor nas dependências do CEU (Centro Educacional Unificado) Aricanduva, na zona leste. O ataque causou pânico e correria entre alunos e professores.
por ISABELA PALHARES, ISABELLA MENON E FRANCISCO LIMA NETO / FOLHA de S.PAULO
SÃO CARLOS/SP - Neste dia 19 de março (hoje), a Escola Estadual Eugênio Franco comemora 104 de muita história e amor.
O edifício que abriga a Escola Estadual Eugênio Franco foi concebido no ano de 1906 para abrigar uma escola complementar a ser instalada na cidade. Estas funcionavam como formadoras de professores para o ensino de primeiras letras. As obras foram concluídas em 1909, porém, o projeto de instalação da escola nunca se efetivou e, a partir de 1911, o prédio foi cedido para abrigar a Escola Normal de São Carlos, mais conhecida com Escola Estadual Álvaro Guião.
Em 1916, quando a Escola Normal foi transferida para prédio próprio, na Avenida São Carlos, o edifício passou a abrigar a escola modelo anexa à Normal, servindo de espaço de prática para professores em formação. Por decreto de 1919, o prédio tornou-se o Segundo Grupo Escolar de São Carlos, devido à demanda cada vez maior da população da cidade, em pleno desenvolvimento urbano.
Anos depois, a escola passou a denominar-se Escola Estadual Eugênio Franco, em homenagem ao político são-carlense, prefeito no período de 1920 a 1923, por seu contributo à sociedade.
Quantos alunos, diretores, professores e funcionários passaram por lá e marcaram essa história bonita em São Carlos.
Parabéns a Todos que contribuíram e contribuem para a linda história da Escola Estadual Eugênio Franco.
Fonte: Fundação Pró-Memória de São Carlos.
GameMaker vê Brasil como grande potência no mercado de games e investe em workshop para apoiar nova geração de desenvolvedores de games
ALAMBARI/SP - GameMaker ferramenta internacional de desenvolvimento de jogos com sede na Escócia - realizará uma ativação em parceria com a escola estadual Prof. Eduardo Soares, na cidade de Alambari, interior de São Paulo, com o objetivo de ensinar jovens estudantes sobre a profissão de desenvolvedor de games, explorando como isso pode se tornar uma carreira.
A iniciativa surgiu como um esforço da GameMaker para incentivar mais jovens brasileiros a fazer jogos. As ações da empresa visam fortalecer o setor de games no país, apoiando os futuros criadores de jogos, auxiliando na formação de novos profissionais e incentivando os jovens a seguirem essa carreira por meio de treinamentos.
O evento contará com cerca de 100 alunos da escola que terão um dia repleto de atividades envolvendo o setor de desenvolvimento de games com um curso profissionalizante de criação de jogos com GameMaker. O objetivo geral é demonstrar como a criação de jogos pode ser transformada em uma carreira mais acessível por meio da plataforma.
"Vemos o Brasil como um dos maiores mercados de desenvolvimento de games do mundo. Grandes profissionais são formados no país, mas vemos que ainda há muito a ser explorado, e muito mais jovens podem ser incentivados a ingressar em um setor que está crescendo, começando aqui em Alambari", destaca Russel Kay, Head da GameMaker.
A escola Prof. Eduardo Soares, onde acontece a ação, integra o sistema PEI (Plano Educativo Individualizado) e será palco desta oficina para alunos e professores, com o objetivo de desenvolver conhecimentos sobre criação de jogos. Para os professores, o conteúdo é uma ampliação do conteúdo de tecnologia já abordado no currículo escolar.
"Abraçamos a oportunidade de realizar um workshop voltado para o desenvolvimento de games para mostrar como essa indústria é uma nova oportunidade de carreira para nossos alunos. Como a maioria deles é da zona rural, vimos nessa ação uma forma de explorar a tecnologia como um caminho no mercado de trabalho, mostrando que existem muitas possibilidades além do ambiente em que estão inseridos. Graças à internet, nossos alunos podem ter uma carreira global na criação de jogos”, afirma Luiz Fernando Delgado, diretor da escola Prof. Eduardo Soares.
"O GameMaker nasceu como uma ferramenta de ensino. Nunca esquecemos nossas raízes, por isso tornamos o GameMaker gratuito para escolas e professores. Com este projeto, reforçamos nosso objetivo de oferecer novas oportunidades para a nova geração", acrescenta Russell Kay, chefe do GameMaker.
Mundo dos games cria oportunidades de carreira no Brasil
A GameMaker é conhecida por fornecer uma plataforma de desenvolvimento de jogos acessível e fácil de usar que permite que desenvolvedores iniciantes e experientes criem jogos em diferentes plataformas. Com isso, a empresa reforça seu compromisso de democratizar o acesso à educação e oportunidades de aprendizado no desenvolvimento de jogos.
Para o workshop realizado em Alambari, foram escolhidos três profissionais de referência: NoNe, Guselect e Luiz Alves, parceiros da GameMaker. Os três já têm experiência como desenvolvedores e estão prontos para repassar seus conhecimentos aos alunos de Alambari.
"Sempre adorei ensinar, sou professor desde os 17 anos. Me apaixonei pela atividade e nunca mais parei e acabei criando meu curso de GameMaker, pois acho a ferramenta incrível e, na época, não havia muito conteúdo de qualidade sobre a ferramenta em português. Então criei meu primeiro curso e hoje já conta com mais de 1000 turmas e vários alunos trabalhando com desenvolvimento de jogos”, destaca Isaque Malta, o NoNe.
"Comecei fazendo cursos online e aprendi várias ferramentas de criação de jogos. Até usei outras plataformas, mas foi no GameMaker que decidi que queria criar meus jogos. Foi a ferramenta que achei simples e poderosa o suficiente para dar vida a qualquer coisa que minha imaginação imaginar", diz Gustavo Colares, o Guselect. O desenvolvedor é uma das referências quando o assunto é GameMaker e fez um tutorial de como usar a plataforma.
O Gamers do Futuro: uma iniciativa GameMaker acontecerá no dia 18 de março. E para que todos possam conhecer o GameMaker, a empresa disponibilizou um cupom de 50% off para o curso elaborado pelo NoNe, podendo ser resgatado no site do desenvolvedor entre os dias 18 e 31 de março usando o código GAMEMAKER.
Sobre o GameMaker
O GameMaker é o mecanismo de jogo multiplataforma mais rápido e amigável.
O GameMaker permite que artistas e criadores criem jogos em uma única base de código e publiquem nativamente em várias plataformas, incluindo Android, iOS, HTML5, PlayStation, Xbox, Nintendo Switch, Windows Desktop, macOS e Ubuntu.
O GameMaker foi baixado mais de 12 milhões de vezes. A equipe por trás disso está sediada em Dundee, na Escócia. A GameMaker foi adquirida pela Opera em janeiro de 2021.
IBATÉ/SP - A Prefeitura de Ibaté, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, iniciou nesta sexta-feira, 03, a entrega dos kits de uniformes de verão para todos os alunos da rede municipal de Ensino de Ibaté.
No final do ano passado, o prefeito de Ibaté, José Luiz Parella, autorizou a abertura de processo licitatório para aquisição e entrega, já no início do ano letivo, dos uniformes para todas as crianças.
A secretária municipal de Educação e Cultura, Danielle Beatriz Silva Garcia Chaves, explica que foram investidos R$ 1.618,497,10 na aquisição dos kits de uniformes, sendo R$ 959.750,00 na compra das roupas, e R$ 314.747,00 nos calçados e mais R$ 344.000,00 nas mochilas. “Hoje entregamos os kits compostos com duas camisetas, short saia para as meninas e short para os meninos, além do tênis da marca Pé com Pé. Logo mais serão entregues os kits de inverno e uma mochila”, explicou.
O prefeito fala sobre a qualidade dos itens do kit de uniforme. “A qualidade do uniforme é excelente. Notamos que quase 90% dos alunos já estão uniformizados, usando o kit entregue no ano passado. A Prefeitura de Ibaté continua sempre prezando por essa qualidade”, afirmou.
Zé Parrella ressalta que o uniforme, além de segurança, gera isonomia e economia. “Os trajes são padronizados e garantem igualdade para todos, além de economia no orçamento das famílias. As crianças ficam bem identificadas e acaba ajudando na vida financeira das famílias, uma vez que, tem aquelas sem condições de comprar o uniforme completo para seus filhos”, comentou. O prefeito também destaca que a Prefeitura fornece o kit de material escolar.
Além dos uniformes, a prefeitura realiza inúmeros investimentos na Educação, fornecendo alimentação de qualidade aos alunos, formações constantes aos professores, fim das filas por vaga nas creches municipais, reforma e construção de unidades escolares, implantação de monitoramento por câmeras de segurança em todas as entradas das escolas municipais, entre outros. “Também estamos reestruturando o quadro de professores, após a homologação do Concurso Público. Nesta quinta-feira, 02, fizemos uma nova convocação para contratação efetiva, sendo esta a terceira convocação, desde a homologação do concurso em 2 de fevereiro”, detalhou a secretária municipal.
A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, trabalha incansavelmente para proporcionar um ensino cada vez melhor para as crianças. “Seguiremos trabalhando com muito afinco, porque amo essas crianças, as quais sempre tiveram um carinho muito grande comigo”, finalizou Zé Parrella.
“Parlamentar cobra celeridade na reforma de todas as escolas municipais”
SÃO CARLOS/SP - O vereador Bruno Zancheta, que é secretário da Comissão de Educação do legislativo, e o parlamentar licenciado Roselei Françoso, atual secretário municipal de Educação, visitaram hoje a CEMEI Dário Rodrigues no Bairro Cidade Aracy. Eles foram recebidos pela diretora Aline Fernanda de Oliveira Zabotto e por toda equipe e comunidade escolar.
Eles puderam detectar melhorias pontuais que precisam ser realizadas, como por exemplo: pintura geral de toda unidade, infiltrações nas salas de aula, aumento do refeitório e manutenção geral do telhado.
Bruno Zancheta pontuou ao secretário Roselei a importância que nossas escolas passem por reforma o mais breve possível. “Cito o exemplo da CEMEI Dário Rodrigues, porém poderia falar de todas as nossas escolas que precisam de reforma. Solicitei ao Roselei para que tenhamos celeridade e possamos cobrar a empresa vencedora do processo licitatório para que execute o serviço da melhor maneira possível. Agradeço ao Roselei pela sensibilidade com os pedidos da população”, disse Bruno Zancheta. Outro ponto citado pelo vereador foi a falta de professores em nossas escolas.
“Sei de todo empenho do secretário Roselei que assumiu há apenas quarenta dias e sei de todo seu empenho para resolver essa situação, porém, precisamos juntos buscar uma solução para falta de professores em nossas escolas. Coloco o meu mandato a disposição para juntos, buscarmos uma saída”, finalizou Bruno Zancheta
SÃO CARLOS/SP - A mãe de uma aluna de 13 anos compareceu à Central de Polícia Judiciária nesta quarta-feira, 15, para registrar um boletim de ocorrência (B.O), de agressão contra a jovem.
A filha estuda na Escola Estadual Antônio Militão de Lima, e segundo a mãe, a filha teria apanhado de uma colega de classe e sofrido ameaças de morte. Devido tal gravidade resolveu registrar a ocorrência.
A direção da escola está a par da situação.
ITIRAPINA/SP - Nesta semana, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura iniciou a entrega dos kits de uniformes escolares para todos os alunos. Pelo segundo ano consecutivo, os alunos da rede municipal receberão camisetas de manga curta (2 unidades), 2 bermudas, uma camiseta manga longa e um agasalho completo (calça e jaqueta).
De acordo com a prefeita Maria da Graça Zucchi Moraes, trata-se de um compromisso com a população. "Essa entrega gratuita de uniformes sempre será feita no início do ano. É um investimento da Prefeitura que permite a identificação dos alunos, independente de sua condição financeira, oferecendo mais segurança para todos".
Segundo a Secretária de Educação e Cultura Valéria Feltrin Sanches, a meta é promover uma verdadeira revolução no ensino de Itirapina. "Além dos kits de uniformes, nós entregamos tapetes pedagógicos gigantes para as escolas e carrinhos de bebês para as creches. Também oferecemos capacitação para os professores antes do início das aulas e estamos executando a ampliação de várias escolas. Estamos nos empenhando ao máximo para oferecer um ensino de qualidade para todos os alunos".
PMI
BRASÍLIA/DF - O novo ensino médio começou a ser implementado nas escolas brasileiras, públicas e privadas, no ano passado. Entretanto, pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Social da Indústria (Sesi) sobre as mudanças que estão sendo realizadas aponta que 55% da população estão pouco ou nada informados sobre o modelo e apenas 15% estão informados ou muito informados.
Para o professor da Faculdade de Educação e coordenador do grupo de pesquisa Observatório Jovem do Rio de Janeiro da Universidade Federal Fluminense (UFF), Paulo Carrano, o resultado não é estranho porque, de fato, essa política pública foi feita “na improvisação”, sem o diálogo necessário com a sociedade, em especial com a comunidade escolar de base, alunos, professores e gestores.
“Estamos diante do desafio de uma formação cidadã, que incorpore também a formação de valores democráticos, não apenas de acesso ao conhecimento. E isso tem que ser feito com muito diálogo”, disse, em entrevista à Agência Brasil.
O novo ensino médio foi aprovado por lei em 2017, durante o governo do ex-presidente Michel Temer, com o objetivo de tornar a etapa mais atrativa e evitar que os estudantes abandonem os estudos.
“Tivemos um vácuo de democracia, de institucionalidade federal anterior, e agora estamos com oportunidade de retomar o caminho. A expectativa que eu tenho é que se possa abrir, daqui pra frente, um amplo processo de conversação. Temos um déficit de escuta dos estudantes e eles têm muito a dizer sobre que tipo de escola eles querem.”
A implementação ocorre de forma escalonada até 2024. Em 2022, ela começou pelo 1º ano do ensino médio com a ampliação da carga horária para pelo menos cinco horas diárias. Pela lei, para que o novo modelo seja possível, as escolas devem ampliar a carga horária para 1,4 mil horas anuais, o que equivale a sete horas diárias. Isso deve ocorrer aos poucos.
Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), mesmo em meio à pandemia de covid-19, as secretarias estaduais mantiveram o cronograma e todos os estados já estão com os referenciais curriculares do novo ensino médio homologados.
Entretanto, segundo Carrano, há um descompasso entre ideias e condições objetivas de realização. Ele explica que a implementação ocorre com professores insatisfeitos pela desorganização que a reforma promoveu no cotidiano escolar, diante da falta de estrutura e laboratórios necessários nas escolas públicas para oferecer a pluralidade que a reforma do ensino médio promete.
“É uma proposta que poderia ser melhor aproveitada se tivesse sido precedida por reformas estruturais nas escolas, onde professores tivessem mais tempo e dedicação exclusiva, que é uma reivindicação antiga da categoria docente, para dar sustentação àquilo que aparece na reforma como princípio, que é a possibilidade de escolher caminhos formativos.”
Apesar da baixa informação, de pouca discussão na sociedade sobre a reforma, há uma ampla concordância com relação aos princípios da política. De acordo com a pesquisa, quando são listadas as principais mudanças, mais de 70% dos brasileiros aprovam as principais diretrizes, incluindo a escolha dos itinerários e novo modelo de currículo.
Com o novo modelo, parte das aulas será comum a todos os estudantes do país, direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na outra parte da formação, os próprios alunos poderão escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado. Entre as opções, está dar ênfase, por exemplo, às áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ao ensino técnico. A oferta de itinerários, entretanto, vai depender da capacidade das redes de ensino e das escolas.
Em 2023, a implementação segue com o 1º e 2º anos e os itinerários devem começar a ser implementados na maior parte das escolas. Em 2024, o ciclo de implementação termina, com os três anos do ensino médio.
Entre os resultados da pesquisa, a possibilidade de o estudante fazer um curso técnico durante o ensino médio é aprovada por 9 em cada 10 pessoas. Para o diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi, como pouco mais de 20% de quem está no fluxo educacional vai para a universidade, essa possibilidade é muito importante.
“A reforma tem como aspecto positivo entender que o ensino médio é um período de transição, em que parte dos jovens vai a universidade e parte vai para o mercado de trabalho. Trazer a educação profissional para educação regular foi um grande avanço, porque em todos os países, a maior parte dos jovens não vai para a universidade; no Brasil, pouco mais de 20% vão para universidade. Então, não podemos ignorar a maior parte dos estudantes que estão nas escolas e a importância do ensino médio é esse impulsionamento para o seu projeto de vida e carreira a partir de suas vocações”, disse.
Entre os desafios de implementação, Lucchesi cita a formação e capacitação de professores, a comunicação com a sociedade, em especial as famílias, e a incorporação do itinerário de educação técnica profissional, que deve demandar parcerias com outras instituições.
Segundo o professor Paulo Carrano, o Brasil já tem experiências exitosas no ensino médio profissionalizante, como os centros federais de Educação Tecnológica, os institutos federais e algumas escolas estaduais bem organizadas, com infraestrutura e professores valorizados.
“As pessoas reconhecem a importância de que o ensino médio de fato seja uma educação superior em si e não um degrau para a universidade, que ele seja capaz de formar um cidadão, com valores democráticos, capaz de enfrentar os desafios de uma sociedade do conhecimento como temos hoje, que encontrem no ensino médio uma identidade técnico profissional e que ao final da educação básica possa cursar o ensino superior se assim o desejar”, disse.
Outros resultados da pesquisa apontam que 87% dos entrevistados aprovam o aluno fazer escolhas dentro do currículo que estejam relacionadas à carreira que pretende seguir; 75% aprovam a possibilidade do aluno escolher parte das disciplinas que pretende cursar; 72% aprovam novo modelo de currículo; e 69% aprovam aumento da carga horária.
Para Carrano, apesar do desconhecimento sobre o ensino médio, tal como foi redesenhando, a população está valorizando coisas que são importantes e que estão previstas em lei como missão dessa última etapa da educação básica.
“O que as pessoas estão reivindicando não é necessariamente a defesa do novo ensino médio, mas um escola pública de qualidade”, disse. “Se substituir [nas perguntas da pesquisa] ‘novo ensino médio’ por ‘escola de qualidade’, as pessoas vão dizer ‘sim, eu quero uma escola que tenha liberdade de escolha, que permita a formação técnico profissional do estudante e uma escola que ofereça as ferramentas necessárias para que os jovens aumentem seus repertórios e possam ser cidadãos completos’”, explicou.
É temeroso, entretanto, para o pesquisador, a substituição de disciplinas que são importantes “para enfrentar a complexidade do mundo do conhecimento”, como filosofia, história e sociologia, por outros arranjos de ensino relacionados ao mercado de curto prazo e a modismos.
“Um professor me reclamava que retiraram a carga horária de sociologia para colocar a formação de influencer e outros nomes que são folclóricos, que têm a ver com essa velocidade do mercado, das indústrias culturais. Ainda que a escola tenha que dialogar, ela não pode ser refém desses tempos tão velozes, ela tem ser um lugar de segurança, de tempo mais lento, de elaboração mais cuidadosa do conhecimento. Ela não deve apenas espelhar aquilo que os mercados estão demandando”, destacou.
A boa aceitação das mudanças vem acompanhada do fato de que o ensino médio é a segunda etapa escolar com pior avaliação no que diz respeito à qualidade. De acordo com a pesquisa, a alfabetização aparece em primeiro, com 20% dos entrevistados avaliando essa etapa como ruim ou péssima, seguida pelo ensino médio, com 14%. O ensino fundamental tem 13% de reprovação e as creches, 11%. Já 8% da população avaliam como ruins ou péssimos o ensino técnico e o superior.
A última etapa da formação básica deve preparar os jovens para o início da trajetória profissional. Mas, para a maioria dos brasileiros, isso não tem acontecido: 57% acreditam que os estudantes concluem a educação básica pouco ou nada preparados para o ensino superior. Só 1 em cada 10 (13%) acha que o aluno sai bem preparado.
Quando a pergunta é se o ensino médio prepara para o mercado de trabalho, o índice se repete: 57% acham que prepara pouco ou nada. Apenas 14% dos brasileiros avaliam que o estudante termina o 3º ano preparado para ingressar no mundo do trabalho.
Além da falta de atratividade, uma das dificuldades que precisa ser resolvida, segundo o professor Paulo Carrano, é a própria condição do estudante, principalmente o estudante pobre, de permanecer na escola. “É preciso pensar nas condições objetivas para que professores deem boas aulas, mas se esse estudante não conseguir estar na escola por falta de condições econômicas, de mobilidade ou de segurança, não teremos estudantes para dialogar”, argumentou.
A percepção de que o ensino médio não tem cumprido seu propósito e a avaliação positiva das principais mudanças previstas no novo modelo se desdobram em expectativas. Entre quem está muito informado ou informado sobre o novo ensino médio, 55% acreditam que o potencial para melhorar a formação do aluno é grande ou muito grande. Na população geral, esse índice é de 40%.
Outros resultados da pesquisa apontam que 83% acreditam que o novo ensino médio desenvolverá os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para os jovens; 83% que as escolas brasileiras formarão jovens mais preparados para os desafios e demandas do atual mercado de trabalho; e 80% acham que promoverá a elevação da qualidade do ensino no país.
Para Paulo Carrano, entretanto, é preciso avaliar com cuidado e dialogar sobre as mudanças e incorporações curriculares. Para ele, um dos desafios em se largar repertórios inovadores é a adequada formação dos professores. “Embora haja professores fazendo coisas interessantes, têm outros improvisando de maneira inadequada”, disse
Ele destaca, por exemplo, o Projeto de Vida, que é um componente curricular do novo ensino médio ligado ao desenvolvimento de competências socioemocionais do estudante, para que ele construa sua própria trajetória profissional, acadêmica e pessoal com autonomia.
“Eu vejo com bons olhos, os jovens têm dito que se sentem muitos sozinhos para fazer as escolhas dos caminhos formativos e, com toda dificuldade, eles têm gostado de ter alguém conversando sobre o futuro. Mas como está sendo feito? O Projeto de Vida está sendo pensado como escuta profunda sobre as reais condições de tomada de decisões para se fazer escolhas ou está sendo feito muito mais como oficina motivacional futurista e muitas vezes tentando convencer o jovem que ele não pode sonhar mais do que ele gostaria de sonhar?”, questionou Carrano.
A pesquisa do Senai e do Sesi ouviu 2.007 brasileiros, com idade a partir de 16 anos, em abordagem domiciliar, de 8 a 12 de dezembro de 2022, nos 26 estados e no Distrito Federal. A amostra repete o perfil da população brasileira segundo renda, região e perfil da cidade (capital, região metropolitana e interior). A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
Programação conta com minicursos, mesas-redondas e palestras
SÃO CARLOS/SP - O Departamento de Química (DQ) e o Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realizam, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 2023, no formato presencial, a XLIII Escola de Verão em Química (XLIII EVQ), com o tema "O que aprendemos com a pandemia?".
A programação conta com minicursos, mesas-redondas e palestras. As inscrições para o evento estão abertas e as vagas são limitadas. Inscrições, programação completa e mais informações no site do evento (www.dq.ufscar.br/evq).
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.