BRASÍLIA/DF - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem (20) que os reajustes da aposentadoria e do salário mínimo estão mantidos para o próximo ano. O novo valor, que passa a vigorar em janeiro, deverá cobrir pelo menos a inflação, de acordo com Guedes. “O jogo está correndo. É claro que agora em janeiro, fevereiro, os aposentados e o salário mínimo serão corrigidos pelo menos igual a inflação”, afirmou.
A declaração foi feita à imprensa logo após Guedes ter participado da reunião da diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro.
O ministro defendeu também uma readequação do teto dos gastos, algo que ainda está sendo estudado. Os gastos com a pandemia, mostraram, segundo ele, que o teto, que deveria barrar os aumentos dos gastos do governo federal está “todo furado”, está “cheio de goteiras”.
De acordo com Guedes, a medida impede, por exemplo, repasses para os entes federados e outras despesas necessárias em momentos de crise, como a pandemia. A medida, que instituiu o teto é de 2016.
Mesmo com possíveis mudanças de vinculações de recursos, o ministro garantiu que as aposentadorias e o salário mínimo não terão prejuízo. “Ninguém vai usar uma mudança de regra para prejudicar o salário mínimo e os aposentados”, garantiu.
Até 2019, o salário mínimo era reajustado segundo a fórmula que previa o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) de 2 anos anteriores mais a inflação oficial do ano anterior.
Desde 2020, o reajuste passou a seguir apenas a reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Os reajustes ocorrem porque a Constituição Federal determina que o salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, seja capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
O valor do salário mínimo impacta também o pagamento das aposentadorias. O salário mínimo é, atualmente, R$ 1.212.
O ministro disse também que os salários do funcionalismo público deverão ser reajustados, após a situação mais crítica da pandemia.
Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA/DF - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira que aqueles que acusam o atual governo de ameaçar a democracia são os que têm cometido atos contra o regime democrático, sem mencionar exemplos específicos.
“Os que mais acusam o governo de ameaçar a democracia na verdade têm cometido atos contra a democracia, eu não vi o presidente (Jair Bolsonaro) prender ninguém, eu não vi o presidente pedir para censurar jornal nenhum”, afirmou.
“Estou vendo uma porção de gente apoiando, às vezes, atos equivocados, escondidos atrás da fantasia da defesa da democracia. ‘Estou defendendo a democracia’. Por quê? Você está apoiando censura a um canal de televisão? ‘Estou defendendo a democracia’. Você está apoiando a volta do esquema de corrupção?”, acrescentou.
Em apresentação na Confederação Nacional do Comércio (CNC), no Rio de Janeiro, o ministro reafirmou ser normal haver disputa entre poderes em uma democracia, citando que “às vezes” excessos são cometidos por um juiz, um membro do governo, um parlamentar ou um membro da imprensa.
Em tom de campanha, Guedes voltou a fazer críticas ao “modelo dirigista” de governos anteriores, argumentando que gestões passadas eram marcadas por corrupção, aparelhamento do Estado e estagnação econômica. Segundo ele, o país continuará crescendo se seguir no modelo "virtuoso" de gestão da economia.
Por Bernardo Caram / REUTERS
TURQUIA - O Banco Central da Turquia reduziu a taxa básica de juros para 10,5% na quinta-feira (20), patamar mais baixo dos últimos dois anos.
Nos últimos dois anos, os presidentes do BC da Turquia foram trocados de acordo com a política de juros, as taxas foram reduzidas, aumentadas e agora elas estão sendo reduzidos novamente. O processo de mudança dessas políticas ocorreu em apenas dois anos.
Isto porque a política de juros baixos do governo excedeu o mandato de estabilidade de preços do Banco Central. Tornou-se uma política de cortar as taxas de juros a cada oportunidade, em vez de controlar a inflação. A situação atual é muito mais grave. A inflação é agora deixada para trás e o objetivo é reduzir as taxas de juros para um dígito até as eleições.
"Os cortes nas taxas de juros estão chegando ao fim", diz BC turco
A taxa de corte hoje foi de 150 pontos base, patamar mais alto desde o ano passado, quando o BC cortou a taxa foi de 200 pontos-base em outubro de 2021. Nas 2 reuniões seguintes, o corte foi em 100 pontos-base cada uma. Nas 7 reuniões subsequentes, a taxa de juros foi mantida, e depois houve mais 100 pontos base de corte em agosto e setembro.
No texto da reunião de hoje, o Banco Central disse que completaria o processo com uma etapa semelhante em novembro. Considerando o desejo do presidente Recep Tayyip Erdoğan de taxas de juros de um dígito, a redução será em 100 ou 150 pontos base na próxima reunião.
Por que as taxas de juros estão sendo reduzidas?
Não há resposta a esta pergunta de acordo com os indicadores econômicos e políticas econômicas relacionadas. Em outras palavras, a resposta é um processo errado para um corte nas taxas de juros. Mas infelizmente, a principal razão pela qual as taxas de juros foram reduzidas a cada oportunidade durante um ano não é econômica, mas política. Se fosse econômico, o Banco Central teria tomado medidas reais para reduzir a inflação, que chegou a 80%, a fim de manter a estabilidade dos preços. O que tem sido feito para reduzir a inflação? Nada!
A razão pela qual a frente política quer taxas de juros baixas é para manter as rodas girando. Há um ano ouvimos o mesmo ritmo (formado durante a leitura) de investimento, emprego, produção, exportações e superávit de conta corrente, uma política destinada a elevar completamente a série que está sendo perseguida. Entretanto, além do crescimento numérico e do emprego relativamente aceitável, as exportações (mesmo que o recorde seja quebrado, as importações estão aumentando muito mais) e o superávit da conta corrente infelizmente estão se movendo na direção oposta ao objetivo.
Como manter as taxas de juros baixas e apoiar o setor real é a política de prioridade máxima durante o processo eleitoral, o Banco Central está reduzindo as taxas de juros.
Uma economia com alta inflação nunca pode ser eficiente
A Turquia está passando pela maior inflação desde os anos 1990 e o ponto ruim é que este é um problema que não pode ser controlado sozinho, pois os aumentos de preços continuam no mundo. Mesmo que a economia apresente crescimento de dois dígitos, apenas determinados segmentos podem crescer em um momento em que a inflação está corroendo as perdas de renda. Entretanto, o crescimento real deve ser uma melhoria nas classes média e baixa. Não é possível dizer isto.
O preço de ignorar a inflação está se tornando mais pesado
Poderia pensar que diferença faz se a taxa de juros é de 19% ou 9% contra os atuais 83% de inflação. No entanto, não é este o caso. Sim, isto é verdade do ponto de vista da perda da lira turca, mas uma das razões da perda de valor da moeda turca (válida para cada moeda) é a expectativa. Há uma diferença significativa entre o Banco Central não aumentar as taxas de juros para reduzir a inflação e se concentrar no superávit da conta corrente e cortar as taxas de juros quando a inflação está aumentando. E como esta diferença cria uma percepção negativa tanto para os investidores quanto para os cidadãos, ela também afeta negativamente as expectativas, o que acontece.
O que acontecerá em seguida?
Depois que o Banco Central cortou as taxas de juros em novembro, ele diz que vai esperar e assistir, assim como fez no período de 7 meses de manutenção das taxas. Vamos observar juntos como o aumento da inflação vai continuar e como a mobilidade a ser vivenciada da lira vai empurrar o BC a tomar medidas.
Şenay Şerefoğlu/Investing.com
Engajamento da sociedade na campanha deste ano resultou em um crescimento de 15% na arrecadação em relação a 2021. Valor será revertido às causas infantojuvenis beneficiadas pelo Instituto Ronald McDonald e Instituto Ayrton Senna
SÃO PAULO/SP - O McDia Feliz 2022, que aconteceu em 27 de agosto, se tornou a maior edição da história da campanha, com a arrecadação de R$25,8 milhões. A partir da contribuição de parceiros e do engajamento da sociedade, o valor levantado com a venda do sanduíche Big Mac, exceto alguns impostos, será revertido às iniciativas conduzidas pelo Instituto Ronald McDonald e Instituto Ayrton Senna. O resultado alcançado este ano teve um crescimento de 15% em relação à edição de 2021.
O McDia Feliz é uma das principais campanhas do país em arrecadação de fundos para causas infantojuvenis, além de ser uma das mais sólidas, tendo chegado em sua 34ª edição em 2022. O valor conquistado este ano irá beneficiar mais de 60 projetos de 51 instituições que atuam com oncologia pediátrica lideradas pelo Instituto Ronald McDonald, em 19 estados e no Distrito Federal, além de projetos com foco em educação integral conduzidos pelo Instituto Ayrton Senna em diversas redes de ensino público do país, preparando jovens para uma formação mais compatível com os desafios do século 21.
“Estamos extremamente orgulhosos e felizes com o resultado conquistado este ano, que se tornou a maior edição de toda a história do McDia Feliz. Ele é fruto de muito trabalho, mas, acima de tudo, de uma enorme corrente do bem e de solidariedade formada pela sociedade, pelos nossos fornecedores, parceiros, franqueados e funcionários que, juntos, não mediram esforços para fazer acontecer. Com a arrecadação deste ano conseguiremos, mais uma vez, seguir com o nosso compromisso com as milhares de crianças e jovens de todo Brasil que têm seu tratamento oncológico ou sua educação impactadas positivamente pelos recursos levantados no McDia Feliz”, diz Rogério Barreira, Presidente da Divisão Brasil da Arcos Dorados, franquia responsável pela operação do McDonald’s em 20 países da América Latina e do Caribe.
“Para nós, do Instituto Ronald McDonald, é muito emocionante olhar para este resultado e pensar em cada um que fez parte da campanha do McDia Feliz 2022. O sucesso fala por si só! A renda será revertida para promover saúde e bem-estar para crianças, jovens e suas famílias, contribuindo para aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil, que ainda é a doença que mais mata de 1 a 19 anos, segundo o Instituto Nacional de Câncer, o Inca. Por isso, em nome de todos do Instituto Ronald McDonald e de nossos pequenos pacientes oncológicos e seus familiares, agradeço por mais uma linda conquista, e pela corrente solidária que criamos, que luta por um mundo melhor e mais igualitário”, destaca Bianca Provedel, Diretora Executiva do Instituto Ronald McDonald.
“Ter feito dessa edição a maior da história mostra o quanto temos uma sociedade potente e capaz de transformar vidas, especialmente, em um momento em que a educação precisa tanto desse esforço coletivo. Esse resultado é, sobretudo, dedicado ao trabalho incansável de nosso time, dos grandes parceiros que estiveram conosco em mais um ano e, principalmente, aos milhões de jovens e educadores que serão impactados pelos projetos educacionais do Instituto por todo o Brasil”, diz Ewerton Fulini, Vice-Presidente Corporativo do Instituto Ayrton Senna.
O McDia Feliz é a maior ação social do McDonald’s no Brasil e faz parte da estratégia de atuação ESG da Arcos Dorados, Receita do Futuro. Desde 1988, cerca de R$ 375 milhões já foram arrecadados. Para conhecer mais, acesse: www.receitadofuturo.com.br.
Sobre o McDia Feliz
O McDia Feliz é o principal evento beneficente do McDonald's e, atualmente, é uma das maiores mobilizações em prol de crianças e adolescentes no Brasil. A campanha é realizada no país desde 1988, gerando recursos para as instituições apoiadas pelo Instituto Ronald McDonald, que atuam para proporcionar mais saúde e qualidade de vida a crianças e adolescentes com câncer. Em 2018, o projeto ampliou seu impacto para beneficiar outra causa de grande importância para o país, a Educação, contribuindo para as ações do Instituto Ayrton Senna. Desde sua primeira edição, cerca de R$375 milhões já foram arrecadados pelo McDia Feliz.
BRASÍLIA/DF- A Caixa Econômica Federal paga hoje (20) a parcela de outubro do Auxílio Brasil aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 7. É a terceira parcela com o valor mínimo de R$ 600, que vigorará até dezembro, conforme emenda constitucional promulgada em julho pelo Congresso Nacional.
A emenda também liberou a inclusão de 2,2 milhões de famílias no Auxílio Brasil. Com isso, o total de pessoas atendidas pelo programa subiu para 20,65 milhões.
O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas em dois aplicativos: Auxílio Brasil, desenvolvido para o programa social, e Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.
Em janeiro, o valor mínimo do Auxílio Brasil voltará a R$ 400, a menos que uma nova proposta de emenda à Constituição seja aprovada. Tradicionalmente, as datas do Auxílio Brasil seguem o modelo do Bolsa Família, que pagava nos dez últimos dias úteis do mês. No entanto, portaria editada no início de outubro antecipou o pagamento da parcela deste mês, que ocorrerá entre os dias 11 e 25.
Final do NIS | Data |
---|---|
1 | 11/10 |
2 | 13/10 |
3 | 14/10 |
4 | 17/10 |
5 | 18/10 |
6 | 19/10 |
7 | 20/10 |
8 | 21/10 |
9 | 24/10 |
0 | 25/10 |
O Auxílio Gás também é pago hoje às famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS de final 7. Com valor de R$ 112 neste mês, o benefício segue o calendário do Auxílio Brasil.
Com duração prevista de cinco anos, o programa beneficiará 5,5 milhões de famílias até o fim de 2026. O benefício, que equivalia a 50% do preço médio do botijão de 13 quilos nos últimos seis meses, foi retomado em agosto com o valor de 100% do preço médio, o que equivale a R$ 112 em outubro. Esse aumento vigorará até dezembro, conforme emenda constitucional promulgada pelo Congresso.
Pago a cada dois meses, o Auxílio Gás originalmente tinha orçamento de R$ 1,9 bilhão para este ano, mas a verba subiu para R$ 2,95 bilhões após a promulgação da emenda.
Só pode fazer parte do programa quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.
O Auxílio Brasil tem três benefícios básicos e seis suplementares, que podem ser adicionados caso o beneficiário consiga emprego ou tenha filho que se destaque em competições esportivas, científicas ou acadêmicas.
Podem receber os benefícios extras as famílias com renda per capita de até R$ 100, consideradas em situação de extrema pobreza, e de até R$ 200, em condição de pobreza.
NOVA ZELÂNDIA - Os agricultores deixaram suas fazendas e tomaram as ruas das cidades da Nova Zelândia na quarta-feira (20) para protestar contra os planos do governo de estabelecer um imposto sobre as emissões de gases do efeito estufa provocadas pelo gado.
Tratores, jipes e outros veículos prejudicaram o tráfego em cidades como Wellington e Auckland para protestar contra o que é chamado de imposto contra "o arroto e o peido" dos animais.
No início do mês, a primeira-ministra de centro-esquerda Jacinda Ardern apresentou um projeto de lei para taxar os gases do efeito estufa emitidos de forma natural pelas seis milhões de vacas e 26 milhões de ovelhas no país.
Milhares de fazendeiros se reuniram em Wellington nesta quinta-feira com faixas contra o projeto e o alerta de que o imposto aumentará os preços dos alimentos.
"A maioria dos fazendeiros já viu o suficiente", declarou um manifestante em Wellington que se identificou apenas como Chris. "Está ficando difícil continuar criando gado e este governo não está realmente nos apoiando. É um trabalho difícil no momento".
Os animais produzem de forma natural metano e óxido nitroso. Os cientistas calculam que o metano é responsável por quase 30% do aumento global das temperaturas.
Ardern disse que o imposto é necessário para que o país alcance os objetivos climáticos e que, inclusive, poderia beneficiar os agricultores caso possam cobrar mais por carnes que cumprem os parâmetros do meio ambiente.
BRASÍLIA/DF - Trabalhadores com contas vinculadas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) cuja renda familiar mensal não ultrapasse R$ 2,4 mil poderão usar os depósitos futuros – ou seja, os valores que seus empregadores ainda vão depositar em suas contas – para amortizar ou mesmo liquidar dívidas resultantes do financiamento imobiliário.
A possibilidade do trabalhador com carteira assinada somar os valores do FGTS a receber à sua renda familiar funciona como uma espécie de caução, elevando a capacidade de pagamento e, em tese, reduzindo a taxa de juros cobrada pela instituição financeira contratada.
Aprovada por unanimidade durante reunião que o Conselho Curador do FGTS realizou ontem (18), a medida regulamenta o parágrafo 27, do Artigo 20, da Lei nº 8.036, de 1990. Desde 2022, a legislação estabelece que os valores disponíveis em contas vinculadas podem ser movimentados a critério dos titulares das mesmas, mediante autorização manifesta no contrato de financiamento.
Conforme a lei já previa, a transferência do direito aos saques futuros “poderá ser objeto de alienação ou cessão fiduciária para pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento habitacional concedido no âmbito do [Sistema Financeiro da Habitação] SFH, [desde que] observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, mediante caucionamento dos depósitos a serem realizados na conta vinculada do trabalhador”.
A cessão e a alienação fiduciária são modalidades garantidoras de crédito. Com elas, quem assume uma dívida transfere ao credor seu direito a um bem móvel ou imóvel (no caso da alienação) ou a um crédito futuro (no caso da cessão fiduciária), pelo tempo que persistir a dívida.
Pela Lei nº 8.036, só não podem ser caucionados - ou seja, resgatados como garantia de pagamento da dívida - os valores relativos ao mês em que, eventualmente, ocorrer a rescisão do contrato de trabalho, bem como o do mês anterior caso este ainda não tenha sido depositado na conta.
Segundo o conselheiro Helder Melillo Lopes Cunha Silva, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional e representante da pasta no Conselho Curador, a regulamentação dos dispositivos legais já existentes faz parte das medidas que o conselho vem implementando para “melhorar as condições de financiamento habitacional, principalmente à população de baixa renda”.
O uso dos depósitos futuros do FGTS foi autorizado em setembro deste ano, especificamente para a compra de casas do Programa Casa Verde e Amarela.
“A presente medida é extremamente impactante e se soma à facilitação de acesso ao crédito para as famílias”, disse Silva ao defender a regulamentação da movimentação das contas vinculadas ao FGTS para permitir a quitação de parte das prestações de financiamento habitacional mediante a caução de crédito, caso o beneficiário necessite complementar sua capacidade de pagamento.
“O agente financeiro deverá informar ao trabalhador sobre a capacidade de pagamento com e sem a caução e o valor a ser caucionado. Por exemplo: uma família que, com sua renda, consiga um financiamento de R$ 500, mas cujo imóvel desejado exija um financiamento cujas prestações seriam de R$ 600, vai poder usar o crédito futuro a que tem direito para fazer esta complementação e acessar a este imóvel que, sem esta medida, ela não conseguiria acessar”, explicou Silva, acrescentando que o teto de R$ 2,4 mil de renda familiar bruta poderá ser revisto em breve. “Estamos propondo esta limitação neste primeiro momento.”
A resolução aprovada também estabelece que, ao conceder o financiamento, o agente financeiro poderá exigir que o trabalhador use todo o saldo disponível em sua conta vinculada ao FGTS. Além disso, a instituição credora poderá solicitar a movimentação mensal dos valores bloqueados – sendo que, de qualquer forma, os créditos futuros caucionados permanecerão bloqueados até o abatimento do valor contratado.
“Os valores bloqueados ficarão indisponíveis para demais movimentações e o beneficiário não vai conseguir sacá-los”, alertou Silva.
REINO UNIDO - O euro subiu acentuadamente ontem, e continuou durante a abertura do mercado europeu nesta terça-feira (18), com um pico de 0,9874, o mais alto desde 5 de outubro, após um aumento de cerca de 130 pips em 24 horas.
A moeda europeia está se beneficiando de um apetite renovado pelo risco, o que também foi visto nas ações. Os investidores foram tranquilizados com a nomeação de um novo ministro das finanças do Reino Unido.
Ele anunciou que quase todas as medidas anunciadas em 23 de setembro, que haviam causado um colapso da libra e preocupações com a estabilidade financeira da Grã-Bretanha, serão canceladas, o que naturalmente também impulsionou a moeda britânica para cima.
Nesta terça-feira, o clima continua positivo, após o Índice ZEW de clima empresarial alemão vir acima do esperado.
Como os bancos veem a alta do euro?
Finalmente, vale notar que o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) declarou que mantém uma previsão de baixa para o euro para o restante do ano.
"Pensamos que os riscos provavelmente ainda estão inclinados para o lado negativo. Pensamos que a zona do euro está atualmente em recessão, e isto deve começar a aparecer ainda mais claramente nos dados econômicos ao longo do próximo mês, mais ou menos", observou Goldman Sachs.
Mais importante ainda, o início do inverno poderia levar a uma volatilidade adicional nos mercados, e uma estação mais fria do que a média levaria a região a uma recessão ainda mais profunda", acrescentou o banco, inferindo a perspectiva de uma pressão descendente sobre a taxa de câmbio em relação ao dólar.
Goldman Sachs não é o único banco a ter uma visão em baixa para a moeda europeia. Economistas do ING escreveram na véspera:
"Ainda pensamos que o EUR/USD testará os mínimos de setembro de 0,9540 a curto prazo, e estenderá um declínio abaixo desse nível até o final do ano".
ALEMANHA - O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, determinou nesta segunda-feira (17/10) que as três usinas nucleares ainda em funcionamento no país continuem em operação até abril para evitar uma possível crise de energia durante o inverno.
O chanceler pediu aos ministérios da Economia, do Meio Ambiente e das Finanças que desenvolvam a base legal para que as usinas permaneçam abertas.
"A base legal será criada para permitir a operação das usinas nucleares Isar 2, Neckarwestheim 2 e Emsland além de 31 de dezembro de 2022, até 15 de abril de 2023", escreveu Scholz em um comunicado.
Scholz também solicitou que os ministérios apresentem uma lei "ambiciosa" para aumentar a eficiência energética, assim como um acordo para a eliminação gradual do carvão até 2030.
Ele pediu ainda que as pastas enviem propostas regulatórias que permitam a construção de novas usinas termoelétricas movidas a hidrogênio.
A Alemanha planejava concluir seu plano de eliminação progressiva da energia nuclear até o final deste ano, mas uma crise no fornecimento de energia após o corte do gás russo, após a invasão da Ucrânia, provocou um longo debate sobre manter as usinas nucleares em funcionamento.
Divergências políticas
A decisão de Scholz, que pertence ao Partido Social-Democrata (SPD), foi tomada após meses de divergências na coalizão que governa a Alemanha, composta também pelo Partido Verde e pelo Partido Liberal Democrático (FDP).
Na sexta-feira, os Verdes concordaram em manter duas usinas nucleares no sul da Alemanha em funcionamento até meados de abril se necessário, mas queriam fechar uma terceira usina em Emsland, no noroeste do país, até o final deste ano.
Já o FDP pressionava para manter todas as três usinas abertas até 2024, e defendeu que usinas já desativadas fossem colocadas novamente em operação em caso de necessidade.
A progressiva desativação das usinas nucleares na Alemanha começou em 2000, sob um governo de coalizão entre o SPD e os Verdes, que fechou diversas usinas. Em 2011, sob o comando da ex-chanceler Angela Merkel, da União Democrata Cristã (CDU), Berlim aprovou um plano para encerrar as demais usinas nucleares após o desastre nuclear de Fukushima, no Japão.
bl (AP, AFP, dpa, Reuters)
INGLATERRA - Buscando acalmar com urgência mercados financeiros mergulhados no caos, o novo ministro das Finanças britânico anunciou na segunda-feira (17) a remoção "de quase todas as medidas fiscais" apresentadas três semanas antes pelo governo de Liz Truss, cuja sobrevivência política está ameaçada.
Jeremy Hunt, nomeado na sexta-feira imediatamente após a demissão do ultraliberal Kwasi Kwarteng - que permaneceu no cargo por pouco mais de um mês - fez o anúncio em um discurso transmitido na televisão, antes de dar explicações à tarde na Câmara dos Comuns em Londres.
"A primeira-ministra e eu concordamos ontem em reverter quase todas as medidas fiscais anunciadas no plano de crescimento de três semanas atrás", anunciou Hunt hoje no Parlamento, em uma aparição urgente para acalmar o nervosismo antes da apresentação de seu orçamento detalhado, prevista para o próximo dia 31.
"Quero ser completamente franco sobre a magnitude do desafio econômico que enfrentamos", acrescentou Hunt, levantando temores de aumentos de impostos e medidas de austeridade. Sentada a seu lado na bancada do Executivo, Liz Truss permaneceu calada e com olhar distante.
Liz disse mais tarde que "lamenta" seus "erros" e se mostrou disposta a continuar no cargo pelo "interesse nacional", em entrevista à BBC exibida na noite desta segunda-feira. "Quero assumir minha responsabilidade e lamento os erros cometidos", declarou a líder conservadora, cujo mandato parece agonizando após seis semanas no poder. "Seguirei em meu posto, para cumprir meus compromissos pelo interesse nacional."
Liz explicou que queria "ir muito longe e muito rápido", e garantiu que continuará liderando o partido nas próximas eleições, previstas para daqui a dois anos, nas quais a oposição é a grande favorita. "Agi rapidamente para corrigir esses erros", acrescentou, dirigindo-se à sua maioria, onde aumentam as manobras nos bastidores para forçá-la a deixar o cargo.
Os mercados financeiros britânicos foram abalados por um grande nervosismo e volatilidade desde que Liz e Kwarteng apresentaram seu controverso pacote econômico, em 23 de setembro. O pacote combinava ajuda pública significativa às contas de energia e fortes cortes de impostos, mas não incluía nada para financiá-lo além de aumentar a já elevada dívida pública britânica.
Dando uma dramática guinada de 180 graus e enfraquecendo ainda mais Liz, que permanece como primeira-ministra, mas não tem mais nenhum poder real, Hunt anunciou: "reverteremos quase todas as medidas fiscais anunciadas (...) três semanas atrás".
Entre suas principais decisões, a ajuda às famílias para pagar as contas de energia caras será limitada a seis meses, até abril, em vez dos dois anos prometidos por Liz e Kwarteng.
- Mercados tranquilizados? -
Segundo a imprensa britânica, deputados conservadores cogitam nomes para substituí-la há dias. O jornal "Times" listou hoje quem poderia substituí-la em Downing Street.
Liz é a quarta primeira-ministra conservadora do Reino Unido desde o referendo do Brexit em 2016, mas várias figuras da direita britânica opinaram publicamente que ela deveria renunciar, após apenas 40 dias no cargo.
Apresentado em 23 de setembro, o plano econômico de Liz e Kwarteng semeou o caos nos mercados financeiros, temendo que as finanças públicas britânicas descarrilassem.
A libra caiu e o custo da dívida pública disparou, tornando mais caros os juros de empréstimos a famílias e empresas.
O Banco da Inglaterra precisou intervir para evitar que a situação se transformasse em uma crise financeira, com um programa maciço de compra de dívida de longo prazo que terminou na sexta-feira.
Em um sinal de que os anúncios de Hunt para garantir a estabilidade das finanças públicas do Reino Unido podem tranquilizar os mercados, mesmo antes de seu discurso na televisão, a libra subiu 1,08% em relação ao dólar nesta segunda-feira, sendo negociada a US$ 1,1293 às 06h20 (horário de Brasília).
As taxas de juro da dívida pública a 30 anos caíram para 4,48%, refletindo também uma resposta favorável dos investidores.
Essa reação "sugere que a remoção de Kwasi Kwarteng e a nomeação de Jeremy Hunt ajudaram a estabilizar o mercado e restaurar a confiança no mercado da dívida pública do Reino Unido", disse Victoria Scholar, analista da Interactive Investors.
Hunt adiantou no fim de semana que teria que tomar medidas "duras", com aumentos de impostos e cortes de gastos em todos os ministérios, uma mudança radical do programa de Liz, defensora de uma política ultraliberal de baixa tributação para estimular o "crescimento econômico".
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.