MÉXICO - Após a cotação das ações do Nubank ter dobrado em 2023, o CEO e cofundador do banco digital, David Vélez, considera que o mercado ainda subestima potenciais importantes da operação. Segundo ele, ainda não recebem o devido valor as possibilidades de geração de receitas da base de clientes, de crescimento no México e a combinação de fatores como a operação digital e a satisfação dos clientes.
De acordo com ele, embora 85 milhões de brasileiros sejam clientes do Nubank e os índices de satisfação (NPS, na sigla em inglês) sejam os mais altos do setor, a participação de mercado do Nubank é relativamente baixa - 14% em cartões de crédito, 6% em crédito pessoal e 3% em depósitos.
"Portanto, nossa oportunidade de ganhar participação em cada uma dessas verticais é gigantesca, e o nosso histórico nos últimos 24 meses registra essa tendência muito clara: ganhamos participação de mercado de forma constante em todas as verticais em que atuamos nos últimos cinco anos", diz Vélez, em carta trimestral da gestora Dynamo, em que alguns executivos foram questionados sobre aquilo que consideram que o mercado deixa de ver nas empresas que comandam.
Um exemplo disso, segundo ele, é a receita média mensal por usuário ativo (ARPAC, em inglês): nos clientes que utilizam o cartão, a conta digital e o crédito pessoal do Nubank, é de US$ 37, enquanto na média da base de clientes, está em US$ 10. Ao mesmo tempo, Vélez acredita que o custo para atender a cada um desses clientes deve se manter em cerca de US$ 1 ao mês, dada a eficiência da plataforma da fintech.
No caso do México, ele afirma que o país pode ser "um outro Brasil para o Nubank, embora com um risco de execução significativo (nosso tipo de risco favorito)". Vélez menciona que embora seja menos populoso que o Brasil, o México tem renda per capita 30% maior, uma população mais jovem e menor presença de serviços bancários no dia a dia dos habitantes.
"Nos últimos três anos, nos tornamos um dos principais emissores de cartões de crédito no México, com mais de 4 milhões de clientes de cartões de crédito e com mais de 1 milhão de clientes abrindo contas de poupança nas primeiras quatro semanas de seu lançamento", afirma o CEO do Nubank. Ele afirma que o crescimento não deve ser linear, mas que em cinco anos, o Nu está confiante de que se tornará "a empresa mais bem posicionada" para capturar o crescimento do mercado bancário mexicano.
O executivo menciona ainda uma combinação de fatores que, segundo ele, criam espaço para possíveis ganhos não previstos. São eles a base de clientes exclusivamente digital, a alta satisfação dos clientes e a confiança na marca, a equipe de tecnologia e ciência analítica, uma cultura forte e "uma das mais sofisticadas infraestruturas de análise de dados da América Latina".
Ao longo do ano passado, o mercado reavaliou o Nubank diante da perspectiva de início da queda dos juros no Brasil, com investidores apostando que a fintech será uma das principais beneficiárias. Também entrou na conta a chegada da fintech ao lucro, mesmo diante de um cenário de juros altos e inadimplência subindo no crédito para pessoas físicas.
Entretanto, os fatores mencionados por Vélez têm sido citados por algumas casas. Em outubro, o Morgan Stanley afirmou que o Nubank pode chegar a um valor de mercado de US$ 100 bilhões até 2026 graças às oportunidades de venda cruzada no Brasil e de crescimento das operações do México e da Colômbia.
POR ESTADAO CONTEUDO
ARGENTINA - O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, escolheu um aliado de seu futuro ministro da Economia, Luis Caputo, para comandar o Banco Central da República Argentina (BCRA).
Em comunicado, o gabinete do libertário apontou que Santiago Bausilli irá comandar a instituição que foi duramente criticada por Milei nos últimos meses, que inclusive prometeu fechá-la. A indicação ao BCRA precisa ser aprovada pelo Senado.
Milei se reuniu na quarta-feira, 6, com Caputo e Bausilli além de outros nomes de seus para discutir reformas e traçar metas para o futuro governo, segundo o comunicado.
POR ESTADAO CONTEUDO
ARGENTINA - Apenas algumas nações no mundo desistiram de ter um banco central, como propôs o presidente eleito da Argentina, Javier Milei — vitorioso no domingo (19/11) com 55% dos votos, após prometer durante a campanha "dinamitar" a instituição.
Quase todas as nações que extinguiram o banco central são, na verdade, países muito pequenos: Kiribati, Tuvalu, Andorra, Ilhas Marshall, Mônaco, Nauru, Micronésia, Palau e o principado de Liechtenstein são alguns dos exemplos.
O único nome nesta lista cuja população está na casa dos milhões é o Panamá, que decidiu, como os outros, utilizar uma moeda estrangeira como sua moeda oficial — neste caso, o dólar.
A primeira coisa que um país perde ao extinguir um banco central é uma política monetária soberana: não pode fixar taxas de juros ou de câmbio, nem imprimir dinheiro ou financiar os gastos públicos do Estado.
Um banco central também é responsável pela gestão das reservas internacionais e pela supervisão dos bancos comerciais e dos meios de pagamento, pois tem a função de regular o sistema financeiro com o objetivo de que ele seja sólido e confiável.
Portanto, se um país decide substituir a sua moeda nacional por uma moeda estrangeira — como o Panamá pelo dólar ou o Mônaco pelo euro —, os principais poderes de um banco central deixam de fazer sentido.
Isto significa que uma economia dolarizada dependerá das decisões tomadas pelo Federal Reserve (o Fed, banco central dos EUA), enquanto uma economia que trabalhe com o euro está sujeita a políticas do Banco Central Europeu.
Por outro lado, o benefício para os países que adotam uma moeda estrangeira é eliminar a taxa de câmbio, exportando mais facilmente seus produtos.
“Sendo países tão pequenos, o comércio internacional é muito importante para a sua economia. Para eles, o benefício de não haver incerteza na taxa de câmbio é muito maior do que qualquer benefício de controlar a economia doméstica através da política monetária”, avalia Omar Rachedi, professor do departamento de Economia, Finanças e Contabilidade da escola de negócios Esade, em Barcelona.
Mas Eileen Gavin, analista da consultoria britânica Verisk Maplecroft, afirma que mesmo em países dolarizados ainda há necessidade de uma autoridade de controle, como no Panamá.
"Não existe um banco central oficial, mas existe uma autoridade de supervisão financeira responsável por monitorar os bancos comerciais e as regulamentações macroprudenciais”, explica Gavin.
Rachedi concorda, afirmando que para uma economia continuar funcionando, há tarefas que alguma autoridade tem que continuar fazendo.
“Pode ser feito pelo Banco Central ou por um órgão que o substitua, como o Ministério da Economia. É possível eliminar a instituição, mas não todas as suas tarefas", explica o professor.
Eileen Gavin afirma que um órgão que cumpriria parcialmente as funções de um banco central deve mirar também em outro aspecto, as reservas internacionais — e as da Argentina estão no limite há anos.
“Se um país não tem um banco central, o órgão de supervisão que o substitui tem de garantir a liquidez e as reservas internacionais do país, o que num esquema de dolarização é absolutamente crítico, porque é assim que a estabilidade é garantida”, diz Gavin.
“As reservas internacionais são realmente a última linha de defesa de uma economia."
E para protegê-las, “os bancos centrais devem ser independentes do governo, o que muitas vezes não acontece na América Latina”, acrescenta.
Extinguir ou reformar?
“O banco central não deveria existir”, escreveu Milei em uma coluna para a revista britânica The Economist em setembro, quando ainda era apenas candidato.
“Nos últimos 20 anos, os políticos do país e os seus mestres das marionetes, que se beneficiam do status quo, roubaram bilhões de dólares dos argentinos que trabalham duro através da inflação. Estimamos que, só no último ano, os políticos roubaram mais de 5% do PIB do país ao desvalorizar o peso."
Milei argumenta que a falta de independência do banco central e a sua disposição para imprimir pesos para financiar despesas de sucessivos governos fizeram subir os preços no país.
A instituição é, em sua opinião, a culpada pelo fato de a Argentina terminar o ano com uma inflação esperada de 180%: o que no início de 2023 custava 200 pesos vai terminar o ano custando 560.
“Eliminar o banco central é essencial. Não há futuro para a Argentina com o peso (...) Vocês sabem qual é a minha posição nessa luta épica”, escreveu Milei.
Mas, para muitos analistas, essa é uma abordagem radical para resolver os problemas econômicos do país.
“A Argentina está pensando em exportar a sua autoridade monetária de Buenos Aires para Washington, em vez de pensar em como reformar a lei para tornar o banco central totalmente independente da política”, opina Rachedi.
Para o economista Juan Carlos Martínez Lázaro, a posição de Milei tem a ver com a postura do banco central nos últimos anos.
“O que Milei quer evitar é que a instituição continue financiando os déficits fiscais do governo e que este continue gastando”, afirma Lázaro, professor da escola de negócios IE, em Madri.
Ele compara o que acontece na Argentina a ter uma máquina de imprimir cédulas dentro de casa.
“Você não teria empecilhos em gastar o quanto quisesse e sem nenhum tipo de controle. Isto é o que de alguma forma acontece com o governo argentino. O banco central imprime os pesos que deseja e isso lhe permite manter um nível de gastos que de outra forma seria muito complicado."
“Mas isso só causa inflação e desvalorização do peso”, aponta Lázaro.
Este processo, tecnicamente denominado “monetização do déficit”, é absolutamente proibido na maioria dos bancos centrais do mundo.
Quanto mais técnicos e independentes do governo os bancos centrais forem, mais geram confiança e estabilidade — o que atrai investidores estrangeiros.
Ainda que reconheça o papel passível de crítica do banco central argentino, o economista afirma que a extinção da instituição pode ser um golpe forte demais.
“Sem banco central, um país perde parte da sua soberania monetária, o que é muito útil para enfrentar possíveis recessões ou possíveis crises inflacionárias”, afirma Martínez Lázaro.
Para Michael Langham, analista da empresa britânica de investimentos Abrdn, a receita de corte de gastos públicos e dolarização proposta por Milei para conter a inflação pode ser insuficiente.
“O espaço fiscal é limitado e é provável que seja necessária uma recessão profunda e prolongada para acalmar a inflação, que atingiu 142% em termos anuais em outubro”, diz Langham.
“Para ter algum sucesso significativo, a Argentina precisará de uma recessão dolorosa e de reformas importantes para melhorar o seu ambiente de negócios e encorajar os investidores estrangeiros e os poupadores nacionais."
Se realmente ocorrer a dolarização, o principal problema será qual taxa de câmbio converterá a moeda nacional em dólares americanos.
“Uma taxa de conversão muito fraca pode destruir o poder de compra da população, mas uma taxa de conversão muito forte pode deixar a economia pouco competitiva com os seus parceiros comerciais”, explica Thierry Larose, gerente do banco Vontobel.
Por esta razão, os analistas concordam que o plano de Milei de fechar o banco central e dolarizar não será de curto prazo. E, devido ao tamanho da economia argentina, o processo não seria semelhante ao de países pequenos que optaram por essa via.
Na América Latina, o Equador dolarizou a sua economia em 2000 sem fechar o banco central, uma solução intermediária que teve as suas próprias complicações, porque as reservas continuaram disponíveis para os gastos dos governos.
O tempo dirá se Milei seguirá em frente com seus planos de campanha e se a economia argentina conseguirá superar todos os enormes desafios que enfrenta.
Cristina Jiménez Orgaz - BBC News Mundo
PERU - O Banco Central da Reserva do Peru (BCRP) cortou a taxa básica de juros em 25 pontos-base, a 7,0%. O BC, entretanto, alerta que a decisão de reduzir os juros não indica necessariamente que haverá um ciclo de sucessivas reduções na taxa e aponta que as decisões seguirão as informações mais recentes de inflação e suas determinantes.
Segundo o anúncio, a decisão teve como contexto a queda mensal da inflação em outubro, com sua leitura anual chegando a 4,3% no mês passado, ante 5,0% em setembro. Ainda, o relatório indica que as expectativas de inflação para 12 meses também caíram de 3,4% a 3,3% entre setembro e outubro, ficando perto do limite do intervalo da meta. A projeção é que a tendência de desaceleração da inflação continue e que a taxa chegue à meta no início de 2024.
Entretanto, o BC peruano alerta que indicadores e expectativas para a economia apontam uma deterioração em outubro. “A atividade econômica e a demanda interna foram afetadas por choques derivados de conflitos sociais e do El Niño, que tiveram um impacto maior do que o esperado”.
A próxima reunião monetária ocorrerá em 14 de dezembro.
BRASÍLIA/DF - A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil (BB) começam, nesta terça-feira (7), a renegociar as dívidas de estudantes com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os débitos em atraso poderão ter até 100% de desconto em juros e multas e, no caso de liquidação integral do contrato, o desconto chega a 99% do valor consolidado da dívida.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou lei que autoriza as renegociações. Na segunda-feira (6), o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a preocupação do presidente é dar celeridade aos procedimentos.
“São mais de 1 milhão e 240 mil pessoas no Brasil que terão direito e o presidente tem chamado de Desenrola da Educação. Significa R$ 54 bilhões de dívidas desses brasileiros e brasileiras que muitas vezes estão com seu nome comprometido, o nome sujo, né, como se diz, no Serasa, e que terão oportunidade de renegociar suas dívidas. Inclusive, com condições muito favoráveis, podendo chegar até 99% do principal e 100% dos juros e multa, ou seja, a pessoa pode pagar 1% da dívida dependendo da condição que ela esteja”, disse após reunião com Lula, no Palácio do Planalto.
Também participaram do encontro representantes da Caixa, do BB e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que opera o Fies. Segundo Camilo Santana, na última sexta-feira (2), o comitê gestor do Fies esteve reunido e aprovou resolução com as condições para as renegociações. O documento será publicado ainda hoje no Diário Oficial da União.
A lei criou condições mais favoráveis de amortização para estudantes com contratos do Fies celebrados até o fim de 2017 e com débitos vencidos e não pagos em 30 de junho de 2023. O ministro da Educação afirmou ainda que, mesmo quem está com as contas em dia com o Fies terá algumas vantagens para pagamento da dívida principal.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o estudante beneficiário que tenha débitos vencidos poderá liquidá-los nos seguintes termos:
• Estudantes com débitos vencidos e não pagos há mais de 90 dias em 30 de junho de 2023, com desconto de até 100% sobre encargos (juros e multas pelo atraso no pagamento) e de 12% sobre o valor financiado pendente, para pagamento à vista; ou parcelamento em até 150 parcelas mensais e sucessivas do valor financiado pendente, com desconto de 100% dos encargos (juros e multas pelo atraso no pagamento), mantidas as demais condições do contrato (ou seja, ficam mantidas as condições de garantia e eventuais taxas de juros do contrato).
• Estudantes com débitos vencidos e não pagos há mais de 360 dias em 30 de junho de 2023, que estejam inscritos no Cadastro Único ou que tenham sido beneficiários do Auxílio Emergencial 2021, com desconto de até 99% do valor consolidado da dívida, inclusive principal, por meio da liquidação integral do saldo devedor em até 15 prestações mensais e sucessivas.
• Estudantes com débitos vencidos e não pagos há mais de 360 dias em 30 de junho de 2023, que não se enquadrem na hipótese prevista no item anterior, com desconto de até 77% do valor consolidado da dívida, inclusive principal, por meio da liquidação integral do saldo devedor em até 15 prestações mensais e sucessivas.
A lei sancionada pelo presidente Lula também estabeleceu um teto de contribuição ao Fundo Garantidor do Fundo de Financiamento Estudantil (FG-Fies), de 27,5%, referente aos aportes sobre as obrigações financeiras das universidades que aderem, voluntariamente, ao programa, após o quinto ano de sua adesão.
Segundo o MEC, a medida visa contornar o quadro de elevada contribuição pelas mantenedoras ao Fundo Garantidor, o que onera as mantenedoras e prejudica sua capacidade de oferta de vagas ao Fies.
Camilo Santana reafirmou ainda que o governo estuda mudanças no programa. Segundo ele, o Fies “se burocratizou demais” e precisa deixar de ser um programa econômico, para ser um programa social.
“É uma coisa que nós estamos reavaliando para o novo Fies, é saber quem é que não paga porque não quer e quem é que não paga porque não tem dinheiro, não tem condições de pagar. Então fazer essa diferenciação para que a gente possa melhorar o controle do programa, que consideramos importante para dar acesso àqueles que querem fazer uma universidade, um curso superior”, disse ontem.
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
MARRAKECH - Meio século depois de seus últimos encontros anuais no continente africano, o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) se reúnem na África a partir desta segunda-feira (9) em Marrakech, Marrocos, para falar de reformas e do financiamento contra a mudança climática.
Ambas as instituições costumam organizar suas reuniões fora da sede em Washington, D.C., uma vez a cada três anos, mas a edição de Marrocos -originalmente prevista para 2021 – teve de ser adiada duas vezes, devido à pandemia da covid-19.
Espera-se que muitas das conversas se concentrem na África, uma vez que o continente enfrenta tanto uma crise da dívida que assola vários de seus países, quanto as consequências da mudança climática e de uma pobreza que diminui mais lentamente do que em outras áreas do planeta.
Na quinta-feira, durante seu tradicional discurso de inauguração, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, destacou, em Abidjan (Costa do Marfim), que “um século XXI próspero precisa de uma África próspera”, especialmente levando-se em consideração o envelhecimento da população nas economias avançadas.
As primeiras medidas anunciadas devem ser, sobretudo, simbólicas, como a criação de um terceiro cargo para os países africanos nos conselhos de administração de ambas as instituições, o que lhes daria a oportunidade de se fazerem ouvir com mais força.
– Aumentar a capacidade de empréstimo –
O grosso das conversas vai girar em torno do financiamento, tanto para suas missões específicas (erradicação da pobreza e ajuda aos países em dificuldade) quanto para aliviar os efeitos da mudança climática.
Os principais países não se mostraram favoráveis a aumentar o capital, uma iniciativa que também reforçaria o peso de grandes países emergentes como China e Índia.
Em relação ao Banco Mundial, o principal avanço deverá ser a confirmação de mais 50 bilhões de dólares (257,5 bilhões de reais na cotação do dia) nos próximos dez anos. Seu presidente, Ajay Banga, espera ir mais longe e elevar o total para 100 bilhões, ou 125 bilhões de dólares (R$ 515 bilhões e R$ 643,7 bilhões na cotação do dia), graças às contribuições das economias avançadas.
Ainda assim, é pouco provável que essa questão seja resolvida em Marrakech.
Não há expectativa de grandes progressos em termos de financiamento climático, apesar das muitas vozes que criticam a falta de ajuda nesta matéria por parte de ambas as instituições.
URUGUAI - O Banco Central do Uruguai (BCU) cortou os juros em 50 pontos-base hoje, a 9,50%, e sinaliza que a taxa se situa próxima do fim do ciclo de cortes. Em agosto, o BC cortou os juros em 75PB. O país foi o primeiro da América Latina a iniciar a flexibilização monetária neste ciclo.
O Comitê de Política Monetária do Uruguai destaca que a inflação do país em setembro, de 3,87%, foi o menor nos últimos 17 anos, estando mais de 600pb abaixo do seu recorde do ano anterior, de 9,95%.
“O cenário base internacional apresenta algumas modificações em relação à decisão anterior, com alguns desafios principalmente para 2024, com maior crescimento esperado no Brasil e nos Estados Unidos, que seria mais do que compensado por uma menor expansão na China e na Europa e por uma queda mais pronunciada no Argentina”, pontua o comunicado oficial do BCU.
BRASÍLIA/DF - As instituições financeiras terão de avisar aos clientes quaisquer vazamentos ou incidentes de segurança relacionados ao Pix. A mudança consta de resolução do Banco Central (BC) publicada na terça-feira (26), que também endurece as penas para os casos mais graves e torna o cálculo das multas proporcional ao número de chaves afetadas.
Pelas novas regras, as instituições terão o dever de comunicar aos próprios clientes incidentes de segurança nas chaves Pix, independentemente de serem as responsáveis pelos vazamentos ou se o caso não teve gravidade. Até agora, valia apenas o estabelecido pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, que determinava que a comunicação era obrigatória apenas em casos com potencial risco ou dano relevante.
O BC ressalta que a responsabilidade pela comunicação recai sobre a instituição de relacionamento do cliente, mesmo que esta não tenha provocado o incidente. Segundo o banco, isso ocorre porque os avisos são dados por canais seguros de comunicação, acessíveis exclusivamente por identificação pessoal, como senha e reconhecimento biométrico.
“Desde o lançamento do Pix, o BC optou pela comunicação mesmo nos casos de menor impacto, pautado pela transparência, aspecto fundamental para a manutenção da confiança da população no meio de pagamento. O BC avalia que esse compromisso com a plena transparência vem trazendo inúmeros benefícios para a sociedade”, ressalta a autoridade monetária em comunicado.
Segundo o Banco Central, a mudança afeta apenas as normas. Isso porque, em todas as ocorrências de vazamento de chaves Pix até agora, as instituições de relacionamento avisaram aos clientes, independentemente da gravidade do caso. O órgão apenas oficializou uma prática que vinha sendo aplicada. O BC informou que novos aperfeiçoamentos poderão ser implementados conforme as discussões do Grupo Estratégico de Segurança no Fórum Pix.
Penalidades
A resolução também aperfeiçoou as penalidades para as instituições que descumprirem os requisitos de segurança do Pix. O impacto dos incidentes será considerado no estabelecimento das punições, com os casos de maior repercussão tendo punições mais severas. Da mesma forma, as multas relativas aos incidentes de segurança com dados pessoais no Pix passam a ser calculadas com base na quantidade de chaves potencialmente afetadas. Quanto maior o vazamento, maior a multa.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
FRANKFURT - O Banco Central Europeu elevou sua taxa básica de juros a um pico recorde na quinta-feira e sinalizou que esse provavelmente será seu último movimento na batalha de mais de um ano contra a inflação alta.
O banco central dos 20 países que compartilham o euro também aumentou suas previsões para a inflação, que agora espera que caia mais lentamente em direção à sua meta de 2% nos próximos dois anos, ao mesmo tempo em que reduziu suas expectativas para o crescimento econômico.
Isso ilustrou o dilema que o BCE enfrentou na reunião, com os preços ainda subindo a mais do que o dobro de sua meta, mas com a atividade econômica enfrentando dificuldades devido aos altos custos de empréstimos e à desaceleração na China.
Diante desse cenário, o BCE enviou uma mensagem clara de que provavelmente já terminou de aumentar os juros.
"Com base em sua avaliação atual, o Conselho do BCE considera que as taxas de juros básicas atingiram níveis que, mantidos por um período suficientemente longo, darão uma contribuição substancial para o retorno oportuno da inflação à meta", disse o BCE.
A expectativa agora é de que isso ocorra mais lentamente do que na época das projeções anteriores do BCE, em junho, com a inflação passando a ser em 5,6% em 2023, 3,2% em 2024 e 2,1% em 2025.
O aumento da estimativa para 2024 - que havia sido relatada pela Reuters anteriormente - provavelmente desempenhou um papel importante nas discussões, já que as autoridades de política monetária avaliaram o risco de a inflação, atualmente ainda acima de 5%, ficar presa em um nível elevado.
O aumento de 25 pontos-base adotado nesta quinta-feira eleva a taxa que o BCE paga sobre os depósitos bancários para 4,0%, o nível mais alto desde que o euro foi lançado em 1999.
Há apenas 14 meses, essa taxa estava em uma mínima recorde de -0,5%, o que significa que os bancos tinham que pagar para manter seu dinheiro em segurança no banco central.
Por Francesco Canepa e Balazs Koranyi / REUTERS
CANADÁ - O Banco Central do Canadá decidiu na última semana, manter sua taxa básica de juros em 5,0%. Em comunicado, ele informou que também está mantendo a política de aperto quantitativo (QT, na sigla em inglês), e não descartou a possibilidade de subir mais os juros, caso seja necessário para controlar a inflação.
O BC canadense considera que a economia do país entrou em um período de crescimento mais fraco, “necessário para aliviar as pressões sobre os preços”.
O aperto no mercado do trabalho, por sua vez, gradualmente continua a afrouxar, aponta. O crescimento dos salários, porém, segue em cerca de 4% a 5%, adverte.
Para o BC canadense, dados recentes da inflação sugerem que as pressões inflacionárias “continuam em um base disseminada”.
A instituição adverte que, quanto mais tempo persistir a inflação elevada, maior o risco de que ela fique arraigada, dificultando que se restaure a estabilidade de preços.
Com evidências recentes de que o excesso de demanda na economia está desacelerando, e diante dos efeitos retardados da política monetária, o conselho decidiu nesta quarta manter os juros. Há, porém, ainda preocupação com a persistência das pressões subjacentes na inflação, e os dirigentes estão preparados para elevar mais os juros, caso seja necessário, diz o comunicado.
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