SÃO CARLOS/SP - A Frente Parlamentar de Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 da Câmara Municipal de São Carlos realizou na manhã do sábado (13) sua primeira reunião online com a participação de entidades públicas, privadas e da sociedade civil organizada. Este primeiro encontro teve o objetivo de identificar as dificuldades no combate à pandemia, principalmente aquelas encontradas pelas instituições e órgãos de saúde, e propor ações concretas de resolução.
Estiveram presentes representantes de unidades de saúde do município: Vitor Marim (diretor técnico da Santa Casa), Daniel Canedo (presidente da Unimed São Carlos), Ivan Linjardi (vice-presidente da Unimed São Carlos) e Fábio Neves (superintendente do Hospital Universitário-UFSCar); representantes da Prefeitura: Crislaine Mestre (diretora do Departamento de Vigilância em Saúde), Denise Braga (diretora do Departamento de Gestão do Cuidado Ambulatorial), Izaulina Jacomazi (diretora do Departamento de Gestão Administrativa e Financeira) e Mateus Aquino (secretário de Comunicação e presidente do Comitê de Combate ao Coronavírus); representantes da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar: Maria de Jesus Dutra dos Reis (vice-reitora), Gil Vicente Figueiredo (professor do Departamento de Matemática), Bernardino Souto (professor do Departamento de Educação e membro do grupo “Complexidade da Pandemia”); Denilson Tochio (presidente do Conselho Municipal de Saúde); além de outros interessados.
A reunião ainda contou com a participação dos vereadores Lucão Fernandes (MDB) e Azuaite Martins de França (Cidadania), respectivamente presidente e propositor da Frente Parlamentar, e do presidente da Câmara, Roselei Françoso (MDB), além dos parlamentares André Rebello (DEM), Bruno Zancheta (PL), Cidinha do Oncológico (PP), Moisés Lazarine (PSL), Professora Neusa (Cidadania), Raquel Auxiliadora (PT), Robertinho Mori (PSL) e Sérgio Rocha (PTB).
Ao iniciar o encontro, o vereador Lucão Fernandes informou que todas as conclusões geradas também serão encaminhadas ao Poder Executivo. “Nós queremos que os representantes das instituições de saúde nos informem qual a situação atual e de que forma podemos ajudar, para que a Câmara possa colaborar com o que for possível”, afirmou.
Os representantes da Santa Casa, Unimed e Hospital Universitário frisaram que a cidade está em um momento crítico da pandemia quanto à ocupação de leitos e afirmaram não haver mais a possibilidade de aumento na capacidade de atendimento, além do que já está sendo ampliado. “A Santa Casa está trabalhando para entregar até o final da próxima semana 20 leitos semi-intensivos de suporte ventilatório. Infelizmente não temos mais como ampliar além disso”, argumentou Vitor Marim, diretor técnico da Santa Casa.
Tanto a Santa Casa, quanto o HU apontaram dificuldade financeira na manutenção dos leitos para UTI Covid-19. “O que o SUS paga, não cobre a conta desse leito, pois são pacientes muito graves, que necessitam de muitos insumos. Seria interessante que houvesse uma suplementação para o custeio”, explicou Fábio Neves do HU.
ESTRUTURA DAS UPAS – Foi debatida ainda a necessidade de melhor equipação das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), para que possam fazer o acolhimento e estabilização dos pacientes. Sobre isso, Crislaine Mestre, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, relatou que já estão sendo providenciadas essas melhorias e também a capacitação dos profissionais dessas unidades em parceria com o HU.
MEDIDAS RESTRITIVAS – Os participantes da reunião discutiram sobre a necessidade de medidas restritivas mais rígidas, considerando que profissionais de saúde do município preveem um pico da doença ainda maior em abril. Bernardino Souto, da UFSCar, defendeu o lockdown imediato, com planejamento estratégico da flexibilização, bem como a criação de estratégias de suporte social e econômico aos prejudicados por essas medidas. Foi citado ainda o caso de Araraquara, que teve uma queda no número de casos após a realização de lockdown.
RECURSOS – Outra questão relevante abordada foi o financiamento das ações de combate à Covid-19. Izaulina Jacomazi, diretora do Departamento de Gestão Administrativa e Financeira, afirmou que já está sendo feito um remanejamento de verbas dentro do que é legalmente permitido, mas a situação é complicada, considerando que há muitas demandas e que não há previsão para o término da pandemia. “É um momento muito difícil”, disse.
O presidente da Câmara, Roselei Françoso, pontuou que a Câmara já fez a devolução de parte do duodécimo à Prefeitura e os vereadores estão destinando emendas para a área da saúde. “A gente sabe que isso é uma gota no oceano, mas se todos nós tivermos o mesmo compromisso, faremos o melhor possível para a nossa cidade. Nós precisamos nos unir para angariar recursos, buscar aquilo que for necessário”, afirmou.
REGIÃO - Os vereadores também pontuaram a necessidade de realizar discussões em âmbito regional, em conjunto com as Prefeituras das cidades vizinhas para que os números de casos e mortes caiam em toda a região.
O vereador Azuaite França agradeceu todos os presentes pela participação e destacou que o encontro foi proveitoso para o Legislativo conhecer os problemas mais graves que a saúde está enfrentando no município. “Nós ouvimos e elencamos todas as sugestões que foram dadas e vamos trabalhar nessas questões enquanto Câmara Municipal, junto com a sociedade civil”, declarou.