INGLATERRA - A Rússia deve "assumir total responsabilidade" pela morte de Paul Urey, disse a ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, depois que separatistas pró-russos anunciaram que o britânico capturado no leste da Ucrânia morreu na prisão.
"Estou chocada com a notícia da morte do trabalhador humanitário britânico Paul Urey enquanto estava sob custódia de um intermediário russo na Ucrânia", disse ela. "A Rússia deve assumir total responsabilidade por isso", acrescentou.
O Ministério das Relações Exteriores britânico convocou o embaixador russo em Londres, Andrey Kelin, nesta sexta-feira para expressar a profunda preocupação do Reino Unido com os relatos da morte de Urey enquanto estava em cativeiro em áreas da Ucrânia não controladas pelo governo do presidente Volodymyr Zelensky.
A família de Urey e o Executivo de Londres dizem que ele foi detido no leste da Ucrânia durante uma missão humanitária, mas separatistas pró-Rússia na região de Donetsk o acusaram de ser um mercenário e não um trabalhador humanitário.
"Paul Urey foi capturado enquanto realizava um trabalho humanitário. Estava na Ucrânia para tentar ajudar o povo ucraniano contra a invasão russa não provocada", afirmou Truss, citada em comunicado.
"O governo russo e seus parceiros continuem cometendo atrocidades. Os responsáveis terão que prestar contas", acrescentou.
Daria Morozova, representante dos separatistas pró-russos de Donetsk, afirmou nesta sexta-feira no Telegram que "apesar da gravidade de seus crimes, Paul Urey recebia atendimento médico adequado". "Apesar disso, e devido ao seu diagnóstico e o estresse, morreu no 10 de julho", acrescentou.
A Presidium Network, uma organização sem fins lucrativos com sede no Reino Unido, anunciou em 29 de abril que dois trabalhadores humanitários que conhecia, Paul Urey e Dylan Healy, foram capturados pelos militares russos no sul da Ucrânia enquanto tentavam retirar uma mulher e duas crianças de Zaporizhzhia.
Os voluntários trabalhavam de forma independente para tentar ajudar os ucranianos a fugir e a ONG informou que se ofereceu para ajudá-los após receber informação sobre seu trabalho no terreno, mas destacou que não estavam filiados à sua rede na Ucrânia.
"Extremamente preocupada" com seu estado, a mãe de Urey, nascido em 1977, disse então que seu filho sofria de diabetes do tipo 1 e precisava de insulina com frequência.
De acordo com o Presidium, Urey é um experiente trabalhador humanitário que passou oito anos no Afeganistão e Healy, nascido em 2000, trabalhava na cozinha de uma rede hoteleira no Reino Unido.
Morozova disse na sexta-feira que as autoridades britânicas sabiam que Urey estava detido pelas forças armadas de Donetsk, mas não fizeram nada por ele.
E o acusou de ter "conduzido operações militares e trabalhado no recrutamento e treinamento de mercenários para as gangues armadas ucranianas".