ESPANHA - Sindicatos e empregadores espanhóis selaram na segunda-feira (8) um acordo que prevê aumentos salariais de 4% este ano e de 3% em 2024 e 2025, para compensar parcialmente os reajustes de preços dos últimos meses.
Este "acordo para o emprego e a negociação coletiva", que diz respeito aos trabalhadores dependentes de acordos coletivos, foi ratificado pelo sindicato UGT (União Geral de Trabalhadores) e pelas organizações patronais CEOE (Confederação Espanhola de Organizações Empresariais) e Cepyme (Confederação Espanhola das Pequenas e Médias Empresas).
A outra grande central sindical espanhola, a Confederação Sindical de Trabalhadores (CCOO), deve aprová-lo nesta terça-feira (9).
O documento prevê um aumento salarial de 4% em 2023, seguido de dois aumentos sucessivos de 3% em 2024 e 2025. Também está previsto um aumento adicional de 1%, caso a inflação volte a atingir níveis muito elevados, informou a UGT em um comunicado de imprensa.
A inflação na Espanha foi de 4,1%, em abril, no acumulado dos últimos 12 meses. O país atingiu níveis recordes de inflação de mais de 10%, em junho de 2022.
"Ponto de partida"
Este acordo, no entanto, não levará a um aumento automático e generalizado dos salários na Espanha, mas servirá de base para negociações coletivas em vários ramos de atividade. É “um ponto de partida para permitir uma partilha mais equitativa da riqueza”, comemorou a UGT.
O acordo foi bem recebido pelo governo de esquerda espanhol. A ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, "agradeceu aos parceiros sociais por este acordo tão importante destinado a proteger os salários" e elogiou o comprometimento dos sindicatos de trabalhadores e das organizações patronais no Twitter.
"Há mais paz social na Espanha do que na maioria dos países da União Europeia porque há um diálogo social que o governo restaurou" desde o regresso da esquerda ao poder em 2018, afirmou, por sua vez, o primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez.
por RFI