CHINA - A China anunciou na segunda-feira (30) que vai limitar a quantidade de tempo que os jovens menores de idade podem jogar videogame online a apenas três horas por semana. A imposição do governo do presidente Xi Jinping mostra que o Partido Comunista segue enquadrando as grandes empresas de tecnologia.
Trata-se de uma mudança drástica no maior mercado de jogos do planeta, com mais de 200 milhões de usuários. Até então, uma legislação de 2019 previa que os adolescentes estavam liberados a jogar 1h30 por dia.
As duas plataformas de jogos mais populares do país - Tencent e NetEase - só podem oferecer jogos para menores a partir das às 20h às 21h00 nas sextas-feiras, fins de semana e feriados, segundo informações divulgadas pela agência de notícias estatal Xinhua.
As novas regras estabelecem ainda que os jogos online devem ser vinculados a um sistema estadual anti-dependência. E que as empresas não podem fornecer serviços aos usuários sem registros de nomes reais.
Os reguladores vão aumentar as verificações para realizar tarefas monetizadas dentro das plataformas, como a compra de benefícios.
Um comitê liderado por Xi divulgou que os esforços para evitar a “expansão desordenada" de empresas de tecnologia "estão sendo bem sucedidos".
As novas regras ressaltam até que Pequim pretende reduzir o vício em jogos, fazendo com que as novas gerações dediquem-se a atividades "mais produtivas.
No início de agosto, a mídia estatal publicou uma série de críticas contra da indústria de games, chegando a chamá-la de "ópio espiritual". Xi também disse em recente reunião que as políticas antimonopólio são fundamentais para dinamizar a economia chinesa.
Para tentar minimizar os impactos no mercado acionário, a Tencent e outras empresas afirmaram que menores de idade representam apenas uma fração de seus negócios.
Segundo a Tencent, somente 3% do total de suas receitas é obtida com jogadores crianças.
*Por: Ernesto Neves / VEJA.com