SÃO CARLOS/SP - O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, é um transtorno do neurodesenvolvimento que inicia-se na infância e, geralmente, acompanha o indivíduo ao longo de sua vida, acarretando impactos de caráter social, acadêmico e profissional.
O Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade passou por diferentes modificações em suas nomenclaturas e conceitos, desde sua primeira descrição. Atualmente, o TDAH é descrito pelo DSM-V (APA, 2014), como transtorno do neurodesenvolvimento com sintomas que envolvem níveis de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade e impulsividade, com manifestação inicial na infância.
A desatenção e desorganização envolvem comportamentos consequentes de recorrentes perdas de seus pertences; aparência de que a criança não está ouvindo o que o outro está lhe dizendo; dificuldades em manter atenção e concluir uma tarefa. Já a hiperatividade e impulsividade são definidas como a agitação motora, dificuldades em permanecer sentado, incapacidade em aguardar a sua vez e se intrometer na atividade do outro.
Em relação à prevalência, dados da literatura demonstram maior prevalência do transtorno em meninos e a idade mais marcante para manifestação dos sintomas é a escolar, dos 6 aos 12 anos.
Na infância, o TDAH representa um dos transtornos psiquiátricos mais comuns no Brasil, sendo assim um dos transtornos mais recorrentes à consulta com neuropediatras e o país ocupando o segundo maior índice de consumidor mundial de Metilfenidato, o medicamento mais indicado para o controle dos sintomas de desatenção/hiperatividade.
Mas qual a causa do TDAH? A origem do transtorno pode ser considerada multifatorial e complexa, possui a contribuição de fatores genéticos e ambientais tendo bases neurobiológicas com anormalidades no sistema nervoso central. Contudo, ainda há lacunas no conhecimento dos mecanismos específicos que conectam genótipo, processos neurais e sintomas cognitivos e comportamentais.
No que tange os fatores ambientais, o uso de tabaco e álcool e a presença de chumbo no ambiente durante a gestação leva a complicações na gestação, no parto ou ao recém-nascido. Prematuridade, baixo peso, situações ambientais extremas na infância, adversidades psicossociais e inconsistência na função parental são fatores de risco relacionado ao transtorno.
Apesar de muito avanço no que diz respeito à compreensão do TDAH ao longo dos anos e aos avanços científicos ligados à genética e exames de neuroimagem, seu diagnóstico é, essencialmente clínico.
Para auxiliar nessa avaliação clinica e estruturar intervenções adequadas deve ser realizado a avaliação neuropsicológica que utiliza métodos clínico-experimentais de observação e de mensuração do comportamento humano por meio da avaliação com instrumentos padronizados.
É muito importante que no caso de dúvidas com relação à dificuldade de atenção a família procure ajuda profissional e faça a avaliação, sabemos hoje que 70% das crianças com TDAH têm pelo menos um transtorno psiquiátrico com comorbidade, entre essas, a taxa de comorbidade de transtorno de aprendizagem se apresenta em média de 45%, sendo o baixo desempenho escolar um dos prejuízos funcionais mais frequentes no TDAH.
*Texto Escrito Por: Thaise Fernanda Mendes Soares CRP: 06/128703
Programa Confortável Mente
Instagram: @confortavelmente_psi
Facebook: Confortável Mente