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EL SALVADOR - O partido governista de El Salvador aprovou no domingo (9) a candidatura do presidente Nayib Bukele para as eleições de 2024, em meio a um debate sobre se a Constituição proíbe ou não um segundo mandato consecutivo.

A força conservadora 'Nuevas Ideas' (NI) realizou a votação interna com Bukele como candidato único em um processo totalmente virtual.

"'Nuevas Ideas' torna oficial que o vencedor da candidatura presidencial para a República de El Salvador é o senhor Nayib Armando Bukele Ortez"”, anunciou Karen González, presidente da Comissão Eleitoral do NI.

González não divulgou quantos votos o presidente recebeu no processo de confirmação da candidatura dentro do partido.

Após o anúncio do resultado da eleição interna do NI, Bukele reagiu em sua conta no Twitter e destacou que "hoje falou o maior partido da história de nosso país e em 4 de fevereiro de 2024 (dia da eleição presidencial) o povo salvadorenho terá a última palavra".

A lei obriga os partidos que pretendem participar das eleições de 2024 a realizar eleições internas para definir seus candidatos.

Na ausência de adversários, Bukele foi escolhido o candidato do NI. O atual vice-presidente da República, Félix Ulloa, o acompanhará na chapa presidencial.

Bukele, de 41 anos, anunciou em setembro de 2022 a decisão de buscar a reeleição, depois que o Supremo Tribunal de Justiça emitiu uma resolução que permite a reeleição presidencial, uma decisão que gerou polêmica sobre a legalidade da medida.

A Constituição salvadorenha estabelece que não pode concorrer à presidência quem tiver "exercido a Presidência da República por mais de seis meses, consecutivos ou não, no período imediatamente anterior, ou nos últimos seis meses anteriores ao início do mandato presidencial".

As pesquisas apontam a vitória de Bukele, cuja guerra contra as gangues rendeu uma aprovação de mais de 90% da população, apesar de a medida ter sido criticada por organizações de defesa dos direitos humanos.

As eleições presidenciais e legislativas acontecerão em 4 de fevereiro, enquanto as votações para os conselhos municipais e para o Parlamento Centro-Americano (Parlacen) serão organizadas em 3 de março de 2024.

Há algumas semanas, por iniciativa do governo Bukele, o Congresso aprovou reformas para reduzir o número de deputados no Parlamento de 84 para 60, ao mesmo tempo que diminuiu de 262 para 44 a quantidade municípios nos 14 departamentos do país. As duas medidas entrarão em vigor em maio do próximo ano.

 

 

AFP

BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou o seu antecessor Jair Bolsonaro (PL) de ter cometido uma série de crimes, entre eles o de genocídio do povo yanomami e durante a pandemia da Covid-19.

Lula ainda acrescentou ter certeza de que o ex-mandatário participou ativamente nos atos golpistas de 8 de janeiro e pediu que ele seja responsabilizado por todos esses crimes.

O presidente afirmou também que não vai disputar a reeleição para o cargo em 2026. No entanto fez uma ressalva: disse que isso pode acontecer se houver "uma situação delicada" e ele se sentir com a saúde perfeita.

"Se eu puder afirmar para você agora, eu falo 'não serei candidato em 2026'. Eu vou estar com 81 anos de idade. Eu preciso aproveitar um pouco a minha vida, porque eu tenho 50 anos de vida política. Isso é o que eu posso te dizer agora. Agora, se chegar num momento, tiver uma situação delicada e eu estiver com a saúde, porque também só posso ser candidato se eu tiver com saúde perfeita, mas com saúde perfeita, 81 de idade, energia de 40 e tesão de 30 [aí posso ser candidato]", afirmou o presidente.

As falas foram dadas em entrevista à RedeTV, cujos trechos começaram a ser divulgados em redes sociais. A íntegra foi ao ar na noite de quinta-feira (2).

A ressalva vai em direção oposta a declarações dadas durante a campanha eleitoral do ano passado. Em evento em setembro, por exemplo, o atual presidente disse: "Todo mundo sabe que eu tenho quatro anos. Todo mundo sabe que não é possível um cidadão com 81 anos querer a reeleição".

Logo na primeira semana da gestão, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, defendeu a hipótese de Lula concorrer em 2026. "Vocês estão partindo de um fato consumado de que Lula não irá disputar a Na entrevista à emissora de TV, o presidente chamou Jair Bolsonaro de genocida em pelo menos dois momentos da entrevista. Afirmou que ele cometeu crime de extermínio de um povo contra os yanomamis, cuja crise humanitária ganhou grande relevo no início do atual governo.

"Eu acho que é necessário [punir Bolsonaro] pelo seguinte: ele deve ser julgado por genocídio no caso dos yanomamis, mas [também] no caso de Covid-19, porque ele foi um presidente que se colocou contra tudo que é cientista desse país. Ele se colocou contra praticamente todo mundo que clamava para que a gente comprasse vacina rápida, clamava para que o governo fizesse publicidade da necessidade de tomar vacina. Ele não. Ele fez o contrário", afirmou Lula.

Lula também afirmou que Jair Bolsonaro deve ser julgado em algum momento, que há a possibilidade de parentes de vítimas da pandemia abram um processo em cortes internacionais.

O atual chefe do Executivo também citou as ofensas em série de Bolsonaro e que ele desrespeitou "tudo aquilo que a gente tinha de normalidade na política brasileira". Citou os ataques contra o Supremo Tribunal Federal, contra o Congresso Nacional, contra o papa Francisco, o presidente francês Emmanuel Macron e sua esposa.

Sobre os atos golpistas de 8 de janeiro e outras ações antidemocráticas, Lula disse ter certeza que Bolsonaro preparou um golpe.

"Este cidadão preparou o golpe. Hoje eu tenho consciência e vou dizer aqui em alto e bom som. Esse cidadão preparou o golpe. Eles queriam fazer aquela bagunça no dia 1º de janeiro, mas eles perceberam que não dava porque tinha muita polícia e muita gente na rua. Eu tenho certeza que o Bolsonaro participou ativamente disso e ainda está tentando participar", afirmou.

Classificou o adversário como "quase que um psicopata". "Esse cidadão não pensa, ele não raciocina, ele vomita as coisas com o maior desrespeito do mundo, com a maior falta de objetividade e de sinceridade do mundo", completou.

O presidente depois acrescentou que Jair Bolsonaro precisa responder por esses crimes.

"Eu acho que o Bolsonaro em algum momento vai ter que ser julgado. Eu acho que, não sei se a pena dele, se vai ficar inelegível ou não, mas ele cometeu um crime na minha opinião. Ele tem que ser julgado em algum momento por genocídio, contra a população vítima do Covid e pelo que aconteceu com os yanomami." reeleição. Eu não parto desse fato consumado."

 

 

por RENATO MACHADO / FOLHA de S.PAULO

BRASÍLIA/DF - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse na 5ª feira (10) que quer discutir o fim da reeleição no país. Segundo ele, o instrumento “não foi bem-sucedido” no Brasil.

“Temos que discutir de maneira muito séria o fim da reeleição no Brasil. Não que isso seja um ponto definitivo, mas eu considero que a experiência de reeleição no país não foi bem sucedida e essa é uma discussão que precisa ser feita no Congresso Nacional”, declarou.

Pacheco citou a possível mudança ao ser perguntado sobre um grupo de trabalho para debater o semipresidencialismo no Brasil. A ideia tem o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

De acordo com Lira, a ideia seria uma alteração de governo para 2030. “Sem perspectiva de votação antes da eleição. Para deixarmos qualquer texto que possa ser discutido, analisado e escolhido, para ser votado com o congresso novo”, disse.

MUNDO - A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, obteve a maior vitória eleitoral de seu Partido Trabalhista em meio século, neste sábado, quando os eleitores a recompensaram por uma resposta decisiva no combate à covid-19.

A conquista significa que Ardern, de 40 anos, pode formar o primeiro governo de partido único em décadas e enfrentará o desafio de cumprir a transformação progressiva que ela prometeu, mas falhou em seu primeiro mandato, no qual o seu partido, de centro-esquerda, compartilhou o poder com um partido nacionalista.

"Esta é uma mudança histórica", disse o comentarista político Bryce Edwards, da Victoria University em Wellington, descrevendo a votação como uma das maiores transformações na história eleitoral da Nova Zelândia em 80 anos.

O Partido Trabalhista estava a caminho de ganhar 64 das 120 cadeiras no Parlamento unicameral do país, a mais alta de qualquer partido desde que a Nova Zelândia adotou um sistema de votação proporcional, em 1996.

Ardern prometeu aos apoiadores que vai construir uma economia que funcione para todos, criar empregos, treinar pessoas, proteger o meio ambiente e enfrentar os desafios climáticos e as desigualdades sociais.

"Estamos vivendo em um mundo cada vez mais polarizado", disse. "Um lugar onde mais e mais pessoas perderam a capacidade de ver o ponto de vista umas das outras. Espero que, com esta eleição, a Nova Zelândia tenha mostrado que não somos assim."

A líder do oposicionista Partido Nacional, Judith Collins, afirmou ter cumprimentado a primeira-ministra por um "resultado notável".

Os trabalhistas tinham 49% dos votos, muito à frente do Nacional, com 27%, de acordo com a Comissão Eleitoral, com 95% dos votos apurados.

Ardern disse que esperaria até o resultado final para dizer se seu governo incluiria grupos menores como o Partido Verde, um ex-parceiro de coalizão.

 

 

*Por Praveen Menon - Repórter da Reuters

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