SÃO PAULO/SP - O câncer já se tornou a principal causa de morte em algumas regiões do Brasil, superando as doenças cardiovasculares, de acordo com um estudo recente realizado por pesquisadores da Unifesp, Fundação Getúlio Vargas e Universidade Federal de Uberlândia. Publicado na revista The Lancet Regional Health - Americas, o estudo analisou dados de 5.570 municípios brasileiros entre 2000 e 2019. Nesse período, enquanto as mortes por doenças cardiovasculares caíram em 25 dos 27 estados, as mortes por câncer aumentaram em 15 estados. O número de municípios onde o câncer é a principal causa de morte quase dobrou, passando de 7% para 13%.
Essa mudança se deve, em parte, aos avanços no tratamento e diagnóstico de doenças cardiovasculares, como infartos e derrames, além de campanhas antitabagismo. "Os avanços no diagnóstico e no tratamento, bem como as campanhas antitabagismo, por exemplo, tiveram grande impacto na queda da mortalidade cardiovascular", explicou Leandro Rezende, um dos autores do estudo. Já o câncer, que engloba mais de cem tipos de doenças, é mais difícil de prevenir e tratar de forma generalizada, pois cada tumor tem características diferentes e a prevenção envolve diversos fatores.
Apesar de compartilharem fatores de risco como tabagismo, sedentarismo e má alimentação, as doenças cardiovasculares são mais sensíveis a mudanças no estilo de vida e a tratamentos acessíveis. Segundo o cardiologista Eduardo Segalla, do Hospital Israelita Albert Einstein, a rapidez no diagnóstico e tratamento de infartos, por exemplo, é mais eficiente e acessível em comparação ao diagnóstico precoce de tumores como o de mama ou intestino. "A conscientização de tratar fatores de risco e o acesso ao sistema de saúde para tratar um infarto é mais rápido e acessível do que o diagnóstico precoce de um câncer", diz ele.
O estudo também expõe desigualdades regionais no Brasil, revelando que o aumento nas mortes por câncer ocorre principalmente em áreas mais pobres. Enquanto as mortes por doenças cardiovasculares caíram em várias regiões, o Amapá, Roraima e Acre ainda apresentam uma tendência de aumento nesses óbitos. Os autores destacam a importância de desenvolver políticas públicas específicas para cada região, que melhorem o acesso à saúde e à prevenção primária, como campanhas contra o tabagismo, controle do álcool e combate à obesidade.
POR GUILHERME BERNARDO
Perda de apetite, dores no peito e tosse persistente são alguns dos sintomas mais conhecidos do câncer de pulmão. No entanto, há um sintoma menos discutido que afeta as mãos, mais especificamente os dedos.
O câncer de pulmão é uma das principais causas de morte por câncer no Brasil e no mundo. De acordo com estimativas de 2023, no Brasil, é o terceiro tipo de câncer mais comum entre os homens, com 18.020 novos casos, e o quarto entre as mulheres, com 14.540 novos casos. Globalmente, ocupa o primeiro lugar em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. Em termos de mortalidade, é o principal causador de mortes por câncer entre os homens e o segundo entre as mulheres, de acordo com as estimativas de 2020, que registraram 2,2 milhões de novos casos no mundo — 1,4 milhão em homens e 770 mil em mulheres.
No Brasil, o câncer de pulmão foi responsável por 28.618 mortes em 2020, tornando-se uma das doenças mais letais relacionadas ao tabagismo e à poluição ambiental.
De acordo com o médico Richard LoCicero, citado pelo Huffpost, inchaço nos dedos, também conhecido como "hipocratismo digital" ou "dedos em baqueta de tambor", pode ser um sinal de câncer de pulmão. Esse sintoma é especialmente evidente quando as extremidades dos dedos estão inchadas ou alargadas, e o aspecto das unhas também muda. Essa condição ocorre devido à falta de oxigenação adequada no corpo, provocada por problemas pulmonares graves, como o câncer de pulmão.
Embora o hipocratismo digital possa, em alguns casos, ser uma característica hereditária e inofensiva, ele também pode indicar doenças graves, como problemas cardíacos, hepáticos ou pulmonares. No caso específico do câncer de pulmão, cerca de 80% dos pacientes apresentam esse sintoma em algum estágio da doença, segundo o Dr. LoCicero.
Além do inchaço, outras alterações nas mãos e unhas podem ser sinais de alerta, como o brilho excessivo da pele ao redor das unhas ou unhas que começam a curvar-se para baixo, adquirindo uma aparência em forma de colher (conhecida como "unhas em vidro de relógio"). Esses sinais merecem atenção e avaliação médica, especialmente quando associados a outros sintomas de câncer de pulmão, como dificuldade respiratória, fadiga extrema e perda de peso inexplicável.
BRASÍLIA/DF - A Inteligência Artificial (IA) está transformando o mundo em um ritmo acelerado, e poucos setores sentem essa revolução tão intensamente quanto a área da saúde. Um exemplo notável desse impacto vem de um hospital na Hungria, onde um algoritmo de IA desenvolvido pelo MIT está sendo utilizado para detectar câncer de mama com uma impressionante antecedência de 4 anos em relação aos métodos tradicionais de diagnóstico.
A Revolução na Detecção Precoce
O algoritmo foi treinado usando um vasto banco de dados contendo 90 mil mamografias, permitindo que ele identificasse alterações minúsculas no tecido mamário, invisíveis para os métodos convencionais. Essas mudanças sutis, imperceptíveis a olho nu ou pelos métodos tradicionais, são os primeiros indícios do desenvolvimento do câncer de mama.
Para validar sua eficácia, o modelo foi testado em outras 60 mil mamografias com resultados já conhecidos. O algoritmo conseguiu identificar corretamente aquelas que, anos mais tarde, teriam o diagnóstico de câncer de mama confirmado. Este feito extraordinário significa que a IA pode prever, com precisão, o desenvolvimento do câncer de mama até 4 anos antes do que seria possível com os exames tradicionais.
O Impacto Transformador da IA na Saúde
Essa conquista destaca o imenso potencial da Inteligência Artificial na medicina. A capacidade de identificar doenças em estágio inicial é apenas o começo. A IA promete transformar todas as áreas da saúde, desde o diagnóstico até o tratamento e a gestão hospitalar, oferecendo uma precisão e uma eficiência sem precedentes.
Além disso, a aplicação da IA na saúde não apenas melhora os resultados clínicos, mas também acelera processos, reduz custos e proporciona um atendimento mais personalizado aos pacientes. O impacto dessa tecnologia será gigantesco, com benefícios que vão muito além da medicina, afetando todas as áreas de negócios e a maneira como vivemos.
O Futuro da Saúde e a Inovação Tecnológica
Para aqueles interessados em entender mais profundamente o papel das novas tecnologias na saúde, o principal evento de tecnologia e inovação nas áreas médica e hospitalar da América Latina será uma oportunidade imperdível. Este evento reunirá especialistas e líderes do setor para discutir como a IA e outras tecnologias emergentes estão revolucionando a saúde e transformando o futuro dos cuidados médicos.
Não perca a chance de descobrir como essas inovações estão moldando o futuro e de se inspirar pelas histórias de sucesso como a do hospital na Hungria, onde a IA já está salvando vidas, anos antes do que qualquer outro método seria capaz.
Prepare-se para um futuro onde a tecnologia e a saúde caminham juntas para oferecer diagnósticos mais precisos, tratamentos mais eficazes e, acima de tudo, uma melhor qualidade de vida para todos.
Fatores como excesso de bebidas alcoólicas, tabagismo e relações sexuais sem proteção podem ser comportamentos de risco em relação a esses tumores
SÃO PAULO/SP - Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os cânceres de cabeça e pescoço atingem mais de 40 mil brasileiros ao ano, em sua maioria, homens com mais de 60 anos. A campanha Julho Verde tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância dos cuidados e do combate a esses tumores, que se desenvolvem nos lábios, na boca, na garganta, na laringe, na faringe, nas glândulas salivares, na fossa nasal e nos seios paranasais, além da pele. “A iniciativa permite divulgar informações sobre sinais que podem levar a um diagnóstico precoce, além de orientações quanto à prevenção e tratamento”, define a médica oncologista da Oncoclínicas e do Hospital Edmundo Vasconcelos, Malu Viter.
No Brasil, o câncer de boca e laringe é o segundo mais frequente entre homens, enquanto o de tireoide é o quinto mais comum entre mulheres. A médica cirurgiã de cabeça e pescoço do Hospital Edmundo Vasconcelos, Rafaella Falco Bruhn, explica que essas doenças possuem características diferentes, mas compartilham alguns sintomas iniciais que requerem atenção das pessoas. “Feridas na boca ou na língua que sangram, não cicatrizam em 15 dias e continuam crescendo podem ser indícios de câncer de boca. Nódulos no pescoço ou mesmo alguma ferida na pele na região da cabeça e do pescoço também podem ser sinais de alerta. Dificuldade para engolir, alteração na voz, rouquidão que não melhora e até falta de ar podem ser indicativos de tumor de laringe, por exemplo. Outras manifestações clínicas poderão surgir a depender do tipo de câncer”, afirma.
Malu Viter ainda complementa que sintomas persistentes por mais de três semanas são um alerta para a busca por uma avaliação médica adequada, visto que essas neoplasias quando diagnosticadas precocemente, possuem chance de cura de 90%. “Caso a doença seja detectada, o paciente pode passar por diversos tratamentos, dependendo do tipo, localização e volume do tumor e do seu perfil clínico. A maioria requer tratamento cirúrgico, porém alguns podem ser abordados com quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e iodoterapia, como no caso de câncer de tireoide”.
De acordo com Rafaella Falco Bruhn, existem alguns fatores de riscos mais frequentes para esse tipo de tumor, como a ingestão de bebida alcoólica, o tabagismo, incluindo o uso de cigarro eletrônico, a exposição solar sem proteção e uma higiene oral inadequada. “Vale lembrar que manter uma alimentação saudável, fazer exercício físico e manter o peso adequado também contribuem para a prevenção”, detalha a médica.
A médica Malu Viter ainda destaca que o uso de preservativo durante o sexo oral é importante para prevenir a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), um dos agentes etiológicos do câncer de orofaringe. Além disso, a vacina tetravalente contra o HPV está disponível gratuitamente nos postos de saúde para meninas e meninos entre nove e 14 anos, homens imunossuprimidos de nove a 26 anos, pacientes oncológicos e mulheres de nove a 45 anos, além de pacientes usuários de profilaxia pré-exposição (PrEP).
BRASÍLIA/DF - Tipo de câncer mais incidente em homens, o tumor de bexiga matou de 800 mil pessoas no mundo e mais de 19 mil no Brasil de 2019 a 2022.
Dados do Sistema de Informações do Ministério da Saúde (SIH/SUS) indicam mais de 110 mil casos de neoplasia maligna da bexiga desde 2019. Assim como em outros tipos de câncer, o tabagismo é o principal fator de risco da neoplasia de bexiga.
Julho é mês de conscientização do câncer de bexiga. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aproveita a data para alertar sobre a importância da detecção precoce deste tipo de tumor, quando as chances de cura são maiores. Nas redes sociais, posts, vídeos e live com especialistas informam o público leigo.
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que este ano deverão ser registrados 11.370 novos casos de câncer de bexiga, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres, o que corresponde a um risco estimado de 7,45 casos novos a cada 100 mil homens e 3,14 a cada 100 mil mulheres. Segundo o Inca, este é o sétimo câncer mais incidente entre os homens (exceto o de pele não melanoma), representando mais de 3% dos cânceres no sexo masculino.
“O câncer de bexiga tem como principal fator de risco o tabagismo, relacionado a mais de 50% dos casos. Portanto, eliminando esse hábito, conseguimos diminuir significativamente as chances de aparecimento desse tumor. Outro ponto fundamental na prevenção é seguir hábitos saudáveis, como manter uma alimentação balanceada, beber água em quantidade adequada e exercitar-se”, alerta o presidente da SBU, Luiz Otavio Torres.
O motorista Edgar Azevedo dos Santos, de 51 anos, descobriu a doença após uma dor lombar em 2017. Ele fez ultrassom que constatou nódulos. Ele passou por uma cirurgia e sessões de quimioterapia. “Eu nunca imaginaria que teria um câncer. De lá para cá faço acompanhamentos periódicos”.
“Temos observado que muitas pessoas desconhecem o câncer de bexiga, como se manifesta e quais são os principais vilões. A maioria já sabe que o fumo pode levar ao câncer de pulmão, por exemplo, mas muitos desconhecem que ele também é o principal causador do câncer de bexiga.
Além disso, apesar de que muitas vezes causa sangramento na urina, geralmente no início é intermitente e não provoca dor, e por isso é comum as pessoas não darem a devida importância e retardarem a ida ao médico, podendo agravar o quadro”, esclarece a diretora de Comunicação da SBU e coordenadora das campanhas de awareness da entidade, Karin Jaeger Anzolch.
Apesar de geralmente ser silencioso no estágio inicial, o tumor de bexiga pode provocar sangue na urina, maior frequência urinária, ardência ao urinar, urgência para urinar e jato urinário fraco
“A presença de sangue visível na urina é o sintoma mais comum do câncer de bexiga e está normalmente presente em 80% dos pacientes. Outros sintomas comumente relatados são aumento da frequência urinária, urgência miccional e dor para urinar, que podem estar relacionados à presença de carcinoma in situ.
O câncer de bexiga pode ser também assintomático e detectado através de exames de imagem com ultrassonografia, tomografia ou ressonância nuclear magnética”, explica o coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Mauricio Dener Cordeiro.
O câncer de bexiga pode ser classificado de acordo com a célula que sofreu alteração, sendo os principais: carcinoma de células transicionais (ou urotelial) que representa a maioria dos casos e tem início na camada mais interna da bexiga; carcinoma de células escamosas (ou epidermoide) que afeta as células delgadas e planas da bexiga, ocorre após infecção ou inflamação prolongadas; e adenocarcinoma que é mais raro, tem início nas células glandulares (de secreção) após infecção ou irritação prolongadas.
O câncer de bexiga é considerado superficial quando se limita ao tecido de revestimento da bexiga e infiltrativo quando transpassa a parede muscular, podendo afetar órgãos próximos ou gânglios linfáticos.
O tabagismo (também o passivo) é o principal fator de risco do câncer de bexiga, porém há outras ameaças como: exposição a substâncias químicas; alguns medicamentos e suplementos dietéticos; gênero e raça (homens brancos têm mais chances de desenvolver a doença); idade avançada; histórico familiar.
“Além do tabagismo, o contato com substâncias químicas como as presentes em defensivos agrícolas, tinturas utilizadas na indústria, fumaça de diesel ou outras substâncias também podem predispor a essa doença. Medicamentos como a pioglitazona, utilizada para o controle do diabetes, já foram associados com o desenvolvimento do câncer de bexiga. Contudo, o risco é relativamente baixo, e o principal ponto de atenção deve ser para pacientes que já tiveram câncer de bexiga e utilizam essa medicação”, explica o supervisor da Disciplina de Câncer de Bexiga da SBU, Fernando Korkes.
O diagnóstico do câncer de bexiga pode ser feito por exames de urina e de imagem, como ultrassom, tomografia computadorizada e cistoscopia (investigação interna da bexiga por meio do cistoscópio, instrumento dotado de câmera introduzido pela uretra). Durante a cistoscopia, caso o especialista identifique alguma alteração, pode ser retirado material para biópsia.
O tratamento do câncer de bexiga varia conforme o estágio da doença e pode consistir em cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Os tipos de cirurgia consistem em: ressecção transuretral – remoção do tumor por via uretral; cistectomia parcial - retirada de uma parte da bexiga; cistectomia radical - remoção completa da bexiga, com a construção de um novo órgão para armazenar a urina.
Nos casos de lesões iniciais, após removido o tumor, pode ser administrada a vacina BCG ou algum quimioterápico dentro da bexiga a fim de evitar recidiva da doença.
“Algumas das novidades nessa área incluem novas medicações como imunoterapia, terapias alvo e terapias com anticorpos conjugados a drogas que já têm sido utilizados na prática e trazem benefícios para muitos pacientes. Quanto à cirurgia, as plataformas robóticas auxiliam bastante nos casos em que é necessário remover a bexiga e fazer algum tipo de reconstrução”, ressalta Fernando Korkes.
De 2019 a 2022 o Sistema de Informações sobre Mortalidade registrou 19.160 óbitos em decorrência de neoplasia maligna da bexiga. Desses, 12.956 (67,6%) eram do sexo masculino e 6.204 (32,3%) do sexo feminino.
Para o diretor da Escola Superior de Urologia da SBU, Roni de Carvalho Fernandes, para rastrear o câncer de bexiga e desenvolver políticas públicas eficazes para reduzir a incidência e mortalidade, é essencial considerar várias estratégias, começando por campanhas de conscientização e educação como essa promovida pela SBU, além de identificar grupos de alto risco, garantir que todos tenham acesso a serviços de saúde que ofereçam diagnóstico e tratamento adequados com a criação de centros especializados para garantir padrões elevados de cuidado e resultados melhores para os pacientes.
“Implementar essas medidas requer colaboração entre profissionais de saúde, governos, instituições de pesquisa, organizações não governamentais e a própria comunidade para enfrentar de forma eficaz esse grande desafio, que é reduzir as taxas de mortalidade do câncer de bexiga”, afirma Fernandes.
Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil
SÃO PAULO/SP - A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realiza, ao longo deste mês, uma campanha para alertar sobre o câncer de rim, doença que matou cerca de dez mil pessoas entre 2019 e 2021, no país, segundo a instituição. A SBU usará suas redes sociais para divulgar mensagens, vídeos e transmissões ao vivo, com especialistas, para esclarecer as principais dúvidas sobre este tipo de tumor.
“O câncer de rim é uma doença que afeta homens e mulheres, mas tem uma maior incidência em homens, entre 50 e 70 anos. O problema do câncer de rim é que, em geral, ele é totalmente assintomático. O sinal mais frequente deste tipo de câncer é a presença de sangue na urina”, explica o presidente da SBU, Luiz Otávio Torres.
Para rastrear a doença, Torres defende realização rotineiros de exames de ultrassom abdominal ou do aparelho urinário, que observa a situação dos rins e dos órgãos adjacentes. “Muitas vezes, a gente diagnostica um câncer de rim de forma incidental, ou seja, o exame não foi pedido para o câncer. Aquelas pessoas fizeram o ultrassom por outra razão e foi detectado um câncer”, informou.
A diretora de Comunicação da SBU, Karin Anzolch, afirmou que ainda não existe uma recomendação universal para rastrear o câncer de rim em todas as pessoas, mas a ultrassonografia abdominal é um procedimento de baixo custo e não invasivo, que poderia ser incluído na rotina de check ups. “Sobretudo nos grupos de maior risco, [a ultrassonografia] pode detectar em fases iniciais a doença, possibilitando melhores índices de cura”.
De acordo com a SBU, além de provocar milhares de mortes, o câncer de rim levou à necessidade de realização de 18 mil procedimentos de nefrectomia (retirada total ou parcial do órgão). O câncer renal corresponde a 3% dos tumores malignos urológicos e tem entre seus fatores de risco o tabagismo. A campanha está sendo realizada em junho, porque o Dia Mundial do Câncer de Rim será celebrado no dia 20 deste mês.
Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
A ação acontece nas Instituições de Longa Permanência para Pessoas Idosas e para População em Situação de Rua
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Departamento de Gestão do Cuidado Ambulatorial (DGCA), promoveu na tarde da última terça-feira (04/06), mais uma ação preventiva no combate ao câncer bucal. Desta vez a Instituição de Longa Permanência para Pessoas Idosas “Helena Dornfeld” recebeu a equipe de odontologia do Dr. Luís Guilherme Manelli, que realizou a avaliação para prevenção do câncer bucal, além de avaliar os dentes e próteses dos idosos.
Esse trabalho teve início no final do mês de maio com o diagnóstico realizado no Centro de Referência da População em Situação de Rua (Centro POP), que atende em média 80 pessoas em situação de rua, e termina no Cantinho Fraterno no próximo dia 11 de junho. Somente nas duas instituições de longa permanência serão atendidos aproximadamente 100 idosos.
A campanha busca estimular ações preventivas e educativas relacionadas a prevenção do câncer bucal, que é um tumor maligno que afeta lábios, gengiva, bochecha, céu da boca, língua (mais as bordas), e região de assoalho de língua. É mais comum em homens de mais de 40 anos. Os fatores de risco são exposição ao sol, alcoolismo e tabagismo.
Método que pode minimizar efeito colateral em cerca de 40% a 60% vem se mostrando uma importante terapia para fortalecimento da autoestima e do bem-estar de quem enfrenta o câncer
RIBEIRÃO PRETO/SP - O anúncio de um diagnóstico de câncer costuma vir acompanhado por um misto de emoções e uma série de pré-conceitos sobre a doença e as condutas terapêuticas. Mesmo com um forte trabalho de conscientização, por meio de campanhas educativas sobre prevenção, tipos de tumores, sintomas e tratamentos, o tema ainda é cercado por dúvidas e, muitas vezes, associações nem sempre tão precisas.
Uma das mais corriqueiras está relacionada à queda de cabelo como efeito colateral. “É importante salientar que nem todos os tratamentos de câncer levam à essa condição. O processo acontece, normalmente, com o uso de certos quimioterápicos que, ao atacarem as células cancerígenas, afetam outras células de desenvolvimento rápido no organismo do paciente, mesmo sadias. Portanto, nesses casos, a depender do medicamento e da dosagem, a quimioterapia pode causar a perda temporária de todos os pelos do corpo, não apenas no couro cabeludo”, explica o Dr. Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.
A condição é um desafio a mais para o aspecto emocional e para a autoestima dos pacientes, especialmente para as mulheres. Foi na tentativa de amenizar esse impacto que surgiu a técnica de crioterapia capilar. O método de resfriamento do couro cabeludo reduz o fluxo sanguíneo por meio da contração dos vasos na área. Com isso, a quantidade de quimioterapia que alcança as células dos folículos capilares é menor, minimizando a queda em uma média de 40% a 60%.
Diagnosticada com câncer de mama em outubro de 2023, aos 39 anos, a bancária Juliana Grando Morais optou por utilizar o recurso. “Quando soube da crioterapia, confesso que não criei muita expectativa, pois, naquele momento, estava focava em me curar e entendia que a perda dos cabelos era uma consequência. Mas, após a primeira sessão, fiquei confiante. Finalizei minhas sessões de quimioterapia com pouca perda de cabelo e de forma linear. Minha aparência física é a mesma de quando iniciei o tratamento e minha autoestima se manteve firme”, relata.
A empresária Tatiana Soares Tolentino também passou por essa experiência. “Eu já conhecia a crioterapia, pois uma amiga que teve câncer em São Paulo usou e foi super eficaz. Li bastante a respeito e vi que muitas pessoas desistiam do uso da touca por não suportar o incômodo da baixa temperatura. A minha experiência foi tranquila. Os cabelos caíram pouco, cerca de 40%. Achei o método super válido e usaria a touca de novo caso precisasse. Mesmo com um bom resultado, depois de um tempo, optei por raspar o cabelo com a máquina, bem baixinho, e me sinto bem assim”, conta.
Crioterapia na prática
O paciente veste a touca, que resfria o couro cabeludo a uma temperatura entre 18°C e 22°C, cerca de trinta minutos antes da sessão de quimioterapia. O indivíduo deve permanecer com ela por cerca de uma hora e meia após o término da infusão, dependendo do protocolo adotado, e seguir uma rotina de cuidados.
Vale a pena reforçar que a técnica não é recomendada para todos os casos. Pacientes em tratamento de tumores hematológicos, como leucemias e linfomas, tumores cerebrais e com implantes ou alergia no couro cabeludo, por exemplo, têm contraindicação ao uso. “O recurso traz resultados interessantes, desde que indicado e aplicado corretamente. Por isso, a orientação e o acompanhamento de profissionais especializados são fundamentais”, ressalta o Dr. Diocésio Andrade.
Sobre a Oncoclínicas&Co
A Oncoclínicas&Co. - maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina - tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 143 unidades em 38 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.
Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos e acesso ao tratamento oncológico, realizando aproximadamente 635 mil tratamentos nos últimos 12 meses. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MedSir, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional. Além disso, a Oncoclínicas passou a integrar a carteira do IDIVERSA, índice recém lançado pela B3, a bolsa de valores do Brasil, que destaca o desempenho de empresas comprometidas com a diversidade de gênero e raça.
De acordo com o Inca, mais de 180 mil casos da doença devem acometer o estado de São Paulo anualmente até 2025; neoplasias de mama, próstata e intestino são as mais incidentes
RIBEIRÃO PRETO/SP - Atualmente, reconhecido como o principal problema de saúde pública no mundo, o câncer exige atenção da população para cuidados básicos com a saúde, sendo o principal deles a mudança de hábitos, incluindo uma rotina com boa alimentação, prática de atividade física e o acompanhamento médico periódico. O Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, que acontece em 08 de abril, reforça este alerta.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar anualmente 704 mil novos diagnósticos da doença até 2025. Destes, mais de 180 mil devem acometer o estado de São Paulo, sendo os tumores de mama (20.470), próstata (16.830) e intestino (14.980) os mais incidentes.
Dados do Inca revelam ainda que, somente em 2021 – ano do último dado disponível pelo órgão - Ribeirão Preto registrou 272 mortes decorrentes destas neoplasias no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto, Diocésio Andrade, grande parte dos tumores, inclusive os de maior incidência no Brasil, poderiam ser evitados com cuidados básicos e sugere a adaptação para um estilo de vida mais saudável como uma boa forma de prevenção da doença.
“Hábitos simples podem ser fundamentais para evitar o desenvolvimento de tumores e demais problemas de saúde a curto e a longo prazo. É importante que a população se conscientize sobre os cuidados necessários com a saúde, como a alimentação saudável e a prática de atividade física regular”, afirma o médico.
Diocésio destaca ainda que optar por um estilo de vida mais saudável inclui manter exames de rotina atualizados e também os exames mais complexos conforme idade e recomendações médicas. “A detecção precoce eleva as chances de um prognóstico positivo”, explica o especialista.
Mama e próstata são os mais incidentes
Liderando o ranking entre os tumores mais comuns no país (atrás apenas do câncer de pele não- melanoma), está o câncer de mama. Segundo o oncologista Diocésio Andrade, o acompanhamento médico e a realização dos exames de rotina – incluindo a mamografia a partir dos 40 anos – são os protocolos recomendados.
Na sequência está o câncer de próstata, que afeta a glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis, atingindo, em sua maioria, homens com faixa etária acima dos 65 anos.
“Em sua fase inicial, o câncer de próstata costuma se desenvolver de forma silenciosa. Os sintomas só aparecem quando o tumor se encontra em fase mais avançada, por isso, é tão importante manter os exames e o acompanhamento médico em dia”, comenta Diocésio.
O médico destaca que existem dois métodos complementares de exames preventivos: o PSA coletado no sangue e o toque retal. “A melhor conduta é associá-los”, continua.
Cólon e reto
Já o câncer colorretal, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso (cólon), no reto (final do intestino) e no ânus. Diocésio Andrade pontua que os fatores relacionados ao surgimento da neoplasia são a idade igual ou acima de 50 anos, o excesso de peso corporal e, principalmente, a má alimentação. “Também é um tipo de câncer que pode ter origem hereditária, necessitando de acompanhamento regular para aquelas pessoas que têm casos na família. A adoção de bons hábitos colabora na prevenção, mas também é essencial realizar exames regularmente conforme orientação médica”, finaliza.
Sobre a Oncoclínicas&Co
A Oncoclínicas&Co. - maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina - temum modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade.
Atualmente possui 143 unidades em 38 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.
Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos e acesso ao tratamento oncológico, realizando aproximadamente 615 mil tratamentos nos últimos 12 meses. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MedSir, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional.
Para mais informações, acesse https://www.grupooncoclinicas.com/
Conscientização sobre a prevenção do câncer merece destaque; segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estão previstos 32 mil novos casos de tumores ginecológicos no Brasil anualmente
SÃO PAULO/SP - Em 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Entre tantos temas relevantes a serem abordados dentro do contexto da data, o cuidado com a saúde feminina merece destaque. O câncer de mama continua sendo o tipo de tumor mais prevalente entre as mulheres do Brasil e do mundo. No entanto, existem outras neoplasias que as afetam, como os tumores ginecológicos, que também demandam atenção.
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estão previstos 704 mil novos casos de neoplasias por ano no Brasil e, desse total, mais de 32 mil são tumores ginecológicos. O mais prevalente é o de colo de útero. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, ele é o terceiro mais incidente entre as mulheres, com 17 mil novos casos no país, sendo 2.550 casos somente no estado de São Paulo.
“Cerca de 90% dos casos estão relacionados à infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). A vacinação é a proteção mais eficaz contra o contágio e está disponível no sistema público de saúde para meninos e meninas, com idade entre 9 e 14 anos”, orienta Dr. Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto e membro fundador do EVA - Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos.
Câncer de Endométrio
Outro tipo de tumor ginecológico é o câncer de endométrio, responsável por mais de 7 mil novos casos no país, acometendo, na sua maioria, mulheres acima de 50 anos, sendo raros os casos com menos de 40 anos. Esse foi o diagnóstico que a técnica em nutrição Renizia Miranda Silva, de 56 anos, recebeu no final de 2022.
“Estava em uma consulta de rotina com a minha médica para conversar sobre reposição hormonal. Ela me solicitou alguns exames e, quando os resultados voltaram, foi constatado um espessamento do endométrio. Fui encaminhada para outro especialista, para investigação. Ele solicitou uma biópsia, que veio positiva para adenocarcinoma endometrioide do endométrio. Sempre fiz atividades físicas e tenho uma alimentação saudável. Costumo ler bastante e me mantenho informada sobre como evitar vários tipos de doenças. Mesmo assim, ao receber o diagnóstico, senti como se fosse uma sentença de morte”, confessa.
O medo e a ansiedade das primeiras semanas, aos poucos, deram espaço para a confiança. Renizia passou por uma cirurgia e tratamento com quimioterapia e radioterapia. “A certeza de que você está sendo muito bem assistida, por especialistas, faz toda diferença no processo”, complementa. Hoje, ela segue em acompanhamento e comemora a ótima fase. “Me sinto ótima e acredito estar curada”, finaliza.
Segundo Diocésio Andrade, nesses casos, o sintoma clássico que leva à suspeita da neoplasia é o sangramento vaginal em mulheres que já haviam atingido a menopausa, assim como o aumento do volume abdominal, mudança do hábito urinário ou intestinal e dor abdominal ou pélvica.
Outros tumores ginecológicos
O câncer de ovário, com 7.310 novos casos anuais no Brasil, é o terceiro tumor ginecológico mais comum e é o que apresenta a menor taxa de sobrevivência entre os cânceres femininos. O histórico familiar deve sempre ser um sinal de alerta.
Tumores mais raros, os cânceres de vulva e vagina não possuem dados nacionais oficiais de novos casos/ano. Assim como o câncer do colo do útero, eles também possuem associação com a infecção pelo HPV como fator causal.
“Cada tipo de câncer tem as suas características, causas e particularidades e a condução do tratamento é feita de forma individualizada. No entanto, as orientações sobre o cuidado com a saúde feminina são as mesmas, com ênfase para o acompanhamento ginecológico regular e a manutenção dos exames de rotina em dia”, explica Dr. Diocésio Andrade.
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