PORTO ALEGRE/RS - O tamanho da ajuda federal ao Rio Grande do Sul ainda é uma incógnita diante do fato de que a tragédia está em andamento. Municípios inteiros seguem debaixo d'água, inviabilizando a mensuração dos prejuízos, e a perspectiva de novas chuvas na região desperta o temor de que a crise se estenda.
Bases de dados do próprio estado estão fora do ar e dificultam o trabalho de pesquisadores locais que receberam a tarefa de tentar calcular o estrago para a economia gaúcha.
O Executivo federal também enfrenta obstáculos para mapear as necessidades diante da prioridade máxima dos órgãos locais em resgatar quem segue ilhado.
Uma das frentes de trabalho é estruturar a busca de famílias que não estão no Cadastro Único, mas muito provavelmente se tornarão público-alvo do Bolsa Família após perder emprego, renda e bens materiais.
Os desafios são variados. Faltam dados, equipamentos públicos foram inundados, e as famílias que podem vir a receber o benefício tiveram seus documentos carregados pela água.
Nas reuniões virtuais convocadas pelo governo federal para discutir o plano de ação nessa área, a fala dos assistentes sociais gaúchos é frequentemente interrompida pelo choro diante de uma tragédia da qual, não raro, também são vítimas.
A ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) viajou ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (8) e disse que "não há limite para os gastos públicos que forem necessários" para combater a calamidade e reconstruir o estado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs e o Congresso aprovou um decreto de calamidade para facilitar a liberação de verbas. Há a expectativa de lançamento de medidas nos próximos dias, com linhas de crédito subsidiadas para empresas e famílias, suspensão da dívida do estado com a União e repasses.
No Ministério da Fazenda, há uma preocupação em desenhar políticas focalizadas e demonstrar que a calamidade gaúcha não será usada como oportunidade para gastar mais e de forma generalizada –uma desconfiança que já se instalou no mercado financeiro.
O problema é que ninguém consegue, neste momento, estimar o tamanho do prejuízo nem qual pode ser a necessidade de ajuda da União ao estado e às prefeituras.
A CNM (Confederação Nacional dos Municípios) divulgou na terça-feira (7) um primeiro levantamento indicando estragos de R$ 4,6 bilhões nos setores público e privado. Um dia depois, o valor foi atualizado a R$ 6,3 bilhões e deve subir ainda mais.
"É muito difícil fazer qualquer afirmação neste momento [sobre estimativas]", diz Claudio Frischtak, ex-economista do Banco Mundial e presidente da Inter.B, consultoria especializada em infraestrutura. Porém, ele propõe um exercício que pode dar uma dimensão do problema.
O estoque de capital em infraestrutura no Brasil equivale hoje a 36% do PIB (Produto Interno Bruto). Traçando um paralelo com a participação do Rio Grande do Sul na economia nacional e na população, ele assume que o território gaúcho reúne 5% desse estoque –ou cerca de 1,9% do PIB.
Se metade disso tiver sofrido danos severos, o prejuízo poderia ficar entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões.
"É [uma conta] preliminar? É. Mas já começa a dar uma ideia do tamanho do buraco. Porque isso não inclui infraestrutura social [como escolas e hospitais]. Não inclui a infraestrutura urbana [vias dentro da cidade]. Nisso não está incluído a casa das pessoas, as fábricas. Vai ser muito mais baixo isso? Não vejo. Pode ser muito mais alto? Sim", diz Frischtak.
Integrantes da equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda) veem as cifras com certo ceticismo e avaliam que o custo não chegará a um décimo da estimativa.
O economista da ASA Investments Jeferson Bittencourt, que foi secretário do Tesouro Nacional entre abril e outubro de 2021 –durante a pandemia de Covid-19–, diz que é possível traçar paralelo, apesar das naturezas distintas das tragédias.
"Primeiro o governo tenta conter o dano, dando liquidez. Antecipa recursos a que as pessoas já têm direito, como 13º, restituição do Imposto de Renda, abono salarial. Faz empréstimos. Depois ele percebe que tem uma questão de solvência, das prefeituras, das empresas, das famílias. Aí o governo vai tendo que transferir dinheiro novo", diz Bittencourt.
O governo já começou a antecipar benefícios e liberou o saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). São R$ 2,9 bilhões em medidas de alívio aos trabalhadores. Na assistência, as antecipações e a injeção de verba extra devem somar outro R$ 1,3 bilhão.
Para Bittencourt, a principal fonte de dúvida hoje é o valor necessário para reconstruir hospitais, unidades de saúde, escolas, entre outros. "Tem muita coisa submersa", diz. Ele cita como possibilidade um custo de R$ 20 bilhões nessa frente.
A suspensão da dívida do estado com a União deve custar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. O ex-secretário ainda vê possíveis demandas de até R$ 9 bilhões para o compensar a arrecadação perdida pelo estado com a paralisação de empresas e até R$ 15 bilhões caso o governo federal decida pagar auxílios às famílias.
O total poderia ficar perto de R$ 50 bilhões. Bittencourt diz que o crítico neste momento é evitar que outros estados ou setores peguem carona nas flexibilizações de políticas.
COMO DEVE SER A AJUDA AO RIO GRANDE DO SUL
Repasse extra de recursos em diversas frentes e Medidas já anunciadas ou implementadas:
POR FOLHAPRESS
CHINA - As vendas da Tesla na China caíram em abril, ao passo que os seus rivais chineses informaram vendas mais altas, à medida que o mercado de veículos elétricos do país se recupera de um início lento de ano.
A fabricante de veículos elétricos dos EUA vendeu 62.167 carros fabricados na China em abril, uma queda de 18% em comparação com o ano anterior, mostraram dados preliminares da Associação de Automóveis de Passageiros da China (CPCA, na sigla em inglês) nesta terça-feira. As vendas da Tesla caíram 30% em relação a março.
A CPCA estimou que as vendas totais de automóveis elétricos de passageiros na China aumentaram 33% em relação ao ano anterior, para cerca de 800 mil unidades em abril, ou 2% menos que em março.
A Tesla manteve a sua posição como o segundo maior vendedor de veículos elétricos da China em abril, depois da BYD, que vendeu mais de 300 mil unidades - um aumento de 49% em relação ao ano anterior e de 3,45% em relação a março. A BYD, apoiada por Warren Buffett, ultrapassou a Tesla como a maior vendedora mundial de veículos elétricos no último trimestre de 2023.
A Changan Automobile e a Geely Auto ficaram em terceiro e quarto lugar, com 51.682 e 51.428 veículos vendidos na China, respectivamente. A Li Auto vendeu 25.787 unidades em abril, enquanto a Seres, apoiada pela Huawei, vendeu 25.496 unidades. A Xiaomi juntou-se ao grupo pela primeira vez depois de lançar o seu primeiro EV em março, registando 7.058 unidades vendidas.
POR ESTADAO CONTEUDO
BRASÍLIA/DF - Para evitar uma possível escalada no preço arroz, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai comprar o produto já industrializado e empacotado no mercado internacional. A informação foi dada na terça-feira (7) pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Trata-se de um dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz.
De acordo com o ministro, perdas na lavoura, em armazéns alagados e, principalmente, a dificuldade logística para escoar o produto, com rodovias interditadas, poderia criar uma situação de desabastecimento, elevando os preços no comércio.
"O problema é que teremos perdas do que ainda está na lavoura, e algumas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão alagados. Além disso, a grande dificuldade é a infraestrutura logística de tirar do Rio Grande do Sul, neste momento, e levar para os centros consumidores", explicou. Os recursos para a compra pública de estoques de arroz empacotado serão viabilizados por meio da abertura de crédito extraordinário.
"Uma das medidas já está sendo preparada, uma medida provisória autorizando a Conab a fazer compras, na ordem de 1 milhão de toneladas, mas não é concorrer. A Conab não vai importar arroz e vender aos atacadistas, que são compradores dos produtos do agricultor. O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação", acrescentou o ministro. A MP depende da aprovação, pelo Congresso Nacional, de um decreto legislativo que reconhece a calamidade pública no Rio Grande do Sul e, com isso, suspende os limites fiscais impostos pela legislação para a ampliação do orçamento. O decreto, já foi aprovado na Câmara dos Deputados, deve ser votado ainda nesta terça pelo Senado.
Na primeira etapa, o leilão de compra da Conab, uma empresa pública federal, será para 200 mil toneladas de arroz, que devem ser importados dos países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, e eventualmente da Bolívia. "Se a gente for rápido na importação, a gente mantém [o preço] estável", garantiu. O restante, até totalizar 1 milhão de toneladas, será importando conforme a avaliação de mercado. Essa cota ainda poderá ser elevada, se for necessário, assegurou o ministro.
Fávaro explicou que a Conab só deverá revender o produto no mercado interno diretamente para pequenos mercados, nas periferias das cidades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, para não afetar a relação dos produtores de arroz brasileiros com os atacadistas, que são seus principais clientes. Mais cedo, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia antecipado a informação de que o país poderia ter que importar arroz e feijão. No entanto, segundo o ministro Fávaro, apenas a importação de arroz será necessária.
O Brasil produz cerca de 10,5 milhões de toneladas de arroz, sendo que entre 7 e 8 milhões vêm de produtores gaúchos. O consumo interno anual, de 12 milhões de toneladas, supera a produção nacional, e o país já costuma importar o grão todos os anos.
O ministro Carlos Fávaro também informou ter se reunido, mais cedo, com representantes da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul e 123 sindicatos rurais para avaliar as demandas do setor frente ao desastre causado pelas chuvas no estado. O titular da pasta da Agricultura adiantou que, a pedido dos produtores, o governo deverá analisar o pedido de prorrogação imediata, por 90 dias, de todos os débitos do setor.
A prorrogação é do pagamento de parcelas de empréstimos e operações financeiras de custeio e investimentos, contratadas pelos produtores. A medida precisa de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e pelo Banco Central. O órgão deverá realizar uma reunião extraordinária nos próximos dias para encaminhar o pleito dos produtores gaúchos.
Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
SÃO PAULO/SP - O Itaú Unibanco lucrou R$ 9,771 bilhões no primeiro trimestre de 2024, anunciou o banco na segunda-feira (6). O resultado ficou ligeiramente acima da média estimada por analistas consultados pela Bloomberg, de R$ 9,72 bilhões.
O lucro é 15,8% maior que o registrado no mesmo período de 2023 e 3,9% acima do resultado do quarto trimestre do ano passado. A rentabilidade do banco medida pelo ROE (retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado) também melhorou em ambas as comparações: ele foi a 21,9%, ante 20,7% há um ano e 21,2% há um trimestre.
A receita bruta somou R$ 42,8 bilhões, 14,7% a mais que o mesmo período do ano passado e acima dos R$ 40,31 bilhões previstos pelo mercado financeiro.
Os fatores que mais contribuíram para a melhora no resultado foram o aumento anual de 7,4% da margem financeira com clientes, para R$ 25,8 bilhões, impulsionada pelo crescimento na concessão de crédito, e o crescimento de 5,8% nas receitas de serviços e seguros. Estas somaram R$ 13,5 bilhões graças ao aumento do faturamento de cartões, tanto em emissão quanto em adquirência; aumento dos ganhos com administração de fundos e com assessoria econômico-financeira e corretagem; e maior resultado de seguros em função do aumento dos prêmios ganhos.
A carteira de crédito total do Itaú cresceu 2,8% na comparação anual, atingindo R$ 1,184 trilhão em março de 2024. Considerando apenas o crédito para pessoas físicas, o avanço foi de 2,6%, impulsionado pelos crescimentos de 11,1% em crédito pessoal, de 5,4% em veículos e de 3,1% em crédito imobiliário. O crédito consignado, porém, caiu 1,9%.
Já para pessoas jurídicas, a concessão de empréstimos acelerou. Para grandes empresas, subiu 9,3%, e para micro, pequenas e médias empresas cresceu 10,2%, com destaque para o aumento de 28% das linhas do Pronampe e do FGI, fomentadas pelo governo federal.
O custo do crédito caiu 3,2%, para R$ 8,8 bilhões, quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado. De acordo com o Itaú, "o cenário positivo na qualidade de crédito, em função das safras recentes, e a consequente melhora nos índices de inadimplência justificam a redução do custo do crédito na comparação anual."
O índice de atrasos acima de 90 dias caiu de 2,8% no quarto trimestre de 2023 para 2,7% no primeiro trimestre de 2024. Considerando apenas a operação brasileira do banco, este índice saiu de 3,2% para 3,1%.
RAIO-X | ITAÚ UNIBANCO
Fundação: 2008, ano de fusão do Banco Itaú e do Unibanco
Lucro líquido no 1º trimestre de 2024: R$ 9,77 bilhões
Clientes: 70 milhões
Agências e pontos de atendimento: 3.401
Funcionários: 95.773
Principais concorrentes: Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Nubank
POR FOLHAPRESS
EUA - O bitcoin e o ethereum caíram, em meio ao cenário global incerto. Mais cedo, um fluxo de compradores apoiava as criptomoedas depois de testarem barreiras técnicas importantes, segundo analistas. No radar, a Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM americana) notificou a plataforma Robinhood Crypto sobre uma recomendação de investigação da corretora digital.
Às 16h38min (de Brasília), o bitcoin era negociado em queda de 1,72%, a US$ 62.871,55, enquanto o ethereum tinha perda de 2,58%, em US$ 3.062,74, segundo cotações da Binance das últimas 24 horas.
Ontem, Israel intensificou preparativos para invadir a cidade de Rafah, no sul de Gaza, apesar do Hamas anunciar que aprovou uma proposta de cessar-fogo elaborada pelo Catar e pelo Egito. No front econômico, dirigentes do Federal Reserve (Fed) retomaram tom cauteloso sobre os juros, alegando que a economia está em posição de esperar antes de decidir sobre cortes nas taxas.
Mais cedo, o bitcoin chegou a operar em alta forte e bater US$ 65.410 na máxima intraday, conforme a Binance. Analista técnica e trader parceira da Ripio, Ana de Mattos avalia que o rali teve início após atingir seu nível de suporte, indicando entrada de um fluxo de compradores. Com a queda, os próximos níveis de suporte do bitcoin no curto e no médio prazo estão nas faixas de preços de US$ 61.740 e US$ 58.490, prevê Mattos.
Analista de Mercados da eToro, Javier Molina, aponta que a criptomoeda ainda está na mesma fase de recuperação vista desde março, mas que há chance de retomar o rali caso a criptomoeda chegue a US$ 68,5 mil. "Se alcançar esse valor, o bitcoin tentará atacar os US$ 72 mil e lançará novo sinal de momento bullish", prevê.
Ainda no radar, a Robinhood Crypto recebeu um aviso de uma equipe da SEC, recomendando que o regulador inicie uma ação de execução contra a unidade de criptomoedas por supostas violações do Securities Exchange Act de 1934, de acordo com um arquivo de valores mobiliários.
*Com informações da Dow Jones Newswires
POR ESTADAO CONTEUDO
EUA - A economia dos Estados Unidos criou 175 mil empregos em abril, em termos líquidos, segundo relatório publicado no final de semana pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 225 mil postos de trabalho, e perto do piso das estimativas, que variavam de 150 mil a 275 mil vagas.
O relatório, conhecido como payroll, mostrou também que a taxa de desemprego dos EUA aumentou para 3,9% em abril, ante 3,8% em março. A previsão era de que a taxa permaneceria em 3,8% no mês passado.
O Departamento do Trabalho também revisou para cima o número de criação de empregos de março, de 303 mil para 315 mil, mas ajustou para baixo o de fevereiro, de 270 mil para 236 mil.
Em abril, o salário médio por hora teve alta de 0,20% em relação a março, ou US$ 0,07, a US$ 34,75, variação que ficou abaixo da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 3,92% no último mês, inferior à previsão de 4%.
POR ESTADAO CONTEUDO
SÃO PAULO/SP - O Dia das Mães, que será comemorado no próximo dia 12, está animando os empresários do setor de bares e restaurantes do país, após um pior momento, atingido em fevereiro, quando 31% das empresas funcionaram no vermelho, com dívidas acumuladas, e 69% operaram sem lucro.
“O setor está muito animado porque o Dia das Mães é o segundo melhor dia do ano. Só perde para o Dia dos Namorados”, confirmou à Agência Brasil o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci.
O primeiro trimestre não foi bom como o setor esperava, mas houve recuperação a partir de março. “Agora, as empresas estão animadas para o Dia das Mães. Quatro em cada cinco empresários estão esperando um ano melhor do que no ano passado. A maioria, ou seja, 60%, já acham que o crescimento vai ser acima de 20% em relação a igual data comemorativa de 2023. A turma está bem animada com o Dia das Mães. As consequências disso são muito positivas. Reduz a situação dura que está todo mundo enfrentando”, disse Solmucci.
Como o movimento esperado é muito acima do normal, há aumento de contratações pelos estabelecimentos. De acordo com pesquisa divulgada pela Abrasel e realizada com 3.069 empresários, entre os dias 22 e 29 de abril, 77% dos estabelecimentos estão planejando abrir as portas no segundo domingo de maio (12). Desses, 78% esperam superar o faturamento do ano anterior, com a maioria (62%) projetando aumento de até 20%. “Está todo mundo querendo aproveitar esse dia, que é muito especial”, comentou Paulo Solmucci.
A sondagem comprova a recuperação gradual do setor, que experimentou redução nos prejuízos e melhoria nas vendas, no último mês de março. Em fevereiro, eram 31% das empresas operando no vermelho; em março, esse índice caiu para 25%. Tiveram lucro 35% e 40% mantiveram-se equilibradas. O indicador de empresas que não fizeram lucro caiu de 69% para 65%. “O melhor é que caiu mais naqueles que estavam tendo prejuízo”, disse Solmucci. O aumento nas vendas foi de 5,2% em março, em comparação a fevereiro: 52% das empresas confirmaram que o faturamento foi maior que no mês anterior, contra 22% que afirmaram que as vendas caíram.
O presidente da Abrasel afirmou que o setor de bares e restaurantes tem dificuldade de repassar preços da inflação “até porque o consumidor também está apertado”. De acordo com a pesquisa, cerca de 57% dos entrevistados não conseguiram acompanhar o aumento inflacionário, que foi 1,42% no primeiro trimestre deste ano. Desse total, 40% não conseguiram reajustar seus preços de cardápio, 17% fizeram ajustes abaixo da inflação, 34% conseguiram aumentar os preços conforme a inflação e apenas 9% ajustaram acima do índice.
O setor registrou no período um dos maiores aumentos de salários em termos reais, isto é, descontada a inflação, da ordem de 4,7%. “O setor teve que aumentar os salários em termos reais para atrair mão de obra e reter, ao mesmo tempo que a gente está tendo dificuldade em repassar o preço para o consumidor. Por isso, as margens (de lucro) estão espremendo”, explicou.
O grande desafio, segundo o presidente da Abrasel, diz respeito à mão de obra. “Está muito difícil. Nós promovemos um dos maiores aumentos de salário no país, no ano passado, e tivemos aumento de alimentos forte no início deste ano, além de uma dificuldade enorme de repassar a inflação média para o cardápio. Isso está comprometendo a rentabilidade do setor, que continua buscando a luz no fim do túnel, mas está muito apertado, desta vez por conta de aumento real de salário”. Solmucci destacou que, quando os empresários não conseguem repassar a inflação e o aumento salarial para os preços no primeiro momento, isso acaba diminuindo a margem “de um setor que tem margem muito apertada”.
Para o ano, Paulo Solmucci acredita que o setor terá crescimento real de 3%, que é pelo menos 50% acima do que o país deve crescer. Salientou que a grande interrogação dos empresários é conseguir repassar o aumento de preços diante da pressão dos alimentos e do custo de mão de obra. Sob o ponto de vista do faturamento, reafirmou o otimismo do setor. “O pior momento já passou”.
O endividamento, entretanto, continua em patamar elevado, com 40% das empresas apresentando pagamentos em atraso. Entre esses, 68% devem impostos federais, 46% devem impostos estaduais, 38% têm parcelas de empréstimos bancários em atraso, 29% devem encargos trabalhistas ou previdenciários e 27% estão em débito com serviços públicos como água, gás ou energia elétrica.
Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA/DF - O Brasil criou 244.315 vagas formais de trabalho em março, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados na terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O número é superior ao resultado consolidado registrado em março do ano passado, quando foram abertas 194.372 vagas com carteira assinada no país.
Na comparação anual, a geração líquida de vagas foi 25,69% maior em março deste ano do que em igual mês de 2023.
O resultado também foi o maior para meses de março desde 2020, quando começa a série histórica do novo Caged. Analistas alertam que não é adequado comparar os números com resultados obtidos em anos anteriores a 2020 devido a uma mudança de metodologia nos cálculos.
Para o ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), o Brasil obteve "um crescimento importante no mês de março". Ao todo, no terceiro mês deste ano, foram registradas 2,26 milhões de contratações e 2,02 milhões de demissões.
Dos cinco setores de atividades, quatro tiveram saldo positivo no mês passado. O grupo de serviços ajudou a impulsionar o resultado, com a criação de 148.722 vagas formais -o que representa 58% do crescimento total de empregos formais.
"Ele [setor de serviços] está bastante assentado na variação das áreas de saúde e educação, que são áreas que vêm contratando pessoas por jornadas até 30 horas, são a maior parte dos nossos atípicos deste mês", comentou a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner.
Na sequência, aparecem comércio (37.493 postos), indústria (35.886) e construção (28.666). No agronegócio, houve saldo negativo de 6.457 empregos com carteira assinada.
Montagner ressaltou o desempenho positivo do segmento comercial, sobretudo nos postos relacionados a supermercados, hipermercados e comércio atacadista. "O que, de fato, reforça a ideia de uma melhora na capacidade de consumo da população", disse.
Quanto ao saldo negativo no setor agropecuário, a subsecretária usou a sazonalidade como justificativa, mencionando a "desmobilização de culturas que já cumpriram o seu ciclo". Os maiores impactos vieram do cultivo de maçã, no Rio Grande do Sul, de soja, no Mato Grosso, e de laranja, em São Paulo. Citou ainda o fim do ciclo da produção de cana-de-açúcar, sobretudo no Nordeste.
Em março, o salário médio de admissão foi de R$ 2.081,50, com relativa estabilidade em relação a fevereiro (R$ 2.086,75) -redução de R$ 5,25. Na comparação com março do ano anterior, houve ganho real (quando é descontada a inflação) de R$ 54,17 (alta de 2,7%).
Os dados do Caged mostram também que foram registrados saldos positivos em 25 das 27 unidades da federação. O principal aumento foi verificado em São Paulo, com a geração de 76.941 vagas formais (alta de 0,6%), com destaque para o setor de serviços (46.451 postos). Na outra ponta está novamente Alagoas, com retração de 9.589 empregos formais (queda de 2,2%).
No acumulado do 1º trimestre do ano, foram gerados 719.033 postos com carteira assinada no Brasil -sendo 6,62 milhões de admissões e 5,9 milhões de desligamentos.
Em 2023, no acumulado dos três primeiros meses do ano, o saldo tinha sido de 536.869 vagas formais. Ou seja, foi registrado um crescimento de 33,9% em igual período na comparação anual.
O resultado trimestral deste ano é inferior ao obtido em 2021, quando houve geração líquida de 805.658 empregos formais durante a pandemia de Covid.
Destaca-se também no acumulado do ano a criação de postos para população jovem -363 mil empregos formais para trabalhadores entre 18 e 24 anos e 67 mil para a faixa entre 25 e 29 anos.
Durante a apresentação dos dados, Marinho defendeu a continuidade da redução de juros -hoje, a taxa básica (Selic) está fixada em 10,75% ao ano.
"Fico meio abestalhado, chocado de ver análises na grande imprensa dos chamados especialistas de mercado que, quando há dados positivos no emprego e na renda, na massa salarial, chamam atenção para o risco inflacionário. Acho isso uma aberração econômica, a inflação está sob controle", afirmou.
Na ata do último Copom (Comitê de Política Monetária), em março, o colegiado do Banco Central registrou uma extensa discussão sobre a resiliência do mercado de trabalho e seus potenciais impactos sobre a atividade econômica e a inflação.
Na ocasião, ressaltou que a evolução do comportamento do mercado de trabalho será muito relevante para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta buscada pela autoridade monetária (3%).
POR FOLHAPRESS
BRASÍLIA/DF - O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou na segunda-feira (29) que o governo vai insistir no Programa Juros por Educação para renegociar as dívidas dos estados com a União. A medida prevê a redução da taxa de juros real desses débitos, em troca da ampliação das vagas de ensino médio profissionalizante nesses estados. Alguns governadores já sinalizaram discordância, de acordo com Ceron, pois preferem ter liberdade para decidir em que áreas vão alocar esses recursos.
“O ensino médio é majoritariamente responsabilidade dos estados e é onde há maior deficiência no avanço do ensino. O ensino profissionalizante no Brasil é muito abaixo da média de outros países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. Com do programa, o governo federal estaria abrindo mão dos juros para que os jovens pudessem ter profissões de nível médio e técnico. Seria muito saudável e colocaria o país em outro patamar”, disse o secretário.
No fim de semana, o governo do Rio de Janeiro anunciou que entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para suspender os pagamentos da dívida em caráter liminar, enquanto o montante total não é recalculado. Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira, Ceron declarou que considera a medida “muito preocupante”.
“O estado do Rio de Janeiro está no regime de recuperação fiscal, no qual tem vedações para incremento de despesas de pessoal e renúncia de receitas, e teve, entre 2021 e 2023, mais de 30%, salvo engano, de aumento de despesas com pessoal. Um dos maiores aumentos entre todos os estados da federação. É muito difícil ter um processo de recuperação fiscal com expansão de despesas nesses patamares.”
Atualmente, o estado fluminense deve R$ 191 bilhões à União, e está sob a vigência do regime de recuperação fiscal assinado em 2017. O pacto concedeu condições especiais para o pagamento da dívida em parcelas, em troca de condicionantes fiscais.
Mas o governo fluminense argumenta que sua dívida têm subido ao longo das últimas décadas, porque foram impostas condições abusivas. Por isso, pede que os valores indevidos sejam excluídos do saldo devedor. Ainda de acordo com o governo, desde a década de 90, o estado já pagou R$ 108 bilhões à União, apenas em juros e encargos.
“Quando se iniciaram as primeiras renegociações, na década de 1990, a dívida estadual com a União estava em R$ 13 bilhões. Desde então, já foram pagos R$ 155 bilhões - sendo cerca de R$ 108 bilhões só de juros e encargos. Apesar do valor já pago, o Rio ainda deve R$ 160 bilhões à União e R$ 30 bilhões por empréstimos garantidos por ela. Há ainda R$ 1 bilhão em operações não garantidas pelo Governo Federal”, disse o governo do estado em nota divulgada no fim de semana.
O governo fluminense afirma que também foi prejudicado por políticas implementadas pelo governo federal, como a redução do ICMS de energia, telecomunicações e combustíveis, que levaram a uma perda de receita de R$ 9 bilhões por ano.
“A verdade é que há uma dívida multibilionária, impagável, que cresce muito mais do que a possibilidade de crescimento do nosso estado e até do país”, disse o governador Cláudio Castro. “Tentamos a renegociação, o diálogo e ainda não conseguimos chegar a um entendimento. São como juros do cartão rotativo: pagamos, pagamos e a dívida só aumenta. Seguiremos em discussão com o Governo Federal, em busca de uma solução.”
EUA - Elon Musk, CEO e maior acionista individual da Tesla, ultrapassou Jeff Bezos, fundador da Amazon, na lista de bilionários da Forbes nesta segunda-feira, 29. Musk, que tem participação de 13% na Tesla, teve um aumento de US$ 11 bilhões em sua fortuna na manhã desta segunda, crescendo de US$ 191,1 bilhões para US$ 202 bilhões (R$ 1,03 trilhão), de acordo com os cálculos da publicação.
Segundo a lista em tempo real da Forbes, Musk já está com fortuna de US$ 206,2 bilhões, enquanto Bezos está com US$ 199,2, segundo dados coletados por volta das 15 horas (de Brasília) desta segunda-feira.
Musk e Bezos são a segunda e a terceira pessoa mais ricas do mundo, respectivamente, atrás apenas de Bernard Arnault, que comanda o conglomerado de artigos de luxo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), que reúne 75 marcas de moda e cosméticos, entre elas Louis Vuitton, Dior, Givenchy, Tiffany & Co. e Sephora.
O salto no patrimônio de Musk se deu após a alta das ações da Tesla, de onde vem a maior parte de sua fortuna.
Na segunda-feira, as ações dispararam "graças ao otimismo sobre suas perspectivas no importante mercado chinês, aumentando consideravelmente as participações do CEO da empresa", aponta a Forbes.
As ações da Tesla aumentavam 12%, para US$ 189 por ação logo após a abertura do mercado, o que somou US$ 65 bilhões (R$ 332,1 bilhões) em valor de mercado, atingindo assim o seu maior nível intradiário desde 4 de março.
Musk esteve na China durante o fim de semana e anunciou um acordo entre a sua companhia e a gigante chinesa Baidu para trazer a tecnologia de direção semiautônoma para o país asiático.
POR ESTADAO CONTEUDO
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