CHINA - As autoridades financeiras da China lançaram medidas excepcionalmente amplas destinadas a injetar ímpeto na segunda maior economia do mundo, anunciando nesta terça-feira, 24, o pacote de estímulo mais significativo desde que a pandemia atingiu o país há quase cinco anos.
Essas medidas, que incluem o corte das taxas de juros e o apoio aos mercados imobiliários e acionários, surgem em meio a sinais de que a economia chinesa não atingirá a meta de crescimento do governo de 5% este ano.
A decisão do Banco Popular da China (PBOC) de reduzir sua taxa de juros de referência ocorre menos de uma semana depois que o Federal Reserve dos EUA reduziu as taxas de juros em meio ponto.
A decisão mostrou que o banco central da China havia mudado de uma postura de “aguentar até o Fed piscar”, disse Larry Hu, do Macquarie Group, para uma postura de “combater a deflação agora”.
Enquanto grande parte do mundo está lutando contra a inflação, as autoridades chinesas têm lutado para impulsionar a demanda e conter a queda dos preços em meio a um clima de tristeza generalizada sobre as perspectivas econômicas.
“Os anúncios de políticas de hoje são mais positivos do que o esperado, embora isso, por si só, ainda possa não ser suficiente para acabar com a mais longa série de deflação desde 1999?, escreveu Hu em uma nota de pesquisa. “Mas pode ser o começo do fim, pois sinaliza a crescente urgência entre os principais líderes para combater a deflação na China.”
Dados recentes revelaram que a economia chinesa está se desacelerando mais rapidamente do que o esperado: o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo diminuiu, enquanto o mercado de ações e o investimento em imóveis despencaram. O desemprego aumentou e a deflação continua sendo um problema urgente.
A capacidade da China de atingir a meta de crescimento deste ano, de cerca de 5%, está agora em dúvida. O Goldman Sachs e o Citigroup reduziram suas projeções para o crescimento econômico chinês este ano para 4,7%, enquanto o Morgan Stanley espera apenas 4,6%.
As medidas de estímulo coordenadas anunciadas nesta terça-feira marcaram um distanciamento da “abordagem anterior das autoridades financeiras de alimentar medidas de apoio fragmentadas”, escreveram Julian Evans-Pritchard e Zichun Huang, da consultoria Capital Economics, em uma nota. Foi “o pacote de estímulo mais significativo desde os primeiros dias da pandemia”.
Mas, por si só, pode não ser suficiente. “Provavelmente será insuficiente para impulsionar uma reviravolta no crescimento, a menos que seja acompanhado de um maior apoio fiscal”, escreveram.
Ainda assim, os mercados reagiram favoravelmente às notícias. O índice de referência do mercado de ações CSI 300 da China e o índice Hang Seng de Hong Kong subiram quase 4% com a notícia, atingindo um nível não visto desde o início de 2022, enquanto o yuan chinês atingiu a maior alta em 16 meses em relação ao dólar americano.
Pan Gongsheng, do Banco Popular da China, disse que as novas medidas de estímulo foram projetadas para “apoiar o crescimento estável da economia chinesa”.
“Um fator importante a ser considerado é que precisamos promover uma recuperação moderada dos preços”, disse ele em uma rara entrevista à imprensa em Pequim, onde se sentou ao lado dos chefes da Administração Nacional de Regulamentação Financeira e da Comissão de Regulamentação de Valores Mobiliários da China.
O PBOC reduziu sua taxa de juros de referência de 1,7% para 1,5%, tornando mais barato para as famílias e empresas tomarem dinheiro emprestado.
Para incentivar ainda mais os empréstimos, o PBOC disse que reduziria em meio ponto percentual o montante de dinheiro que os bancos comerciais deveriam manter em reserva, o que poderia liberar US$ 142 bilhões em novos empréstimos. Ele sinalizou que poderia reduzir o “índice de exigência de reserva” pelo mesmo valor novamente até o final do ano.
Entre as medidas destinadas a reenergizar o mercado imobiliário, que até recentemente era responsável por quase um quarto da economia e tem sido um dos principais impulsionadores da riqueza da classe média, o PBOC disse que as taxas das hipotecas existentes serão reduzidas em cerca de meio ponto.
Estima-se que isso economizará US$ 21 bilhões em custos de juros por ano para as famílias e poderá liberar os gastos necessários para impulsionar a economia, escreveram os analistas da empresa de pesquisa Gavekal Dragonomics em uma nota.
O banco central também informou que a entrada mínima exigida para compradores de imóveis pela segunda vez será reduzida de 25% para 15%, em um esforço para estimular o mercado imobiliário.
Os preços das casas novas na China caíram no ritmo mais rápido em nove anos em julho, registrando uma queda de 4,9% em relação ao ano anterior, e uma pesquisa da Reuters com economistas prevê que os preços das casas chinesas cairão 8,5% este ano.
Christian Shepherd e Anna Fifield / ESTADÃO
BRASÍLIA/DF - Um levantamento realizado pelo portal Reclame Aqui em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou que a maioria dos brasileiros vê o horário de verão com bons olhos. A pesquisa, que consultou três mil pessoas, mostrou que 54,9% dos entrevistados são favoráveis à adoção da medida ainda em 2024.
Deste total, 41,8% dizem ser totalmente favoráveis ao retorno do horário de verão, e 13,1% se revelam parcialmente favoráveis. Ainda segundo o estudo, 25,8% se mostraram totalmente contrários à implementação; 17% veem com indiferença a mudança; e 2,2% são parcialmente contrários.
Os maiores índices de apoio foram observados nas regiões onde o horário era adotado: Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Sudeste, 56,1% são a favor da mudança, sendo 43,1% favoráveis e 13% parcialmente favoráveis.
No Sul, 60,6% são favoráveis, 52,3% totalmente favoráveis e 8,3% parcialmente favoráveis; e, no Centro-Oeste, 40,9% aprovariam a mudança – com 29,1% se dizendo totalmente favoráveis e 11,8% parcialmente a favor. Nas três regiões somadas, 55,74% são favoráveis ao adiantamento dos relógios em uma hora.
Para 43,6% dos entrevistados, a mudança no horário ajuda a economizar energia elétrica e outros recursos. Para 39,9%, a medida não traz economia e 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza.
Por regiões
Segundo a pesquisa da Abrasel, a Região Sul é a que apresenta maior parcela da população (47,7%) que acredita que o adiantamento do relógio resulta em economia de recursos. Para 51,8%, a mudança do horário é benéfica para o comércio e serviços, como lojas, bares e restaurantes. Já 32,7% dizem não ver vantagem; e 15,5% afirmam não ter opinião formada.
A pesquisa revela, ainda, que, para 41,7%, a cidade onde moram fica mais atrativa para o turismo quando o horário de verão está vigorando. “Apenas 9,4% disseram que fica [a cidade] menos atrativa, enquanto 43,6% não sentem diferença”, diz o levantamento.
O estudo mostra também que as pessoas se sentem mais seguras durante os períodos em que o horário de verão é adotado, em especial com relação ao horário de saída para o trabalho. Segundo a pesquisa, 35,2% se sentem mais seguros com a mudança, enquanto 19,5% se dizem menos seguros. Para 41,9% a mudança não traz influência.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos, considerando um nível de confiança de 95%.
Governo
Na última semana, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, afirmou que a volta do horário brasileiro de verão é uma possibilidade real para melhor aproveitamento da luz natural em relação à artificial e a consequente redução de consumo de energia elétrica no país.
“O horário de verão é uma possibilidade real, mas não é um fato porque tem implicações, não só energética, tem implicações econômicas. É importante para diminuir o despacho de térmicas nos horários de ponta, mas é uma das medidas, porque ela impacta muito a vida das pessoas”, reconheceu o ministro.
Por Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA/DF - Os trabalhadores que ainda não retiraram o abono salarial PIS-Pasep, referente ao ano-base de 2022, têm até o dia 27 de dezembro de 2024 para sacar o benefício. Após essa data, os valores não resgatados serão devolvidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), de acordo com as regras do programa.
Embora o dinheiro não sacado retorne ao FAT, ainda é possível solicitar o resgate posteriormente através dos canais oficiais do Ministério do Trabalho. Até o vencimento do prazo, o benefício pode ser retirado nas agências da Caixa Econômica Federal, para os beneficiários do PIS, e no Banco do Brasil, para os servidores públicos inscritos no Pasep.
Em agosto, o governo federal concluiu a última fase dos pagamentos para os trabalhadores nascidos nos meses de novembro e dezembro. Entretanto, de acordo com o Ministério do Trabalho, até o final de agosto, 723.687 trabalhadores ainda não haviam sacado o abono, o que totaliza um montante de R$ 283.464.740 que permanece disponível.
O abono salarial é um benefício anual que pode chegar ao valor de um salário-mínimo e é destinado a trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos que atendem aos critérios de elegibilidade. Para ter direito ao benefício, é necessário:
Funcionários domésticos, trabalhadores rurais e urbanos empregados por pessoa física, bem como aqueles contratados por pessoas físicas equiparadas a jurídicas, não têm direito ao abono salarial.
Os trabalhadores que solicitaram revisão do benefício por meio de recurso administrativo continuarão recebendo os pagamentos até o prazo final, em 27 de dezembro, com liberação prevista todo dia 15 ou no próximo dia útil.
As informações sobre os valores de anos anteriores, banco de recebimento e datas de pagamento podem ser consultadas no aplicativo Carteira de Trabalho Digital ou no portal Gov.br.
Este ano, cerca de 24,8 milhões de trabalhadores têm direito ao abono salarial, dos quais 21,9 milhões pertencem à iniciativa privada e 2,9 milhões ao setor público, conforme dados do Ministério do Trabalho.
EUA - Larry Ellison, bilionário e presidente da Oracle, gigante norte-americana de tecnologia e informática, ultrapassou Jeff Bezos, fundador da Amazon, e agora é o segundo homem mais rico do mundo. A notícia foi divulgada pela revista Forbes após uma nova valorização das ações da Oracle na última segunda-feira.
Ellison possui cerca de 40% das ações da Oracle e seu patrimônio líquido foi estimado em aproximadamente US$ 206 bilhões. Essa mudança no ranking dos bilionários ocorreu após as ações da Oracle subirem quase 5%, elevando a fortuna de Ellison. Ao mesmo tempo, as ações da Amazon registraram uma leve queda de 0,6%.
Com essa valorização, Ellison está agora atrás apenas de Elon Musk, CEO da Tesla, cuja fortuna está avaliada em US$ 250,7 bilhões.
Jeff Bezos, que agora ocupa o terceiro lugar, ainda se mantém à frente de Mark Zuckerberg, fundador da Meta, que está em quarto com um patrimônio de US$ 183,5 bilhões.
BRASÍLIA/DF - Em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o projeto de lei complementar que regulamenta a reforma tributária pode sofrer uma nova alteração, que poderá fazer o texto voltar à Câmara. O governo e o setor imobiliário se opõem em torno do novo sistema de tributação sobre a venda de imóveis por empresas.
O projeto estabelece que as vendas de imóveis novos por empresas, chamadas de incorporações, terão uma alíquota reduzida em 40%, o que equivalerá a 16,78% do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA). O cálculo considera a alíquota padrão de 27,97% calculada pelo Ministério da Fazenda após a aprovação do texto na Câmara dos Deputados. As vendas de imóveis por pessoas físicas continuarão não tributadas, como ocorre atualmente.
O setor imobiliário critica as mudanças. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), a carga tributária média sobre o segmento está entre 6,4% e 8%. A Cbic e outras entidades do setor, como a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), defendem a elevação do redutor da alíquota padrão de 40% para 60%, o que reduziria a alíquota de IVA para 11,98% e, segundo o setor teria impacto neutro sobre o setor.
A equipe econômica, no entanto, afirma que os 16,78% de alíquota efetiva do texto atual nem sempre refletirão a carga tributária final. Isso porque haverá um redutor social de R$ 100 mil sobre o valor tributado, o que reduzirá o IVA para os imóveis populares.
O Ministério da Fazenda também esclarece que o imposto não incidirá sobre todo o valor do imóvel, mas sobre a diferença entre o custo da venda e o valor do terreno. No caso de compra de vários imóveis para a construção de um prédio, a soma do valor dos imóveis será deduzida do imposto.
As ressalvas não convenceram o setor imobiliário. Em audiência na CAE, no fim de agosto, o presidente da Abrainc, Luiz Antonio França, defendeu não apenas o aumento do redutor, mas um regime de transição que preserve a carga tributária atual para empreendimentos iniciados antes da entrada em vigor do IVA.
Cálculos diferentes
A equipe econômica e o setor divergem nos cálculos dos custos. Segundo o Ministério da Fazenda, o novo sistema tributário reduzirá em 3,5% os custos de um imóvel popular novo (avaliado em R$ 200 mil). No entanto, um imóvel de alto padrão novo de R$ 2 milhões ficará 3,5% mais caro. A pasta ressalta que a reforma pretende instituir a tributação progressiva, diminuindo os tributos para a população mais pobre e elevando para os mais ricos.
As construtoras rebatem o argumento. Segundo a Cbic, o Minha Casa, Minha Vida, cujos imóveis cairão de preço, correspondem a apenas 15% do valor de vendas no mercado imobiliário, apesar de o programa habitacional estar registrando execução recorde.
A Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI) apresentou cálculos do IVA a ser pago conforme as faixas de valores dos imóveis. Segundo as projeções, é que a carga tributária aumente nos seguintes percentuais:
• 15,4% maior para imóveis de R$ 240 mil;
• 30,7% maior para imóveis de R$ 500 mil;
• 48,8% maior para imóveis de R$ 1 milhão;
• 51,7% maior para imóveis de R$ 2 milhões;
• 68,7% maior para os loteamentos;
• 55,12% maior nos custos de intermediação de imóveis;
• 58,6% maior nos custos de administração de imóveis;
• 136,22% nas operações de aluguel.
No caso das operações de aluguel, a ABMI pede um redutor de 80% no IVA. Segundo a entidade, uma alíquota de 5,59% garantiria impacto neutro da reforma tributária.
Ganhos de eficiência
O Ministério da Fazenda rebate os argumentos. A equipe econômica ressalta que o novo sistema tributário permitirá o abatimento dos tributos que incidiram sobre os insumos ao longo da cadeia produtiva. Apenas os ganhos das construtoras serão tributados, com a empresa recuperando o crédito do imposto incidente em todas as despesas administrativas, como contador, eletricidade, material de escritório, internet e outras.
O principal argumento, no entanto, diz respeito aos ganhos de eficiência do setor de construção civil. Isso porque a reforma tributária permitirá ao segmento adotar métodos de construção mais eficientes, não utilizadas atualmente porque são mais tributadas. Essas tecnologias também podem ser integralmente deduzidas nos créditos tributários e, segundo a Fazenda, beneficiará os imóveis mais caros.
“Com esse ganho de produtividade, é quase certo que o preço mesmo dos imóveis novos de alto padrão seja reduzido em relação à situação atual. Ou seja, o novo modelo beneficia sobretudo os imóveis populares, mas será positivo também para os imóveis de alto padrão”, ressaltou o ministério em nota emitida em julho.
Consultora internacional especializada em IVA, Melina Rocha ajudou o governo a elaborar o projeto de lei complementar. Na audiência pública na CAE no fim de agosto, ela disse que o setor de aluguéis terá um regime tributário específico. Em relação aos cálculos do setor, ela disse que o governo usou uma amostra mais ampla que a das entidades imobiliárias. “Os cálculos do setor são bem elaborados, mas não refletem a amostra nacional”, declarou na ocasião.
Adiamento
As pressões do setor imobiliário e de outros setores podem provocar o adiamento da regulamentação da reforma tributária. Isso porque o projeto de lei complementar terá de voltar à Câmara, caso o texto seja alterado.
O aumento no redutor, no entanto, poderá trazer um efeito colateral. A ampliação de setores com tratamento especial poderá levar a um novo aumento da alíquota padrão do IVA. Isso porque o benefício para um segmento é compensado pelos demais setores da economia.
A decisão da Câmara dos Deputados de ampliar a lista de produtos isentos da cesta básica fez o Ministério da Fazenda elevar, de 26,5% para 27,97%, a estimativa de alíquota do IVA. Com a decisão, o Brasil passou a ter a maior alíquota do mundo para esse tipo de imposto, superando a da Hungria, que cobra 27%.
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
SÃO PAULO/SP - O clima mais seco e quente que vem sendo observado no País, combinado com uma perspectiva negativa para a hidrologia, deve manter os preços da energia elevados e fazer as bandeiras tarifárias permanecerem vermelhas pelo menos por mais um mês, durante outubro, segundo especialistas consultados pelo Broadcast Energia.
Para novembro e dezembro, há mais dúvidas sobre qual será a coloração da bandeira, diante das incertezas sobre o início do próximo período úmido e qual volume de chuvas que poderá ser observado. Ainda assim, um retorno ao patamar verde, sem cobrança adicional na conta de luz, é esperado por parte dos especialistas do setor apenas para 2025.
Na Comerc Energia, por exemplo, os estudos prospectivos indicam bandeira vermelha Patamar II para outubro, passando para Vermelha Patamar I em novembro e Amarela em dezembro. O retorno para o patamar verde é esperado apenas a partir de janeiro do ano que vem.
A diretora de Assuntos Regulatórios e Institucionais da Comerc Energia, Ana Carla Petti, explica que a perspectiva atual de bandeira Vermelha Patamar 2 para outubro reflete tanto o cenário hidrológico de setembro, com afluência em 47% da média histórica no Sistema Interligado Nacional (SIN), como uma perspectiva para outubro de situação também pouco confortável, embora "não tão severa". "Ainda não estamos enxergando chuva para outubro, começou a aparecer uma chuvinha ali no início daquele mês, mas ainda não é algo firme que vai acontecer", diz.
De acordo com ela, em novembro a expectativa é de que o cenário melhore, mas ainda mantendo a perspectiva de afluência abaixo da média histórica, em patamar entre 60% e 70% do esperado para o mês.
No entanto, Petti alerta que o mês de outubro é muito sensível e que se os volumes pluviométricos forem mais elevados, os preços da energia caem e melhora toda a projeção à frente, enquanto se chover muito pouco, os preços subirão significativa, propagando a expectativa ruim para os meses subsequentes.
Na mesma linha é a análise da Thymos Energia, que também trabalha com a perspectiva de bandeira vermelha para outubro, mas no patamar 1, e um retorno à bandeira verde apenas em 2025. "A tendência é que o mês de outubro permaneça com bandeira vermelha, devido ao cenário de afluência que eleva os preços e reduz a geração hidrelétrica, diminuindo o GSF. Para os meses seguintes, novembro e dezembro, há uma incerteza relacionada ao início do período úmido, em alguns cenários de melhor afluência a bandeira voltaria a ser amarela", diz a diretora de Regulação e Estudos de Mercado, Mayra Guimarães.
O diretor-presidente da comercializadora Armor Energia, Fred Menezes, acredita que dadas as circunstâncias atuais, de tempo seco e um possível atraso no início das chuvas, é possível que a bandeira permaneça vermelha até os primeiros meses de 2025. "Há um mês não estava (no radar a mudança na bandeira), a maioria dos agentes e também dos economistas projetava o risco de bandeira vermelha apenas para o fim do ano, a deterioração dos reservatórios foi mais rápida do que o esperado", comenta.
Para o sócio da comercializadora Ecom Energia Marcio Sant'Anna, por sua vez, o retorno das chuvas no início do período úmido pode permitir um rápido retorno à bandeira Verde. De acordo com ele, as avaliações preliminares dos meteorologistas têm apontado para um início da temporada de chuvas mais fraca do que de costume em outubro, "mas ainda nada aponta que vai ter atraso ou que o período úmido não vai existir", destacou.
POR ESTADAO CONTEUDO
SÃO PAULO/SP - O dinheiro esquecido por brasileiros em contas bancárias, consórcios e outras instituições financeiras que não for solicitado será transferido para os cofres do governo federal em até 30 dias da publicação da nova lei sobre a desoneração da folha de pagamento de empresas.
A votação do projeto de desoneração para 17 setores da economia e prefeituras com até 156 mil habitantes foi concluída nesta quinta-feira (12) na Câmara dos Deputados. Para começar a valer, precisará ainda passar pela sanção do presidente da República e ser publicada.
A partir da publicação da nova lei, o dinheiro percorrerá um caminho com vários prazos, mas, segundo o projeto aprovado, ainda será possível recuperar os valores junto às instituições financeiras até o dia 31 de dezembro de 2027, mesmo após os recursos terem sido repassados para o Tesouro Nacional.
O SVR (Sistema de Valores a Receber) tem R$ 8,5 bilhões esquecidos por pessoas e empresas em bancos, administradoras de consórcios e outras instituições, segundo dados do Banco Central de agosto.
A autorização de uso do dinheiro dos brasileiros para o governo conseguir cumprir a meta fiscal de déficit zero neste ano criou impasse com o Banco Central, que pediu às lideranças na Câmara para rejeitarem o trecho que previa a incorporação dos valores. A votação teve protesto de parlamentares da oposição, mas o uso dos recursos foi aprovado.
Quando o dinheiro passar para os cofres públicos, o Ministério da Fazenda terá que publicar um edital, no Diário Oficial da União, com a relação de todos os valores recolhidos, e essa lista deverá conter a instituição onde o dinheiro está, a agência e o número da conta bancária. A partir da publicação desse edital, quem ainda tiver valores nessa lista terá 30 dias para contestar e pedir o dinheiro de volta.
Caso a contestação da pessoa física ou da empresa seja negada, será possível apresentar recurso ao CMN (Conselho Monetário Nacional) no prazo de dez dias.
Segundo o texto aprovado, se não houver contestação no prazo, a transferência será concluída para o Tesouro. Apesar disso, ainda será possível pedir os valores por meio de ação judicial em até seis meses, que serão contados a partir da publicação do edital do Ministério da Fazenda.
Apesar de o projeto estabelecer esses prazos, também está previsto que os valores que já foram para o Tesouro poderão ser solicitados diretamente às instituições financeiras até o dia 31 de dezembro de 2027, mas não há detalhes sobre como esse processo será intermediado.
COMO CONSULTAR OS VALORES ESQUECIDOS?
Vá ao site do BC através do seguinte link: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2024/08/brasileiros-tem-r-85-bilhoes-esquecidos-em-sistema-do-banco-central-veja-como-resgatar.shtml.
- Clique em "Consulte valores a receber" ou "Acesse o Sistema de Valores a Receber";
- Preencha os campos com o seu CPF ou CNPJ; data de nascimento ou abertura da empresa;
- Transcreva os caracteres e clique em "Consultar";
- Caso haja valores a receber, clique em "Acessar o SVR";
- Faça login com a sua conta gov.br, é preciso ser nível prata ou ouro para acessar;
- Acesse "Meus Valores a Receber";
- Leia e aceite o Termo de Ciência;
- Ao solicitar o valor, o sistema vai informar orientações de transferência.
Para consultar os valores de uma pessoa falecida, é necessário que um herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal faça a consulta e preencha um termo de responsabilidade. Após esse processo, é preciso entrar em contato com as instituições que possuem os valores e verificar como prosseguir.
Depois disso, os passos para a a consulta são os mesmos. Mas é necessário entrar com a conta gov.br do herdeiro ou sucessor e fornecer o número do CPF e a data de nascimento da pessoa que faleceu.
CNPJ INATIVO PODE CONSULTAR VALORES INATIVOS?
O representante legal da empresa fechada pode entrar no sistema com a conta pessoal gov.br, que também deve apresentar nível de segurança prata ou ouro, e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores.
No SVR, será informado em qual instituição estão os valores da empresa com o CNPJ inativo, os dados de contato, a faixa e a origem do valor. Não é possível solicitar o dinheiro de forma direta pelo sistema do BC.
Após encontrar a instituição, o representante legal deve combinar a forma de apresentar a documentação necessária para comprovar sua identidade.
POR FOLHAPRESS
BRASÍLIA/DF - O Ministério de Minas e Energia estuda a volta do horário de verão como uma medida para reduzir os impactos da atual crise hídrica sobre o setor elétrico.
A ideia ainda é analisada pela pasta, mas a avaliação é que depende de uma decisão política do governo.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou a informação em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (11).
Segundo Silveira, o horário de verão ajuda a impulsionar a economia, além de ajudar o sistema em um "momento realmente crítico" na geração causado pela seca, junto ao forte calor e ao forte consumo de energia no horário de pico.
"É aquele horário que o cidadão vai para casa, liga o ar-condicionado, liga o ventilador. Ele vai tomar banho, vai tomar todo mundo quase que junto, abre a televisão para assistir um jornal, para poder assistir um filme, e naquele horário nós temos um grande pico, e é exatamente no momento onde nós estamos perdendo as energias intermitentes", disse.
Segundo apurou o g1, a medida é encarada como uma decisão política do governo, e não técnica.
Isso porque a retomada do horário de verão não traz uma economia significativa de energia. Na verdade, a mudança se dá no horário em que as pessoas consomem mais.
Dessa forma, a medida poderia ajudar a operação do sistema elétrico ao deslocar o pico de consumo, que costuma ocorrer no início da noite.
Nesse horário, a geração de energia solar cai por causa da falta de sol. Ao mesmo tempo, a geração eólica sobe porque há maior incidência de ventos à noite e em determinadas épocas do ano.
No intervalo entre a queda da solar e o aumento da eólica, há um pico de consumo que precisa ser suprido por energia hidrelétrica ou térmica.
Com a redução dos reservatórios e menor geração por usinas hidrelétrica, por causa da seca, é necessário acionar mais termelétricas — caras e que poluem mais — para atender ao pico de consumo.
"A solar não está mais produzindo, no início da noite normalmente a eólica produz menos, então nós precisamos de despachar a térmica. Se a gente puder diluir isso no horário de verão, talvez seja um ganho que vá dar a robustez, inclusive ao sistema", disse Alexandre Silveira.
A afirmação de Silveira foi endossada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, no início da tarde desta quarta.
Alckmin mencionou que o horário de verão "pode ser uma boa alternativa para poupar energia" e que "procurar evitar o desperdício" e "fazer uma campanha" ajudam também.
Horário permanente desde 1985
O horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931, no governo de Getúlio Vargas. Mas só passou a ser adotado com constância a partir de 1985.
A medida foi criada para aproveitar a iluminação natural durante o verão, quando os dias são mais longos e as noites mais curtas. Dessa forma, há economia de energia e redução do risco de apagões.
Suspensão no governo Bolsonaro
Em 2019, no governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), o horário de verão foi suspenso. A medida já era avaliada no governo de Michel Temer (MDB).
Na ocasião, o governo afirmou que o adiantamento dos relógios em uma hora perdeu "razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico", por conta de mudanças no padrão de consumo de energia e de avanços tecnológicos, que alteraram o pico de consumo de energia.
A suspensão do horário de verão resistiu inclusive à crise hídrica de 2021. Na época, o governo chegou a estudar a retomada da política, solicitando um parecer do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Por Lais Carregosa, Guilherme Mazui, Letícia Sena, g1
BRASÍLIA/DF - Após seis meses consecutivos em queda, os preços das carnes para o consumidor brasileiro subiram 0,52% em agosto. É o que apontam dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foi a primeira variação positiva desde janeiro deste ano (0,08%). O IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil.
A alta das carnes em agosto já era esperada por parte dos analistas devido a uma redução da oferta na passagem do primeiro para o segundo semestre.
A crise climática surge como mais um elemento que pressiona os preços. O registro de estiagem e queimadas em diferentes regiões do país reduz a qualidade das pastagens, o que dificulta e encarece a criação de bovinos.
"O primeiro semestre costuma ter oferta maior do que o segundo. É a sazonalidade do mercado, é isso que a gente tem visto agora", afirma Fernando Iglesias, coordenador de pecuária da consultoria Safras & Mercado.
"Para o restante do ano, vamos conviver com oferta mais limitada e arroba mais alta do boi gordo. Isso pode chegar ao consumidor com preços um pouco mais altos", diz.
Na última quinta (5), o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) disse que o mercado brasileiro de boi gordo apresenta tendência de avanço nas cotações desde julho.
"Segundo pesquisadores do Cepea, o clima está bastante seco e a oferta de animais criados a pasto, cada vez mais escassa. As escalas devem ser supridas pelos animais de confinamentos", afirmou a instituição.
No segundo trimestre de 2024, o abate de bovinos no país alcançou o recorde de uma série histórica do IBGE iniciada em 1997. O instituto contabilizou 9,96 milhões de cabeças abatidas sob algum tipo de inspeção sanitária.
Houve salto de 17,5% ante o segundo trimestre de 2023 e alta de 6,7% na comparação com os três meses iniciais de 2024.
"A gente teve no primeiro semestre um superabate de bovinos, que agora tende a arrefecer, ainda mais devido às secas. As pastagens estão muito ruins. Isso está adicionando um problema de oferta de animais", diz Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos.
"Ou seja, já era para diminuir a oferta de animais, e está diminuindo ainda mais. Com os pastos mais secos, o boi demora mais para engordar", diz.
PREÇOS AINDA CAEM EM PERÍODOS MAIS LONGOS
Se considerados períodos mais longos, os preços das carnes no Brasil ainda apresentam queda no IPCA. No acumulado deste ano até agosto, a baixa foi de 2,45%. Em 12 meses, houve redução de 2,14%.
As baixas são associadas por analistas ao chamado ciclo da pecuária, que passa por um ano de ampliação no abate de bovinos, inclusive de fêmeas.
"Isso traz efeito positivo para a oferta. Provavelmente, 2024 será o ano de maior oferta doméstica nesta década", aponta Fernando Iglesias, da Safras & Mercado.
"Digo mais: os preços da carne só não caíram mais no atacado e no varejo devido ao forte ritmo de exportação", acrescenta.
O cenário de previsões indica que a disponibilidade de animais deve ficar mais restrita em 2025, na comparação com 2024. Assim, espera-se uma reversão no ciclo da pecuária, com pressão sobre os preços.
Esse movimento tende a ser intensificado em 2026, período de eleições presidenciais no Brasil. "A gente pode imaginar preços mais altos, sim. Todos os elos da cadeia pecuária devem conviver com isso", afirma Iglesias.
O consumo de carnes não escapou da polarização política no país com a corrida eleitoral de 2022. Candidato à época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a ideia de que o brasileiro deveria voltar a fazer churrasco com direito a picanha e cerveja.
A recente trégua da inflação das carnes foi elogiada por apoiadores do petista, mas questionada por bolsonaristas.
O pesquisador Felippe Serigati, da FGV Agro, diz que a dinâmica dos preços nada tem a ver com "bondades ou maldades" de um governo. Está associada, em grande parte, ao ciclo da pecuária e à disponibilidade de mercadorias, aponta.
O tamanho do impacto inflacionário de uma possível reversão no ciclo em 2025 ainda é incerto, afirma Serigati. Segundo o pesquisador, o nível de aumento dos preços também depende da capacidade de absorção pelos consumidores.
O Brasil, lembra o especialista, passa por um período positivo no mercado de trabalho, com ganhos de renda em 2024. "Provavelmente veremos condições monetárias mais apertadas ao longo de 2025", diz.
POR FOLHAPRESS
EUA - O ouro fechou em alta nesta terça-feira, 10, mantendo-se próximo de sua máxima histórica conforme traders seguem em compasso de espera para a leitura da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em agosto, que será divulgada na quarta-feira, 11. Com o dólar se movimentando de lado, sem grande valorização, o metal teve impulso para continuar a tendência de alta.
Nesta terça, o ouro para dezembro fechou em alta de 0,41%, a US$ 2.543,10 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Segundo analistas do Peak Trading, “Powell e o Federal Reserve (Fed) já garantiram um aumento de 25 pontos-base para a decisão de 18 de setembro”, num referência ao presidente do Federal Reserve, o banco central norte-americano e a instituição sobre a política monetária dos EUA.
A questão agora é se o banco central optará por um corte maior de 50 pontos-base, eles acrescentam, e isso dependerá do dado do CPI na quarta, e depois da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês), na quinta.
De acordo com a Capital Economics, o ouro pode enfrentar uma liquidação ainda este ano, embora tenda a voltar a subir em breve.
A consultoria destaca que a demanda chinesa por ouro e os cortes de juros iminentes pelo Fed impulsionaram os preços em 2024, mas agora ambos os fatores parecem já ter perdido o impulso, com as reduções das taxas já precificadas. A um nível tão elevado, a Capital espera uma liquidação em breve.
“Um potencial acordo de paz no Oriente Médio ou, sem dúvida, uma vitória de Kamala Harris na eleição dos EUA podem reduzir a demanda por refúgios seguros”, escreve a Capital Economics, embora siga confiante de que o ouro deve chegar ao fim de 2025 com uma alta de cerca de 10%, negociado a US$ 2.750 a onça-troy.
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